Title | Roteiro ectoscopia. |
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Course | Semiologia |
Institution | Universidade de Brasília |
Pages | 20 |
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Roteiro de ectoscopia....
ROTEIRO DE ECTOSCOPIA 1) Sinais Vitais I – Frequência cardíaca (Normal: 60 – 100bpm) II - Frequência respiratória (Normal: 16 – 24irpm) III – Temperatura axilar (Normal: 35,5ºC – 37,5ºC) IV – Pressão arterial corrigida (em mmHg) 2) Antropometria
– Peso(kg) – Altura(m) – IMC: obesidade > 30 3) Ectoscopia Estado geral (Bom, regular, ruim) Estado nutricional (emagrecido, eutrófico) para caracterizar obesidade: IMC e tecido subcutâneo Estado de higiene (Bom, ruim) Estado de orientação (no tempo e espaço) 4) Fala e linguagem (preservada, alterada) Disfonia: alteração no timbre da voz(rouca) por disfunção nas cordas vocais Disartria: alteração na articulação da palavra falada, por lesões centrais e/ou periféricas Dislalia: alterações na articulação da palavra falada, sem lesões no sistema nervoso(lesões no palato, mandíbula, boca, língua, dentes, lábios) Disritmolalia: alteração no ritmo da fala(taquilalia, gagueira) Afasia: de Broca(dificuldade na expressão, seja pela fala ou escrita), de Wernicke(dificuldade no entendimento da linguagem falada ou escrita), global(ambas)
5) Posição preferencial e Atitude no leito Atitudes voluntárias
Ortopnéica: posição sentada ou recostada (insuficiência cardíaca, ascite) Genupeitoral: paciente se apóia nos joelhos e tórax (derrame pericárdico) Cócoras: pacientes com cardiopatia congênita cianótica Parkinsoniana: aparenta correr atrás do centro de gravidade Decúbito lateral: dor pleurítica, fim da gravidez ou hepatoesplenomegalia volumosa Decúbito dorsal: abdome agudo Decúbito ventral: cólicas intestinais intensas Atitudes involuntárias
Passiva: paciente fica na posição em que é colocado no leito (coma) Ortótono: tronco totalmente rígido sem curvatura para qualquer direção (tétano) Opistótono: se apóia na cabeça e nos calcanhares, emborcando-se para trás como um arco (tétano e meningite) Emprostótono: contrário do opistótono (tétano, raiva e meningite) Pleurostótono: corpo se curva lateralmente (tétano, raiva e meningite) Posição em Gatilho: hiperextensão da cabeça (irritação meníngea) Movimentos involuntários (ausência/presença) Atetose, tremor de repouso, tremor de ação, asteríxis, coréia, tetania, fasciculações 6) Biótipo Ângulo de Charpy > 90° Ângulo de Charpy = 90° Ângulo de Charpy < 90°
Brevilíneo Mediolíneo Longilíneo
7) Fácies (ver figuras no final) Atípica Mixedematosa: rosto arredondado, nariz e lábios grossos, olhos profundos e sulcos acentuados. Supercílios escassos, cabelos secos e sem brilhos. Encontrada no hipotireoidismo.
Basedowiana: Olhos saltados (exoftalmia) e brilhantes, rosto magro, bócio. Presente no hipertireoidismo. Hipocrática: Nariz afilado, lábios delgados, olhar profundo, parado e inexpressivo. Indica doença grave e aparece em males de longa duração. Renal: Palidez cutânea e edema periorbitário, predominantemente pela manhã. Aparece nas doenças difusas dos rins, principalmente na síndrome nefrótica. Leonina: Pele espessa, ausência de supercílios, nariz alargado, lábios grossos e proeminentes. Característica da hanseníase.
Parkinsoniana: Cabeça inclinada para frente, olhar fixo e vago, supercílios elevados, expressão de espanto. Aparece nos parkinsonismos. Acromegálica: Proeminência das maçãs do rosto, prognatismo (crescimento da mandíbula), aumento do tamanho do nariz, lábio e orelhas. Encontrada na acromegalia (hiperfunção hipofisária no adulto). Cushingóide: arredondamento da face (face em lua-cheia), aparecimento de acne e vermelhidão das bochechas. Aparece na síndrome de Cushing. Esclerodérmica: ausência de rugas, face sem expressão, endurecimento da pele e microstomia (diminuição da abertura da boca). Também conhecida como “fácies de múmia”, aparece na esclerodermia. Paralisia facial: aparece na lesão do nervo facial, podendo ser central ou periférica. Caracteriza- se pela assimetria facial (apagamento das rugas da testa e do sulco nasolabial, repuxamento do lábio para o lado afetado). Na periférica o comprometimento é mais grave, afetando toda a musculatura da hemiface além de aparecer o sinal de Bell (ao fechar os olhos, observa-se a elevação do olho lesado sem fechamento da pálpebra). 8) Coloração: pele e mucosas conjuntivais, labiobucal, lingual e gengival (também ver palma da mão e planta do pé) Eritrose, normo ou hipocorado (1+ até 4+) Cianose (ponta dos dedos, nariz, lábios) Icterícia (mucosa dos olhos, frênulo lingual) 9) Hidratação: pele e mucosas (hidratado, desidratado[1+ até 4+]) 10) Ritmos cardíaco e respiratório (eu/taqui/bradipneico e taqui/bradicardico)
11) Pele e anexos
Turgor, elasticidade e espessura (preservados/diminuídos) Textura (normal, lisa[ex.:edema, hipertireoidismo], áspera[ex.:mixedema], enrugada[ex.:idosos]) Temperatura (normal, diminuida ou aumentada ao toque – comparar com lado homólogo) Tecido subcutâneo (normal, aumentado ou diminuído) Unhas (atípicas/alterações) – ver item 14 11.1) Distribuição de pêlos (compatível com idade e sexo? Áreas de alopecia?) Hirsutismo: presença de pelos em locais atípicos Hipertricose: maior quantidade de pelos em locais que costumam existir 11.2) Descrever lesões elementares e cicatrizes Cicatriz atrófica (fig. 31): a regeneração não atinge o nível esperado, ocasionando uma atrofia da pele cicatrizada Cicatriz hipertrófica (fig.32): ocorre quando o colágeno é produzido em quantidade normal, mas a sua organização é inadequada, oferecendo aspecto não harmônico (a cicatriz respeita o limite anatômico da pele) Quelóide (fig. 33): excesso na produção de colágeno, gerando um aspecto desarmônico, que não respeita os limites anatômicos da pele. 11.3) Edema (ausência/presença) Classificar intensidade (1+ até 4+) de acordo com o cacifo Localizado/Generalizado Mole (retenção não tão longa) ou Duro (longa duração, com proliferação fibroelástica) Características da pele adjacente (coloração e presença/ausência de sinais flogísticos) 11.4) Circulação colateral (ausência/presença) Explicitar o sentido do fluxo
12) Crânio e Face
Lesões elementares (ausência/presença) Deformidades grosseiras (ausência/presença) Abaulamentos e retrações (ausência/presença) Descontinuidades ósseas (ausência/presença) Sensibilidade ao toque (ausência/presença) Implantação dos cabelos (compatível com idade e sexo? Áreas de alopecia?) Hiperestesia de seios paranasais (ausência/presença) 13) Ouvidos
Lesões (ausência/presença) Sinal de Tragus: dor à compressão do tragus (ausente/presente) Implantação (baixa/normal/alta) Secreção (excesso/normal/escassez) 14) Nariz
Lesões (ausência/presença) Secreção (excesso/normal/escassez) Desvio de septo (ausência/presença)
15) Olhos
Fenda palpebral (normal/presença de pregas epicânticas)
Reflexos oculares: fotomotor, consensual e de acomodação (ausentes/presentes + simetria) Fundo de olho (quando aplicável) 15.1) Demais alterações e lesões Xantelasma: acúmulo de sais de colesterol ao redor dos olhos Hordéolo: pequeno abscesso que ocorre na borda das pálpebras, ocasionado pela inflamação de glândulas sebáceas. Também conhecido como terçol Verificar presença de exoftalmia, ptose palpebral, nistagmo, estrabismo, anisocoria
16) Boca
16.1) Lesões (retirar as próteses para investigar) 16.2) Estado de higiene 16.3) Dentes (uso de prótese? Estado de conservação das mesmas) 16.4) Tipo da língua - Principais variedades da língua: (ver fotos) Língua atípica: é a língua de aspecto normal Língua saburrosa: acúmulo de substância branco-acizentada na superfície, dando aspecto de sujeira. Ocorre em pacientes com higiene bucal precária, estado febril, em tabagistas, em indivíduos desidratados e até mesmo em indivíduos normais, principalmente ao despertar. Língua seca: ausência de umidade; indica desidratação. Língua lisa: há atrofia das papilas. Pode aparecer na anemia, na desnutrição protéica ou na deficiência de vitaminas do complexo B. Língua pilosa: alongamento das papilas filiformes, conferindo um aspecto piloso. Ocorre durante antibioticoterapia, algumas infecções e tabagismo. Língua de framboesa: superfície vermelha e granular, que ocorre na escarlatina. Língua de morango: ocorre na paracoccideomicose. Língua geográfica: superfície irregular. Ocorre em pacientes normais, sob estresse emocional, e em algumas infecções fúngicas e bacterianas. Língua escrotal: presença de sulcos irregulares, semelhantes a pele que reveste o escroto. Pode ocorrer na deficiência de vitaminas do complexo B. Macroglossia: é o aumento global da língua. As causas mais comuns são a acromegalia, o hipertireoidismo, a amiloidose e a síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS). Língua trêmula: aparece no alcoolismo, hipertireoidismo e parkisonismo Movimentação da língua (simetria?) 16.5) Palito na boca + “fala AH”
Movimento do palato e dos véus (observar simetria) Faringe, pilares anteriores e posteriores(Lesões? Inflamação?)
17) Linfonodos
Palpar cadeias occipitais, retroauriculares, pré-auriculares, amigdalianas, submandibulares, submentonianas, sublinguais, cervicais anteriores e posteriores, supraclaviculares, infraclaviculares, axilares, epitrocleares, inguinais e poplíteas Descrição de linfoadenomegalia: Localização (qual cadeia está o gânglio) Tamanho/Volume (comparar com objetos do cotidiano: “caroço de azeitona”, “ovo de galinha”)
Consistência (rígido/fibroelástico) Mobilidade (móvel/aderido aos planos profundos) Sensibilidade (doloroso/indolor) Pele circunjacente (presença/ausência de sinais flogísticos, de fistulização, de ulcerações) 18) Pescoço
18.1) Palpar tireóide (no caso de bócio, auscultar à procura de sopros) Palpável/Impalpável Volume (aumentado/normal) Consistência (fibroelástica/pétrea/outras) Sensibilidade (dolorosa/indolor) Nódulos (presença/ausência) Frêmitos (presença/ausência) 18.2) Palpar traquéia (observar se há desvios)
19) Exame físico dos demais sistemas: realizado conforme roteiro próprio 20) Pés
Unhas (atípicas/alterações) Lesões (olhar entre os dedos e na planta do pé) Edema (ausência/presença) Perfusão (normal/alterada) - Observar cianose e presença de úlceras distais
21) Principais alterações na marcha
Marcha atípica: é a marcha normal Marcha Ceifante (ou Hemiplégica): ao andar, há flexão em 90º e adução do cotovelo + mão fechada em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico, não havendo flexão dos joelhos. Sendo assim, o pé se arrasta pelo chão, formando um semicírculo. A causa mais comum é o AVC. Marcha anserina (ou do pato): ao andar, há uma acentuação da lordose lombar, inclinando o tronco ora para um lado, ora para o outro. Encontrada em doenças musculares e representa a diminuição da força na musculatura pélvica e das coxas. Marcha parkinsoniana: o paciente se locomove rígido, como um bloco, sem o movimento automático dos braços. A cabeça fica inclinada para frente e os passos são miúdos e rápidos, dando a impressão que o doente está “correndo atrás de seu centro de gravidade”. Ocorre nos parkinsonismos e na doença de Parkinson.
Marcha Cerebelar (ou Ebriosa): o doente ziguezagueia como um bêbado. Traduz incoordenação dos movimentos, em decorrência de afecções cerebelares. Marcha tabética: o paciente caminha com o olhar fixo no chão, levantando os membros inferiores de forma abrupta e rápida, e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o chão pesadamente. De olhos fechados, a marcha piora acentuadamente ou se torna impossível. Indica a perda da sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da medula. Aparece na neurosífilis (antiga tabes dorsalis). Marcha Vestibular (ou em Estrela): o paciente com lesão do labirinto (lesão vestibular) apresenta lateropulsão quando anda em linha reta. Se for pedido para o paciente fechar os olhos e ir de frente e voltar de costas, descreverá uma figura semelhante a uma estrela. Marcha Escarvante (ou do Ganso): há paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, portanto, ao tentar caminhar, o paciente toca a ponta do pé no solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior. Marcha Espástica (ou em Tesoura): os dois membros inferiores estão enrijecidos e espásticos. Ao tentar deambular, os pés se arrastam e as pernas cruzam uma em frente da outra. É comum nas formas espásticas da paralisia cerebral. Marcha claudicante: ao deambular, o paciente “manca” para um dos lados. Ocorre na insuficiência arterial periférica (claudicação intermitente) e nas lesões do aparelho locomotor.
22) Principais alterações das unhas: (ver fotos no final) Coiloníquia: unhas côncavas, em formato de colher. Podem ocorrer na anemia ferropriva, policitemia ou na síndrome de Plummer-Vinson. Hiperceratose subungueal: acúmulo de material córneo sob a lâmina ungueal, afastando-a do leito ungueal. Ocorre principalmente em onicomicoses. Onicomicose: infecção ungueal causada por fungos. Onicólise: separação da lâmina ungueal do leito, na porção distal. Pode ocorrer em onicomicoses, intoxicação por tetraciclina, psoríase, dentre outras. Paroníquia: inflamação dos tecidos moles periungueais por traumas, infecções, etc. Hipocratismo digital: também chamada de unhas em vidro de relógio ou baqueteamento digital. Ocorre hipertrofia das falanges distais e aumento da convexidade das unhas. É observada em algumas pneumopatias crônicas (como bronquiectasia), cardiopatias hipoxêmicas e na cirrose hepática Leuconíquia: presença de manchas brancas nas unhas. Ocorrem em onicomicoses.
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Figuras
Fig. 1: posição genupeitoral Fig. 2: opistótono
Fig. 3: pleurostótono Fig. 4: posição em gatilho
Fig. 5: atitude parkinsoniana
F
Fig. 7 e 8: fácies hipocrática Fig. 9: fácies renal
Fig. 10: fácies mixedematosa
Fig. 12: fácies parkinsoniana
Fig. 14 e 15: fácies basedowiana
Fig. 11: fácies leonina
Fig. 13: fácies acromegálica
Fig. 16: fácies cushingóide
Fig. 17: fácies esclerodérmica
Fig. 20: fácies da paralisia facial
Fig. 22: cianose
Fig. 18 e 19: esclerodermia (microstomia)
Fig. 21: eritrose
Fig. 23 e 24: icterícia
Fig. 25:movimentos involuntários
Fig. 26: coiloníquia
Fig. 27: hiperceratose subungueal
Fig. 28: onicólise e hiperceratose subungueal
Fig. 29: paroníquia
Fig. 30: hipocratismo digital Fig. 31: cicatriz atrófica
Fig. 32: cicatriz hipertrófica
Fig. 34: circulação colateral
Fig. 36: hipertricose
Fig. 33: quelóide
Fig. 35: hirsutismo
Fig. 37: seios paranasais
Fig. 38: implantação baixa das orelhas
Fig. 39: xantelasma
Fig. 40: hordéolo
Fig. 41: língua saburrosa
Fig. 42: língua pilosa
Fig. 43: língua de framboesa
Fig. 44: língua de morango Fig. 45: língua geográfica
Fig. 46: língua escrotal
Fig. 47: macroglossia
Fig. 48: tipos de marcha I
Fig. 49: tipos de marcha II
Fig. 50: marcha em tesoura
Fig. 51: marcha ceifante
Fig. 52: marcha escarvante (pé caído)
Referências Bibliográficas: 1) MacGee,2008 2) Barbara Battes, 11 edição, 2015
Fig. 53: marcha parkinsoniana...