Diversificação - Resumo Tecnologia Em Gestão Financeira PDF

Title Diversificação - Resumo Tecnologia Em Gestão Financeira
Course Tecnologia Em Gestão Financeira
Institution Universidade Nove de Julho
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risco e retorno...


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DIVERSIFICAÇÃO REFLITA Do ponto de vista de risco-retorno, você acha que existe benefício em se comprar vários ativos ou preferiria gastar toda a sua poupança em um único investimento? Por quê? Lembra daquele velho ditado "não coloque todos os ovos na mesma cesta"? O que ele tem a ver com a sua escolha? Reflita um pouco sobre essa questão antes de iniciarmos nossos estudos. ALGUNS CONCEITOS NECESSÁRIOS Antes de Prosseguirmos, vamos fixar alguns conceitos necessários para entendermos a DIVERSIFICAÇÃO e seus objetivos. O que é Risco? Risco é uma medida de VARIABILIDADE dos custos e receitas de um determinado projeto, seja ele pessoal ou corporativo. Ou seja, quando você realiza um investimento existe a chance de suas receitas e custos variarem de tal forma que seu retorno também varie. Risco é a expectativa de variação de seus retornos. Quanto mais você acreditar que os retornos de seus investimentos podem não acontecer (variando para cima ou para baixo) maiores serão as suas percepções a respeito do risco. O que é Retorno? O retorno é a medida que determina o montante, ou a somatória de todos os ganhos e prejuízos que o proprietário tem decorrentes do investimento durante um determinado período de tempo. Geralmente sua expressão é percentual. Formas de divisão do Risco. O risco também pode ser considerado de duas formas: Risco sistemático: é o risco inerente ao sistema e ao mercado em que todas as empresas estão inseridas e qualquer investidor desse mercado terá de correr tal risco. Ou seja, ela não é diversificável. Risco não-sistemático: é o risco inerente apenas à empresa e através de decisões estratégicas é possível diversificá-lo. Não coloque todos os ovos na mesma cesta!!! Ditado popular DIVERSIFICAÇÃO Diversificação é um conceito básico em finanças usado desde a análise de fundos de investimentos até a composição de carteiras de ações. Nós já sabemos que quando investimentos, muitas vezes, correremos risco certo? Também sabemos que esse risco pode ser diversificável (nãosistemático) ou não-diversificável (sistemático).

A diversificação é a maneira pela qual reduzimos o risco diversificável aplicando o capital em múltiplos investimentos. Dessa forma, ela permite ao investidor reduzir o risco sem reduzir o retorno médio da carteira. Mas o que é uma carteira? Carteira ou porfolio é um conjunto de investimentos reunidos pelo investidor. EXEMPLO Imagine que você tenha a sua disposição de escolha dois investimentos: Ações K e Ações L. As ações K representam um perfil de risco menor do que o das ações L, pois, a empresa é mais sólida, existe a mais tempo no mercado enquanto que a empresa da ação L é uma empresa nascente com muito potencial, mas que até agora ainda é uma empresa pequena que só promete. Em qual das duas você acha que corre maior risco? Certamente é na ação L. Sabendo que a ação L apresenta um risco maior, em qual das ações você esperaria ganhar mais? Novamente, você esperaria ganhar mais da ação L. Dessa forma, imaginemos então que você espera um retorno de 20% para as ações K e 50% para as ações L porque ela tem mais risco. Ambos os retornos esperados são uma média. Então, se você comprar as duas ações e formar uma CARTEIRA de investimento com elas, digamos que você tenha comprado com metade de seu capital as ações K e com a outra metade as ações L, dessa forma sua carteira contém 50% de ações K e 50% de ações L, logo você terá um retorno médio de 35% [(0,5 x 20) + (0,5 x 50)].

Bem, você quer ganhar 50% prometido pela ação L, porém, não quer correr esse risco todo. Sua alternativa é comprar um pouco da ação L e comprar um pouco da ação K. Dessa forma, você não vai ganhar os 50% da ação L, porém, todo o risco dessa ação seria diversificado ao comprar a ação K. Você não vai potencializar seu ganho ao máximo, porém, irá reduzir o seu risco se resolver montar a carteira em questão. DIVERSFICAÇÃO: UMA FERRAMENTA QUE FUNCIONA A diversificação permite então reduzirmos o risco diversificável de uma forma muito eficiente. Veja a tabela abaixo.

Fonte: Extraído de Ross (2010). Fundamentos da administração financeira. 9ª edição A tabela é de um estudo publicado e citado por ROSS (2010) e trata-se das ações negociadas na bolsa de Nova York em um determinado período. Olhando-a atentamente percebe-se que ao possuir um único ativo o risco incorrido pelo investidor é de 49,24% medido pelo desvio-padrão (medida de risco muito comum), ou seja, se o investimento promete pagar, por exemplo, 30% existe a chance de isso variar em 49,24% para cima e o investidor ganhar até 79,24% (30 + 49,24) ou perder até 19,24 (30 - 49,24). Perceba que há muita variação na expectativa de retorno, ou seja, o risco é alto. Porém, se o investidor comprar uma segunda ação esse risco cai para 37,33%. Se ele comprar 50 ações esse risco cai para 20,20%. Então quanto mais ações em tiver em minha carteira, menor será o meu risco? Infelizmente a resposta é "não". Olhe de novo na tabela e você perceberá que se o investidor tiver 500 ações e aumentar esse número para 1.000 ações seu risco quase não muda de 19,27% para 19,21%. Há um limite para a diversificação. Mas porque ocorre esse limite? Isso tem a ver com as definições de risco diversificável e risco não-diversificável apresentados no início deste tópico. A diversificação é uma ferramenta que permite-nos mitigar apenas o risco não-sistemático (diversificável). Porém, em qualquer investimento há aquela porção do risco sistemático (não diversificável) que não é possível ser mitigado pela diversificação. Isso ocorre porque investimentos de renda variável naturalmente possuem riscos e não é porque você comprou todas as ações que seu risco será zero. Existe um risco inerente à todas as ações e não importa quantas você compre você sempre correrá esse risco (sistemático). Se você não quiser correr o risco de investir em ações, terá de investir seu dinheiro em outro lugar, como por exemplo: imóveis. Mas mesmo que você compre todos os imóveis da sua região, ou compre um pouco de todos os fundos imobiliários existentes, seu risco ainda não seria zero, pois, existe também um risco sistemático inerente a todo o mercado imobiliário cuja diversificação não reduziria o risco. Mulher andando com duas cestas de ovos e feliz por ter diversificado seus investimentos, porém, ela está prestes a pisar em uma casca de banana o que irá prejudicar todos os investimentos independente de sua diversificação. A banana representa o risco sistemático impossível de diversificar. Fonte: Elaborada pelo autor. COMO DIVERSIFICAR

Basta eu aumentar o número de investimentos em minha carteira certo? Novamente, a resposta é "não". Para entendermos isso vamos estudar o exemplo abaixo. EXEMPLO Imagine que você tenha a disposição duas escolhas de investimento: ações do Banco Itaú (ITUB4) e ações do banco Bradesco (BBDC4) que são dois grandes e famosos bancos no Brasil. Os dois são muito similares, pois, além de atuarem no mesmo segmento: bancário, também possuem políticas e tamanhos semelhantes. Agora, imagine que o COPOM (Comitê de Política Monetária) anuncie uma redução de taxas de juros básicas da economia de 12% para 10%. Neste caso tanto o Bradesco quanto o Itaú teriam de reduzir a taxa de seus empréstimos aos clientes, o que reduziria os ganhos dos dois bancos e, por consequência, o resultado dos dois e de qualquer carteira composta pelos ativos dos dois bancos apenas. Resumindo, os motivos que levam à queda das ações do Bradesco são os mesmos que levam à queda das ações do Itaú de tal forma que: quando um caí o outro cai também. Agora imagine que você tenha a sua disposição de escolha duas outras ações: A companhia aérea TAM (TAMM4) e as ações da Braskem (BRKM4) que é uma empresa de exploração petrolífera. Neste caso, se o preço do petróleo subir, o que acontece com o preço das duas ações? Neste caso, a BRKM5 teria um aumento em suas receitas, pois, poderá vender seu produto mais caro e isso traria valorização e as ações subiriam. Já a TAMM4 teria uma desvalorização e suas ações cairiam, pois, o combustível produzido a partir do petróleo faz com que o custo da TAMM4 aumente e reduza seu lucro. Em outras palavras, o motivo que faz as ações da BRKM5 subir faz com que a TAMM4 caia. O inverso também é verdadeiro. Se o preço do petróleo cair, as ações da TAMM4 sofreriam valorização enquanto que as ações da BRKM5 cairiam. Observando o exemplo, em qual das duas carteiras você diria que há diversificação: na primeira carteira composta apenas por bancos ou na segunda carteira composta por ações da BRKM5 e TAMM4? A resposta é a segunda carteira. Isso acontece, pois, quando uma cai a outra sobre e o investidor ganha sempre a média. Imagine no exemplo acima que a BRKM5 pague 30% de retorno e a TAMM4 também pague os mesmos 30%. O fato que fizer a TAMM4 subir para 35% fará com que a BRKM5 caia para 25% de tal maneira que o investidor que possua as duas ações sempre ganhará a média de 30% ((35 + 25)/2)) caso tenha essa

carteira. O mesmo já não acontece com a primeira carteira só com bancos, pois, quando o Itaú cair o Bradesco provavelmente cairá e o investidor terá a carteira toda desvalorizada. Então para diversificar basta eu escolher para o meu portfólio ações com comportamentos "opostos"? Exatamente isso!!! A diversificação só ocorre quando as ações pela mesma razão apresentam comportamentos opostos, ou seja, quando uma cai, a outra sobe. E como posso saber quais ações apresentam comportamentos opostos? O próximo tópico irá lhe mostrar como identificar ativos que podem ser usados para uma melhor diversificação. CORRELAÇÃO A correlação é um cálculo estatístico que determina o quanto que um comportamento de uma variável determina o comportamento de outra variável. Por exemplo, se chove o trânsito da cidade de São Paulo aumenta, isso significa que, ao menos em parte, o trânsito de São Paulo pode ser explicado pela chuva. Um outro exemplo é a maré. Nós sabemos que o comportamento dos oceanos chamado de maré pode ser explicado pela translação da lua em torno da Terra. Nós podemos dizer com segurança que se a chuva aumenta, o trânsito em São Paulo também aumentará, da mesma forma, podemos seguramente dizer que quando a lua se aproxima de uma posição sobre o oceano então sua maré irá subir. Com os ativos podemos dizer a mesma coisa. Em nosso exemplo do Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) podemos seguramente supor que se as ações do Bradesco estão subindo, possivelmente as ações do Itaú estarão também subindo e vice-versa. Como dito no começo, a correlação é uma forma de calcular se esses comportamento de fato possuem alguma ligação e qual é a força de tal ligação. A fórmula da correlação é demonstrada abaixo: Onde: correlação; = somatório; desvio em relação a média do ativo X qualquer; = desvio em relação a média do ativo Y qualquer; = número de retornos considerados; = Desvio-padrão do Ativo X; = Desvio-padrão do Ativo Y;

Calma!!! Sabemos que essa fórmua é muito assustadora. Porém, há uma forma de se fazer usando tabelas que é bem simples e vamos trabalhar agora através de um exemplo. PASSO 1 Primeiro selecionados os ativos que queremos comparar e colocamos seus retornos lado a lado em uma tabela. EXEMPLO Vamos escolher os retornos percentuais das ações TAMM4 e BRKM5 para o mesmo período que são mostradas na tabela abaixo: Retornos para os ativos TAMM4 e BRKM5 Data TAMM4 BRKM5 13/03/2017 3% 1% 14/03/2017 2% 2% 15/03/2017 1% 3% Perceba que escolhemos retornos percentuais para dois ativos que ocorreram na mesma data conforme a primeira coluna. Isso precisa ser respeitado, pois, se você escolher retornos que não estejam na mesma data a fórmula não funcionará. PASSO 2 Devemos Calcular as médias dos dois ativos conforme demonstrado abaixo. EXEMPLO - CONTINUAÇÃO Agora que já sabemos os retornos de cada uma das opções de investimentos, devemos calcular a média de cada um deles conforme abaixo:

Perceba que a média de retorno para a TAMM4 é 2% e para a BRKM5 é 2% também para os três dias analisados. PASSO 3 Agora que já possuímos a média, devemos calcular os desvios e . Para ficar fácil, vamos colocar o resultado da média ao lado de cada coluna de retorno dos ativos TAMM4 e BRKM5 conforme tabela abaixo e em seguida iremos calcular o desvio.

EXEMPLO - Continuação Tabela 01 Perceba que para cada cálculo há a memória de cálculo em negrito para você entender o que está acontecendo.

PASSO 4 Agora precisamos multiplicar os desvios de TAMM4 e BRKM5 conforme tabela abaixo.

EXEMPLO - Continuação Tabela 02 PASSO 5 Agora, devemos estabelecer os valores dos desvios elevados ao quadrado. Por exemplo, o desvio de BRKM5 para 13/03/2017 é -2 elevando ao quadrado: Vamos repetir esse processo para todas as datas conforme a tabela. Esse passo se faz necessário para calcularmos o desviopadrão posteriormente. Tabela 03 OBS: Perceba que qualquer número negativo elevado ao quadrado apresentará uma resposta resposta negativa, por exemplo: . Zero ao quadrado também será zero. PASSO 6 Calcular o desvio-padrão de cada um dos ativos envolvidos que neste caso são a TAMM4 e BRKM5. EXEMPLO - CONTINUAÇÃO Primeiro devemos calcular o desvio-padrão conforme a fórmula: No caso da TAMM 4 basta pegarmos os valores dos desvios ao quadrado presentes na coluna 9 (1, 0 e 1) somá-los e dividir por 3 - 1 = 2 conforme abaixo:

O mesmo procedimento deve ser feito para as ações da BRKM5 da seguinte forma utilizando os valores da última coluna.

Obs: o fato do desvio-padrão ser igual para os dois ativos é mera coincidência, muitas vezes isso não irá acontecer.

PASSO 7 Agora com todos os valores em mãos só nos resta calcular o

desvio-padrão. Para tanto. Basta somarmos todos os valores dos desvios multiplicados que são os valores da coluna 8. EXEMPLO - CONTINUAÇÃO

SIGNIFICADO DA CORRELAÇÃO A correlação pode apresentar dois extremos: Correlação = 1: dizemos que neste caso a correlação é perfeitamente positiva, ou seja, quando um investimento se valoriza, o outro se valoriza também na mesma proporção. Se a correlação for de 0,5 por exemplo, aí neste caso se um investimento subir o seu o outro subirá também, mas subirá apenas 50% do que o primeiro investimento subiu. Dessa forma, se um investimento subir 10% seu correlato irá subir 5%; Correlação = -1: dizemos neste caso que a correlação é perfeitamente negativa, ou seja, quando um investimento se valoriza, o outro se desvaloriza na mesma proporção, ou seja, se o investimento subir 10% o outro cairá 10%. Se a correlação for igual a -0,5 significa que se o investimento subir 10% o outro cairá 5%. Mas e se a correlação for zero? Neste caso dizemos que não existe correlação, ou seja, o comportamento de um ativo não determina o que irá acontecer com o outro. Dessa forma, se um investimento subir 10% não poderemos concluir se o outro sequer irá subir ou descer. Então a melhor forma de diversificar é compor carteira com ativos cuja correlação seja o mais próxima possível de -1? Exatamente isso! Em nosso exemplo, a correlação foi de -1, o que significa que se a TAMM4 cair 10% a BRKM5 irá subir os mesmos 10%. Dessa forma, não importa o que acontecer, o investidor que montar uma carteira irá ganhar sempre a média entre os dois investimentos, o que significa que o risco foi reduzido a zero. Porém, apenas o risco diversificável foi reduzido a zero, aquela porção do risco não diversificável continuará sempre a existir. OBS: Não foi detectado até hoje investimentos que possuíssem correlação perfeitamente positiva (1) ou perfeitamente negativa (-1). Eles podem apenas se aproximar desta realidade....


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