Distúrbios da Marcha e Suas Causas PDF

Title Distúrbios da Marcha e Suas Causas
Author Rafaela Pinheiro
Course Neurologia
Institution Universidade Estadual do Oeste do Paraná
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Tipos de marcha Marcha Hemiplégica/Hemiparética

Marcha em Tesoura/Paraparética/Diplégica

- Marcha ceifante ou marcha em ponto e vírgula - Resultante de lesão do hemisfério fronto lateral – lesão do feixe corticoespinal - Comum em pacientes com hemiparesia espástica - Lesão de apenas um lado: marcha ceifante, braço grudado ao corpo (atrofia de tendão) e fraqueza das pernas - Presença de reflexos exaltados e sinal de Babinski - Observa-se flexão do membro superior com extensão do membro inferior do hemicorpo acometido - Membro inferior não consegue suportar completamente o corpo durante a fase de apoio e não se projeta para frente durante a fase de balanço, a não ser como em circundução

- Adução forçada dos joelhos que se cruzam ao andar - Paraparesia espástica: fraqueza porém ainda se mantém em pé com hipertonia e tônus muscular - Comum em doença medular, inclusive trauma como acidente automobilístico - Marcha da paralisia cerebral: marcha diplégica  não é um bom exemplo de marcha em tesoura porque além da perna ela inclui os braços; diplégica pois são duas hemiplegias (uma cada lado)

Marcha Escarvante - Pacientes com neuropatia periférica  doença distal que paralisa raízes, plexos e nervos - Acomentendo o nervo fibular da perna, o paciente arrasta o pé no chão e não realiza dorsiflexão - Pode ser uni ou bilateral

Marcha Miopática/Hanserina/Rebolativa - Doenças miopáticas (acometimento de musculatura) - Fraqueza e pouca sustentação dos glúteos geram impressão de rebolar - Para alcançar o equilíbrio, paciente faz uma lordose forçada, como as mulheres grávidas

Marcha Atáxica. Pode ser por Ataxia Cerebelar (marcha ebriosa) ou Ataxia Sensorial (problemas na propriocepção)

a. Marcha Talonante - Lesão nos feixes grácil e cuneiforme da medula - Deficiência de vitamina B12 ou neurossífilis - Paciente perde propriocepção como se estivesse andando em chão com espuma ou algodão - Sensação de que vai cair faz com que bata o calcanhar no chão e alargue a base - Sensorial: se não houver campo visual a pessoa cai

b. Marcha Atáxica/Ebriosa - Incoordenação axial que lembra a marcha de um bêbado - O verme cerebelar dá o equilíbrio axial (coordenação do tronco) - Hemisférios cerebelares são responsáveis pela coordenação apendicular (braço e perna) - Comum alargamento de base para aumentar equilíbrio - Queda se fechar os olhos

Marcha Frontal - Doenças frontais, sejam vasculares, tumorais ou degenerativas  principal causa é a doença vascular cerebral de múltiplas lacunas - A marcha da doença de Alzheimer é tardia - Comum em pacientes de 70-80 anos hipertensos, diabéticos e com dislipidemia, que fazem “mini-AVC’s” - Hesitação e dificuldade para iniciar a marcha - Passos curtos e alargamento de base

Marcha Magnética - Evolução da marcha frontal - Paciente não consegue mais sair do lugar

Marcha da Distonia - Paciente anda melhor para trás do que para frente - Não muito comum - Em algumas crianças o exame neurológico não apresenta alterações, com diagnóstico apenas pela marcha

Marcha coreica a. Coreia de Sydenham - Coreia da criança sendo manifestação neurológica da febre reumática - Benigna com boa evoluç ão, desaparecendo na vida adulta - Acometimento dos núcleos da base - Persistência em colocar a língua para fora e voltála imediatamente (“língua de pegar mosca”) - Pode apresentar reflexo pendular, típico de hipotonia

b. Coreia de Huntington - Coreia do adulto - Mais grave e hereditária (autossômica dominante do gene CAG) - Ac ompanhada progressivamente de demência (alterações cognitivas) e distonia (torção do corpo)

Marcha Parkinsoniana - Face em máscara sem nenhum tipo de mímica e bradicinesia (lentificação dos movimentos voluntários)

- Diadococinesia: capacidade de realizar repetições de movimentos rápidos alternadamente de padrões simples de contrações - Disdiadococinesia: dificuldade de realizar os movimentos rápidos em sequência FESTINAÇÃO OU MARCHA FESTINANTE. - 99% decorrente do Parkinson mas não exclusivo - Pescoço e coluna encurvados com passos curtos - Centro de gravidade do paciente com Parkinson é a sua frente, o que torna seus passos acelerados - “Freezing” ou “Congelamento” típico mas não exclusivo desses pacientes, incapacitando-os de realizar uma volta 360°  relativa a qualquer doença que acomete lobo frontal - Parkinson acomete os núcleos da base, mas faz conexões importantes com o lobo frontal TESTE DE EQUILÍBRIO (Pull Test ou Teste de Retropulsão) - Realizado quando paciente tem quedas frequentes - Puxa-se o paciente por trás e ela precisa se equilibrar com um ou dois passos  mais de 2 passos evidenciam instabilidade postural - Pode ser pouco, médio ou muito comprometido

Marcha Quicante - Há dois tipos de mioclonia: a rápida (positiva) e a lenta (negativa) - Na negativa o paciente cede mas corrige  fica quicando - Comum em doença hepática

Marchas Psiquiátricas/Psicogênicas - Ganho emocional: aumento da atenção ao paciente  doença histérica que o paciente tem mas não tem consciência dela - Ganho pecuniário: trata-se de uma simulação consciente do paciente, relacionado ao ganho de aposentadoria - A marcha retrógrada é inexistente na medicina, facilitando sua classificação como psicogênica NEUROFISIOLOGIA DA MARCHA Lobo Frontal: a. Área 4 de Brodmann: área motora principal no giro pré-central b. Aréas 3, 2 e 1: sensitivas no giro pós-central - Sem o trato corticoespinal ou piramidal não é possível andar - A sensibilidade é importante porque, ao andar, deve-se situar o corpo no espaço - A propriocepção é importante para sentir o pé no chão Marcha. Depende da medula: há centros geradores que nos fazem andar  é mecânica, voluntária e automática - O braço é participa de um movimento automático associado que auxilia no equilíbrio  movimento perdido no Parkinson - Além da medula há a integração de vários setores,

como o componente visual e a propriocepção, que são fundamentais para desviar de um buraco, por exemplo - O tronco cerebral, principalmente o núcleo pedúnculopontino ou MRF, relaciona-se com a musculatura axial, com o equilíbrio e a correção da marcha - O ceberelo faz a coordenação fina da marcha e danos nele podem causar a marcha atáxica, por exemplo - Os gânglios ou núcleos da base fazem a modulação da marcha para que não haja movimentos involuntários. São núcleos compostos por subst. cinzenta: núcleo caudado, putâme, globo pálido, núcleo subtalâmico e substância nigra, relacionada à doença de Parkinson 

Lesões no núcleo subtalâmico geram balismo, uma coreia proximal EX: AVC no núcleo subtalâmico à esquerda causa hemibalismo à direita e vice-versa

EXAME DE MARCHA - Precisa-se de um corredor grande e amplo para que o paciente caminhe - Avalia-se o equilíbrio, a largura da base, se a marcha tem diminuição ou aceleração da velocidade no retorno do paciente, verificando a estabilidade postural - Solicitar que o paciente ande só com os calcanhares e só com as pontas dos pés, testando fraqueza dos flexores e extensores distais - Pedir que o paciente sente-se com os braços cruzados e levante, testando musculatura proximal - Ao subir escada utiliza-se musculatura proximal e, ao descer, a mais distal Teste de Romberg - Fundamental para avaliar equilíbrio e marcha - O equilíbrio depende da visão, do sistema vestibular e da propriocepção - No teste, o paciente junta os pés, os braços e fecha os olhos  um pequeno desequilíbrio é normal, mas se cair o teste é positivo - Como a visão é retirada, o paciente só se manterá em pé se as duas funções estiverem preservadas - Se cair sempre para o mesmo lado (lateropulsão) a lesão é VESTIBULAR - Se cair para qualquer lado PROPRIOCEPÇÃO está comprometida (ataxia sensorial) - A manobra não consta na investigação cerebelar  No cerebelar a pessoa tem grande instabilidade, se conseguir colocar os pés juntos, ao fechar os olhos não piora....


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