Resenha DO Filme PARA Sempre Alice PDF

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO II RESENHA: PARA SEMPRE ALICE

REFERÊNCIA PARA sempre Alice, Direção: Richard Glatzer, Wash Westmoreland; Lançamento: 6 de março de 2015 (Brasil). 1h39min. Autora: Lisa Genova. NEUMANN, Solange Maria; DIAS, Cristina Maria. Doença de Alzheimer: o que muda na vida do familiar cuidador?. Revista Psicologia e Saúde, v. 5, n. 1, jan. /jun. 2013, p. 10-17.

O filme Para Sempre Alice, tem como objetivo retratar as mudanças biopsicossociais que ocorrem em pessoas portadoras do Mal de Alzheimer e em seus familiares, tema apresentado também no artigo “Doença de Alzheimer: o que muda na vida do familiar cuidador?” que apresenta os desafios enfrentados pelos familiares responsáveis por cuidar dessas pessoas. O Mal de Alzheimer se caracteriza como perda das funções cognitivas como : memória, atenção e linguagem. Quando o diagnóstico é realizado no início do desenvolvimento da doença, é possível retardar o avanço da doença, dessa forma garante uma melhor qualidade de vida para o paciente e o familiar. O maior número de pacientes diagnosticado com Mal de Alzheimer são idosos, dessa forma a doença , geralmente, é confudida como esclerose” ou “caduquice”. O filme traz a história de Alice, uma professora universitária renomada que com 50 anos recebe o diagnóstico da doença de Alzheimer, uma doença degenerativa mais comum em idosos, mas que nela se apresenta precocemente e por isso precisa enfrentar uma nova e difícil forma de viver. A personagem também enfrenta o drama da doença ter sido transmitida geneticamente para seus filhos. Mostra também suas relações com a família e todas as diferentes reações ao decorrer da doença. Essa trama apresenta várias mudanças que ocorrem em todas as instâncias da vida de Alice, os relacionamentos profissionais e as perdas geradas pela doença, com o agravamento da doença, não conseguindo cumprir com seus compromissos profissionais, afastou-se do seu trabalho. O que gerou muito sofrimento, pois era uma parte muito valorizada de sua vida. Ela passa por esses sentimentos de perdas durante todo o filme, pois era uma mulher autônoma e ativa que de repente se depara com a necessidade permanente de cuidados, passa a ter um estado de dependência que causa um sofrimento tão grande que a própria Alice planeja suicídio para não chegar ao ponto de dependência total das pessoas. As relações com os filhos se mostram distintas entre si, já que mesmo estando presentes de alguma forma a única que se dispõe a morar com a mãe é a filha mais nova que, a propósito, tinha um relacionamento mais conflituoso com a

Alice antes do diagnóstico de Alzheimer, pois os outros filhos por ter mais compromissos profissionais ou ser casados não dispõem da mesma dedicação. Assim como o conjugue ,que de início observamos uma boa relação , com o decorrer da doença foi se afastando até aceitar um emprego longe e deixá-la aos cuidados da filha mais nova. Essa filha, por ter a responsabilidade de cuidar da mãe, poderá passar por diversas mudanças na sua vida, pois deverá dispor de muito tempo e esforço nesse processo de cuidar. Várias áreas de sua vida podem ser afetadas como a familiar, social, cuidado com a saúde, o que pode prejudicar seus próprios projetos de vida e podem ficar também mais vulneráveis a sofrerem transtornos psíquicos, podendo haver um comprometimento também em sua saúde física. A necessidade de assistência permanente ao doente leva o cuidador familiar a dedicar um número de horas ao cuidado, que pode levá-lo à exaustão e a dispender esforço físico além de suas possibilidades.(Neumann; Dias, 2013, P. 13)

E com tudo isso a sobrecarga fica muito grande porque em geral, apesar de haver muitos outros familiares, quase toda a responsabilidade recai sobre uma única pessoa, no caso do filme sobre a filha mais nova. Estudos apontam que geralmente a função de cuidador é assumida por uma única pessoa a quem cabe a tarefa de cuidar do idoso e, na maioria dos casos, esse papel cabe a uma mulher que é cônjuge ou filha. (Neumann e Dias, 2013, P.11)

Os sentimentos, enfrentados pelo cuidador, que permeiam essa relação com a pessoa doente como tristeza ao ver seu ente querido no estado de tanta dependência, o medo de passar pela mesma coisa se ficar doente ou a culpa quando, devido a essa sobrecarga física e emocional, perde a paciência com as consequências da doença, podem gerar ainda mais prejuízo para a qualidade de vida de ambas as partes. O familiar cuidador pode experimentar diversos sentimentos diante das perdas que envolvem o adoecer, mas diante da DA também vive as inquietudes pelo fato do paciente não poder dar um feedback adequado (Stuart-Hamilton, 2002). Entre outras consequências da doença, a perda da memória faz com que ela seja devastadora para a família (Rose apud Neumann e Dias, 2013, P12)

Para muitos dos cuidadores, a tarefa de cuidar do familiar com Mal Alzheimer é uma tarefa complexa e árdua. Dessa forma é preciso de um acompanhamento multidisciplinar para o cuidador, levando em conta que esta pessoa se torna vulnerável para desenvolver doenças e algumas psicopatologias. Esse acompanhamento é importante para o cuidador ter acesso a conhecimentos relacionados à doença e mostrar uma forma melhor de cuidar e compreender o processo da doença. O papel do psicólogo pode ser de extrema importância, pois este profissional é capacitado para dar suporte psicológico e emocional, dessa forma oferecendo uma alternativa de melhorar a qualidade de vida do paciente e sua própria realidade. O filme e o texto trazem questões muito importantes para serem discutidas , tanto sobre o Mal Alzheimer quanto das consequências negativas para os familiares cuidadores de portadores dessa doença. Trazendo reflexões sobre os diversos assuntos que permeiam o adoecer em seus vários estágios a partir da aparição dos sintomas e diagnósticos até as fases mais avançadas da doença. Uma boa forma, portanto, de profissionais psicológos , cuidadores ou familiares interessados em conhecer, de uma forma inicial, essa doença tão grave e complexa como o mal de alzheimer....