Apontamentos de História 10º ano PDF PDF

Title Apontamentos de História 10º ano PDF
Author Luisa Ribeiro
Course História
Institution Escola Secundária de Odivelas
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Summary

Apontamentos de História 10 º anoA identidade civilizacional da Europa OcidentalPoderes e crenças- multiplicidade e unidade A multiplicidade de poderes Com a queda do Império Romano do Ocidente, a Europa entrou no período da Idade Média (de 476 à queda do Império Romano do Oriente, em 1453) e duran...


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Aponta Apontamentos mentos de Hist História ória 10º ano A identidade civilizacional da Europa Ocidental Poderes e crenças- multiplicidade e unidade  A multiplicidade de poderes Com a queda do Império Romano do Ocidente, a Europa entrou no período da Idade Média (de 476 à queda do Império Romano do Oriente, em 1453) e durante este período a Europa nunca mais voltou a ter estabilidade política semelhante à do Império Romano; O poder dentro de cada Estado estava fragmentado em unidades: Senhorios; Principados; Comunas; Reinos. Por outro lado, a Europa também se encontrava fragmentada em três grandes divisões políticas: Monarquias, a oeste; Império, ao centro; Reinos, a leste. Os senhorios A nivel local, o poder sobre as populações era exercido por grandes senhores eclesiásticos e nobres, os senhorios. Esta organização derivava das necessidades de uma sociedade que se constituiria em tempo de guerra e sem instituições que fizessem a ligação entre o poder soberano e as populações. Com efeito, para poder dispor de exércitos bem equipados, os reis cediam partes do seu territorio a grandes nobres ou eclesiásticos, a fim de que estes os administrassem e , em contrapartida, mantivessem exércitos prontos a combater pelo rei. Os reis aceitavam que fossem os senhores a exercer as funções governativas e judiciais, permitindo-lhes impor aos camponeses as mais variadas taxas bem como prestações de outro géneros, por exemplo, as banalidades, ou seja, a obrigação dos camponeses utilizarem os equipamentos agrícolas do senhorio. Este duplo poder do senhor (económico, sobre a terra, e político, sobre os homens) é uma das características mais marcantes da Idade Media. Ducados e condados Os duques e condes constituíam os escalões superiores da nobreza medieval. Possuíam senhorios imensos, cuja extensão se ia alargando, devido a generosas doações régias e uma hábil política de casamentos. Estes senhorios englobavam, para além das terras agrícolas e aldeias, numerosas vilas e até importantes cidades. Os reinos Reino: Estado ou Nação cujo chefe político é um rei. A constituição de um reino estável implicava dois elementos essenciais: o reconhecimento da superioridade de uma família, à qual compete exercer a realeza, em regime hereditário. O rei detém sobre todos, independentemente da sua condição social, uma autoridade suprema, que deve utilizar para garantir o bem comum; a delimitação de um território, que se constitui como base do ligação entre o rei e os seus súbditos. Qualquer homem que nasça no reino depende do rei. O critério que estabelece esta subordinação ao rei é territorial. A constituição de um reino corresponde sempre a um processo de identificação entre um rei, um território e os seus habitantes. Este processo gera a convicção de que existem laços de tipo étnico, histórico, cultural e político que unem toda a comunidade. O império Á queda do Imperio Romano do Ocidente sobreveio o sonho de restauração de um império cristão. Tal sonho pareceu concretizar-se no ano 800, quando o Papa, no natal, em Roma, coroou como Imperador do Ocidente Carlos Magno, rei dos Francos, que pouco antes unificara territorialmente uma área que ia dos Pirenéus á Boémia e da Dinamarca á Itália.

Mas a existência deste império foi efémera, pois alguns anos apos a morte de Carlos Magno, esse territorio acabou dividido em 3 (Partilha de Verdun, 843), e seguiu-se um periodo marcado pelas constantes disputas territoriais entre os herdeiros e sobretudo pela investida sobre a Europa de um conjunto de novos povos invasores: normandos (vikings), húngaros (magiares) e muçulmanos. Durante este periodo, o poder central encontrou dificuldades em reagir. São os grandes senhores, em cada região, que assumem a organização da defesa e reúnem guerreiros para dar proteção ás populações. O enfraquecimento do poder central permitiu que muitos poderes públicos fossem transferidos para os grandes senhores locais, no que era já um processo de fragmentação do poder. O senhor imperial só renasceria mais tarde, na pessoa de Otão I, rei da Germania , que recebe do Papa a coroa imperial. Englobando territorios germânicos e italianos, e em resultado de uma aliança entre o Imperador e o Papa, este Imperio receberia o nome de Sacro-Imperio Romano-germânico (SIRG). Mas o SIRG nunca se conseguiu afirmar, e o poder imperial foi enfraquecendo devido a: Fatores de fracasso O SIRG tinha uma dimensão reduzida; O Imperador era designado por eleição, o que o tornava dependentes de príncipes e do Papa e impossibilitava a formação de uma dinastia; Na Europa afirmavam-se reinos cada vez mais organizados; Disputas permanentes entre o Papa e o Imperador relativamente á direção da Cristandade; Existência de principados praticamente autónomos. As comunas No século XI, quando a vida agrícola e comercial no Ocidente se intensificou, fazendo aumentar o número de cidades, ocorreu a criação de novos centros urbanos, os burgos. Pouco tempo depois da sua criação, os habitantes dos burgos (os burgueses) começaram a sentir necessidade de se libertarem e, para tal, era necessária a compra de uma carta ao senhor daquela terra, a qual podia conceder-lhes a libertação total ou parcial do domínio do senhor, dependendo da quantia paga. Outras vezes, a autonomia conseguia-se pela força, havendo lutas violentas contra o senhor. Surgia assim, na Itália, o movimento comunal, ou seja, o desejo dos burgueses de obterem liberdade, segurança, isenção de impostos feudais e justiça própria, desejos estes que eram sobretudo resultado do desenvolvimento comercial, que estava a ser prejudicado pela rígida estrutura feudal. A imprecisão de fronteiras Nos tempos medievais o poder político estava fragmentado numa multiplicidade de células que revestiam as mais variadas formas: impérios, reinos, senhorios e comunas. As fronteiras externas eram imprecisas e alteravam-se com frequência. O mesmo sucedia a nivel interno, com o desmembramento ou aglutinação dos senhorios, as liberdades conquistadas pelas cidades, as usurpações senhoriais e os progressos da autoridade real.  A unidade da crença Apesar de politicamente muito fracionada, a Europa Ocidental assumia-se como um conjunto unido pela mesma fé. A Igreja era a única instituição que, ultrapassando fronteiras, se estendia por todas as regiões, desempenhando um importante pepel junto das populações, ao mesmo tempo que contribuía para a construção de uma identidade comum. O poder do bispo de Roma Desde os inícios do Cristianismo que se reconheceu ao bispo de Roma uma dignidade especial. Mas a sua supremacia sobre os outros bispos nem sempre foi bem aceite, provocando essa situação, inclusive, algumas desavenças que culminaram no seculo XI, com o corte das relações entre o clero ocidental e o clero oriental. A cristandade ocidental face a Bizâncio O Imperio Romano do Oriente sempre se considerou herdeiro do mundo romano, assumindo-se como um espaço civilizado, possuidor de um nivel cultural superior ao dos “bárbaros” do Oriente. Constantinopla (Bizâncio) era o centro religioso deste Imperio. Aí oficiava em grego o patriarca da cidade, figura reconhecida por todo o clero cristão.

Mas entre o bispo de Roma e o patriarca de Constantinopla cedo surgiu uma intensa rivalidade, motivada por discordâncias doutrinas, mas sobretudo pela recusa do patriarca bizantino em aceitar a supremacia de Roma. A cristandade ocidental face ao Islão Maomé inicia a sua vida religiosa e acreditava ter sido escolhido por Deus para tirar os árabes da idolatria e conduzi-los á salvação, depois de lhe ter aparecido o anjo Gabriel que lhe teria dito: “Maomé, tu és o projeta de Ala. Prega!”. E até á sua morte, Maomé difundiu a palavra de Ala e fundou uma nova religião, o Islão. Os seus principios estão consagrados no Alcorão e constituem a verdadeira revelação de Deus: Crença num único Deus; Maomé é o seu profeta; Oração; esmola; jejum no ramadão; peregrinação a Meca uma vez na vida.

O quadro económico e demográfico- expansão e limites do crescimento  A expansão agraria e o crescimento demográfico Entre os seculos XI e XIII, a Europa Ocidental viveu um periodo de grandes prosperidade e crescimento demográfico. Esta prosperidade começou pelo mundo rural onde se verificou um conjunto de inovações: Expansão da superfície cultivada. Novas terras foram conquistadas para a agricultura, desbravaram-se bosques, secaram-se pântanos. Foi a epoca dos grandes arroteamentos: Progressos técnicos. Emprego crescente do ferro nos utensílios agrícolas; Melhor aproveitamento da força animal; Afolhamento com rotação trienal de culturas; Aproveitamento da energia hidráulica e eólica; Fertilização dos campos. Com isto, aumentou-se a produção e a produtividade da agricultura assim como dos recursos alimentares. O crescimento demográfico Na Idade Media, a abundância de alimentos reflete-se no número de pessoas. Á medida que as fomes recuam, recuam também as epidemias, porque, mais bem alimentada, a população torna-se mais resistente á doença. Entre os seculos XI e XIII, a Europa viu a sua população a duplicar, sobretudo na zona Ocidental, onde o surto demográfico foi mais acentuado.  O renascimento das cidades e a dinamização das trocas O surto urbano O dinamismo do setor agricola e comercial levou, entre os seculos X e XIII, ao renascimento das cidade assim, de origem romana ou fundação recente, as cidades aumentaram em número e tamanho, e depressa se tornaram pequenas para acolher todos os que a procuravam, nomeadamente os que vinham do campo á procura de melhores condições de vida e em fuga das imposições senhoriais. Mas as cidades, alem de crescerem, também se transformaram. A partir do seculo XII, assumem uma função essencialmente economica. É la que se estabelecem mercadores, banqueiros, artesãos, lojistas, que animam e enriquecem as cidades e que se tornam nos elementos mais característicos do burgo, derivando dai o nome de burgueses, e assim se individualizando um novo grupo social- a burguesia. A dinamização das trocas locais e regionais Algumas cidades medievais animavam-se em determinadas épocas do ano com a realização de grandes feiras internacionais. Mais eram os pequenos mercados de cariz agricola que alimentavam a vida economica de todos os dias e estabeleciam uma ligação continua entre a cidade e o campo. Eram periódicos e neles se comercializavam os excedentes da produção agricola. As necessidade de abastecimento da população urbana representavam para o camponês um mercado onde podia vender os seus excedentes, assim se integrando o mundo rural nos circuitos comerciais. Os mais assíduos a estes mercados eram os camponeses das aldeias mais próximas. Estes, contudo, não chagavam para satisfazer a procura.

As ligações cidade-campo eram estabelecidas por meio de profissionais- os almocreves- que atuavam como intermediários, abastecendo as cidades de géneros alimentares e, ao invés, as zonas agrícolas e produtos manufaturados Mas os mercados, a sua regulamentação e a sua eficácia no abastecimento das cidades, eram uma preocupação constante das autoridades urbanas. Era necessário garantir que os produtos chegavam ao seu destino, pelo que se proibia a venda pelo caminho ou fora das horas regulamentares. Havia que evitar os açambarcamentos ou os aumentos exagerados de preços, sempre sob a ameaça de severas punições.  As grande rotas do comercio externo O comercio externo teve igualmente um importante papel na dinamização da economia europeia dos seculos XI a XIII. Uma solida rede comercial passa a cobrir a Europa, apoiada por 3 polos: o Norte (flamengo e alemão), o Sul (italiano) e a zona intermedia como ligação norte-sul (champagne). A Flandres Prosperidade industrial. Várias cidades manufatureiras destacam-se na indústria dos lanifícios (produtos de luxo); Dinamismo comercial. A Flandres, graças á sua prosperidade e á sua posição geográfica, atraia mercadores de toda a Europa; Centro de confluência e redistribuição do comercio europeu; Facilidades comerciais. As cidades flamengas concediam um conjunto de privilégios aos mercados estrangeiros. O comercio da Hansa Hansa/Guilda: associação mercantil que tem como objetivo proteger os comerciantes de uma determinada região e defender os seus interesses. A maior era a liga Hanseática, que consagrava mais de 90 cidades do Norte de Europa. O facto de maior parte delas se situar em territorio germânico leva a que esta Liga seja também conhecida por Hansa Teutónica. Constituída no seculo XIII, o seu objetivo era assegurar o monopólio do comercio nos mares do Norte e Báltico. Produtos transacionados: cereais da Prússia e Polonia; peles, madeiras, gordura e peie seco da Rússia e Noruega. Realizavam também fretes marítimos. As cidades italianas e o domínio do comercio mediterrâneo Em 1095, o recuo muçulmano no Mediterrâneo abriu novas possibilidade comerciais ás cidades italianas, que assim, embora inimigas e rivais, retomam rotas comerciais antigas em direção á Asia, Síria e Egito e, inclusive, ao longínquo Oriente. Produtos Orientais: especiarias, tecidos, perolas, pedras preciosas, alúmen. Circulação de moedas de ouro; desenvolvimento da atividade financeira. As feiras de Champagne Norte de França, zona de Champagne. Região com boas condições geográficas, onde se realizavam periodicamente feiras de caracter internacional. Privilégios dados pelos reis para atrair feirantes: alojamento, armazéns, isenções fiscais, salvo-condutos (segurança na ida e volta), proteção contra agressões e contra a instauração de processos judiciais. Calendário preciso e encadeado. Mercado continuo. As novas praticas comerciais e financeiras A economia monetária sobrepunha-se lentamente á economia natural. Esta era um sistema económico em que toda a produção excedentária se destinava ao mercado, tornando as trocas essenciais e indispensáveis. O intenso desenvolvimento comercial obrigava a uma maior utilização da moeda e a inovações nas técnicas dos negócios: Cheques e letras de câmbio: funcionavam como um papel-moeda que evitava o uso do numerário. Assim, permitiam substituir o transporte de dinheiro vivo, sempre mais arriscado e volumoso, fazendo operações de pagamento em papel.

Sociedades comerciais: permitiam reunir capital a uma escala a que os particulares dificilmente poderiam ter acesso e, da mesma forma, repartir os lucros do negócio proporcionalmente a esse investimento inicial. Câmbios: eram uma necessidade constante numa economia de mercado que manuseava moedas tão díspares; Bolsas de mercadores: companhias de seguros que mediante o pagamento de certas quantias por frete realizado para um fundo comum, cobriam os riscos das viagens, na proporção dos capitais investidos.  A fragilidade do equilíbrio demográfico Durante toda a Idade Media, a morte foi uma presença constante no dia a dia das populações, atingindo sobretudo as crianças. Para esta tao elevada mortalidade contribuíam a falta de higiene, o atraso na medicina, mas, sobretudo, a fome e a peste. São estes os principais responsáveis pelo frágil equilíbrio demográfico dos tempos medievais. A quebra demográfica do sec.XVI É precisamente no crescimento populacional do seculo XIII que se devem procurar as razoes da quebra demográfica verificada no XIV. Nisso e num conjunto de circunstâncias adversas que aturaram em simultâneo e que acabaram por se traduzir num terrível periodo de recessão economica. A fome Nos fins do seculo XIII, a quantidade de alimentos que era possível produzir já não era suficiente para alimentar tantos homens. Ao esgotamento dos solos acrescentam-se as mudanças climáticas. O seculo XIV foi um periodo de pluviosidade intensa e acentuado arrefecimento. A chuva e o frio apodreciam as sementes e as colheitas perdiam-se. Nos inícios do seculo XIV, a fome regressou ao Ocidente. As doenças que se seguiram deixaram um rasto de miséria e morte, que os homens medievais interpretaram como um castigo divino para os seus pecados. Más colheitas, escassez, subalimentação, crises de subsistência. A grande peste Em 1348, uma terrível epidemia, a Peste Negra, abateu-se sobre o Ocidente. Trazida do Oriente, a Peste Negra foi a mais grave epidemia de que há memoria. A sua propagação foi rápida e causou uma mortandade sem precedentes. Desta tragedia resultou uma acentuada falta de mão de obra, situação que se traduziu numa desestabilização dos mercados. Com efeito, a diminuição da força de trabalho disponível repercutiu-se numa subida dos preços, numa subida dos salarios, e chegou a ter implicações no valor da moeda. A guerra O terceiro flagelo a contribuir para a queda do seculo XIV foi a guerra. Entre as inúmeras guerras, a mais importante foi a Guerra dos 100 anos, entre a França e a Inglaterra. Mas os efeitos devastadores das guerras resultaram mais das violências praticadas pelos exércitos sobre as populações do que as batalhas propriamente ditas. A aproximação das tropas, amigas ou inimigas, colocava os camponeses em pânico.

O espaço portugues- a consolidação de um reino cristão ibérico A fixação do territorio  A reconquista Foi no contexto da Reconquista cristã da Península Ibérica aos muçulmanos, que Portugal nasceu, como entidade política independente, e definiu o seu territorio.  Do termo da Reconquista ao estabelecimento e fortalecimento das fronteiras Quase meio século haveria de decorrer entre o termo da Reconquista (1249) e o estabelecimento definitivo das fronteiras portuguesas (1297). Com Leão e Castela outra luta se travaria.

Em 1252, Afonso X de Leio e Castela, acabado de chegar ao trono, reivindicou o ex-reino algarvio de Niebla (onde se incluía Silves), alegando que a sua soberania lhe havia sido cedida pelo respetivo rei mouro. Pelo Tratado de Alcanises, celebrado em 1297, entre D. Dinis e Fernando IV de Castela, ao mesmo tempo que se projetavam casamentos reais e uma paz de 40 anos baseada na “amizade e defesa mútuas”, fixavam-se os limites territoriais dos dois remos hispânicos. Com pequenas exceções, o território português adquiria a sua configuração definitiva, o que faz de Portugal o Estado europeu com as fronteiras mais antigas e estáveis.

O país rural e senhorial  Os senhorios- sua origem, detentores e localização Tal como na Europa além-Pirenéus, o senhorio peninsular configurou uma área territorial, mais ou menos extensa e nem sempre contínua, cujo senhor exercia poderes sobre a terra e sobre os homens que nela residiam. No caso português, os senhorios pertenciam ao rei, à nobreza e ao clero e a sua origem remonta à apropriação do território pelos cristãos O Norte Atlântico tornou-se a terra de eleição do senhorialismo nobre. Aí tiveram lugar as presúrias da fidalguia hispânica, reconhecíveis nos abundantes topónimos de origem germânica do Entre Douro e Minho. Também se exerceram os mais antigos cargos públicos, delegados pelos reis de Leão na nobreza condal. Tais cargos faziam-se acompanhar de dotações territoriais que os retribuíam. Ambos eram reconhecidos pelo nome de honores. O clero constituiu outro protagonista do senhorialismo do Norte Atlântico. Se os castelos, torres e solares expressam o poder nobre, os mosteiros e as sés são o símbolo do poder clerical. No Norte Atlântico, sobressaiam as casas das ordens religiosas. O Centro e o Sul converteram-se, mesmo, na zona dos grandes senhorios da Igreja. Com efeito, eram bem extensos os domínios que bispos, mosteiros e ordens religiosas militares possuíam a sul do Mondego  O exercício do poder senhorial: privilégios e imunidades A origem do poder senhorial teve como protagonista a nobreza senhorial do Norte Atlântico. Nas suas fileiras temos, de início, os infanções, que tinham funções públicas de governação de terras e castelos. No século XIII a supremacia dos infanções deixou de ser tão atenuada e deu lugar ao fidalgo. O lugar mais alto da hierarquia dos nobres ficou então ocupado pelos ricos-homens, que possuíam grandes domínios onde exerciam poder jurídico e gozavam de isenções fiscais. Outros graus de nobreza medieval eram preenchidos com: Os cavaleiros. Estes pertenciam à ordem militar da Cavalaria, dedicavam-se à guerra e deviam cumprir um código rigoroso de honra e cortesia; Os escudeiros. Nem todos eram nobres. Os não fidalgos deviam acompanhar o seu companheiro, ajudá-lo a vestir as armas e combater atrás dele O poder senhorial caracterizava-se mais pelo exercício de funções militares, jurisdicionais e fiscais d...


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