Apostilamodernismo 123 Fases PDF

Title Apostilamodernismo 123 Fases
Author Max Aládio
Course Literatura Brasileira moderna
Institution Universidade Federal do Pará
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Apostila sobre modernismo 1, 2 e 3 fase...


Description

MODERNISMO NO BRASIL SEMANA DE ARTE MODERNA E 1ª FASE Foi durante a Primeira República, que surgiu no Brasil o modernismo, um movimento de renovação cultural inspirado nos movimentos artísticos de vanguarda europeia e que se fez sentir em todas as expressões da cultura brasileira. Marco do modernismo no Brasil, a Semana de Arte Moderna de 1922, ocorreu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro. Quando um grupo de artistas plásticos e intelectuais reuniu-se no Teatro Municipal de São Capa do catálogo da Paulo, para apresentar recitais de música e poesia, exposição desenhada por Di palestras e danças, exposições de pintura, escultura Cavalcanti. e arquitetura. O grupo composto por intelectuais do Rio de Janeiro e São Paulo propunham uma nova estética, revolucionando todas as formas de expressão artísticas, rompendo com a tradição acadêmica e as influências da cultura europeia, principalmente a francesa, e inspirando-se nas raízes culturais brasileiras, com total liberdade de expressão. As inovações e ousadias do grupo chocaram o público que reagiu com vaias e insultos, e recebeu duras críticas da imprensa. Apesar das vaias e das críticas, com o tempo, o movimento provocou importantes mudanças no cenário da arte brasileira. Participaram da Semana de Arte Moderna, os escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Manuel Bandeira, Agenor Barbosa, Guilherme de Almeida, Plínio Salgado e Sérgio Milliet; os artistas plásticos Brecheret, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Vicente do Rêgo Monteiro; os músicos Heitor Villa-Lobos e Guiomar Novaes, entre outros. Antes mesmo da Semana de 22, alguns artistas plásticos e intelectuais brasileiros, influenciados pelos movimentos vanguardistas europeus, como o cubismo, dadaísmo, expressionismo, futurismo, surrealismo etc. já sugeriam novas concepções artísticas para a pintura e a escultura no país. Oswald de Andrade desde 1912, já defendia as ideias contidas no Manifesto Futurista, do poeta italiano de vanguarda Filippo Marinetti, que por meio de seus manifestos divulgava a nova linguagem. Em 1913, Lasar Segall, pintor lituano, realizou uma exposição na cidade de São Paulo e em Campinas, apresentando as novas tendências da pintura moderna, no Brasil.

A pintora Anita Malfatti, que tivera seu primeiro contato com a arte moderna em Berlim, onde estudara, realizou em 1917, a primeira exposição “moderna” em São Paulo, com pinturas, aquarelas, desenhos, caricaturas e gravuras. Seus retratos deformados e de cores berrantes provocaram uma verdadeira revolução entre os artistas e intelectuais de São Paulo. A exposição O Homem Amarelo - Malfatti recebeu duras críticas, inclusive de Monteiro Lobato, que qualificou seus trabalhos como uma “nova espécie de caricatura”. Vários intelectuais saíram em defesa da artista, entre eles Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, e o artista Di Cavalcanti. As críticas acabaram funcionando como estímulo à realização da Semana de Arte Moderna. A Semana de 22 A abertura do evento, no dia 13, foi feita por Graça Aranha com a conferência “A Emoção Estética na Arte Moderna”, que atacava o conservadorismo e o academicismo da arte brasileira. Seguiram-se leituras de poemas. Manuel Bandeira leu o seu ensaio A Escrava que não Era Isaura na escadaria do teatro. Apresentaramse a pianista Guiomar Novaes e o maestro e compositor Heitor Villa-Lobos, que não foi poupado de vaias, ao subir no palco de casaca e descalço para reger a orquestra. Na segunda noite, enquanto Menotti del Pichia expunha a plataforma geral do movimento, Mário de Andrade declamou “Paulicéia Desvairada” e Ronald de Carvalho, “Os sapos”, de Manuel Bandeira, que fazia uma sátira do Parnasianismo. O público reagiu com vaias, latidos, miados, relinchos. O tumulto foi tanto que as galerias do teatro tiveram que ser fechadas. A terceira noite foi mais tranquila, pois foi reservada somente à música. Literatura Mário de Andrade e Oswald de Andrade foram as maiores expressões da primeira fase do movimento modernista.

Mário de Andrade (1893-1945), poeta e romancista, professor de música, crítico de arte e um dos principais teóricos do movimento modernista. Sua primeira obra modernista, “Paulicéia Desvairada”, publicada em 1922, apresenta alguns princípios como a liberdade formal, o uso de expressões populares, busca de uma gramática brasileira, não portuguesa, e o aprofundamento da análise da realidade nacional, marcada pelo passado colonial e pela mistura de raças. Oswald de Andrade (1890-1954), romancista, poeta, dramaturgo e ensaísta, uma das figuras mais importantes do modernismo. Em 1928, ao lado de Tarsila do Amaral, lançou o Movimento Antropofágico, que propunha a “devoração cultural das técnicas importadas para reelaborá-las com autonomia, convertendo-as em produtos de exportação”.

Outros intelectuais participantes da Semana de 22, como Menotti del Picchia e Plínio Salgado seguiam rumos diversos. Com tendências nacionalistas e conservadoras, eles fundaram o Movimento Verde-amarelismo.

Pierrete - 1922

Abaporu

Artes Plásticas Emiliano Di Cavalcanti, um dos idealizadores da Semana de 22, e o grupo de pintores modernistas, foram profundamente influenciados pelo cubismo. Movimento artístico que procurava decompor as imagens em figuras geométricas. Seus maiores representantes foram o espanhol Pablo Picasso (1881-1973) e o francês Georges Braque (18821963). Essa estética vinha sendo desenvolvida por vários artistas europeus e no Brasil a temática (mulatas, negros, índios) assumiu também uma forma cubista. A pintora Tarsila do Amaral, não participou da Semana de Arte Moderna, mas nasceu desse movimento. Depois de uma viagem a Minas Gerais, realizada em 1924, na companhia de artistas modernistas, criou um estilo próprio, geométrico na forma e caipira na temática e no uso das cores rosa e azul. A partir de 1928, os quadros da pintora começaram a apresentar figuras desproporcionais, pintadas em cores fortes. A tela Abaporu, denominação indígena para antropófago, data dessa nova fase.

Música Maestro e compositor, Heitor Villa-Lobos (1887-1959), participou da Semana de 22, onde apresentou “Danças Características Africanas” e “Impressões da Vida Mundana”, entre outras obras. Após realizar uma viagem ao Norte e Nordeste do país, onde pesquisou cantigas folclóricas para reutilizá-las em suas peças musicais: choros, sinfonias, coros e músicas de câmara. Villa-Lobos ganhou projeção na Europa e nos Estados Unidos, onde regeu algumas de suas composições. No Brasil, o músico contribuiu para a renovação do ensino musical, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Em maio de 1922 o mesmo grupo se reuniu para publicar a revista modernista Klaxon, para sistematizar e divulgar as ideias modernistas que era realmente revolucionária, não só pelo conteúdo de seus textos, as imagens e a diagramação, mas também porque nela havia a contribuição de artistas estrangeiros. A revista teve curta duração, seu último número saiu em janeiro de 1923. Outro importante acontecimento, fruto da Semana 22, foi o Manifesto Antropofágico escrito por Oswald de Andrade, em 1928, incitando os artistas, como os antigos comedores de gente, a alimentarem-se de todas as influências possíveis, desde a arte dos índios tupis até a dos modernos europeus. Com isso, ele queria que os artistas devorassem e digerissem todas as formas já experimentadas para depois criarem uma nova, tipicamente brasileira. “Só a antropofagia nos une...” é assim que começa o manifesto. A Semana de Arte Moderna, significou o marco inicial do movimento modernista no Brasil. Embora influenciado pelas vanguardas europeias, o movimento estimulou escritores e artistas a criarem uma cultura com características nacionais, valorizando as raízes brasileiras.

NO ENEM

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo. 27 set.2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prof. Gráfica. 2012. (Foto: Reprodução) O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem a) b) c) d) e)

direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais. forma clássica da construção poética brasileira. rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol. intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética. lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.

Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros modernistas a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais. b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional. c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa. d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma

liberdade artística ligada à tradição acadêmica. e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.

(Tarsila do Amaral. “O mamoeiro”, 1925. Óleo s/ tela; 65 x 70 cm. IEB-USP.)

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro “O mamoeiro”, identifica-se que, nas artes plásticas, a

a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas. b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano. c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico. d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada. e) forma apresenta contornos e detalhes humanos.

O trovador Sentimentos em mim do asperamente dos homens das primeiras eras… As primaveras do sarcasmo

intermitentemente no meu coração arlequinal… Intermitentemente… Outras vezes é um doente, um frio na minha alma doente como um longo som redondo… Cantabona! Cantabona! Dlorom… Sou um tupi tangendo um alaúde!

ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005. Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval, remete à brasilidade. b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas. c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9). d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade. e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.

(GABARITO 1ª FASE MODERNISMO: 1-A, 2-A, 3-B, 4-D)

MODERNISMO NO BRASIL 2ª FASE

“A eleição de 1° de março de 1930 para a sucessão de Washington Luís representava a disputa entre o candidato Getúlio Vargas, em nome da “Aliança Liberal”, que reunia Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, e o candidato oficial Júlio Prestes, paulista, que contava com o apoio das demais unidades da Federação. O resultado da eleição é favorável a Júlio Prestes; entretanto, entre a eleição e a posse, que se daria em novembro, estoura a Revolução de 30, em 3 de outubro, ao mesmo tempo em que a economia cafeeira sentia os primeiros efeitos da crise econômica mundial. A Revolução de 30, que levou Getúlio Vargas a um governo provisório, contava com o apoio da burguesia industrial, dos setores médios e dos tenentes responsáveis pelas revoltas na década de 20 [...] Desenvolve-se, assim, uma política de incentivo à industrialização e de facilitação de entrada do capital norte-americano, em substituição do capital inglês.” DE NICOLA, José. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. Editora Scipione. 7ª edição. 1993.

Érico Lopes Veríssimo nasceu em Cruz Alta, em 1905 e faleceu em Porto Alegre, em 1975. Concluiu o 1º grau (antigo ginásio) em Porto Alegre. De volta a sua cidade natal, empregou-se no comércio, foi bancário e sócio de uma farmácia. Em 1930, transferiu-se para Porto Alegre, onde, depois de trabalhar algum tempo como desenhista e de publicar alguns contos na imprensa local, empregou-se na Editora Globo como secretário do Departamento Editorial. Viajou duas vezes aos Estados Unidos, onde ministrou cursos de literatura brasileira.

OBRAS Romance: Clarissa(1933); Caminhos cruzados(1935); Música ao longe(1935); Um lugar ao sol(1936); Olhai os lírios do campo(1938); Saga(1940); O resto é silêncio(1942); O

tempo e o vento: I - O continente(1948), II - O retrato(1951), III - O arquipélago(1961); O senhor embaixador(1965); O prisioneiro(1967); Incidente em Antares(1971). Conto e novela: Fantoches(1932); Noite(1942). Memórias: Solo de clarineta I(1973); Solo de clarineta II(1975). Publicou ainda várias obras de ficção didática e literatura infantil, além de narrativas de viagens. CARACTERÍSTICAS DA OBRA Costuma-se dividir a obra de Érico Veríssimo em três grupos: 1) Romance urbano: Clarissa, Caminhos cruzados, Um lugar ao sol, Olhai os lírios do campo, Saga e o Resto é silêncio. As obras desta fase registram a vida da pequena burguesia porto-alegrense, com uma visão otimista, às vezes lírica, às vezes crítica, e com uma linguagem tradicional, sem maiores inovações estilísticas. Desta fase destaca-se Caminhos cruzados, considerado um marco na evolução do romance brasileiro. Nele, Érico Veríssimo usa a técnica do contraponto, desenvolvida por Aldous Huxley (de quem fora tradutor) e que consiste mesclar pontos de vista diferentes (do escritor e das personagens) com a representação fragmentária das situações vividas pelas personagens, sem que haja no texto um centro catalisador. 2) Romance histórico: O tempo e o vento. A trilogia de Érico Veríssimo procura abranger duzentos anos da história do Rio Grande do Sul, de 1745 a 1945. O primeiro volume (O continente), narra a conquista de São Pedro pelos primeiros colonos e é considerado o ponto mais alto de sua obra. 3) Romance político: O senhor embaixador, O prisioneiro e Incidente em Antares. Escrito durante o período da ditadura militar, iniciada em 1964, denunciam os males do autoritarismo e as violações dos direitos humanos. Desta série destaca-se Incidente em Antares. NO ENEM Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor. Lembro-me de que certa noite eu teria uns quatorze anos, quando muito encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam carneado. (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode agüentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (...) Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer

luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto. VERÍSSIMO, Érico. Solo de Clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978. Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura, (A) criar a fantasia. (B) permitir o sonho. (C) denunciar o real. (D) criar o belo. (E) fugir da náusea.

Graciliano Ramos marcou a literatura brasileira com obras que retratam a vida do homem nordestino no sertão. O escritor fez parte da 2ª fase do modernismo, que teve o regionalismo como principal característica. Raquel de Queiroz, Jorge Amado e José Lins do Rego foram alguns autores que compartilham a fase com Ramos. Em importantes obras, como “Vidas Secas” e “São Bernardo”, é possível perceber o realismo utilizado pelo autor para descrever as dificuldades da vida no sertão. Por ter vivido grande parte da vida no interior de Alagoas, Graciliano conhecia de perto essa realidade. Pela ligação com o comunismo, Ramos foi preso durante a ditadura de Vargas. O período na prisão foi retratado em “Memórias do Cárcere”, que traz um episódio importante da história: a entrega de Olga Benário aos alemães. O livro foi lançado sem o último capítulo, já que o autor morreu antes de terminar a obra. Estilo O autor Graciliano Ramos não faz grandes inovações linguísticas, o foco dele é na narrativa. Como o importante é o retrato da situação do homem nordestino, os floreios na linguagem são evitados. O estilo de escrita é claro e conciso. Em certos trechos, lembra o modo de fala mais rude do interior que Ramos retrata. O escritor busca contar como o povo nordestino vive e as dificuldades no sertão. É possível identificar nas obras o pessimismo e a crítica social.

NO ENEM No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena: Não se conformou; devia haver engano. (…) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho: A) “Não se conformou: devia haver engano” B) “a Fabiano perdeu os estribos” C) “Passar a vida inteira assim no toco” D) “entregando o que era dele de mão beijada!” E) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou”

Jorge Amado nasceu no sul da Bahia, na região conhecida como ‘Região do Cacau, onde ficam os municípios de Canavieiras, Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Santa Luzia, Una e Uruçuca. Jorge Amado nasceu em Itabuna, no 10 de agosto de 1912 e faleceu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001. O autor é representante da segunda fase do Modernismo no Brasil, que é a chamada fase dos romances regionalistas. A obra de Jorge Amado é dividida pelos críticos literários em três blocos:

1) Romances da Bahia ou proletários que retratam a vida na cidade de Salvador, como é o caso de Suor, O país do Carnaval e Capitães da areia; 2) Romances ligados ao ciclo do cacau, que correspondem aos livros Cacau, e Terras do Sem Fim; 3) Crônicas de costumes, começadas com Jubiabá e Mar Morto, e estendendo-se por Gabriela, Cravo e Canela. NO ENEM Texto I Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezess...


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