APS Pronta - Atividade Prática Supervisionada de Teorias da Comunicação no tema Brumadinho PDF

Title APS Pronta - Atividade Prática Supervisionada de Teorias da Comunicação no tema Brumadinho
Author Jéssica Karagulian Fortes
Course Teorias Da Comunicação
Institution Universidade do Anhembi Morumbi
Pages 12
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Summary

Atividade Prática Supervisionada de Teorias da Comunicação no tema Brumadinho associado as teorias da agulha hipodérmica e Agenda Setting...


Description

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI JÉSSICA KARAGULIAN VICTOR AZEVEDO THIAGO MIGUEL

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS)

São Paulo 2019

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI JÉSSICA KARAGULIAN VICTOR AZEVEDO THIAGO MIGUEL

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS)

Trabalho apresentado como exigência parcial para a disciplina de Teorias da Comunicação do curso Relações Públicas da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação do Prof. João Nery

São Paulo 2019

INTRODUÇÃO APS: Selecionar 2 (duas) Teorias da Comunicação e redigir um texto, explicando cada teoria; fazer uma comparação entre ambas, dando exemplos de sua aplicação. Tema a ser avaliado: Rompimento da barragem de Brumadinho Teorias aplicadas: Agulha Hipodérmica e Agenda Setting MATERIAL DE PESQUISA MÍDIA

DATA

EDIÇÕES

REVISTA CARTA CAPITAL

29/01/2019

S/ Nº DE EDIÇÃO

REVISTA CRUSOÉ

01/02/2019

EDIÇÃO Nº 40

REVISTA ISTOÉ DINHEIRO

01/02/2019

EDIÇÃO Nº 1106

REVISTA ISTOÉ

01/02/2019

EDIÇÃO Nº 2595.

JORNAL BRITÂNICO THE GUARDIAN

26/01/2019

S/ Nº DE EDIÇÃO

JORNAL NORTE- AMERICANO NEW YORK TIMES

20/02/2019

S/ N º DE EDIÇÃO

TÍTULOS LUCRO ACIMA DE TUDO LAMA ACIMA E TODOS VALE DA MORTE O QUE ESPERAR DA MAIOR MINERADORA BRASILEIRA DEPOIS DA TRAGÉDIA DE BRUMADINHO? DESASTRES NÃO. CRIME. ATÉ QUANDO VAMOS ACEITAR TANTA NEGLIGÊNCIA? COLAPSO DA BARRAGEM NO BRASIL: 10 CORPOS ENCONTRADOS E CENTENAS DESAPARECIDOS UMA ONDA DE LAMA.

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Agulha Hipodérmica Os estudiosos de comunicação compartilhavam da ideia de que existia uma mídia controladora e poderosa diante dos comportamentos da sociedade de massa. A pesquisa em comunicação de massa então ganha importância nos Estados Unidos por volta dos anos 20, a escola norte-americana na década de 30 desenvolveu um modelo que buscava de alguma maneira compreender as influências dos meios de comunicação de massa que determinavam o comportamento da população, esse modelo ficou conhecido então como a Teoria da Bala Mágica, ou a Teoria da Agulha Hipodérmica, fazendo parte dos estudos das teorias de comunicação, que se constituem por um ajuntamento de aprendizados que englobam a comunicação social. Entre 1914 e 1918, durante a 1ª Guerra Mundial, a propaganda foi um meio muito usado pelos países que guerreavam entre si, como um artefato político para mover a população em torno do esforço da guerra e a desmoralização do inimigo. Assim, a Agulha Hipodérmica surgiu em um período entre guerras, sob grande impacto da propaganda política consequente da 1ª guerra mundial; que foi vista como uma tentativa de dominação sociocultural a fim de criar uma sociedade alienada, uma ideia que partia dos países recém-saídos da guerra. A teoria foi reflexo das primeiras reações dos estudiosos em relação a comunicação de massa, sendo caracterizada pelo seu vínculo com os meios de comunicação de massa e a vivência dos indivíduos diante dos comandos ditatoriais. Como consequência do que foi visto diante da vivência da sociedade com os regimes totalitários juntamente com os meios de comunicação, o quanto as propagandas do período entre guerras conseguiram unir nações inteiras em torno de um senso comum, passou-se a acreditar como a mídia era capaz de manipular e ordenar o modo como as pessoas deveriam se comportar. O domínio do pensamento da população era visto como algo fácil, pois a teoria consiste que os indivíduos eram iguais entre si e totalmente fáceis de manipular, como uma bala mágica, pensava-se que bastava “atingir o alvo” e a propaganda teria êxito e atingiria a todos igualmente.

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Figura 1

Os primeiros teóricos da comunicação não conheciam o poder das diferenças individuais e ao longo do tempo com a difusão das ideias a respeito do conjunto dos meios de comunicação de massa (jornal, rádio, televisão etc.). Os pesquisadores consideraram a teoria hipodérmica simplista demais, entretanto, foi utilizada para a formação de novas teorias. Acreditando assim que a mídia não poderia ser capaz de alcançar a mesma reação de todos os receptores; mas sim, prever algumas diferentes espécies de comportamento. A teoria possui características notáveis que não há considerações sobre as variáveis intervenientes no processo comunicativo, também como exclui o contexto pelo qual ocorre a comunicação; a teoria se baseia muito no fenômeno de comunicação de massa e, sob os efeitos da propaganda. Caracteriza-se também pela observação da vulnerabilidade das pessoas e suas mentes manipuláveis, outro aspecto é observado pelo resultado da “mensagem emitida = mensagem entendida/recebida”, usa-se o modelo mais simplista para exemplificar essa ideia: E -----> R, entretanto a passividade do receptor é a principal característica do indivíduo nesta teoria. O domínio do pensamento da população era visto como algo fácil, pois a teoria consiste que os indivíduos eram iguais entre si e totalmente fáceis de manipular, como uma bala mágica, pensava-se que bastava “atingir o alvo” e a propaganda teria êxito e atingiria a todos igualmente.

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A teoria foi o primeiro passo para desenvolver os estudos comunicacionais de massa, que permitem o atual eficiente fluxo ininterrupto de informações, por ser muito simplista e excluir muitas vertentes do processo comunicativo, desde a primeira metade do século passado a teoria tem sido contestada por quase todas as teorias da comunicação. Estudos demonstram que os indivíduos não são tão controlados assim, e surgem novas teorias que contestam ela. A melhora da teoria hipodérmica começa nos anos 40, por meios de análises de que os meios enfrentam possuem vários limites, e as reações ”iguais” dos indivíduos não são levadas em conta o a diferenciação entre eles do tipo de organização social e a estrutura psicológica de cada. Agenda Setting

Surge nos anos 70, em um contexto de análise dos efeitos dos meios de comunicação, o início do estudo da teoria do Agenda Setting. Iniciando uma nova etapa na investigação sobre os efeitos da comunicação em massa, cria-se um conceito de poder que o jornalismo exerce sobre a opinião pública, esse poder refere-se à teoria da agenda setting, que em definição simples é um tipo de efeito social da mídia. A teoria tem embasamento na hipótese de que a mídia, pela seleção, disposição e incidência de suas notícias, determina os temas sobre os quais o público falará e discutirá. Esse conceito não se distancia muito da realidade, visto que há constantemente notícias selecionadas e dispostas com diferentes níveis de ênfase, como por exemplo capas de revistas e jornais. Os primeiros no estudo da teoria do agendamento, ao tratar deste tema, confirmam que a mídia tem a capacidade de influenciar a projeção dos acontecimentos na opinião pública. Na hipótese da agenda setting a mídia é apresentada como agente modificador da realidade social, apontando para o público receptor sobre o que se deve estar informado. Na perspectiva dos autores, esta construção configura-se como um poder que os meios de comunicação exercem sobre a sociedade. Os pioneiros na apresentação da hipótese do Agenda Setting foram Maxwell McCombs e Donald Shaw em seu artigo intitulado The Agenda Setting Function of Mass Media (1972). Este estudo tinha o propósito de investigar a capacidade de

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agendamento dos medias na campanha presidencial de 1968 nos Estados Unidos, além de confrontar o que os eleitores de Chapel Hill (local escolhido para a realização da pesquisa) afirmaram serem as principais questões da campanha, os autores pretendiam averiguar também se as ideias que os votantes julgavam como temas mais relevantes eram moldadas pela cobertura jornalística dos meios de comunicação. A agenda setting possui influência direta nos meios de comunicação globais, e a aplicação da tal pressupõe que notícias desses meios são da maneira que se encontram, pois, os veículos comunicacionais nos induzem em que pensar e até mesmo na forma que vamos pensar. Em quase todos os estudos sobre assunto é feita uma relação entre a agenda midiática (com seus meios de comunicação em geral) e agenda pública, tendo então na maioria dos casos viés político, porém os objetivos não são verificar mudanças de voto, mas sim o quanto a influência da mídia altera a opinião dos cidadãos sobre assuntos políticos a serem debatidos. Ainda sobre política, se tomarmos como exemplo a cidade de São Paulo, entre tantos problemas na cidade o que mais se fala nos meios de comunicação é sem dúvida do caos diário de transito e da violência, torna-se então a principal abordagem em promessas políticas em época de candidatura tais tópicos, enxergase nesse momento a teoria da Agenda Setting, mesmo efeito acontece quando por exemplo em épocas festivas como foi a Copa do Mundo e as Olimpíadas que tornam então destaque as medalhas e seus respectivos competidores e transmissões dos jogos, ao invés dos mesmos problemas citados anteriormente, parece que em um momento não se fala mais sobre as mesmas coisas, o assunto em qualquer roda de conversa deixa de ser o trânsito ou a violência e torna-se então os esportes olímpicos, por exemplo. Entende-se então que a teoria apresentada por Maxwell McCombs e Donald Shaw, tem de fato propriedade pois como os exemplos citados, a grande massa apresenta aspectos de que são manipuláveis pelas mídias em geral.

Rompimento da barragem de Brumadinho

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As capas e manchetes analisadas dos jornais e revistas no Brasil, Estados Unidos e Reino Unido a respeito da veiculação do rompimento da barragem de Brumadinho, mostraram em seus diferentes posicionamentos e forma, como podemos associar e identificar características das teorias aqui explicadas apenas no modo como foram anunciados o desastre em 25 de janeiro, que desencadeou a avalanche de lama que destruiu casas, vegetações e matou várias pessoas e animais. Segue abaixo, as 4 capas das revistas selecionadas que foram veiculadas no Brasil no mês de janeiro e fevereiro e os Jornais veiculados no EUA e Reino Unido utilizados para avaliação:

Figura 2 – Capa da Revista Carta Capital – 29/01/2019 – S/ Nº de edição Figura 3 – Capa da Revista Crusoé – 01/02/2019 – Nº de edição 40

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Figura 4 – Capa da Revista Istoé Dinheiro – 01/02/2019 – Nº de edição 1106 Figura 5 – Capa da Revista Istoé – 01/02/2019 – Nº de edição 2595

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Figura 6 – Jornal Norte-Americano New York Times – 20/02/2019 – S/ Nº de edição

Figura 7 – Jornal Britânico The Guardian – 26/01/2019 – S/ Nº de edição, tradução: Colapso da barragem no Brasil: 7 corpos encontrados e centenas desaparecidos.

A veiculação da tragédia em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019, em diferentes países, nos trouxe um olhar diferente de como a mídia se posiciona. A divulgação, posicionamento e opinião formada em diferentes capas/manchetes no Brasil, Estados Unidos e Reino Unido selecionadas aqui, no material de pesquisa, nos mostra características que podemos atrelar e refletir as teorias de comunicação. Utilizamos como base, o poder de agenda dos meios de comunicação, teoria da agenda setting, e a teoria da bala mágica ou agulha hipodérmica, teoria da comunicação que enxerga a mensagem como uma injeção ou uma "seringa hipodérmica" na massa. Como foi mencionado, a teoria da agenda setting desenvolveu-se pelos estudos dos efeitos cognitivos da comunicação de massa, sob o pensamento de que a mídia que determina e agenda os assuntos que farão parte das conversas dos telespectadores de notícias, apontando assim que público tende a dar mais importância aos temas que tem maior repercussão nos meios de comunicação. Nas capas aqui divulgadas, pudemos perceber que no Brasil, as mídias passaram a

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impressão de que esperava um 'próximo' desastre ambiental para poder divulgar seu posicionamento político, já que a divulgação da notícia foi ‘montada’ rapidamente após o rompimento. Sabemos que hoje, uma das principais características determinantes para uma pessoa optar por suas preferências e interesses na busca de informações na mídia ou para basear suas opiniões, é também o posicionamento político dos meios de comunicação onde são divulgados os diversos acontecimentos. Depois da tragédia de Mariana, onde também aconteceu o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em 5 de novembro de 2015, onde até então era considerado o maior desastre ambiental; muitos meios de comunicação apenas anunciaram o desastre, e posteriormente começaram a vir investigações a fundo da real causa ou quais ações humanas acarretaram o rompimento. Com isso, os meios de comunicação já repercutiram da época para cá, suas opiniões de cunho político ao sempre divulgar o porquê do rompimento, os responsáveis e como questões legais e políticas estão ligadas a este ponto; assim, quando ocorreu o rompimento de Brumadinho, foi um estopim para o assunto mais falado da semana e até no mundo, tanto que, os meios de comunicação logo no começo de fevereiro, poucos dias depois do acontecimento, já divulgaram e agendaram suas matérias sobre o rompimento da barragem da mineradora Vale do Rio Doce. A repercussão da tragédia foi tão veiculada e agendada pela mídia como principal tema da semana, que nos jornais principais aqui divulgados do exterior, Estados Unidos e Reino Unido, como o The New York Times e The Guardian, a notícia foi veiculada como manchete ou assunto principal da edição em janeiro e fevereiro, repercutindo como um dos maiores desastres ambientais da história no Brasil, lamentando as perdas que essa tragédia levou. Dessa forma, vemos que assim, a veiculação da tragédia de Brumadinho pela mídia, tende a refletir características da teoria da agenda setting, ao agendar e decidir o assunto mais falado do público no mês de janeiro e fevereiro no mundo. Já a teoria da agulha hipodérmica, como vimos, desenvolveu-se pelos estudos de que existia uma mídia controladora e poderosa diante dos comportamentos da sociedade, remetia compreender as influências dos meios de comunicação de massa como fator determinante na conduta da população, introduzindo na sociedade em massa, qualquer posicionamento e veiculação como verdade absoluta. Nas capas aqui divulgadas, pudemos perceber que no Brasil, a veiculação da tragédia foi noticiada juntamente ao posicionamento político que cada

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meio midiático tinha, associando a causa da tragédia, na maioria deles, como um ‘crime’ ambiental causado por um ‘crime’ político, como muitos usaram ao defender seu lado político e opinar sobre o que realmente ocasionou a catástrofe. Comparamos assim então, as mensagens veiculadas, como injeções ou "seringas hipodérmica”, como se a divulgação da notícia tivesse sido ocasionada pelo motivo que cada revista apresentou, como a verdade absoluta. Como por exemplo a revista ‘Crusoé’ que associou a causa desse rompimento, já esperado por eles, diretamente com o “modelo de privatização petista e seus fundos de pensão” como também a Carta Capital, que alega a tragédia ter sido consequências da ‘política de cooptação de parlamentares e governos para afrouxar as leis ambientais’ da mineradora Vale que, segundo eles, é ‘reincidente da promoção de tragédias’, ou seja, aparentam também ter esperado a próxima tragédia. Todas as capas, incluindo a Istoé e Istoé Dinheiro, já demonstrando seus argumentos prontos quando alguma tragédia ambiental aparecesse, introduziram de alguma forma como verdade, as causas da catástrofe, veiculando como ‘crime’ ou ‘negligência’ diretamente ligado a busca de ‘lucro’ o motivo pelo qual a Vale deixou ocasionar o rompimento. Já os jornais veiculados no exterior, como o The New York Times e The Guardian, não demonstraram intenções em suas manchetes de veicular os motivos ou a verdade do que causou o desastre, não houve características subsequentes da teoria da agulha hipodérmica, apenas veicularam lamentando as mortes, desaparecidos, tamanho dos estragos causados e a preocupação dos brasileiros com outras barragens similares. Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ViP6bZbcAQc...


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