1. Introdução afecções do Sistema Respiratório PDF

Title 1. Introdução afecções do Sistema Respiratório
Course Clínica de Equinos
Institution Universidade Federal de Mato Grosso
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Anotações da aula para auxiliar nos estudos ...


Description

Afecções do Sistema Respiratório Introdução.   

Comuns Cavalos jovens de corrida/atletas. Afecções sistema respiratório superior e inferior.

O sistema respiratório é um sistema que é muito frequentemente acometido por patologias em equinos atletas que são dependentes do sistema respiratório funcional. Dentro das doenças que acomete o sistema respiratório temos doenças que envolvem: sistema respiratório superior e sistema respiratório inferior.

Importância: - Prejuízo econômico.   

Baixo rendimento ou queda na performance. Custo terapia. Descarte.

A importância de problema respiratório é prejuízo econômico seja um equino atleta, ou de trabalho, ou de lazer. Devido a importância econômica é um sistema muito estudado devido ser a causa de boa parte das quedas de performance, baixo rendimento atlético, custo de tratamento alto e o prejuízo do cavalo parado. Os prognósticos a vida desses animais podem ser bom, porém em grande parte dessas doenças do trato respiratório o equino não pode retornar a vida atlética.

Anatomia - Sistema respiratório superior e sistema respiratório inferior.

Basicamente é tudo que está na cabeça do equino, desde as narinas até entrada da traqueia. Da traqueia para baixo considera sistema respiratório inferior. - Sistema respiratório superior: narinas, cavidade nasal, meatos, seios paranasais, região etomoidal, bolsas guturais, nasofaringe, laringe. - Sistema respiratório inferior: traqueia, carina, pulmão (brônquios, bronquíolos, alvéolos, cavidade pleural). Temos o tórax, a cavidade torácica, revestindo a cavidade tórax temos a pleura parietal e revestindo os pulmões temos a pleura visceral. Entre a pleura parietal e pleura visceral temos a cavidade pleural. Obs. Devido a proximidade do sistema respiratório e do sistema digestório (perto da nasofaringe e laringe) pode um problema digestório interferir no sistema respiratório ou vice-versa. Ex. quando ocorre uma disfagia podemos ter uma pneumonia aspirativa (entra conteúdo alimentar dentro do pulmão).

Funções do sistema respiratório     

Trocas gasosas. Fonação e olfação. Filtração e condicionamento do ar. Regulação da temperatura corporal. Equilíbrio ácido-básico.

Ex. um equino com dispneia intensa além irá interferir em todas as funções do sistema respiratório. Nesse caso se possível temos que fazer uma hemogasometria para saber até que ponto a alteração respiratória está interferindo no equilíbrio ácido básico por exemplo. Fazer a saturação de oxigênio e CO2 também seria importante.

Esquema troca gasosa: A principal função do respiratório é a troca gasosa.

sistema

Ambiente/ carbono/oxigênio/ condução de ar/ captação e transporte de oxigênio/ organismo. Durante o processo respiratório o animal inspira e capta ar (oxigênio) e transporta para o pulmão. Ao respirar elimina o CO2 para o ambiente. Na hemogasometria temos que ter mais oxigênio do que CO2. Dependendo da afecção que está acometendo o SR pode se inverter (ter mais CO2 e menos oxigênio). É nos alvéolos que ocorrem a troca gasosa. A região dos alvéolos é completamente revestida por vasos sanguíneos arteriais e venoso. Onde acontece a troca gasosa e captação de oxigênio. Entre o ar dentro do saco alveolar (alvéolo), o oxigênio passa paras as hemácias que irão carrear para órgãos específicos. Depois a hemácia volta carregada de CO2. O CO2 volta novamente para o saco alveolar e saem para o ambiente. Portanto, o saco alveolar é um fluxo de entrada e saída sendo toda revestida por arteríolas e vênulas.

Importância para os animais. - Dependência dos tecidos pelo oxigênio; Oxigênio/respiração celular/ produção de ATP/ Manutenção de processos vitais. -Refinada interação entre os sistemas: respiratório/musculoesquelético/cardiovascular e nervoso. O sistema respiratório faz a captação de oxigênio para todos os sistemas. - Aporte de oxigênio/locomoção. A locomoção depende dos sistemas respiratório, musculoesquelético e cardiovascular. Tudo no organismo dependem de oxigênio. O ciclo de Krebs depende de oxigênio para a formação de ATP. Portanto, o sistema respiratório pode interferir nos demais sistemas do organismo devido a sua interação. Não existe um equino atleta sem o sistema respiratório, sem o sistema musculoesquelético, sem o sistema cardiovascular e sem um sistema nervoso. Muitas vezes um sistema pode interferir no outro. Quando o cavalo trabalha ou exercita, ele precisa dessa função pulmonar muito funcional.

Principais queixas que envolve o SR 

Queda no desempenho.

Uma das principais queixas é que o rendimento do cavalo diminui (principalmente em equinos que participam de esporte).      

Ruído respiratório. É frequente essa queixa – roncar. Epistaxe. Corrimento nasal. Dispnéia/taquipnéia. Tosse, febre. Obs. problema cardíaco também pode levar a tosse. Cansaço fácil. E demora para voltar ao normal.

Imagem: um equino parado a narina fica em um tamanho menor do que quando está se exercitando (dilatam muito as narinas para aumentar a captação de ar).

Lesão do trato respiratório inferior e lesão no trato respiratório superior. A lesão pode estar no sistema respiratório superior e/ou no sistema respiratório inferior. É necessário investigar o local do problema. Tipos de secreção nasal   

Secreção nasal serosanguinolenta. Secreção aquosa com sangue. Secreção nasal purulenta. Secreção nasal purulenta com sangue.

- Epistaxe aguda. é o sangramento agudo (sangue vivo saem pelas narinas).

Toda vez que o animal tem secreção nasal já pensamos em alterações no sistema respiratório (superior ou inferior). Não necessariamente uma secreção nasal será do trato respiratório superior, pode estar vindo do pulmão.

Classificação das doenças respiratórias Mecânicas ou morfológicas. São os problemas que alteram a anatomia.   

Hemiplegia laringeana, DDPM (deslocamento dorsal do palato mole). O palato mole sobe e recobre a epiglote. Encarceramento de epiglote. Quando o palato aprisiona a epiglote. Traumas; neoplasias. Ex. fraturas, miíases, carcinoma, melanoma, sarcoide.

Alérgicas/inflamatórias São muito comuns.  

DIVA – Doença inflamatória das vias aéreas. ORVA – Obstrução recorrente das vias aéreas.

Obs. A diva e a orva são processos inflamatórios. Porém, a diva é mais leve que a orva. A diva muitas vezes é precursora de uma orva. O animal inicia com um processo inflamatório mais leve (diva) e evolui para orva (é mais grave). 

HPIE – hemorragia pulmonar induzida pelo exercício.

É muito comum em cavalo atleta, principalmente em equinos de corrida. Infecciosa/inflamatória. Nem toda inflamação tem infecção, mas toda infecção tem inflamação. 

Sinusite (SRS); empiema/micose pneumonia/pleuropneumonia (SRI).

(SRS



nas

bolsas

guturais),

Agentes frequentemente relacionados ao sistema respiratório: - Vírus; Influenza, Herpesvirus, Adenovirus, Rhinovirus. A Influenza é o vírus da gripe. - Bactérias: Streptococcus equi, S. zooepidemicus, Rhodococcus equi, S. pneumoniae, E. coli, Klebsiella pneumoniae, Pasteurella spp. As bactérias é o mais comum no dia a dia. - Fungos: Aspergillus sp, Actinomicetos, Rhizopus sp, Cândida sp, Hystoplasma capsulatum, Cryptococcus neofarmans. Mesmo o agente causador sendo um vírus ou fungos normalmente terá infecção bacteriana associada (infecção bacteriana secundária). Existe bactérias na flora respiratória, temos que investigar se são realmente as bactérias que estão sendo o problema. Quando fazemos um cultivo e antibiograma terá bactéria.

Dos três grupos as bactérias são os mais fáceis para tratar. Não existe tratamento específico para vírus. Muitas vezes usamos um antibiótico para doença com origem viral devido interferir na imunidade e causar doença secundária. Para fungo existe tratamento específico, porém não é barato devido ser um tratamento longo.

Protocolo de avaliação - Exame clínico, anamnese, exame físico, exames complementares como hemograma, gasometria, tomografia, ressonância, diagnóstico. Exame clínico;    

Anamnese. Histórico. Exame físico. Exame complementares. Diagnóstico. Diagnóstico.

Anamnese. Relacionado ao sistema respiratório é importante sabermos informações sobre o ambiente, nutrição, qual a atividade que esse animal desempenha, aspecto sanitário (vacinas e vermífugos). - Onde o animal vive/ se teve mudança de ambiente (pasto/baia)/ condições de higiene da baia/ como está a pastagem do piquete. - Tipo de alimento (feno, pasto) e a qualidade do alimento/ ração farelada ou ração peletizada. Qualidade de água. - Saber o tipo de atividade desse paciente, nível que desempenha, se está no início do tratamento, se está em treinamento mais intenso, se está competindo, se está sendo transportado para competir (muda o ambiente/clima/ estresse devido ao transporte). - Saber e evolução da alteração, quais eram os sinais clínicos do início, e o que mudou no quadro atual do equino. - Saber se tem mais animais afetados na propriedade. Exame físico geral e específico. - FC, FR, T 0C, TPC, padrão respiratório, auscultação torácica. Além da frequência observar os sons respiratórios. Podemos perceber se o problema é focal ou difuso. Depois do exame geral podemos fazer um exame específico bem feito; começar a avaliar o equino externamente verificando a narina, cabeça (simetria), abdome (padrão respiratório com o cavalo em repouso e em exercício).

Exame complementares - Hemograma, gasometria, RX, tomo, endoscopia. Endoscopia. - Exame endoscópico; animal em repouso e em exercício. Pode ter alteração que o animal só apresenta sinais quando está em exercício. A endoscopia é essencial pois conseguimos observar o problema e até coletar material para fazer cultivo e antibiograma. Devemos tentar fazer a endoscopia sem sedar o animal porque se o problema for funcional/morfológico ao sedar podemos mascarar o problema ou até produzir um resultado que não é o real. Ex. se o animal tem hemiplegia faringeana é necessário avaliar o funcionamento da laringe do equino. Se sedar o animal o movimento não ocorre como deve ser feito. Ex. para fazer coleta de material (ex. coleta broncoalveolar) devemos já sedar o animal, pois iremos colocar líquido dentro para depois retirar (incomoda o cavalo). Portanto, dependendo da suspeita iremos optar pela sedação ou não. Se não tiver nenhuma suspeita iremos fazer o exame sem sedação e tem faz com sedação. Procedimento:

Coloca o endoscópio na narina do equino e veremos o meato ventral (coloca o endoscópio no assoalho ventral da narina). O endoscópio tem que entrar sempre ventral. Não podemos deixar o endoscópio subir, pois irá para o meato médio dorsal e pode bater na região etmoidal e causar hemorragia. Entra no meato ventral segue reto até chegar na garganta do cavalo (laringe). Dorsal a essa região teremos a região etmoidal. Observa a região etmoidal, laringe, nasofaringe.

Na região da laringe tem um fungo cego (recesso faríngeo) que conforme o cavalo respira ele meche. Vemos as entradas das bolsas guturais (óstio da bolsa gutural) e a região da laringe. Arco faringeano é uma prega que conseguimos visualizar. Embaixo dele temos os processos corniculados que são revestidos pelas cartilagem aritenoidea (o que faz a abertura e o fechamento durante a respiração do equino). Vemos também a traqueia, a cordas vocais. No fundo cego ao lado das cordas vocais chama-se de ventrículo. Vemos a epiglote. Entre o processo corniculado e a epiglote tem uma prega (prega ariepiglótica). obs. quando tem a hemiplegia faringeana o processo corniculado fica paralisado. O deslocamento do palato mole também é possível ver nessa região. Vemos também o movimento de abdução (inspira) e adução (respira).

Bolsa gutural: o cavalo possui bolsa gutural direita e esquerda. Cada bolsa tem capacidade média de 300 ml. A função da bolsa gutural não é definida. Para nós a bolsa gutural é importante pois o animal pode ter algumas lesões na bolsa (empiema e micose da bolsa).

É possível ver com o endoscópio e entrar na bolsa gutural e avaliar o lado direito e o lado esquerdo.

Temos o compartimento lateral e o compartimento medial e o osso estilohiodeo. Temos a artéria carótida interna e a artéria carótida externa. A bolsa gutural deve estar “limpo”. A única coisa que tem dentro é ar. Não pode ter sangue, não pode ter edema, não ter pús, ou cálculo. -Traqueia. Vemos um túbulo limpo. A parede mais esbranquiçada, um rosa bem claro. Poucos vasos sanguíneos. Se tiver muita hiperemia ou congestão vascular indica uma traqueite. É seco (sem secreção). Chegamos na região da carina. Também é uma região que deve ser limpa sem nada de secreção. É possível ver secreção saindo em um dos lados do pulmão. Nessa região tem vasos sanguíneos discretos. Outras opções para fazer o diagnóstico: - Aspiração e/ou lavado; transtraqueal percutânea. - Aspiração (e/ou lavado). Transtraqueal endoscopia. O lavado ou aspiração é pegar secreção que está dentro da traqueia. Coletar esse material e fazer os exames necessários (citologia, antibiograma). Ex. um equino com secreção na traqueia. Podemos fazer a técnica transtraqueal percutânea; faz a tricotomia, assepsia cirúrgica; coloca uma agulha com calibre grosso. Por dentro dessa agulha podemos usar um cateter de polietileno (pequeno). Faz a

aspiração. A aspiração deve ser sempre no ponto mais ventral da traqueal (onde para secreção). Se aspirar e vier pouco conteúdo (quase nada) podemos fazer o lavado. Injetar solução fisiológica estéril e depois aspirar. Esse aspirado é que vai para o laboratório para fazer o cultivo o antibiograma ou citologia. Podemos fazer esse lavado com o auxílio do endoscópico. Ao chegar no ponto mais ventral da traqueia (onde estará a secreção), pelo canal de trabalho coloca a sonda e aspira. A mesma coisa para fazer o lavado. - Lavado traqueobrônquico e broncoalveolar endoscópico. Cateter de polietileno (2mm diâmetro). No traqueobrônquico – chega na região da carina. O broncoalveolar – é dentro do brônquio. Pode colocar em um cavalo adulto 300 ml de solução. Nunca será recuperado os 300 ml. - Lavado broncoalveolar com tubo silicone – bivona. Pros e contras das duas técnicas: Transtraqueal (sem endoscópio)  

Vantagens: Sem contaminação. Está coletando material direto da traqueia. É uma punção asséptica. Consegue coletar material sem contaminação. Desvantagem: não consegue visualizar a local que estamos. É as cegas.

Endoscópio  

Vantagens. Visualiza onde iremos está. Desvantagens. Com contaminação nasal. Porque quando se passa a sonda pela narina irá contaminar todo o aparelho. Quando chega na traqueia tem a contaminação do endoscópio.

Para fazer o cultivo e o antibiograma é o transtraqueal sem endoscópio.        

Citologia do lavado transtraqueal, traqueobrônquico e broncoalveolar. Cultivo e antibiograma; swab nasal, aspirados ou lavados. Exame radiográfico. Exame ultrassonográfico. Toracocentese. Toracoscopia. Necropsia. Histopatologia....


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