Analise do filme sicko - Nota: 10 PDF

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O documentário SICKO- SOS Saúde, dirigido por Michael Moore, mostra a realidade de alguns sistemas de saúde, fazendo uma comparação entre os Estados Unidos que é o único país ocidental que não possui um sistema público de saúde e o sistema do Reino Unido, da França, do Canadá e de Cuba que são públicos. Através das situações reais que foram apresentadas fica evidente que o sistema de saúde privado nos Estados Unidos é um caos, os planos de saúde são extremamente caros e com grande índice de rejeição de usuários (por causa do peso, da altura, do histórico de doenças, ou de doenças específicas) e tem por objetivo principal a maximização dos lucros. Assim fica evidente, que além da negligência e da desumanização com a saúde dos norte americanos a falta de resolutividade e de uma saúde mais humanizada, não se refere apenas à saúde pública. Nesse documentário é possível ver o drama das pessoas que moram nos Estados Unidos quando adoecem e por não terem Planos de Saúde, passam humilhações e constrangimentos quando adoecem. Não há hospitais públicos para atender as pessoas , pois o controle não é do poder público e sim das empresas privadas, ou seja, o mercado é quem regula as ações e os serviços de saúde e na maior parte das vezes, para não dar cobertura às pessoas as “punem” por doenças preexistentes recusando assistência. As vantagens que foram propostas por Hillary Clinton ao anunciar um sistema de saúde universal, foram retaliadas pela oposição política e pelos empresários que produziam medicação, porque dessa forma iriam, no caso dos políticos, gastar dinheiro com serviços para a população e no caso dos empresários, deixariam de ter grandes lucros na venda de medicamentos que a partir de então seriam comprados e distribuídos pelo governo. É chocante como as empresas dos planos privados e farmacêuticas aterrorizam pessoas através do medo da implantação do socialismo no país, e a compra de políticos, para que tenham lucros cada vez maiores. Ao mostrar o funcionamento do sistema de saúde no Canadá, na França, no Reino Unido e em Cuba, é possível fazer uma ligação com o que está posto na nossa Constituição Federal, no que diz respeito à saúde, mais especificamente no artigo 196, onde está escrito que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Comparado ao modelo norte-americano o SUS é um sistema muito mais avançado, pois se trata de um sistema de saúde público, que possui como princípios a universalidade (Saúde como direito de todos e dever do Estado), Equidade (Justiça Social) e Integralidade (Engloba todos os níveis de complexidade de assistência à saúde. Ações de promoção, proteção e recuperação da saúde).

Porém, comparado com os outros modelos apresentados o SUS se mostra falho, pois apesar de ter esses princípios assegurados constitucionalmente, há falta de investimento na saúde. Segundo nossa Constituição os planos de saúde deveriam ter caráter complementar, mas o que presenciamos na maior parte das vezes é o oposto. Devido ao baixo investimento no SUS, recorre a atendimento público quem não pode pagar um plano de saúde privado. O SUS seria um sistema de saúde perfeito, se houvesse de fato a efetivação de sua teoria (se os profissionais fossem mais capacitados para a humanização e se não houvesse a grande a corrupção, que existe no Brasil). Para que o SUS seja um sistema que funcione com perfeição na maior parte das vezes é necessário que os usuários lutem por seus direitos através de movimentos populares, pois conseguimos a saúde pública como direito através de movimentos populares e através deles devemos continuar a afirmar como nosso direito e fazer valer o que está assegurado constitucionalmente....