Área de Proteção Ambiental Serra Dona Francisca PDF

Title Área de Proteção Ambiental Serra Dona Francisca
Course Introdução à Ecologia
Institution Universidade Federal de Santa Catarina
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Resumo sobre a APA Serra Dona Francisca...


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! UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina Engenharia de Energia – Campus Araranguá

Unidade de Conservação Área de Proteção Ambiental Serra Dona Francisca e Parque Estadual Fritz Plaumann

Araranguá, 31 de agosto 2017.

1. ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SERRA DONA FRANCISCA A Área de Proteção Ambiental Serra Dona Francisca localiza-se no município de Joinville/SC, foi criada pelo Decreto Municipal no 8.055 de 1997. Trata-se de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável que objetiva proteger os recursos hídricos, garantir a conservação de remanescentes da Mata Atlântica, proteger a fauna silvestre, melhorar a qualidade de vida das populações residentes através da orientação e disciplina das atividades econômicas locais, fomentar o turismo ecológico e a educação ambiental e preservar as culturas e as tradições locais. Possui uma área mapeada de 40.177,71 há, como mostrado na Figura 1, equivalendo 35% da área total do município em sua porção oeste, englobando os mananciais dos rios Cubatão e Piraí, as principais fontes de abastecimento público de águas de Joinville. Figura 1 - Localização da Área de Proteção Ambiental Serra Dona Francisca

2. CARACTERISTICAS DA ÁREA DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

2.1 MEIO FÍSICO O diagnóstico do meio físico trata-se dos seguintes temas: geologia, geomorfologia, solos, clima e recursos hídricos. 2.1.1 GEOLOGIA De acordo com os dados bibliográficos existentes e com base no mapeamento geológico da região de Joinville na escala 1:50.000 (Gonçalves e Kaul, 2002), foi possível identificar 10 litotipos no interior do polígono da Unidade de Conservação. Os gnaisses do Complexo Luis Alves representam 64,08% e os granitos da Suíte Intrusiva da Serra do Mar 19,35%, somando juntos 83,44% da área da APA. O restante dos litotipos (Bacia Vulcano-sedimentar de Joinville, Campo Alegre e Corupá; Formação Serra Geral e Sistema Deposicional Continental) compreende áreas menores que 5% da APA Serra Dona Francisca, com exceção dos depósitos aluviais ou fluviais, com 6,96% de seu total. O Complexo Luís Alves na área de estudo é constituído principalmente por quatro associações litológicas: (i) Gnaisse granulítico (que predominam na região), (ii) Quartzitos com formações ferríferas subordinadas; (iii) Rochas ultramáficas, e; (iv) Formações ferríferas maciças. A Suíte Intrusiva Serra do Mar corresponde a três maciços graníticos, que são conhecidos pelas denominações de Granito Morro Redondo, Granito Dona Francisca e Granito Piraí. No interior dos limites da APA somente ocorrem os maciços do Granito Dona Francisca e Piraí. Os maciços graníticos associadas às rochas das intrusões graníticas ocorrem as maiores cotas altimétricas da área APA, com altitudes de até 1.320 m e formação de picos que despertam interesse no turismo de aventura, normalmente são recobertos por vegetação de campos de altitude. Embora em pequenas dimensões, o Sistema Deposicional Continental apresenta-se significativo no contexto da APA. O depósito coluvial, representa 2,93% da APA. As áreas com maiores ocorrências deste tipo de depósito localizam-se nas vertentes da Serra do Mar, entretanto, verificam-se diversos pontos de ocorrência de colúvios nas colinas dissecadas da planície costeira. Estes processos caracterizam-se pela alta declividade das vertentes e grande extensão dos movimentos de massa, que ocorrem normalmente no terço

superior das vertentes. Estes processos podem ser verificados pelas inúmeras cicatrizes de movimentos de massa nas vertentes da Serra do Mar. Os depósitos aluviais também constituem uma condição relevante na área de estudo. Esses depósitos compreendem uma área de 28,01 km² e representam 6,96% da área da APA Serra Dona Francisca. Notadamente, os depósitos aluviais mais expressivos com ampla planície de inundação na zona costeira da região de Joinville estão relacionados aos rios com as vazões mais elevadas da região. Nas bacias hidrográficas do oeste do canal do Palmital, os rios que possuem as vazões médias mais elevadas são os rios Cubatão com 12,14 m³/s, rio Três Barras 3,53 m³/s e rio Pirabeiraba 1,96 m³/s. Desta maneira os dados de vazão bastante elevada para os rios da região justificam presença de canais e meandros abandonados, assim como inúmeros terraços. 2.1.1.1 Títulos Minerários da APA Serra Dona Francisca Os pedidos de comissionamento de pesquisa mineral concedidos pelo Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) do Ministério das Minas e Energia nos limites da APA indicam 114 processos ativos, dos quais: 8 representam áreas com Concessão de Lavra; 1 constitui área em Regime de Licenciamento; 41 representam áreas na fase de Requerimento de Lavra; 53 representam áreas com Autorização de Pesquisa Mineral; 1 representam áreas na fase de Requerimento de Licenciamento; 7 representam áreas em fase de Requerimento para Pesquisa Mineral e 4 áreas estão em Disponibilidade. A Figura 2 o número de processos DNPM por substância requerida na APA Serra Dona Francisca. Figura 2 - Número de Processos DNPM por Substância Requerida na APA Serra Dona Francisca

As substâncias requeridas até fevereiro de 2012 para a área da APA Serra Dona Francisca são: areia, com 4 processos; argila, com 10 processos; cascalho, com 29 processos; caulim, com 1 processo; cromita, com 1 processo; ferro e minério de ferro, com 8 processos; gnaisse, com 10 processos; ouro e minério de ouro, com 3 processos; quarzito, com 1 processo; saibro, com 9 processos; seixo rolado, com 3 processos e água mineral, com 33 processos. A Figura 3 mostra as substâncias requeridas na APA Serra Dona Francisca. Figura 3 - Substâncias Requeridas na APA Serra Dona Francisca

2.1.2 GEOMORFOLOGIA O mapeamento geomorfológico da APA Serra Dona Francisca adotou dois níveis principais de compartimentação, denominados Estrutura e Unidade. O nível Estrutura indica a macro compartimentação da área em análise, neste caso dividida em três: Planície, Escarpa e Planalto. O nível Unidade apresenta o detalhamento dos macro compartimentos quanto às feições encontradas, sendo dois para Planície (Colinas Costeiras e Vales Fluviais), dois para Escarpa (Escarpas e Rampas) e três para Planalto (Maior Dissecação, Menor Dissecação e Vales Fluviais). As áreas de planalto constituem a maior parte da APA, com 49,27% do total, enquanto as áreas escarpadas correspondem a 39,03%, somando a unidade escarpa 27,53% e a unidade rampas 11,50% do total. Por fim, as áreas de planície representam a menor ocorrência na APA, com 11,70% de sua área total, sendo 11,64% associados à unidade vales fluviais e 0,25 km² ou 0,06% correspondentes à unidade colinas costeiras. Na estrutura Planície observa-se que a unidade morfológica associada aos vales fluviais é responsável por caracterizar as áreas de baixa altimetria, com bacias hidrográficas de distintas hidrodinâmicas. As planícies fluviais estão relacionadas aos maiores rios da região, os rios Cubatão do Norte, Quiriri, Piraí, da Prata e Mutuca, constituindo áreas propensas a inundações e erosão de margens fluviais. Os vales fluviais associados às planícies costeiras apresentam duas tipologias principais, os vales em V (ou de maior incisão) e os vales abertos (ou achatados). A Escarpa é subdividida com base na ocorrência de declividades, que acabam por evidenciar áreas essencialmente erosivas e áreas deposicionais. Predominam declividades superiores a 30 graus, que podem ocorrer em cotas altimétricas variadas. São áreas caracterizadas pela ocorrência de frequentes deslizamentos, que podem ser observados nas marcas existentes nas encostas. Nestas áreas os rios são normalmente retilíneos em função da alta declividade ou pelo controle estrutural existente. As áreas escarpadas da Serra do Mar são caracterizadas por vales profundos, com alto grau de controle estrutural, e pela passagem abrupta de cotas altimétricas ao redor de 800 m para cotas de cerca de 100 m. A partir da

confluência dos rios Cubatão e Quiriri, que ocorre na cota 100 m, tem início a planície aluvial do rio Cubatão, que se articula com o compartimento topográfico planície costeira, a aproximadamente a sete quilômetros a jusante da confluência. Nas áreas de transição do planalto, onde predominam as baixas declividades, para as áreas de escarpa, onde predominam as altas declividades, podem ocorrer corredeiras, cascatas ou cachoeiras, como nos rios Cubatão e Piraí. A Figura 4, ilustra algumas cachoeiras do local. Figura 4 - Cachoeiras no Rio Cubatão - Salto 1 e no Rio Piraí - Estrada do Salto

A estrutura Planalto compreende áreas com altitudes médias acima de 700 m e caracteriza setores com baixa declividade em contraste com as áreas de escarpa. As áreas de planalto marcam o setor mais elevado do município de Joinville, com destaque para o trecho da Serra Queimada, associada a uma intrusão granítica, cujo ponto culminante com 1.320 m e outros picos com cotas mais elevadas destacam-se em relação às altitudes médias das áreas de planalto. Foi possível distinguir nos limites da APA três unidades morfológicas distintas que caracterizam toda a estrutura Planalto: unidade de maior dissecação, de menor dissecação e vales fluviais. 2.1.3 SOLO Para a caracterização pedológica da APA Serra Dona Francisca foram adotados o mapeamento e o relatório referente ao Boletim Técnico do Levantamento da Cobertura Pedológica do Município de Joinville (Uberti, 2011), o que possibilitou o detalhamento dos tipos de solos na APA na escala 1:10.000. Com base nesse material, é possível identificar a ocorrência de

quatro ordens de solos na APA, que compõem quatro diferentes tipos de solos quando associadas às diferentes subordens. A maior ocorrência de solos na APA corresponde a cambissolos háplicos distróficos típicos, que ocupam 153,33 km² ou 38,11% do seu total. Concentram-se nos setores oeste e noroeste da APA, em terrenos ondulados com cotas superiores a 800 m, que correspondem às áreas de planalto, assim como nos vales dos principais rios. A segunda maior ocorrência refere-se a argissolos amarelos distróficos típicos, que ocupam área de 139,64 km² ou 34,71% do total da APA. Distribuem-se em quase todos os setores da APA, com exceção da parte oeste, das áreas escarpadas e dos grandes vales fluviais. Nota-se que, em conjunto, os cambissolos háplicos e argissolos amarelos somam uma área de 292,97 km², ou 72,82% do total da APA. Os neossolos litólicos distróficos típicos, outra importante ocorrência, ocupam área de 109,07 km2 ou 27,11% do total da APA e concentram-se exclusivamente nos trechos escarpados da Serra do Mar. Os nitossolos vermelhos alumínicos típicos ocorrem exclusivamente em pequena área de substrato de diabásio na parte sudeste da APA, o que corresponde a uma área de 0,29 km2 ou 0,07% do seu total. Os tipos de solos acima listados apresentam diferentes condições de desenvolvimento, drenagem, fragilidade e demais características físicas. Tais diferenças detém grande importância no processo de zoneamento da APA, haja vista a necessidade de proteção e uso dos recursos naturais. 2.1.4 CLIMA São raros os dados climatológicos disponíveis em séries históricas mínimas para a APA e entorno. Os poucos dados disponíveis são em geral restritos à precipitação, não havendo monitoramento de outros parâmetros climatológicos, inclusive com cobertura ampla para o conjunto da unidade natural. 2.2 MEIO BIÓTICO

2.2.1 FLORA A APA Serra Dona Francisca está inserida no Bioma Mata Atlântica. Essa formação está entre as florestas mais ameaçadas do planeta, sendo considerada uma das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade mundial (Mittemeier et al., 1999; Myers et al., 2000; Pinto et al., 2006). Reconhecida como um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em diversidade biológica no Planeta estima-se que existam cerca de 20.000 espécies de plantas vasculares na Mata Atlântica, sendo endêmicas cerca de 50% dos vegetais conhecidos (Capobianco, 2001). Atualmente são já reconhecidas 15.782 espécies, distribuídas entre Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas, o que corresponde cerca de 5% da flora mundial (Stehmann et al., 2009), estimada em 300.000 espécies de plantas (Judd et al. 2009). A Área de Proteção Ambiental (APA) Serra Dona Francisca possui uma variedade de fitofisionomias que podem ser reconhecidos através de um perfil altitudinal e longitudinal, representado a leste pelas planícies aluviais, baixa encosta, média encosta, alta encosta e o planalto no extremo oeste da Unidade de Conservação. Essa heterogeneidade morfológica reflete em uma vegetação com expressiva riqueza de espécies da flora vascular, distribuídas entre as formações florestais e ecossistemas associados da Floresta Ombrófila Densa, Campos de Altitude e a Vegetação de Transição da Floresta Ombrófila Mista e a Floresta Ombrófila Densa. A APA está situada na Zona Núcleo e de Amortecimento da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, integrando um dos mais importantes corredores ecológicos que conectam Unidades de Conservação ao longo das serras litorâneas brasileiras. A Serra da Dona Francisca é reconhecida por integrar a lista das áreas prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade brasileira, sendo categorizada de extrema alta importância biológica e prioridade de ação. Na composição florística da APA Serra Dona Francisca podem ser encontradas diversas espécies de interesse científico, conservacionista, econômico e cultural, além de táxons ameaçados de extinção.

Na Área de Proteção Ambiental Serra Dona Francisca e entorno são reconhecidas as regiões fitoecológica da Floresta Ombrófila Densa, do Refúgio Vegetacional e das Áreas de Tensão Ecológica, ambas pertencentes ao Domínio da Mata Atlântica. Cada região pode apresentar mais de uma formação ou tipologia vegetacional. A Floresta Ombrófila Densa está representada na região da APA por quatro formações: a Floresta Aluvial na planície de inundação dos rios Pirabeiraba, Cubatão e Piraí; a Floresta Submontana situada no início e na baixa encosta da Serra da Dona Francisca entre altitudes de 30 e 400 m; a Floresta Montana em locais com elevação superior a 400 até 1.000 m de altitude, situados na média encosta dos Morros Jurapê, Castelo dos Bugres, Serra da Tromba e na localidade Rio do Júlio; e a Floresta Altomontana em altitudes superiores a 1.000 m com destaque para os remanescentes arbóreos das Matas Nebulares da Serra Queimada e Topo do Jurapê. O Refúgio Vegetacional está presente na APA na forma de comunidades relictas dos Campos de Atitude, localizados na Serra Queimada em altitudes entre 960 e 1.250 m. A Vegetação em sistema de Transição (Tensão Ecológica) ocorre no contato do planalto de Campo Alegre com a parte Oeste da Serra Dona Francisca. Essa vegetação ecotonal é evidenciada com a transição e mistura da composição e estrutura florística da Floresta Ombrófila Densa com a Floresta Ombrófila Mista. Esta última é reconhecida pela presença da Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro). Até o momento são registradas 955 espécies vegetais para a região da Área de Proteção Ambiental Serra Dona Francisca, pertencente a 134 famílias botânicas. Somente a etapa de campo da AER resultou no registro de 323 espécies vegetais autóctones, sendo 183 novas citações de ocorrência para a região da APA. As angiospermas (plantas com flores) foram representadas por 849 espécies e 110 famílias, seguidas das pteridófitas (samambaias e licófitas) com 102 espécies e 20 famílias. As gimnospermas (coníferas) e as briófitas (musgos e hepáticas) foram representadas por duas espécies e duas famílias cada.

A riqueza identificada na APA Dona Francisca representa 18,8% da riqueza de Santa Catarina, 5,9% da riqueza registrada para o Domínio Mata Atlântica e 2,8% da riqueza registrada para o Brasil no Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil (Forza et al, 2010). As gimnospermas tiveram a maior representatividade com relação ao total registrado para Santa Catarina (33,3%), seguidas de pteridófitas (25,4%) e angiospermas (20,7%). Já as briófitas representaram apenas 0,4% dos registros para o Estado, devido, provavelmente, a um esforço menor de coleta sobre este grupo que é mais inconspícuo. Dentre as espécies registradas para APA Dona Francisca, oito constam na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçada de extinção (MMA, 2008). São elas: Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze (pinheiro-brasileiro), Euterpe edulis Mart. (palmiteiro), Aechmea blumenavii Reitz (gravatá, bromélia), Dicksonia sellowiana Hook. (xaxim), Heliconia farinosa Raddi (caeté-banana), Ocotea catharinensis Mez (canela-preta), Ocotea odorifera (Vellozo) Rohwer (canelasassafrás), Ocotea porosa (Ness & Mart.) Barroso (imbuia). Todas essas espécies, associadas a outras 12 endêmicas e quatro raras, são de grande interesse em conservação, denotando a importância dos ecossistemas naturais da APA. Outras 93 espécies registradas apresentam interesse econômico e cultural. Destas, 31 foram são madeireiras; 31 como alimentícias; 26 como medicinais; 17 como ornamentais, três como especiarias, duas como fibras, duas para óleo essencial, uma como corante, uma como cosmética e uma como biocida. Há ainda a presença de espécies invasoras exóticas como Impatiens walleriana (maria-sem-vergonha), Hedychium coronarium (lírio-do-brejo), Amaranthus viride (caruru), Stellaria media (espargueta), Taraxacum officinale (dente-deleão) e Plantago major (tanchagem). 2.2.2 FAUNA 2.2.2.1 Ictiofauna

A APA Serra Dona Francisca está localizada no domínio da Mata Atlântica, que apresenta alta densidade populacional e alto grau de endemismo quanto às espécies de peixe Os estudos conduzidos com peixes na área da APA Serra Dona Francisca indicam a ocorrência local de 56 espécies de água doce. Tal número provavelmente aproxima-se do total existente na área da APA, embora possa sofrer ainda modificações futuras em função de revisões taxonômicas e de coletas mais intensas na região. Destaca-se que pelo menos quatro espécies Deuterodon supparis (lambarizinho), Pareiorhaphis splendens

(cascudinho),

Isbrueckerichthys duseni (cascudinho) e Pimelodella pappenheimi (mandichorão) são endêmicas da Mata Atlântica ou das bacias costeiras até o Sul de Santa Catarina. 2.2.2.2 Herpetofauna Por Herpetofauna entende-se um conjunto de dois grupos taxonômicos de organismos, os anfíbios e os répteis. Para esses grupos, um total de 43 e 46 espécies foram registrados para a APA Serra Dona Francisca e/ou seu entorno imediato, respectivamente. Os anfíbios compreendem 42 representantes da ordem Anura (sapos, rãs e pererecas), subdivididos em 11 famílias, e um Gymnophiona (cobra cega anfíbia), enquanto os répteis subdividem-se em um quelônio, um crocodiliano, 11 lagartos, uma anfisbena (cobra- de-duascabeças) e 32 serpentes. Pelo menos cinco das espécies de anfíbios anuros registradas em campo, sendo quatro do gênero Brachycephalus e uma de Melanophryniscus, são formas novas para a ciência, sendo que três das mesmas foram descobertas durante o estudo da área. 2.2.2.3 Avifauna Foram registradas 296 espécies de aves para a região de estudo e entorno imediato, sendo 192 Passeriformes (pertencentes a 28 famílias) e 104 Não Passeriformes (30 famílias). Desse total, 274 espécies foram registradas dentro dos limites da APA e 162 fora, sendo que 22 delas foram registradas unicamente fora dos limites, mas com possibilidades de ocorrência na Unidade.

As aves florestais da APA Serra Dona Francisca não se distribuem uniformemente por todas as florestas da região, condizendo com o reconhecimento de duas influências biogeográficas na área de estudo, uma representada pelas grandes altitudes e planalto e outra pelas altitudes baixas até moderadas. Da Floresta Ombrófila Mista, são elementos característicos registrados

o

pica-pau-anão-carijó

(Picumnus

nebulosus),

grimpeiro

(Leptasthenura setaria) e cisqueiro (Clibanornis dendrocolaptoides). Da Floresta Ombrófila Densa Alto Montana são espécies características a tovacade-rabo-vermelho (Chamaeza ruficauda), arredio-pálido (Cranioleuca pallida), estalinho (Phylloscartes difficilis) e peito- pinhão (Poospiza thoracica). Ocorrendo tipicamente em Alto Montana e Montana têm-se vário...


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