Apostila Patoclinica VET. UFPel 2015 PDF

Title Apostila Patoclinica VET. UFPel 2015
Author MARIA CAROLINA NARVAL DE ARAÚJO
Course Patologia Clínica Veterinária
Institution Universidade Federal de Pelotas
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Apostila de patologia clínica....


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Patologia Clínica Veterinária – UFPel -

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE VETERINÁRIA DEPARTAMENTO DE CLÍNICA VETERINÁRIA DISCIPLINA DE PATOLOGIA CLÍNICA LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

Material Didático Patologia Clínica Veterinária

Carmen Lucia Garcez Ribeiro

2015

Patologia Clínica Veterinária – UFPel -

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COLHEITA, CONSERVAÇÃO E REMESSA DE MATERIAL PARA EXAMES LABORATORIAIS 1. Introdução: A Medicina Veterinária expande os recursos e aprimora constantemente técnicas para realização de exames laboratoriais, tornando mais acessível, prático e econômicos o uso de meios auxiliares de diagnóstico na rotina profissional. O Médico Veterinário ao chegar à região onde irá desenvolver suas atividades profissionais deve procurar informar-se sobre o serviço de apoio que poderá dispor tanto na área de diagnósticos veterinários, quanto do(s) laboratório(s) de análises clínicas da cidade, visitando os laboratórios. Os laboratórios da área veterinária geralmente pertencem a instituições de ensino ou pesquisa estaduais ou federais, sendo necessário receber informações dos serviços disponíveis, áreas de atuação (patologia, bacteriologia, virologia, toxicologia,...), técnicas utilizadas, tipos de amostras e conservação das mesmas para os diferentes tipos de técnicas, meios de transporte mais rápidos e eficientes, além de conhecer e manter contato com os profissionais dessas instituições contando com seu apoio quando necessário. Os laboratórios de análises clínicas principalmente em cidades do interior, trabalham na sua maioria para medicina humana, cabendo ao Veterinário informar-se do tipo de equipamentos disponíveis para realização do hemograma, pois a maioria dos contadores são ajustados ao tamanho dos eritrócitos humanos inviabilizando a sua utilização para a maioria das espécies domésticas, exceto a canina. Como os eritrócitos de quase todas as espécies animais, são menores que os humanos a cada amostra deveria ser calibrado o aparelho. Nesses casos o médico veterinário deve solicitar a hemocitometria manual em câmara de Neubauer, e o microhematócrito(mais preciso que a avaliação anterior). O contato prévio com os laboratórios facilita a conduta do profissional para acessar esses recursos, abre um canal de discussão com outros profissionais especialistas em diferentes áreas, padroniza o tipo de recipiente, conservantes e outras variáveis em conformidade com as normas e orientações técnicas de cada laboratório. O exame mais confiável, realizado em laboratório extremamente adequado e modernamente equipado, conduzido por profissionais excepcionalmente qualificados e interpretado pelos mais conceituados especialistas não supera o erro causado por uma técnica de coleta, tratamento ou conservação não apropriada da amostra. É fundamental que o profissional adote algumas medidas que passarão a ser rotina, iniciando pela preparação do paciente, passando pela coleta, manuseio, conservação e remessa da amostra ao laboratório. O Veterinário deve, portanto padronizar a coleta de amostras minimizando o máximo possível as variáveis que possam interferir nos resultados. 2. Variáveis relacionadas ao paciente: Alguns fatores relacionados ao paciente podem influenciar o resultado dos exames laboratoriais, e devem ser levados em consideração no momento da coleta da amostra, ou quando impossível evita-los serem considerados ao interpretar os resultados, são eles: 2.1. exercício-

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3 O animal submetido a exercício físico pode ter seus parâmetros hematológicos totalmente alterados. Amostras colhidas nessas condições apresentarão hematócrito elevado, sobretudo naqueles animais que apresentarem elevada resposta esplênica. Também ocorre elevação na contagem total de leucócitos, devido ao fluxo sangüíneo acelerado e a liberação dos hormônios de estresse. Essas são alterações que voltam a normalidade alguns minutos ou horas após a realização de exercício. Quando a atividade física excessiva for prolongada poderá causar elevação de enzimas resultantes da atividade muscular (creatinaquinase-CK, aspartato-aminotansferase-AST e lactato desidrogenase-LD). 2.2. estresse emocionalAnimais que saem do ambiente familiar e são levados para local estranho comumente ficam estressados, determinando alterações sistêmicas. O mesmo pode ocorrer com alguns animais quando são levados ao veterinário, nesses casos pode ocorrer liberação de epinefrina, que determina elevação da glicose sangüínea e aumento no número de leucócitos circulantes (leucocitose), no gato principalmente pela elevação do número de linfócitos (linfocitose) e nas demais espécies devido a migração ou recirculação de leucócitos, principalmente neutrófilos, do compartimento vascular marginal para o circulante (neutrofilia). Se houver liberação de glicocorticóides endógenos ocorrerá neutrofilia pelo aumento de neutrófilos segmentados, linfopenia e eosinopenia, o que caracteriza o que podemos denominar de “leucograma de estresse”. 2.3. dietaOs animais devem ser submetidos a jejum de 8 a 10 horas prévio a coleta de amostra de sangue, caso contrário podem apresentar taxas de glicose e colesterol elevados, interferindo em outros testes. Animais monogástricos podem apresentar lipemia pós-prandial que predispõe a hemólise “in vitro”, alterando resultados do eritrograma, bem como elevando AST e LD séricas. 2.4. drogasO uso de algumas drogas pode interferir nos resultados de exames laboratoriais. A tetraciclina interfere na determinação da glicose sérica, enquanto o ácido ascórbico quando administrado ou produzido endogenamente (cão), pode influenciar os testes de glicose e nitrato do exame químico da urina. A administração terapêutica de glicocorticóides altera a atividade fisiológica do paciente, aumentando a contagem total e diferencial de leucócitos, podendo em cães aumentar a atividade hepática elevando fosfatase alcalina(ALP) e alanina aminotransferase(ALT). Já a administração de insulina diminui as concentrações séricas de glicose, fosfato e potássio. A padronização do procedimento de colheita é indispensável e própria de cada clínica e/ou profissional minimizando fatores externos que possam interferir nos resultados das análises laboratoriais, mantendo o animal em ambiente tranqüilo, o menos estressado possível, preservando as condições de jejum , quando possível e necessário,antes de adotar qualquer medida terapêutica (salvo casos de monitoramento da eficácia terapêutica), etc. Essas atitudes são de plena responsabilidade do Médico Veterinário, que deve estar consciente de todas as conseqüentes alterações e repercussão de suas atitudes no resultado final e confiabilidade dos exames laboratoriais. 3. Variáveis relacionadas à amostra: Conforme os exames solicitados devem-se proceder à coleta do material biológico adequado.

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3.1 Amostras de sangue total 3.1.1 Amostras de sangue total contendo anticoagulanteSão usadas para confecção de esfregaços e pesquisa de hemoparasitas, além da realização do hemograma no máximo até 24 horas após coleta, quando conservadas sob refrigeração. Anticoagulante e indicações: Amostras de sangue total poderão ser colhidas em tubos com o anticoagulante fornecido ou indicado pelo laboratório que executará o hemograma. Em veterinária o anticoagulante de eleição é o etileno diamino-tetraacetato de sódio ou potássio (EDTA), na concentração de 10 mg para 5ml de sangue, ou seja, 0,1 ml de solução de EDTA a 10%/5 ml de sangue total. São encontradas no comércio soluções aquosas de EDTA, prontas para uso, ele interage com o cálcio sérico impedindo sua ação no processo de coagulação,preserva a morfologia celular e seu custo é baixo. Laboratórios humanos preferem usar heparina como anticoagulante (1 mg/5 ml de sangue ou 0,1 ml a 1%/5 ml de sangue), porém em poucas horas poderá alterar a morfologia dos leucócitos dificultando a contagem diferencial à nível de esfregaço, e tem preço elevado. A heparina tem ação antitrombínica e antitromboplastínica. Para determinação de níveis séricos de glicose deve ser utilizado plasma com EDTA e fluoreto de sódio, pois esse último inibe a glicólise que seria efetuada pelos eritrócitos e leucócitos “in vitro”. 3.1.2 Amostras de sangue total sem anticoagulanteSão colhidas em tubos de ensaio e deixadas em repouso por 30 a 60 minutos, para que ocorra coagulação, retração do coágulo e separação do soro. Dessas amostras é extraído o soro que é indicado para análises bioquímicas, e também quando é necessário a titulação ou simplesmente a pesquisa da presença de anticorpos contra determinados agentes infecciosos. Alguns veterinários remetem soro ao laboratório para determinação de níveis séricos de glicose, o que não é recomendado. 3.2 Recipientes de coleta e transporte: Amostras de sangue colhidas com seringas descartáveis ou de vidro, sempre que possível devem ser transferidas para tubos contendo anticoagulante, quando necessário. Nesses casos a agulha deve ser desacoplada da seringa e o sangue deve ser vertido lentamente escorrendo pela parede do frasco, exercendo suave pressão no êmbolo da seringa e misturando com o anticoagulante por sucessivos e suaves movimentos de inversão (10 X). Hemólise A hemólise "in-vivo" (patologia) é rara. Pode-se evitar a hemólise "in-vitro" através de: • uso de agulha limpa e afiada. • evitar pressão negativa excessiva na seringa durante a aspiração do sangue. • permitir que o álcool aplicado no local da punção do vaso seque completamente antes de se proceder à coleta. •desacoplar agulha da seringa e deixar o sangue escorrer lentamente pela parede do frasco, exercendo suave pressão no êmbolo da seringa • agitação e manuseio delicados da amostra e do tubo, inclusive ao homogeneizar com o anticoagulante

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• centrifugação adequada. • remoção imediata do soro do coágulo. • não usar material quente (recém tirado de fornos de esterilização) • evitar umidade do material (recipiente ou tubo de armazenagem, seringa de vidro) que entrar em contato com a amostra.

Para coleta podem ser usados tubos de auto-enchimento (à vácuo), que existem à disposição no comércio, cuja coloração da rolha varia de acordo com o exame ao qual se destina a amostra de sangue (Figura 1). Deve-se ter o cuidado de não encher demais os tubos de auto- enchimento com rolha lilás ou rocha, pois quando coletado sangue em maiores quantidades que as recomendadas teremos formação de coágulos, que também ocorrerão quando não houver perfeita homogeneização do sangue com o anticoagulante. Recipientes limpos, secos, frios (não usa-los logo após retirados de fornos ou estufas), herméticos (fechados com rolhas de borracha), geralmente aqueles frascos tipo de penicilina são os mais econômicos para colocar amostras para hemograma.

Figura 1. Tubos comerciais para coleta de sangue Rolhas

Anticoagulante

Setor

Material

EDTA

Hematologia

Vidro ou plástico

Gel separador com ativador de coágulo

Sorologia e bioquímica

Vidro ou plástico

Citrato de Sódio

Hematologia (Coagulação)

Vidro

Siliconizado sem anti-coagulante

Sorologia e bioquímica

Vidro ou plástico

Heparina Sódica

Bioquímica e Imunologia

Vidro

Bioquímica

Vidro ou plástico

Fluoreto de sódio + EDTA

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3.3. Manuseio da amostra: As análises químicas e bioquímicas são feitas na porção extra-celular do sangue(plasma ou soro). O manuseio da amostra deve ser o mínimo e mais delicado possível, pois substâncias intra-celulares podem surgir quando ocorrer hemólise (proteínas, albumina, cálcio, ALT, AST), o que fatalmente afetará os exames.Também os parâmetros do eritrograma são alterados em função de hemólise. 3.4. Conservação da amostra: Sangue total com anticoagulante deve ser mantido em refrigeração por períodos máximos de 24 horas. Soro pode ser refrigerado por algumas horas ou para preservar por períodos mais longos deve ser congelado, evitando-se congelamentos e descongelamentos repetidos que afetam as proteínas séricas. Esfregaços de sangue em lâminas de vidro devem secar no ambiente, podendo ser remetidos ao laboratório fixados, ou não, em metanol. Devem ser confeccionados dois ou três esfregaços de cada material coletado. 3.5. Remessa da(s) amostra(s) ao laboratório As amostras devem ser identificadas individualmente com etiquetas auto-adesivas, fita crepe ou diretamente no vidro escrevendo com caneta tipo retro projetor. Lâminas de vidro devem ser acondicionadas em embalagens adequadas, ou embaladas de modo que não haja atrito para não danificar os esfregaços, sendo remetidas sem qualquer conservante. Todo o material deve ser acompanhado de ficha de identificação, com o maior número de informações possíveis, onde deve constar história clínica, suspeita diagnóstica, análises requisitadas, telefone para contato, etc. As amostras devidamente acondicionadas em caixa de isopor, contendo gelo embalado em saco plástico (o que dificulta o contato da amostra com o gelo ou água de degelo), devem ser encaminhadas ao laboratório o mais rápido possível, evitando os fins de semana. Os locais recomendados para punção venosa para obtenção de amostras de sangue para triagem diagnóstica ,como hemograma e perfil bioquímico, são veia jugular, em caninos pequenos, felinos, eqüinos e bovinos, e veia cefálica ou jugular, em caninos de médio a grande porte. Esses exames geralmente requerem de 5 a 12mL de sangue, dependendo do laboratório e da complexidade dos procedimentos de triagem.

Tabela 1. LOCAIS DE COLETA DE SANGUE E AGULHAS INDICADAS EM ANIMAIS DOMÉSTICOS ESPÉCIE ANIMAL CANINOS

VEIA CEFÁLICA,JUGULAR,SAFENA

AGULHA 25x7; 25x8; 25x9; 25x12

FELINOS BOVINOS EQÜINOS OVINOS E CAPRINOS SUÍNOS

CEFÁLICA,JUGULAR,SAFENA JUGULAR, COCCÍGEA JUGULAR JUGULAR CAVA ANTERIOR

25x7; 25x8 40x12; 40x16 40x12; 40x16 40x10; 40x12; 40x16 40x12; 40x16

25x7 = 25 mm DE COMPRIMENTO E 0,7 mm DE CALIBRE

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ERITROGRAMA/ERITROGÊNESE

1. INTRODUÇÃO Os exames hematológicos estão entre os mais práticos e econômicos, além de maior utilidade na rotina clínica. Isto deve - se ao fato de que o tecido sangüíneo tem por função principal manter a homeostase corpórea; deste modo, é um "espelho" do animal no momento da colheita Juntamente com o exame de fezes e a urinálise, o hemograma forma a primeira linha de exames, ou seja, exames de triagem clínica. Quando bem indicado e o material bem colhido e adequadamente acondicionado, pode prestar auxílio ao clínico quer no diagnóstico, no prognóstico como no controle terapêutico.

1.1.1

1.1 SANGUE: Composição: O sangue é composto por uma parte líquida (55 a 60% do sangue total) e outra celular (40 a 45 %). A parte líqui da, chamada plasma "in vivo", ou "in vitro" quando com anticoagulante, possui 90% de água, 7% de proteínas(fibrinogênio, albumina e globulinas) ,e 3% dos mais variados solutos orgânicos, como minerais, enzimas, hormônios, gordura, etc. Quando ocorrer coagulação do sangue, a parte líquida é chamada soro, e não contém fibrinogênio. A parte celular é composta pelos eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Os leucócitos são constituídos pelos granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e os agranulócitos (linfócitos e monócitos).

1.1.2 Funções: A principal função do sangue é o transporte, tanto de substâncias essenciais para a vida das células ( oxigênio, gás carbônico, nutrientes, hormônios ), quanto de produtos oriundos do metabolismo e indesejáveis para o organismo, que são levados aos órgãos de excreção. Ao sangue também é atribuído o papel de defesa imunológica, hemostasia e diversos outros, como o transporte de calor. 1.1.3 Volume: O volume sangüíneo normal nas espécies domésticas está em torno de 6 a 10 % do peso corporal, com grande variação entre e intra - espécies. Dentre os pequenos animais, o cão possui aproximadamente 9 a 10 % e o gato 7 % ; por esse motivo a anemia nos gatos é mais severa.

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Tabela 2. VOLEMIA X PESO CORPORAL EM ANIMAIS DOMÉSTICOS Peso corporal

Animal

ml de sangue/kg 88 - 110 77 - 78 66 - 77 62 - 66

% 10 - 11 8-9 7-8 6-7

Suínos adultos

55

5-6

Animais de laboratório

-

6-7

Vacas leiteiras jovens, cavalos de corrida Cães Vacas lactantes, bovinos em crescimento Vacas não lactantes, ovelhas, cabras, gatos, cavalos de trabalho

2. HEMATOPOIESE 2.1 HEMATOPOIESE PRÉ - NATAL: A hematopoiese durante a vida uterina inicia-se no vitelino, fígado, baço e medula óssea que tornam - se sucessivamente hematopoiéticamente ativos . O saco vitelino inicialmente é colonizado por células pluripotenciais embrionárias, surgindo os primeiros eritroblastos; neste estágio, há o início da formação vascular do embrião. As células pluripotenciais migram até o fígado, iniciando a produção de hemácias, leucócitos e plaquetas. A hematopoise esplênica se segue, mas na maioria das espécies é pouco representativa. A medula óssea assume gradativamente o papel da hematopoiese, até que ao nascimento torna-se o principal sítio de produção eritrocitária. 2.2 HEMATOPOIESE PÓS - NATAL : A hematopoise ocorre extravascularmente na medula dos mamíferos; nas aves a granulopoiese ocorre em sítios extravasculares e a eritropoiese ocorre intravascularmente. Não existem megacariócitos na medula das aves e os trombócitos provavelmente são produzidos intravascularmente por uma linhagem celular específica A medula óssea de todos os ossos é hematopoiéticamente ativa ao nascimento e durante a vida neonatal. Esta atividade envolve a produção vigorosa de eritrócitos e outras células mielóides. A fase de crescimento rápido do jovem é associada à expansão do volume sangüíneo, com grande demanda de eritrócitos na medula. Como a demanda por eritrócitos diminui na idade adulta, a hematopoiese se restringe a medula de alguns ossos do corpo. Nos demais locais a medula vermelha, hematopoieticamente ativa, é substituída por medula amarela. A medula continua ativa (medula vermelha) nos ossos chatos (esterno, costelas, crânio e vértebras) e nas epífises dos ossos longos (úmero e fêmur). Quando houver aumento da demanda eritrocitária, a medula amarela pode ser novamente ativada; entretanto na fase senil esta medula amarela passa a medula cinzenta, já fibrosada de difícil e vagarosa expansão. ÓRGÃOS ENVOLVIDOS NA HEMATOPOIESE  MEDULA: a medula óssea vermelha é composta de várias células sangüíneas e seus precursores, células reticulares, fibras reticulares, camadas endoteliais de sinusóides e células adiposas. As células adiposas ocupam o lugar das ilhas hematopoiéticas na substituição da medula vermelha por medula amarela.

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 BAÇO: - armazena e elimina hemácias; - hematopoiese inicial.  FÍGADO : - hematopoiese inicial; - depósito de vitamina B¹² e ácido fólico (fatores de multiplicação das hemácias); - depósito de ferro na forma ferrosa (fator de maturação de hemácias); produz os fatores de coagulação, com exceção do VII; - produz albumina, eritropoietinogênio,  e  globulinas; - realiza o metabolismo das bilirrubinas.  ESTÔMAGO: - produz o fator intrínseco que facilita a absorção da vitamina B¹²( ruminantes sintetizam essa vitamina); - auxilia a absorção de ferro com a produção de ácido clorídrico, que transforma a forma férrica em ferrosa.  LINFONODOS: - produzem linfócitos T e B.  MUCOSA INTESTINAL: - absorve ferro, vitamina B¹² e demais nutrientes necessários para a hematopoiese.  RINS: - produzem eritropoietina e eritrogenina.  SISTEMA MONOCÍTICO FAGOCITÁRIO: - macrófagos. 3.ERITROCINÉTICA 3.1 CICLO ERITROCITÁRIO:...


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