A Comédia dos Burros, de Plauto PDF

Title A Comédia dos Burros, de Plauto
Author Ana Ferreira
Course Cultura Romana
Institution Universidade de Coimbra
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Trabalho escrito sobre a obra de Plauto, a Comédia dos Burros...


Description

Cultura Romana

A Comédia dos Burros – Plauto

Ana Carolina Neves Ferreira (LEE 2015249594) 2º Semestre – 2016/2017 Docente: Francisco São José Oliveira

Índice Plauto .....................................................................................................3 A Comédia dos Burros ...........................................................................4 Personagens.........................................................................................5 Breve resumo da comédia plautina .....................................................6 Análise dos Atos e Cenas ...................................................................7 Comentário de opinião pessoal .........................................................11 Bibliografia ..........................................................................................12 Webgrafia ..........................................................................................12

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Plauto Do latim Titus Maccius Plautus, o dramaturgo romano nasceu em Sarsina por volta do ano 250 a.C. e viveu durante o período republicano em Itália. Plauto viveu como soldado, ator, cenógrafo, carpinteiro, comerciante e moleiro até conseguir tornar-se o maior dramaturgo e comediógrafo em Roma. Enquanto ator, adotou o nome Maccius, personagem tradicional no teatro antigo semelhante à de um palhaço, e de Plautus. As comédias plautinas tinham como base os modelos das obras gregas e dos dramaturgos gregos, adaptados por Plauto para se ajustarem ao seu público alvo, o povo romano. Destas obras, apenas vinte e uma chegam a ser conhecidas, onde retrata a vida dos romanos com enredos amorosos, farsas e caos, tratados com originalidade e comédia. Nas obras de Plauto, as personagens aparecem semelhantemente repetidas, retiradas também dos textos gregos, embora com alguma inovação e adequação ao público romano. As personagens que se verificam pela repetição de obra para obra são os escravos, os soldados, os velhos, as alcoviteiras, os parasitas, as amantes, entre outras.

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A Comédia dos Burros O nome com que a peça Asinaria é mais conhecido, A Comédia dos Burros, faz referência ao momento principal da intriga quando os dois escravos, Leónidas e Líbano, enganam o Mercador que deseja pagar a Sáurea por um negócio de venda de burros ao comerciante de Pelá. Esta peça distingue-se das restantes peças de Plauto pelo seu prólogo que, na conceção plautina, serve de ‘introdução’ ao enredo que se vai tecer ao longo da peça, mas, neste caso, serve apenas para chamar a atenção do público. A Asinaria é uma comédia com uma estrutura equilibrada e coerente, que consegue ser seguida do início ao fim do enredo sem perder o fio condutor da intriga. É composta, desde a exposição até à conclusão, por novecentos e vinte e seis versos – duzentos e trinta e três versos de preparação; quatrocentos e noventa e sete versos de ação principal; e cento e noventa e seis versos de conclusão. A peça está dividida em cinco atos. O Ato I é constituído por três cenas e é uma introdução ao amor entre Filénio e Argiripo, que necessitam da ajuda do pai de Argiripo, Deméneto, para conseguir a fortuna necessária a pagar pela jovem à sua mãe, a alcoviteira Cleéreta. No decorrer do Ato II e do Ato III a ação principal desenvolve-se, revelando os pormenores do saque engendrado pelos escravos de Deméneto ao Mercador e das condições impostas a Argiripo pelos serviços de Filénio. Os atos contêm quatro cenas e três cenas, respetivamente. O Ato IV constitui-se apenas por duas cenas, ambas protagonizadas pelas mesmas personagens, Diábolo e o Parasita, nas quais se desenrola uma ação secundária para a composição de um contrato, para que Diábolo consiga os serviços exclusivos de Filénio por um ano completo. Por fim, o Ato V abrange duas cenas conclusivas com Artémona, mulher de Deméneto, furiosa, a expulsar o seu marido de casa da alcoviteira após descobrir que este estava a usufruir dos serviços de Filénio, na presença do filho Argiripo.

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Personagens As personagens com que Plauto constrói as suas comédias são as convencionais da época, não só pelo papel da personagem na obra, mas também pelos traços caraterísticos que apresentam. Por ordem de entrada na peça, existem dez personagens intervenientes – Líbano, Deméneto, Diábolo, Cleéreta, Leónidas, um Mercador, Filénio, Argiripo, um Parasita e Artémona –, e uma personagem “fictícia”, o escravo Sáurea, por quem se faz passar o escravo Leónidas. Líbano e Leónidas são escravos de Deméneto, pai de Argiripo. Argiripo e a sua amada, Filénio, seriam os protagonistas da obra, no entanto, compete aos dois escravos esse papel. São ambos astutos, corajosos, destemidos e mentirosos, tudo para agradarem ao seu amo. Líbano e Leónidas levam para cena a parte mais importante da intriga, a ação principal, quando colocam em prática o plano de enganar e roubar as vinte minas de prata que trazia o Mercador para pagar ao escravo Sáurea. O Mercador revela-se cauteloso em relação ao escravo a quem deve pagar pelo negócio dos burros, pois nunca o viu, assim, torna-se insiste e exigente com Líbano e Leónidas para que Deméneto esteja presente e confirme a identidade de “Sáurea” (Leónidas). Deméneto é um bom pai para Argiripo e interessa-se por ele e pela sua felicidade, demonstrando-o ao permitir que os escravos roubem o seu dinheiro para que o filho consiga o que necessita. Contudo, Deméneto torna-se imoral quando deseja que a primeira noite de Filénio na ‘posse’ de Argiripo, seja passada com ele. Nesta tentativa de se vingar da sua mulher, Artémona, Deméneto acaba por ser humilhado e ridicularizado por ela, revelando-se a típica figura nas obras plautinas como o velho triste e depressivo com a sua vida amorosa. Ao contrário de Artémona, que se apresenta como uma mulher firme e forte, não se deixa humilhar pela traição do marido e acaba por conseguir que Deméneto sofra com a sua própria vingança e se sinta ainda mais rebaixado e humilhado no final da peça. Durante a ação secundária, aparecem as duas únicas personagens que a representam, Diábolo e o Parasita. Diábolo é também amante de Filénio e pretende conseguir vinte minas de prata para negociar com a alcoviteira um ano de serviços exclusivos com a jovem, para isso pede ajuda ao Parasita. As duas funções que o Parasita executa na peça é a de redigir o contrato de Diábolo com Filénio e de, no final, comunicar a Artémona a traição de Deméneto, por vingança de Diábolo.

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Os dois apaixonados, Argiripo e Filénio, sofrem ao longo de praticamente toda a peça, mesmo quando Argiripo consegue pagar pelos serviços da amante durante um ano, mas tem de se resignar com o desejo do seu pai usufruir de uma noite com a cortesã. Nesta comédia, a personagem da jovem Filénio aparenta diferenças em relação à tradicional personagem plautina de meretriz. Filénio não se mostra ávida, sem sentimentos e apenas com carícias profissionais, mas sim como uma pobre jovem apaixonada que não pode estar com o seu amado, por oposição da sua mãe. Contudo, Filénio contrasta ainda estas caraterísticas emocionais e íntimas, com a experiência, profissionalismo e disponibilidade que revela para praticar a sua profissão. Cleéreta, alcoviteira e mãe de Filénio, demonstra que a sua única preocupação são os presentes e ofertas que os homens têm a dar-lhe para usufruírem dos serviços da sua filha, assim, proíbe que Filénio viva o seu amor com Argiripo, um pobre jovem sem dinheiro para oferecer à alcoviteira.

Breve resumo da comédia plautina A Comédia dos Burros decorre em Atenas, entre a casa de Cleéreta e a casa de Deméneto. A peça representa Argiripo e Filénio apaixonados um pelo outro, com dois entraves a este amor. O principal obstáculo é Cleéreta, mãe de Filénio, que obriga a jovem a trabalhar como “profissional do amor” também com Diábolo, que deseja ter só para si a jovem. Em segundo lugar, o pobre Argiripo não tem o dinheiro que Cleéreta pede em troca dos serviços de Filénio para que possa estar com a amada. Para resolver o problema de Argiripo, o seu pai, Deméneto, que está a par da situação desgostosa do filho, encomenda ao seu escravo Líbano que roube vinte minas de prata para que ele possa pagar à alcoviteira. Entre Líbano e o outro escravo de Deméneto, Leónidas, engendram um plano para roubar um Mercador estrangeiro que iria pagar a Sáurea a exata quantia que Argiripo necessitava. Quando os escravos conseguem que o Mercador lhes dê as vinte minas de prata, revelam que Deméneto exigiu uma recompensa pela ajuda e deseja ser o próprio a passar a primeira noite com Filénio. A par desta situação, já o Parasita tinha o contrato para Diábolo, rival de Argiripo, oferecer à alcoviteira, com vinte minas de prata, para usufruir também ele de Filénio, mas quando encontra o velho Deméneto a namoriscar com a jovem, fica furioso e decide vingar-se.

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A peça termina assim com a vingança de Diábolo, que envia o Parasita com a missão de avisar Artémona, mãe de Argiripo e mulher de Deméneto, que o seu marido está num bordel a traí-la. Zangada e humilhada, Artémona mantém-se firme e decide tratar o marido como ele merece, humilhando-o e agredindo-o enquanto o expulsa de casa da alcoviteira.

Análise dos Atos e Cenas A obra plautina em questão é constituída por cinco atos, com catorze cenas no total. O Ato I, constituído por três cenas calmas, introduz as intenções para a ação principal que se vai realizar na peça. A Cena I, entre Líbano e Deméneto, foi pensada para captar a atenção e o interesse dos espetadores através da troca de ‘mistérios’ e intrigas entre o escravo e o seu amo. Deméneto revela o seu conhecimento em relação ao amor que assola o seu filho Argiripo com a cortesã Filénio e demonstra que gostaria que o filho se orgulhasse do pai, assim, Deméneto decide ajudar os jovens a conseguir a ‘fortuna’ que necessitam para que a mãe da jovem permita a relação entre eles. Nesta cena o amo dá a entender ao seu escravo que este poderá roubar-lhe dinheiro através de um Mercador estrangeiro que aparecia para lhe pagar pela venda de uns burros a um comerciante de Pelá. A cena termina com os dois a separarem-se para resolver o plano de ajuda a Argiripo, dando início a um monólogo de Diábolo na Cena II. O jovem amante, zangado e irritado com a mãe de Filénio, insulta a alcoviteira por esta não o deixar usufruir dos serviços da filha sem lhes dar nada em troca, sendo tão profissional ao ponto de não o permitir mesmo depois de tudo o que Diábolo já deu à mulher. “Diábolo (…) Tu és a sua mãe e, ao mesmo tempo, sua patroa.” – página 29 A Cena III finaliza o primeiro ato com um diálogo entre Diábolo irritado e Cleéreta. O jovem queixa-se à alcoviteira por sempre lhe ter dado tudo o que podia e que agora não tem nada, sentindo-se injustiçado por a mulher não lhe dar uma oportunidade de estar com Filénio. A cena é marcada pelo tom irónico e de gozo da alcoviteira para com a situação do jovem Diábolo. Cleéreta apenas se interessa pelas ofertas que os clientes estejam dispostos a dar-lhe em troca dos serviços da sua filha e não se afeta pelo descontentamento do “comprador” habitual. O Ato I termina com Diábolo preocupado em arranjar as vinte minas de prata até ao final do dia para conseguir um contrato com a alcoviteira e desfrutar, exclusivamente, dos serviços da jovem amante Filénio.

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O Ato II inicia-se com um monólogo de Líbano na Cena I, onde o escravo fala para si próprio enquanto pensa num plano para conseguir satisfazer os pedidos do seu amo Deméneto e arranjar as vinte minas de prata para Argiripo. A Cena II continua com Líbano ao encontrar Leónidas, que procurava Líbano para lhe expor o seu plano para saquear vinte minas de prata a um Mercador estrangeiro. Durante o diálogo engendram o plano e decidem que Leónidas deverá passar-se pelo escravo Sáurea, a quem deveriam ser entregues as minas de prata. Para o plano resultar, Leónidas retira-se no final da cena e vai expor o seu plano também ao amo dos dois escravos e para aparecer mais tarde em casa quando o Mercador estiver à procura de Sáurea. Assim, passando a peça para a Cena III, o Mercador encontra Líbano em casa de Deméneto, enquanto procura por Sáurea. Nesta cena o Mercador revela nunca ter visto o escravo a quem deve pagar e que apenas conhece o amo Deméneto, portanto, decide que apenas entregará as vinte minas de prata na presença do seu conhecido para não ser enganado. A cena final do ato, entre Líbano, Leónidas e o Mercador, é uma das três cenas mais cómicas da peça. Nesta cena decorre a ação principal enquanto os dois escravos tentam enganar o Mercador e fazê-lo acreditar que Leónidas é Sáurea para conseguirem as vinte minas de prata. Os escravos insistem com o Mercador, mas este não muda de opinião e exige a presença de Deméneto para pagar pelos burros que vendeu ao mercador de Pelá. Os escravos, com a função de levar o público aos risos, ridicularizam e chegam até a insultar o Mercador por este não confiar nos dois escravos de Deméneto. O Ato II termina com o Mercador a forçar Líbano e Leónidas a encontrarem-se com Deméneto no foro para que o Mercador lhes confie o pagamento pelo negócio dos burros. O Ato III inicia-se com uma cena calma entre mãe e filha, Cleéreta e Filénio, respetivamente, para dar tempo aos escravos de irem com o Mercador à procura de Deméneto. A cena é marcada por uma controvérsia entre a jovem e a posição da mãe no “negócio de amor”. Cleéreta revolta-se com a desobediência da sua filha e com o seu amor por Argiripo, ao interferir no negócio que a alcoviteira conseguiu tecer com Diábolo. A pobre Filénio, triste, tenta resolver a situação com a sua mãe, mas fica desolada com a possibilidade de não estar com o amado durante um ano completo, como demanda Diábolo no seu contrato. A Cena II é curta, entre os dois escravos, Líbano e Leónidas, já de regresso do encontro com Deméneto no foro, na qual os dois estão contentes e vangloriam-se pelo furto bem-sucedido das vinte minas de prata ao Mercador.

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A cena final deste ato é a segunda cena mais cómica da peça. Representada pelos dois amantes, Argiripo e Filénio, e pelos dois escravos, Líbano e Leónidas, marcada pelo contraste entre a tristeza dos apaixonados e o tom cómico dos escravos. Inicialmente, aparecem os dois jovens em lágrimas por se separarem durante um ano caso Diábolo consiga o contrato com a alcoviteira, sem saberem do plano de Deméneto para ajudar o filho. Com a predominância da angústia e tristeza, Argiripo revela o desejo que sente de se suicidar por não poder ver Filénio e a jovem, apaixonada, demonstra-se capaz do mesmo ato caso o seu amado desapareça, pois é incapaz de viver sem ele. “Filénio Para onde vais com tanta pressa? Argiripo Ver-te-ei no Orco, pois eu estou disposto a pôr fim à minha vida o mais depressa possível. Filénio Por que razão, diz-me, me queres tu arrastar para a morte, quando não tenho culpa de nada?” – página 69 A segunda parte da Cena III começa quando os dois escravos decidem interceder na ação e começa então a sobressair o tom cómico e de gozo em relação à mágoa que pairava no casal. Líbano e Leónidas gozam com Argiripo e metem-se com Filénio pedindo-lhe que os acaricie e lhes preste os seus serviços amorosos. Quando os dois escravos confessam a Argiripo que têm na sua posse vinte minas de prata, em nome de Deméneto, para lhe entregar, a atitude do jovem apaixonado altera-se de imediato e este oferece-se para tudo em troca daquela pequena fortuna que para os dois amantes vale as suas vidas. Após se divertirem a gozar com os pobres apaixonados, os escravos revelam a condição que Deméneto impôs para que Argiripo recebesse as vinte minas de prata “mal conseguidas”, ou seja, roubadas – o velho deseja que a primeira noite de Filénio seja para usufruto dele próprio, e não do seu filho. Apesar de surpreso e incomodado, Argiripo, também agradecido pela ajuda, não hesita em aceitar o acordo proposto. A cena termina com o casal, na posse das vinte minas de prata, a dirigir-se a casa da alcoviteira Cleéreta onde encontrariam Deméneto. O Ato IV de duas cenas, ambas representadas por Diábolo e o Parasita. Na primeira cena, Diábolo, já com vinte minas na sua posse, pede ao Parasita que lhe mostre o contrato que redigiu para entregar a Cleéreta, com as condições que exige para usufruir de Filénio durante um ano sem que a jovem esteja com mais nenhum homem durante esse tempo.

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No final da cena, Diábolo e o Parasita dirigem-se juntos a casa da alcoviteira para selar o contrato. A Cena II começa depois de os dois estarem em casa de Cleéreta, agora de saída, com Diábolo furioso e surpreendido por ver a jovem Filénio a acariciar o pai de Argiripo. Com o desejo de vingança que sentiu, Diábolo decide enviar o Parasita a casa de Artémona, esposa de Deméneto e mãe de Argiripo, para lhe confessar o que viram dentro do bordel de Cleéreta. O ato termina com o Parasita em casa de Artémona para lhe contar o sucedido de forma imparcial. O Ato V e último da peça, também com duas cenas, decorre em casa de Cleéreta. Na Cena I estão Argiripo, Filénio e Deméneto. Nesta cena calma entre os três, Deméneto revela-se inquieto e preocupado com a tristeza que Argiripo aparenta e tenta que este se alegre, enquanto recebe carícias da mulher pela qual o seu jovem filho está apaixonado. A última cena da obra é também a última cena mais cómica devido aos insultos e agressões representados para fazer o público rir com a humilhação do velho homem, protagonizada pela família (Deméneto, Argiripo e Cleéreta), com Filénio e o Parasita. Inicialmente, Artémona entra em casa com o Parasita, mas mantêm-se escondidos para assistirem ao que se está a passar antes de intervirem. Enquanto escutam e vêm Deméneto a ser acariciado por Filénio, o velho solta afirmações humilhantes sobre a esposa e o Parasita, com o intuito de piorar a situação, ajuda Artémona a sentir-se mais zangada com o marido. Deméneto deseja a morte de Artémona e insulta-a, deixando a mulher irritada ao ponto de não aguentar e interferir na ação insultando, humilhando e ridicularizando o marido. Artémona agride o marido e obriga-o a sair do bordel para ir com ela para casa e termina assim a última cena da peça. “Artémona A mulher é que tem de arrancar este bacoco de cabelos brancos dos bordeis!” – página 103

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Comentário de opinião pessoal A Comédia dos Burros é uma comédia interessante que demonstra um pouco o modo de vida dos romanos da época de Plauto. Demonstra o caráter trapaceiro, enganador e ambicioso dos escravos, o interesse e desejo de ofertas das alcoviteiras, o amor que surgia com clientes do trabalho de acompanhante e o amor capaz de levar ao suicido do jovem apaixonado pela meretriz, e a personalidade do velho que procura o amor fora de sua casa. Apesar de ser uma adaptação de obras gregas, Plauto consegue dar o seu toque de originalidade a esta peça, mudando um pouco as caraterísticas das personagens, principalmente da jovem cortesã Filénio. A minha parte favorita da obra é durante o Ato III, na Cena III, por ser, na minha opinião, a parte mais cómica de toda a peça. O tom irónico e de gozo dos dois escravos e as peripécias que encontram para gozar com os dois jovens apaixonados entretém o leitor e divertem com as falas de brincadeira. O recurso aos “-inhos” que os escravos usam para falar com Filénio e pedir-lhe serviços está bem enquadrado na missão de fazer rir também os espectadores. Na minha opinião, o Ato IV, entre Diábolo e o Parasita, poderia estar mais desenvolvido e representar mais o momento em que Diábolo encontra Deméneto com Filénio dentro da casa da alcoviteira. Na cena final, as repetições de Artémona são um recurso importante novamente para causar o riso ao público enquanto humilham e ridicularizam o velho Deméneto. “Levanta-te, ó apaixonado, põe-te a andar para casa.” Plauto deixa em aberto a última fala para o público, com o intuito de deixar os espetadores a pensar na ação imoral do velho Deméneto e também para receber aplausos do público no final da peça. “Se este velho fez, às escondidas da sua mulher, o que lhe dava prazer, ele não fez nada de novo, nem...


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