Estética em Kant - Resumo PDF

Title Estética em Kant - Resumo
Author JOÃO VITOR JORGE
Course ESTÉTICA
Institution Universidade Estadual de Londrina
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Summary

Resumo feito na disciplina de Estética do curso de Filosofia, abordando questões essenciais da primeira prova bimestral centrada nas reflexões do filósofo moderno Kant....


Description

Estética em KANT – O belo e o sublime. Kant empreendeu uma análise aprofundada da arte e sua composição enquanto presença inquestionável na vida do homem, apontando uma dupla diferenciação no que se refere à questão da arte, ou seja, um juízo de caráter estético e outro de natureza teórica. Na arte, acentua-se o juízo de gosto, contudo esse mesmo juízo não consegue explicitar a finalidade com a qual um quadro, por exemplo, foi pintado. Sente-se o prazer estético diante desse quadro, como afirma Kant: “Logo, é na capacidade universal de comunicação do estado da mente na representação dada que, como condição subjetiva do juízo de gosto, deve estar fundamentado esse juízo e ter como consequência o prazer face ao objeto.” O objeto encerra em si a representação que, dependendo do indivíduo e de como ele é afetado pela obra de arte, resultará em uma sensação que geralmente está associada ao prazer e ao desprazer que tal objeto suscita, sendo que a sensação de prazer ou desprazer perante a obra de arte, mesmo que a princípio seja concebida como meramente atrelada ao gosto, deve ser considerada também pelo viés da pretensão de universalidade do sentimento de belo. pode-se dizer que o homem é afetado, esteticamente, tanto por objetos por si produzidos quanto os de origem natural. Mas essa experiência somente se efetua se no objeto ou na imagem vislumbrado não ocorrer algum interesse intermediando o contato entre o sujeito e o seu objeto de admiração, pois a arte, em si, não possui uma finalidade prática no sentido de produção, tal qual uma cadeira ou uma garrafa de água. O objeto de arte é apreciável por si mesmo e não pela facilidade ou utilidade que ele pode fornecer àquele que o contempla, nem pela compensação financeira que pode proporcionar. Outra característica da experiência estética é a seguinte: ela não é uma atitude que visa à aquisição de conhecimento. “O belo é tudo que agrada desinteressadamente.” Para o filósofo Kant de maneira muito geral, belo é aquela fração de um objeto que contemplamos, que chega a nós pela imaginação e não pela racionalidade, causando assim uma sensação de prazer e de harmonia. Essa sensação em geral reivindica universalidade; ou que aquilo seja realmente belo, mesmo que outros não achem o mesmo; e que você não possa definir, ou tomar como conceito. O belo, por sua vez, é a singularidade que não pode ser fechada em um conceito determinador, uma vez que um conceito é universal, e o que faz o artista? Cria obras que não podem ser repetidas, não podem até mesmo ser copiadas, e aqui acionamos Walter Benjamim e o seu conceito de aura 1. Essa não repetição da obra de arte se coaduna também com a percepção do belo, cuja experiência é diversa para cada um, ou seja, não há um sentimento em relação ao belo que possa ser denominado de idêntico ao que outra pessoa sente diante da obra de arte, por isso a complexidade de se buscar uma conceituação que abarque essa multiplicidade de percepções. O belo existe e se efetiva, inegavelmente, mas em medidas diferentes para cada indivíduo. A universalidade do fenômeno está na partilha desse sentimento de comunhão no que diz respeito ao belo, que se pode denominar de estado de alma, que, conforme a filosofia kantiana, seria o resultado da interação entre imaginação e entendimento referentes à obra de arte.

1 Para o referido filósofo, aura seria aquilo que torna uma coisa singular, única: ―Em suma, o que é a aura? É uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja.

O mais curioso dessa ideia, é que tal sensação deve ser desinteressada, ou seja, não podemos ter nenhum interesse externo em relação aquilo, a não ser mesmo, apenas contemplar. Cada um com a sua subjetividade formula ideias sobre o que se contempla, sem determinar ou fechar a beleza em conceitos, ainda que a gente tente isso o tempo todo. Buscamos o belo dentro de nós, advinda da nossa vivência e do nosso entendimento, e não na coisa em si mesma. Esse juízo reflexivo ou estético, desencadeou o conceito de reflexão infinita dos filósofos românticos, dando origem a uma nova maneira de pensar a arte: a crítica! O crítico não esgota uma obra de arte, mas promove uma reflexão infinita sobre a sua estética. Mas as vezes nos deparamos com fenômenos grandiosos demais, e essa harmonia parece ser extrapolada, pois não conseguimos lidar ou fazer qualquer juízo estético sobre o mesmo. Esse sentimento é o Sublime. É como se não pudéssemos ter controle ou harmonizar o que sentimos diante de uma grandeza, porque simultaneamente, ela te apavora e te comove. Kant diz que o sublime é uma afronta a imaginação, dado o fato de que a imaginação não é capaz de conceber essa grandeza. A grande vantagem disso, é que depois da estagnação diante do sublime, tendemos a buscar compreensão da tal grandeza, mesmo que nunca a compreendamos de maneira definitiva. No exemplo de Kant, é como tentar compreender o infinito matemático. Fazendo uma comparação sumaria entre o belo e o sublime, podemos afirmar que a arquitetura dos templos antigos, geravam um sentimento de beleza, devido a harmonia de suas construções. Mas a partir do período gótico, as catedrais se tornaram imensas, cheias de micro detalhes, justamente para poder provocar um sentimento de sublime em nós e nos fazer relacionar-se com o divino em certa medida. “O sublime distingue-se do belo, pelo fato de provocar perturbações filosóficas, ligadas a mistura de dor e prazer” Analítica do Sublime (matemático). - Em um primeiro momento, o sublime realmente nos serve sentimentos de pequeneza e de distanciamento do poder – estagnação e incapacidade – e simultaneamente, numericamente e de forma empoderada, o sublime torna para si através de nossas faculdades, o aspecto de grandeza. - No belo, há o jogo entre imaginação e entendimento. No sublime o jogo se difere em seus agentes. Há o envolvimento da razão (prazer) com a imaginação (desprazer/humilhação). - Em Kant, a razão seria a busca do incondicionado, de uma não-conclusão, de um postulado axiomático universal, mesmo que o conhecimento não possa ser tido fora de uma ou mais condições/regras/normas/causas. Nota: Não conseguimos conceber o infinito pelo entendimento e experiência/vivência, apenas o caminho, o intuito, a construção.

- O sublime nos fornece a concepção do infinito no jogo de nossas faculdades, e isso causa a humilhação na imaginação, que não concebe o evento em si. - O auge da concepção da experiência do infinito, subjetivamente desperta a impressão da intensidade dessa experiência....


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