Analise sociológica do filme terra para rose PDF

Title Analise sociológica do filme terra para rose
Author Bruno Feliz da Silva
Course SOCIOLOGIA
Institution Universidade Federal de Juiz de Fora
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Summary

Analise sociológica do filme terra para rose...


Description

Nome: Bruno Feliz

UFJF

Curso: Ciências Sociais

Data: 26/03/2018

RESENHA DO FILME: TERRA PARA ROSE. O Filme conta a história de Rose, uma mulher entre os doze milhões de brasileiros da época sem nenhum tipo de propriedade material, apenas sua integridade e disposição de viver uma vida melhor com seus dois filhos pequenos e marido, é o que dá forças para essa determinada mulher, viver em comunidade junto com outras milhares de famílias sem-terra que faziam parte da ocupação no latifúndio Anoni; um dos milhares de latifúndios localizados no norte do Rio Grande do Sul; uma fazenda entre as 2.000 que se encontravam em conflitos burocráticos com o Estado e a população sem-terra. O Filme se passa em meados do governo Sarney, período de redemocratização onde uma das pautas ainda latentes era redistribuição de terra. Segundo o ministério de desenvolvimento a estimativa era de 10 anos para acabar com os latifúndios do país, já deixando nítido a incapacidade do governo que acabava de iniciar o mandato em resolver a questão de Rose e de outros milhões de brasileiros. O longa acompanha a romaria de Rose e seus companheiros até a capital Porto Alegre, onde esperam organizar um protesto pacifico como forma de pressionar o Estado pela tão almejada redistribuição de terra na fazenda Anoni. A questão religiosa é nítida e importante no filme; por ela conseguimos entender sua capacidade de organização das massas menos favorecidas, além do culto e incentivo ao sentimento de esperança que consolava aquelas famílias sem – terra. Era na igreja católica de Porto Alegre, que os romeiros recebiam assistência alimentar e espiritual, talvez o caráter religioso desta manifestação tenha agido como alicerce de um movimento pacifico. Evitando assim, uma ação policial truculenta na metrópole gaúcha. A romaria rendeu frutos, a ação burocrática do Estado se mobilizou e algumas fazendas improdutivas foram desapropriadas. Como as lideranças do movimento estão acostumados ao jogo burocrático do Estado, os mesmos decidiram ocupar os arredores do INCRA gaúcho a fim de obter melhores respostas, visto que a desapropriação de terras não garantia acesso a todas as famílias ali presentes (cerca de 1.500); além de não garantir o direito de posse para os novos assentados, processo burocrático que poderia perdurar por até 10 anos como foi o caso de outros assentamentos pelo país. O argumento de muitos latifundiários de que as pessoas que ocupavam suas terras eram pessoas mal intencionadas, de pouca disposição para a labuta, aproveitadores, ligadas a partidos de esquerda e de ideologia comunista; assim como o do próprio Sr. Anoni, não corresponde a perspectiva de luta apresentada pelo documentário. Para Rose se fosse preciso, ela caminharia até Brasília para conquistar seu pedaço de terra no campo. Além do mais, as condições de sobrevivência daquelas famílias não era a das melhores para aqueles que almejam conforto e pouca labuta. O trabalho comunitário é regrado e diário, a comida é pouca e a individualidade não existe. O sentimento de sofrimento é presente nos rostos das crianças e dos adultos que ali vivem.

Crianças que viviam naquela ocupação não possuíam nenhum recurso público de saúde, educação ou segurança além do que era proporcionado pelas próprias famílias. Ambiente favorável a criar uma ideologia de combate pela igualdade mas também muito mais favorável para formar um novo exército de reserva, visto que as mesmas não possuíam os recursos educacionais necessários para competirem no mercado de trabalho. O filme se encerra de forma comovente relatando a morte da personagem foco do filme. Mais de 30 anos se passaram e nada mudou. O interesse do agronegócio agora instaurado nos mais altos escalões da política nacional, garantem a perpetuação deste jogo desigual. Milhares de Rose’s lutam e morrem todos os anos por almejarem e lutarem por mínimas condições de vida e produção. A perspectiva para este cenário, ainda é, uma das piores possíveis....


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