Resumos sobre a Filosofia da estética de 11º ano PDF

Title Resumos sobre a Filosofia da estética de 11º ano
Course Filosofia Medieval I
Institution Universidade do Porto
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TEORIAS ESSENCIALISTASTEORAI DA ARTE COMO IMITAÇÃO/ REPRESENTAÇÃO:Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo homem e imita algo.Argumentos: Adequa-se ao facto incontestável de muitas pinturas, esculturas e outras obras de arte, como peças de teatro ou filmes imitarem algo da natureza: paisagens,...


Description

TEORIAS ESSENCIALISTAS TEORAI DA ARTE COMO IMITAÇÃO/ REPRESENTAÇÃO: Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo homem e imita algo. Argumentos: 





Adequa-se ao facto incontestável de muitas pinturas, esculturas e outras obras de arte, como peças de teatro ou filmes imitarem algo da natureza: paisagens, pessoas, objectos, acontecimentos, etc. Oferece um critério de classificação das obras de arte bastante rigoroso, o que nos permite, aparentemente, distinguir com alguma facilidade um objecto que é uma obra de arte de outro que o não é. Oferece um critério de valoração das obras de arte que nos possibilita distinguir facilmente as boas das más obras de arte. Neste sentido, uma obra de arte seria tão boa quanto mais se conseguisse aproximar do objecto imitado.

Objeções: 





Apesar de muitas obras de arte imitarem algo, são inúmeras aquelas que o não fazem. O que constitui a sua refutação inequívoca. Defende que uma condição necessária para algo ser arte é imitar/representar, e isso não acontece com todas as obras de arte. Trata-se de uma definição que não inclui tudo o que deveria incluir, deixando assim muito por explicar. Convém, portanto, realçar que o critério de classificação de arte proposto por esta teoria não pode ser bom, pois ficamos insatisfeitos ao verificar que há obras que são reconhecidamente arte e não são classificadas como tal. Apesar de ficarmos muitas vezes positivamente impressionados com a perfeição representativa de algumas obras de arte, o seu critério valorativo falha porque muitas outras obras de arte não poderiam ser consideradas boas nem más, já que não imitam nada. Mas falha ainda por haver obras que imitam algo sem que nos encontremos alguma vez em condições de saber se a imitação é boa ou má. Segundo este critério Picasso seria, com certeza, um artista menor e teríamos de reconhecer que a fotografia é a mais perfeita de todas as artes.

TEORIA DA ARTE COMO ESPRESSÃO: Uma obra é arte se, e só se, exprime sentimentos e emoções do artista. Argumentos: 



São muitos e eloquentes os testemunhos de artistas que reconhecem a importância de certas emoções sem as quais as suas obras não teriam certamente existido. Mais do que isso, se é verdade, como parece ser, que a arte provoca em nós determinadas emoções ou sentimentos, então é porque tais sentimentos e emoções existiram no seu criadore deram origem a tais obras. Também nos oferece, como a teoria anterior, um critério que permite, com algum rigor, classificar objectos como obras de arte. Com a vantagem acrescida de classificar como arte todas as obras que não imitam nada, o que acontece frequentemente na literatura e sempre na música e na arte abstracta.



Mais uma vez oferece um critério valorativo: uma obra é tanto melhor quanto melhor conseguir exprimir os sentimentos do artista que a criou.

Objeções: 





Desde logo, é também empiricamente refutado porque há obras que não exprimem qualquer emoção ou sentimento. Além disso, mesmo que uma obra de arte provoque certas emoções em nós, daí não se segue que essas emoções tenham existido no seu autor. A deficiência em relação ao critério de classificação é praticamente a mesma apontada à teoria da imitação. A única diferença é que, neste caso, uma maior quantidade de objectos podem ser classificados como arte. Mas nem todas as obras de arte são, de facto, classificadas como tal. Sobre o critério de valoração, também as objecções são idênticas às da teoria da imitação. Se observarmos este critério, então as obras de arte que não podem ser consideradas boas nem más são inúmeras. Como podemos nós saber se uma determinada obra exprime correctamente as emoções do artista que a criou, quando o artista já morreu há séculos? E as obras de autores anónimos ou desconhecidos não são boas nem más?E como avaliar uma obra de arte colectiva ou a interpretação de uma obra musical?

TEORIA DA ARTE COMO FORMA SIGNIFICANTE (FORMALISTA): Uma obra é arte se, e só se, provoca nas pessoas emoções estéticas. Argumentos: 

Para já, esta teoria parece ter uma grande vantagem: pode incluir todo o tipo de obras de arte, inclusivamente obras que exemplifiquem formas de arte ainda por inventar. Desde que provoque emoções estéticas qualquer objecto é uma obra de arte, ficando assim ultrapassado o carácter restritivo das teorias anteriores.

Objeções: 



Em primeiro lugar, podemos mostrar que algumas pessoas não sentem qualquer tipo de emoção perante certas obras que são consideradas arte. Teríamos, então, obras de arte que não são obras de arte, o que não faz sentido. Também não é grande ideia responder que quem não sente emoções estéticas em relação a determinadas obras não é uma pessoa sensível, como sugere Bell, o que parece uma inaceitável fuga às dificuldades. Uma outra dificuldade é conseguir explicar de maneira convincente em que consiste a tal propriedade comum a todas as obras de arte, a tal “forma significante”, responsável pelas emoções estéticas que experimentamos

TEORIAS NÃO ESSENCIALISTAS: TEORIA INSTITUCIONALISTA: Argumentos:







Algo é uma obra de arte no sentido classificativo se, e só se, 1) é um artefacto e 2) alguém age sobre ele em nome de uma dada instituição (o mundo da arte), propondo-o como candidato a apreciação. Uma das características mais salientes desta definição é que qualquer coisa pode ser uma obra de arte, desde que alguém a proponha como candidata para apreciação de acordo com o procedimento descrito. Assim, objetos completamente diferentes, sem qualquer semelhança percetível a não ser a sua a sua artefactualidade, podem adquirir o estatuto de obras de arte. A noção de artefacto de Dickie é alargada de modo a incluir objetos que não são físicos, como, por exemplo, poemas. Quanto à condição 2, Dickie esclarece que as pessoas aptas a propor um dado artefacto para candidato a apreciação são geralmente os artistas, os galeristas, os críticos de arte ou os curadores de arte e outros agentes ligados a museus, revistas de arte, faculdades de artes, casas de espetáculos, etc. Essa é a instituição, genericamente designada ‘mundo da arte’, em nome da qual se confere a esse artefacto o estatuto de candidato para apreciação.

Objeções: 





O que é ser “candidato a apreciação”? E quem exatamente tem autoridade para “agir em nome de uma determinada instituição”? E em que sentido se diz que o chamado ‘mundo da arte’ é uma instituição, dado que não exibe a formalidade – hierarquias, regulamentos escritos, cerimónias oficiais – característica das outras instituições como as instituições religiosas, militares, académicas, etc.? Os entendidos em arte decidem o que deve ser considerado uma obra de arte com base em razões ou fazem-no arbitrariamente. Se eles o fazem com base em razões, essas razões constituem uma teoria da arte que não é a teoria institucional. Assim, alguém poderá dizer que os quadros de determinada pessoa apresentam excelentes combinações de cores aliadas à simplicidade formal. Mas essa é uma maneira de dizer, por exemplo, que eles possuem forma significante. Nesse caso a teoria institucional esbarra em outras conceções da arte. Suponhamos agora que os entendidos em arte decidam arbitrariamente o que deve ser considerado obra de arte. Ora, nesse caso não fica claro porque devemos dar qualquer importância à arte. O problema mais notório da definição de Dickie é a sua manifesta circularidade: as obras de arte são definidas como objetos que são aceites como tais pelas pessoas que entendem de arte; e as pessoas que entendem de arte são definidas como as que aceitam certos objetos como sendo obras de arte.

TEORIA HISTORICÍSTA: Argumentos: 



x é uma obra de arte se, e só se, há ou houve, da parte do titular de x, a intenção séria de que x seja encarado como as obras de arte pré-existentes são ou foram corretamente encaradas A definição historicista de Levinson assenta num critério recursivo: um objeto é arte na medida em que é para ser encarado como o foram as obras de arte do passado e estas, por sua vez, são arte porque são para serem encaradas como foram encaradas as obras de arte anteriores. Além da ligação necessária às obras do passado, a definição inclui também

a referência à intenção de quem detém o direito de propriedade sobre o objeto candidato a obra de arte. Objeções: 



As falsificações de obras de arte revelam da parte do seu titular a intenção séria de serem vistas como as obras de arte pré-existentes foram corretamente vistas. Mas, intuitivamente, isso não as torna verdadeiras obras de arte. Mais difícil de contornar é a objeção de que o critério recursivo em que se baseia a definição de Levinson gera o problema de explicar a existência da primeira obra de arte, dado não haver outras anteriores com as quais estabelecer qualquer relação....


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