Apontamentos de História 12º ano PDF PDF

Title Apontamentos de História 12º ano PDF
Author Luisa Ribeiro
Course História
Institution Escola Secundária de Odivelas
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Apontamentos de História 12 º anoCrises, embates ideológicos e mutações culturais na primeira metade do seculo XXAs transformações das primeiras décadas do século XXUm novo equilíbrio globalA Primeira Guerra Mundial decorreu entre 1914 e 1918. Em 1919 começaram a celebrar-se os primeiros acordos da ...


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Aponta Apontamentos mentos de Hist História ória 12º ano Crises, embates ideológicos e mutações culturais na primeira metade do seculo XX As transformações das primeiras décadas do século XX Um novo equilíbrio global A Primeira Guerra Mundial decorreu entre 1914 e 1918. Em 1919 começaram a celebrar-se os primeiros acordos da paz (participando apenas os países vencedores). A Conferencia da Paz pretendia, assim, lançar as bases de uma nova Europa, através do estabelecimento de uma nova ordem internacional que garantisse a convivência pacífica entre as nações, surgindo um novo mapa geopolítico da Europa. As principais transformações ocorridas foram o desmembramento dos impérios, criação de novos países e alteração de fronteiras:  Após a transformação do império russo (domínio do czar) num estado soviético (revolução bolchevique,1917), é a vez dos restantes impérios (Alemão, Austro-húngaro e Otomano) se desmoronarem e darem origem a novos estados-nação: Finlândia, Estónia, Letónia e Lituânia (que faziam parte da Rússia),Polónia, Checoslováquia, Hungria, Jugoslávia (da Áustria); Os países vencedores (tais como a França, a Itália, a Bélgica) viram as suas fronteiras ampliadas ao contrário dos países derrotados (como a Áustria, Alemanha, Bulgária, Turquia), aos quais foram retirados vastos territórios. Com o desaparecimento dos impérios, a maior parte dos estados optam pela democracia liberal sob aforma de regimes republicanos (à exceção da Rússia soviética). A Alemanha foi a grande perdedora: perdeu 1/10 da sua população; ficou desmilitarizada (exército e armamento reduzido); perdeu todas as colónias. Foi-lhe retirada territórios, mas sentiu-se, sobretudo, alvo de uma grande humilhação, pois foi considerada a principal responsável pela guerra e foi obrigada apagar indemnizações aos países vencedores.  A Sociedade das Nações Em abril de 1919 surgiu, sob projeto do presidente Wilson e com a esperança de que não houvesse outro conflito mundial, a Sociedade das Nações (SDN). A SDN tinha como objetivos principais manter a paz e fomentar a entreajuda a nível internacional, através da cooperação económica e financeira entre os estados membros, promoção do desarmamento e a resolução dos conflitos pela via pacífica. Esta organização, no entanto, estava condenada ao fracasso, pois: Os países vencidos foram excluídos, quer dos tratados de paz, quer da SDN; Alguns dos países vencedores não estavam satisfeitos com as resoluções dos tratados de paz; Os EUA não integraram a SDN, contribuindo para o descrédito da organização. Como consequência, a SDN mostrou-se incapaz de desempenhar o papel de organizadora da paz.  A difícil recuperação da Europa e a dependência em relação aos EUA Durante a guerra, os EUA eram o principal fornecedor em bens e serviços à Europa. No final da guerra, perante uma Europa destroçada (estava arruinada, tanto material como humanamente), a perda da hegemonia europeia agravou-se em favor da ascensão dos EUA. No período pós-guerra, a Europa enfrentou graves problemas como a inflação, desvalorização da moeda, desemprego, enfim, um colapso económico. Evidenciou igualmente grandes dificuldades em reconverter a economia, o que agravou a sua dependência em relação aos EUA, aumentando os níveis de endividamento. A desvalorização da moeda e a inflação surgiram pois houve um recurso à emissão massiva de notas de modo a fazer face ás dividas, o que provocou uma desvalorização que se refletiu numa subida generalizada de preços (inflação), agravando mais as condições de vida das populações. Os EUA iniciaram, então, um período de franca prosperidade, são os designados “Loucos Anos 20” por viver um clima de euforia, otimismo e confiança no futuro. Em consequência, os países europeus ficam mergulhados em dívidas ao estado americano que afirmou a sua supremacia. A eventual recuperação da Europa deveu-se á ajuda dos EUA.

O declínio da europa A 1ª Guerra Mundial deixou a Europa arruinada, no plano humano e material. Perdas europeias: Demográficas: perdas humanas durante a guerra; diminuição da mão de obra; envelhecimento da população; excedente da população feminina; Materiais: a Europa, sobretudo a Central, em ruínas (cidades, fábricas, quintas e vias de comunicação destruídas); Económicas: racionamento dos bens essenciais; inflação galopante (os estados emitiram moeda, provocando a sua desvalorização); perda de poder de compra da classe média; Durante a guerra, a Europa tornou-se dependente dos Estados Unidos, o seu principal fornecedor. Assim, foi acumulando dividas. Acontece que, finalizado o conflito, as economias europeias registaram grandes e naturais dificuldades de reconversão, vocacionados que estavam para as produções bélicas, isto custoulhes a adaptação da indústria. A situação mostrava-se tão má como a situação de falta de mão-de-obra, dados os mortos e inválidos causados pela guerra. Os campos queimados pelos explosivos, não produziam. As fábricas, minas e frotas estavam destruídas e as finanças desorganizadas. Por isso, a Europa continuou compradora de bens e serviços americanos, e o endividamento agravou-se. Dá-se então uma crise economica. O recurso á emissão de notas afigurou-se, a melhor solução para multiplicar os meios de pagamento e fazer face ás dividas. Mas a circulação de uma maior quantidade de moeda, sem um inquirimento correspondente na produção, provocou uma desvalorização monetária que fez subir os preços. A fraqueza da moeda europeia já vinha desde o início do conflito, causado elo abandono do padrão-ouro e em consequência, da inconvertibilidade das moedas. Deu-se uma inflação, em 1920, com contornos gravíssimos entre os vencidos da guerra, obrigados ao pagamento de pesadas indemnizações. A ascensão dos estados unidos e a recuperação europeia Os Estados Unidos dedicaram-se á venda de armamentos, munições e etc. aos Aliados. Exportando estes produtos, ganhavam outros dos outros países. Em 1919, apresentavam uma imagem de sucesso, uma grande capacidade de produção e prospera na sua balança de pagamentos. Contudo, a economia americana não ficou imune ás dificuldades da Europa. Em 1920-21, deparam-se com uma breve crise, mas violenta, relacionada com a diminuição da procura externa. Isto provocou a descida da produção industrial e do índice de preços. O desemprego cresceu. Entretanto, a Europa procurava a estabilidade economica e monetária. A maio de 1922, reuniu-se a conferencia de Genova, onde se decidiu que as moedas europeias devia voltar á convertibilidade. Tal significa que, na ausência de reservas de ouro, uma moeda passaria a ser convertida numa outra moeda, considerada forte porque convertível em outro. Foi, porém, nos créditos americanos que repousou a recuperação europeia economica. Empréstimos, nomeadamente para a Alemanha, permitindo-lhe pagar as recuperações á França e á Inglaterra. Ficam estes países, consequentemente, em condições de reembolsar os EUA das dividas da guerra e dos empréstimos entretanto efetuados. A dependência da Europa em relação dos Estados Unidos era consagrada. Entre 1915 e 1929, o mundo capitalista respirou fundo. Agora, produzindo em massa para um consumo em massa, viveram-se os anos da prosperidade americana e os “felizes anos 20” na Europa. Este clima á caracterizado pelo otimismo e confiança na capitalismo liberal. A produção de petróleo e de eletricidade conheceu notáveis progressos, tal como a siderurgia e a química. Eletrodomésticos e automóveis satisfaziam a febre consumista de americanos e europeus.

A Implantação do marxismo-leninismo na Rússia  1917: o ano das revoluções Os antecedentes para a Revolução Russa de Fevereiro de 1917 foram:  O império russo era chefiado pelo czar Nicolau II sob a forma de uma autocracia, isto é, detinha o poder absoluto, o que provocava desagrado;

Ao defender a liberalização do regime, o descontentamento do povo manifestou-se sob várias formas (surgiram as primeiras assembleias de operários, os sovietes), sendo a Revolução de 1905 (Domingo Sangrento) uma delas, que originou uma certa abertura política por parte do czar (convocou eleições para o Parlamento (Duma), criou partidos políticos e aboliu certos privilégios da nobreza);  O descontentamento face ao regime político agravou-se com a participação da Rússia na primeira guerra mundial (milhares de mortos e desorganização da já débil economia russa); A sociedade russa era composta maioritariamente por camponeses, a burguesia ansiava para modernizar o país e por um governo parlamentar, o operariado era um grupo minoritário. Sendo tão desigualitária, não deixou de provocar anseios revolucionários. 

A Revolução de Fevereiro de 1917 (Revolução Burguesa) Em fevereiro de 1917, estavam reunidas as condições para acontecer uma revolução, onde a Burguesia ascende ao poder (daí a se designar Revolução Burguesa), pondo fim ao czarismo e instaurando um regime republicano na Rússia. Os revolucionários exigem a abdicação de Nicolau II e formam um Governo Provisório, constituído por Kerensky e Lvov (que governam sob uma república de tipo liberal). Veremos que será deposto pela revolução socialista de outubro de 1917, feita pelos comunistas. A Revolução de Outubro de 1917 (Revolução Soviética) No período entre fevereiro e outubro de 1917, a agitação social não diminuiu. Já não havia czar, mas a Rússia continuava na guerra e os problemas económicos mantinham-se. A nível político, a Rússia vivia numa dualidade de poderes (os governos liberais, por um lado, e os sovietes, por outro, que eram contra o Governo Provisório). Em consequência, em outubro de 1917, os bolcheviques, com o apoio dos sovietes, conduziram à Revolução Soviética, onde o Governo Provisório foi substituído pelo Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lenine. Trotsky e Estaline também foram figuras importantes na revolução. A Rússia transformou-se numa República não parlamentar e deu-se início a uma guerra civil (“Exercito Vermelho”comunistas “Exercito Branco”- liberais). Esta revolução foi responsável pela retirada da Rússia da guerra, e a nível ideológico foi responsável pela implementação dos princípios marxistas, através de Lenine. As suas ideias e a sua ação originaram o marxismo-leninismo. Os representantes do proletariado conquistavam o poder político.  A democracia dos sovietes ao centralismo democratico A democracia dos sovietes; dificuldades e guerra civil (1918-1920) A Revolução de Outubro foi vitoriosa graças ao apoio da população mais pobre da Rússia (camponeses, operários, etc.) organizada em assembleias denominadas sovietes. No dia seguinte á revolução, Lenine fez aprovar decretos revolucionários, no II Congresso dos Sovietes (Um Governo quando inicia as suas funções, tem que lançar decretos): decreto sobre a paz (convidava aos povos em guerra, á paz); decreto sobre a terra (aboliu a propriedade privada, entregando-a aos sovietes); Instaurando a paz e propriedade comunitária, os bolcheviques conseguiam, através dos decretos revolucionários, responder aos anseios dos sovietes que tanto haviam contribuído para o sucesso da revolução. Esta legislação revolucionária servia, assim, de instrumento para a criação de uma democracia dos sovietes, um sistema político que atendia ás necessidades do proletariado. O comunismo de guerra, face da ditadura do proletariado (1918-1920) De acordo com a teoria marxista, a ditadura do proletariado é a etapa de transição entre a sociedade capitalista e a edificação do comunismo (sociedade sem classes). No decurso dessa etapa, o proletariado (classe dominante), deveria “abater os opressores”, retirando todo o capital á burguesia, centralizando os meios de produção nas mãos do Estado. Assim se chegaria a um ponto onde já não havia desigualdade social, e o Estado (sendo um instrumento de domínio), deixaria de fazer sentido e cessaria de existir, e aí tornar-se-ia possível falar de liberdade. A ditadura do proletariado é uma etapa imprescindível para a construção de uma sociedade comunista, marcada pela supressão do Estado e pela eliminação da desigualdade social. A etapa final é então o comunismo.

O conjunto de medidas que conduziram á instauração da ditadura do proletariado denomina-se de comunismo de guerra (assim chamado devido ao facto de ter sido instaurada durante a guerra civil, 19181921). O comunismo de guerra sucedeu à democracia dos sovietes, substituindo os decretos revolucionários por novas medidas, mais radicais. Toda a economia foi nacionalizada (fazendo parte do Estado); Institui-se um regime de partido único, o Partido Comunista; O Terror institucionalizou-se com o estabelecimento da censura e a criação da Tcheca, polícia política. O centralismo democrático Em 1922 foi criada a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). A organização do Estado comunista da Rússia Soviética denominou-se de centralismo democrático, sistema que assentava nos seguintes princípios: O poder partia da base das sociedade, os sovietes. Os sovietes eram eleitos pela população por sufrágio universal, e a partir deles elegiam-se os poderes superiores; A organização do Partido Comunista seguia a mesma estrutura, as bases do partido elegiam os organismos superiores; Não existia separação clara dos poderes legislativo, executivo, judicial; Apenas o Partido Comunista era permitido, pois considerava-se que era o único capaz de representar o proletariado, ou seja, proibiam-se todos os outros; O Estado era controlado pelo Partido Comunista. A Nova Política Económica (1921-1921) A NEP consistiu numa viragem da economia, no sentido de superar a terrível crise económica herdada da guerra civil. Considerando que o comunismo teria de ser construído com base no progresso económico, Lenine passou a defender medidas do tipo capitalista (recuo estratégico, para o socialismo não se edificar sobre ruínas) para estimular a produção: Estabeleceu um imposto a pagar, em vez dos camponeses entregaram todos os seus excedentes; Permitiu a venda direta dos produtos dos camponeses; Aceitou a ajuda do estrangeiro; Eliminou o trabalho obrigatório. A NEP (1921-1927), resultou numa melhoria assinalável dos níveis de produção.

A regressão do demoliberalismo O impacto do socialismo revolucionário; dificuldades económicas e radicalização dos movimentos sociais; emergência de autoritarismo Os anos que se seguiram á Primeira Guerra Mundial trouxeram á Europa profundas dificuldades económicas e financeiras. Esta situação leva a um descontentamento generalizado que se traduzem greves e o espírito revolucionário estende-se por todo a Europa, isto é, o desespero das populações perante a crise leva à procura de novas soluções políticas e à adesão de projetos políticos extremistas, quer de esquerda, quer de direita: Os partidos de esquerda intensificavam a sua ação, denunciando os males do capitalismo. Na Alemanha, proclamou-se “uma república socialista”. Mesmo na França, na Grã-Bretanha e na Itália, a onda revolucionária de esquerda se fez sentir, inspirada pela III Internacional de Moscovo fundada em 1919 (que defendia a união do operariado a nível internacional, impondo o socialismo no mundo). Estes acontecimentos denunciavam as democracias liberais e a sua incapacidade em resolver os problemas económicos e sociais. No entanto, em países como a Alemanha e a Itália, o medo ao bolchevismo levou a que se apoiasse soluções políticas de extrema-direita, levando à adesão de regimes autoritários e fascistas (Jamais poderia agradar o controlo operário da produção à burguesia).A emergência dos autoritarismos, confirmava a regressão do demoliberalismo. 

O Komintern e o impacto do socialismo revolucionario(x) Radicalização social e política(x) Emergência de autoritarismo Os receios provocados pelas vagas revolucionárias favoreceram a ascensão de movimentos autoritários de direita, na década de 20. Estes movimentos eram defensores do nacionalismo e da ordem, contra o marxismo. Em Itália, formou-se o Partido Nacional Fascista. Benito Mussolini organizou a “Marcha sobre Roma” e tomou o poder. Os movimentos autoritários de direita alastraram por toda a Europa, desde a Hungria a Portugal. Na Alemanha, Adolf Hitler empreendeu um golpe em Munique, que tinha como objetivo iniciar uma revolução.

Mutações nos comportamentos e na cultura  As transformações da vida urbana No início do século XX, havia cerca de 180 grandes núcleos urbanos (Londres, Paris, Moscovo, etc.). Esta crescente concentração populacional provocou significativas alterações na vida e nos valores tradicionais, ou seja, um novo modo de viver e de conviver no meio da multidão. Adquire-se novas formas de sociabilidade , tendo o crescimento urbano originado a criação de novos comportamentos que se massificaram (isto é, generalização dos mesmos hábitos e gostos). A racionalização e a redução do tempo de trabalho, assim como a melhoria do nível de vida permitiram dispor de dinheiro e tempo para o divertimento e prazer, fazendo com que a convivência entre os sexos se tornasse mais ousada e livre (que rompia completamente com as antigas regras sociais). Adere-se à prática do desporto e ao uso do automóvel. A nova sociabilidade Na grande cidade, o individuo perde-se no meio da multidão a vida despersonaliza-se e, tal como os produtos da indústria, surge um modelo estandardizado (saem todos á mesma hora para o trabalho; habitam casas semelhantes; os lazeres tendem para a massificação). O crescimento d classe media e a melhoria do nivel de vida proporcionaram uma nova cultura do ócio, oferecendo inúmeras distrações. A anterior importancia dada ao trabalho, a pouco e pouco, é substituída pelo prazer do consumo e ânsia de divertimento. A convivência entre sexos, outrora contida por rígidas convenções sociais, torna-se mais livre e ousada. O advento do automóvel alarga estes espaços de lazer e incute o gosto pela velocidade. Este gosto pelo movimento fomenta a prática desportiva que entra nos hábitos quotidianos. O ritmo de vida, outrora lento, acelera-se, torna-se mais frenético nos anos 20. Embora esta nova sociabilidade se confine ás classes medias e abastadas, é ela que imprime uma marca de modernidade ás primeiras decadas do seculo, evidenciando a rutura com os valores e as convenções da rígida moral oitocentista. A crise dos valores tradicionais Os tempos de otimismo, de confiança na paz, na liberdade, no progresso e bem-estar que caracterizaram a viragem do século, ruíram subitamente com o eclodir da Primeira Guerra. A morte de milhões de soldados, a miséria e a destruição visíveis gerou um sentimento de desalento e descrença no futuro, que afetou toda a sociedade. Por outro lado, a massificação urbana, a laicização social que terminara com a influência da Igreja, e as novas conceções científicas e culturais são igualmente responsáveis pela rutura no padrão de valores e comportamentos sociais tradicionais. Deu-se uma profunda crise de consciência, que atinge toda a conduta social, falando-se assim duma anomia social (ausência de regras sociais). Esta crise de valores acentuou ainda mais as mudanças que já estavam em curso. A emancipação da mulher A crescente presença da mulher em todos os sectores de atividade, mais notada a partir da Primeira Guerra, proporcionava uma relativa independência económica e esteve na origem de uma consciencialização de que o seu papel no processo económico não tinha correspondência a um estatuto social e político dignos. No início do século XX, organizaram-se numerosas associações de sufragistas que

lutaram pelo direito de participação na vida política, etc. Contudo, só no final dos anos 20 foi reconhecido à mulher o direito ao voto e de exercício de funções políticas. Emancipadas e libertas de todos os preconceitos, as mulheres passam a adotar novos comportamentos sociais: frequentar festas e clubes noturnos; praticar desporto, fumar e beber livremente, etc. A valorização do corpo e da aparência conduziu ao aparecimento de uma nova mulher que usava o cabelo curto (à garçonette) e comas saias mais curtas e ousadas. A descrença no pensamento positivista e as novas conceções científicas; as conceções psicanalíticas O Positivismo impusera a ideia de que a ciência tinha a resposta para todos os problemas da Humanidade. Mas, no início do século XX, verifica-se uma reação antirracionalista e antipositivista, devido às teorias de alguns cientistas face à ciência (propunham o relativismo científico, ...


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