Eugen Fink La filosofía de Nietzsche PDF

Title Eugen Fink La filosofía de Nietzsche
Author Victor Ansbergs
Pages 117
File Size 12.2 MB
File Type PDF
Total Downloads 16
Total Views 342

Summary

filos ofía de Nie tzs che A lia n z a U n iv e r s id a d Eugen Fink La filosofía de Nietzsche Ve r s ión e s pañola de Andr és Sánche z Pas cual Alianza Editorial T ít u lo o r ig in a l: Nietzsche Philosophic INDICE Prime ra e dic ión e n "Alia n z a Unive r s ida d” : 1977 Se gunda e d ic ió...


Description

filos ofía de Nie tzs che

A lia n z a

U n iv e r s id a d

Eugen Fink

La filosofía de Nietzsche Ve r s ión e s pañola de Andr és Sánche z Pas cual

Alianza

Editorial

T ít u lo o r ig in a l:

Nietzsche Philosophic

INDICE

Prime ra e dic ión e n "Alia n z a Unive r s ida d” : 1977 Se gunda e d ic ión en “ Alia n za Unive r s ida d": 1985 Und é c im a r e impr e s ión en “ Alia n za Unive r s ida d” : 2000

1. La «me ta fís ica de a r tis ta » ......................................................

Re s e rvados todos los derechos. Hl conte nido de esta obra está prote gido por la Le y, que e stablece penas de pris ión y/o multas , ade más de las corres pondientes inde mnizacione s por daños y pe r juicios , para quie ne s r eprodujeren, plagiar e n, dis tr ibuye re n o c o m uni­ caren pública me nte , en todo o en par le , una obr a literaria, artís tica o cie ntífica, o su tr ans formación, interpretación o e je cución artística lijada en cualquie r tipo de soporte o c omunicada a través de cualquie r me dio, sin la pre ce ptiva autor ización.

i' 1 W. Ko h la m m e r Gm b H ., Stuttgart Vj Ed. cast.: Alia n za Editor ial. S. A.. Ma dr id, 1966, 1969, 1976. 1979 1980, 1981, 1982. 1984, 1986. 1989, 1993, 1994, 19 96 .2 00 0 C / Ju a n Igna c io I.ue a de T e na, 15: 28027 Ma dr id: te léf. 91 393 88 88' ISBN: 84- 206- 2164- 1 De pós ito le gal: M. 43.654- 2000 Impr e s o en Lave l. S. A. Pol Ind. Los Llanos C7 Gr an Canar ia, 12. Huma ne s (Ma d r id) Printe d in Spain

9

1. La filo s o fía de Nie tzs c he , o c ult a b a jo más caras ............................. 2. La id e n tific a c ión r adica l de ser y va lo r . E l p u n t o de p a r t id a de E l n a c im ie n t o d e la t r ag e d ia e n e l e s p ír it u d e la m ú s ic a ......... 3. P s ic olo gía de l arte y ar te c omo c o no c im ie n to de l m u n d o ........... 4. E l «s c c r a tis m o » c o m o a nta gonis ta de la s a b id u r ía tr ágica. S o b re v e rd a d y m e n t ir a e n s e n t id o e x t r a m o r a l ............................... ......... 5. C o n s id e r a c io n e s in t e m p e s t iv a s . C u lt u r a y g e nio. L a f ilo s o f ía e n la é p o c a t rág ic a d e lo s g rie g o s ......................................................

41

La ilus tr a c ión de N ie t z s c h e ......................................................

50

1. P s ic olo gía de l de s e nma s ca r a mie nto y óp t ic a de la v id a . H u m a n o , d e m a s ia d o h u m a n o ............................................................................... 2 . La filo s o fía de la m a ña n a ( A u r o r a y L a g ay a c ie n c ia) ................

50 61

3. E l me ns aje ................................................................................

71

2.

1. 2. 3. 4.

F o r m a , e s tilo y d iv is ión de A s í h a b ló Z a r a t u s t r a ........................ E l s upe r ho mb r e y la m u e r t e 'd e Dio s ........................... v ............... La v o lu n t a d de po d e r ........................................................................... E l e te r no r e t or no : «De la v is ión y de l e n ig m a », «An t e s de l ama ne ce r » ...................................... ......................................................... 5. E l e te r no r e t or no : F o r m u la c ión c o s mológic a de l p r o b le m a mo r al. Re t o r n o de lo m is m o ........................................................................... 7

9 17 24 33

71 79 88 98 108

ín d ic e

C a p ít u lo 6- E l e te r n o r e t o r no : t- El e te r no r e t o r no : bres s upe r io r e s »

«D e l gr a n a n h e lo » ........................... «Lo s s ie te s e llos ». Za r a t us t r a y los «h o m ­

La de s tr ucción de la tr ad ic ión occide ntal ............................. !• La pr o ye cción tr a s c e nde nta l de los valor e s . M ás a llá d e l b ie n y d e l m a l ........................................................................................... 2. G e n e a lo g ía d e la m o r a l .................................................................. 3. E l A n t ic r is t o y C r e p ú s c u lo d e lo s íd o lo s ........................... 4- Id e a o nt o lóg ic a e ide a m o r a l ......................................................... 5. La o b r a po s tum a L a v o lu n t a d d e p o d e r : pr o b le m a de ln ih ilis m o . 6. La o nt o lo g ía ne g ativa de la cosa ........ ........................................ 7 . «Dis c ip lin a y a d ie s t r a m ie nt o ». E l m u n d o d io nis ía c o ......* ...........

1

120 130

LA «MET AFISICA DE ART IST A»

141 141 151 160 170 180 191 202

Re la c ión de Nie tzs che con la me tafís ica co mo ca utivid a d y como libe r a ción ................................................ ...............

214

1. Los c ua tr o as pe ctos tr as ce nde ntale s de l p r o ble m a de ! s er y los te mas fu n d a m e n t a le s de la filo s ofía nie tzs che ana. La ide a de l jue ­ go d e l m u n d o c o mo p r o ble m a e xtr a- me tafís ico ............................

214

1. La filos ofía de Nie tzs che , oculta b a jo más caras Fe de r ico Nie tzs che es una de las gr ande s pe rs onalidade s que jalo­ nan e l d e s tino de la his tor ia e s pir itual de Oc c ide nte , u n ho mbr e fatal que o bliga a to ma r de cis ione s últim a s , una tr e me nda inte r r ogación pla nta da al bor de de l ca mino que el ho mb r e e ur ope o ha ve nido r e cor rie ndo has ta ahor a y que ha e s tado car acte r izado p o r la he re ncia de la An tig üe d a d y dos mil años de cr is tia nis mo. Nie tzs che es la sos pe cha de que este c amino ha s ido u n c amino e r rado, de que el hombr e se ha e x tr avia do, de que es ne ce s ario dar marcha atr ás , de que r e s ulta pre ciso r e nuncia r a todo lo que has ta ahor a se ha con­ s ide r ado c o mo «s a n t o » y «b u e n o » y «ve r da de r o ». Nie tzs che re pr e ­ s e nta la cr ítica más e x tr e mada de la r e lig ión, la filos ofía y la cie ncia, la mo r a l. Si He ge l r e alizó e l e ns ayo gigante s co de conce bir la his tor ia e n te ra de l e s pír itu como u n proce s o e v o lutiv o e n e l que se ha llan inte grados todos los pas os ante r ior e s , que de be n ser e s timados en su valor pr o p io ; si He ge l cre yó que po día da r una re s pue s ta po s i­ tiva a la his to r ia de la h u m a n id a d occide nta l, Niétzs che re pre s e nta, por el contr a r io, la ne gación de s piada da, re s ue lta, de l pas ado; la re­ puls a de todas las tr adicione s , la in v ita c ión a una r adical vue lta atrás . Co n Nie tzs c he el h o m b r e e ur ope o lle ga a una e ncr ucijada. He g e l y Nie tzs che s on, junto s , la concie ncia his tór ica que r e fle x iona s obre todo el pas ado occide nta l, s ope s ándolo y e x a min ánd o lo . Am b o s se e ncue ntr an, de mane r a de cis iva, e n la esfe ra de influe nc ia de los p r i­ 9

10

La filo s o fía de Nie tzs du-

me r o s pe ns ador e s gr ie gos , se r e m o nt a n a lo in ic ia l; a m b o s s on hern clít e os . He g e l y Nie tzs c he s on c o m o la a fir m a c ión q ue t o d o lo com p r e nd e y la ne gac ión que to d o lo dis cute . He g e l lle va a cabo la inme ns a la b o r de la c om pr e he ns ión c o nc e ptua l, pue s re- piensa e in ­ te gr a todas las var iac ione s de la a ut o in te le c c ión h u m a n a , c o n ju n t a e n la u n id a d s upe r io r de s u s is te ma to dos los te mas anta g ónic o s de la h is to r ia de la me ta fís ica , lle va ndo as í a és ta a su co nc lus ión. Par a Nie tzs che e s ta mis m a h is to r ia no es más que la his to r ia de l e r ror más p r o lo n g a d o , y po r e llo la ataca con una p a s ión de s me did a , con u n a p o lé m ic a e s tr e me cida p o r la te ns ión, fo r m u la n d o s os pe chas , ha c ie ndo im p uta c io ne s , con u n o d io de s e nfr e nado y una amar ga ir o n ía , con r as gos de ing e nio y a la ve z con todas las ins idios as ma lig nida de s pr o pia s de u n pa nfle tis ta . P ar a su luc ha acude a toda s las ar mas de que dis po ne : su r e fina da ps ic ología, la agude za de su ing e nio , su ve he me ncia y, s obre to do , su e s tilo. Nie tzs c he luc ha con una e ntre ga to ta l, pe r o no r e aliza una de s tr uc c ión co nce ptual de la me tafís ica, no la d e s m o nta con los mis mos me dios del pe ns ar co nce ptua l del ser, s ino que r e pudia el conc e pto, luc ha contr a el r ac io nalis mo , se opo ne a la vio la c ión de la r e alidad p o r el pe ns a mie nto . Su dis c us ión con el pas ado la r e aliza Nie tzs c he en un a m p lio fr e nte . N o pole miza s ólo c ontr a la m o r a l y la r e lig ión tr adicionale s . Su lucha tie ne Ja fo r ma de una cr ítica total de la c ultur a . Es te facto r es de gr an im ­ por ta ncia. La cir cuns tanc ia de que Nie tzs c he par t a de una cr ítica de la c u l­ tu r a e ncubr e con de mas iada fa c ilida d el he cho más h o n d o de que lo que e n él tie ne lugar e n e s e ncia es s ólo una d is p uta f ilo s ó f ic a con la me tafís ica occide nta l. Nie tzs che s ome te cie r tame nte to do el pas ado c ultur a l a s u cr ític a de mole dor a. A l atacar tan a m p lia m e n te lo an­ te r ior , al po ne r así r adica lme nte e n cue s tión el pas ado de Oc c id e nte , Nie tzs c he se s e par ó de a nte m a no de los mo r a liza nte s «cr íticos de la é poc a» que e s tuvie r on e n boga e n el s iglo x ix . N o s ólo se e nfr e nta de mane r a cr ítica a l pa s ado, s ino que dic ta , ade más , una co nde na ­ c ión ; invie r te los valor e s occide ntale s , pos e e un a v o lun t a d de fu t u r o , u n pr o g r a ma, un ide al. Pe r o no es un uto pis ta , uno de esos hombr e s que pr e te nde n me jor a r e l m u n d o y trae rle la fe lic id a d; no cree en el «pr o g r e s o». T ie ne una os cur a profe cía par a el fut u r o , es el me ns aje r o de l n ih ilis m o e ur ope o. Es te parece habe r lle ga do e ntr e ta nto , v no s ólo a Eu r o p a . T odo el m u n d o lo conoce y habla de él; inclus o hay ya quie n se dis pone a «s upe r a r lo ». La lle gada de l n ih ilis m o la anuncia Nie tzs che «p a r a los dos pr óx imos s iglos ». T a mbié n en la dir e cción de l fu t u r o lle ga muy le jos s u concie ncia his tór ica. Por e llo r e s ulta m e zq u in o y r id íc ulo r e duc ir al bre ve e s pacio de tie m po de la his tor ia actual a u n pe ns ador que abarca his tór ic ame nte todo nue s tr o pas ado

1. La «m e t a fís ic a de a r t is t a »

11

e ur ope o y q u e pr e s e nta u n pr oy e ct o de v id a pa r a s iglos , y que r e r in te r pr e ta r lo de s de e lla . H a y q u e r e chazar con to da d e cis ión los in ­ te ntos de in t r o d u c ir a Nie tzs c he en la p o lític a de l m o m e n t o , de pre s e ntar le co mo el g lo r ific a d o r clás ico de la vio le nc ia , de l im p e r ia ­ lis mo a le m án , co mo e l a b a nd e r a d o g e r m ánic o c o ntr a todos los valore s de la c u lt u r a me d it e r r áne a y otr as cosas s e me jante s . Nie tzs c he no pue de e s capar , de s de lue go , al de s tino de todos los gr ande s filós o fo s de ser vulg ar izad o s y tr ivia liza do s . Mas e l que se haya abus ado p o lí­ tic a me nte de él n o es u n a r g um e n to e n c o ntr a s uya, a n o ser q ue se de mue s tr e que la de s a cr e ditada pr ax is p o lít ic a se o r ig in ó e n una c o m ­ p r e ns ión g e nuin a de s u a ut é ntic a filo s o fía . E l e s t ilo d ifíc il de sus obr as hace que los gr ande s pe ns ador e s s is te máticos , co mo Ar is tóte le s , Le ib n iz, Ka n t , He g e l, po r e je mplo , e s tén ,tal ve z me nos e x pue s tos que Nie tzs c he a ser m a le nt e nd ido s de m o d o b a na l. Es te ú lt im o ofre ce apa r e nte me nte un acceso más fácil, fit r a e por e l e s ple ndor de su e s tilo, po r su fo r m a afor ís tica , seduce ' y c a utiva po r la audacia de sus fo r mula c io ne s , ejerce una fas cinación e s tética, ador me ce p o r la ma g ia de sus e x tr e mo s ida de s . T e nie nd o en cue nta la ma r e a, q ue to d a v ía s igue cr e cie ndo, de l in flu jo de Nie tzs che , hay q ue p la n te a r e s ta p r e g unta cavilos a: ¿Se bas a es te in flu jo en la f ilo s o f ía d e Nie tzs c he — o e n mo tiv o s s e cundar ios de s u o b r a — o tal vez e n la at r a cción q ue e jerce el e s t ilo s uge s tivo de sus s obre e x citadas facultade s me ntale s ? Es po s ible q ue nue s tr a r e s pue s ta caus e de s ilus ión: la filo s o fía de Nie tzs c he es lo que me nos in fluy e , lo que tal ve z no ha s ido c o m­ p r e n d id o to dav ía y e stá ag ua r d a ndo inte r pr e tac ione s e s e nciale s . E l filós o fo Nie tzs che e stá o c ult o y d is im u la d o po r el cr ític o de la c ul­ tur a, p o r el augur mis te r ios o, p o r el pr o fe ta g r a ndiloc ue nte . La ese ncia está oc ulta ba jo más caras . A éstas nue s tr o s iglo las s igue de m últ ip le s for ma s . Pe r o de su filo s o fía se h a lla le jos aún. La imag e n de Nie tzs c he ha e x pe r ime nta do cie r tame nte una tr ans ­ fo r m a c ión car acte r ís tica e n e l cur s o de los últ im o s de ce nios . A co­ mie nzos s iglo Nie tzs c he apare ce e n las «e x po s ic ione s » s obre to do co mo e l dia gnos tic ador ge nial de la de cade ncia c ultur a l, c o mo el cr e ador de una ps icolo gía pe ne tr ante , a b is mal, conce bida co mo u n excelso ar te de a div in a c ión y de inte r pr e ta c ión; se e ns alza a Nie tzs che como el sagaz de s c ubr ido r de l «r e s e n tim ie n to », de la «de c ade ncia», d o ta do de u n a mir a da ma lig na que pe r cibe to d o lo m ór b id o y p utr e ­ facto; se le cons ide ra como ar tis ta, como poe ta que d o m in a el id io m a , como pr e dic ado r pr ofé tic o. Co m o d ijo una ve z Sche ler, Nie tzs che d io a la pala br a «v id a » una r e s onancia áur e a; fu n d ó la «filo s o fía de la v id a ». Cu a n t o me nos se co mpr e nde su ve r dade ra filo s o fía , tanto más fas tuos o se to r na e l c ulto que- se le t r ib uta . Nie tzs che es g lo r i­

12

La filo s o fía de Nie tzs c he

fica do como una figur a le ge ndar ia, es tr ans for mado en u n s ímbolo. Me zc la ndo s u vida y su obr a se crea el a r tific io de una «le y e nda ». Las inte r pr e tacione s más re cie nte s de Nie tzs che pos e e n un s e n­ t id o más r igur os o de la r e alidad. Pode mos obs e r var en ellas una te n­ de ncia inve r s a. Muc ha s veces el p unto de par t ida sigue s ie ndo todavía bio g r áfic o : se inte nta compr e nde r la obr a de s de la vida que la creó. Pe r o Nie tzs che es vis to fr ía me nte . N o se 1c cons ide ra como el s upe r ­ h o mb r e q ue él proclama e n A s í h a b ló Z jr a t u s t r a . Al co ntr ar io, ahor a se aplica a Nie tzs che mis mo la r e finada ps icología del desenmascaram ie nto que él de s a r r olló has ta el vir tuos is mo. Nie tzs chc aparece co mo el hombr e que s ufr ió pr o funda m e nte , el hombr e de s tr ozado, m a ltr a t a do por la vida. Su o d io s alvaje , infe r nal, contr a todo lo cris tia no s ólo pue de e xplicars e por que nunca pudo de s e mbarazars e del cr is tianis mo: su inmor a lis mo no se e xplica más que por un r e fina ­ mie nto mo r a l, pre cis ame nte por la abs oluta s ince ridad de su crítica de la mor a l: sus dit ir a m bo s a la vida salvaje v fue rte , al hombr e pode ros o, a la s alud r obus ta, por la nece s idad de abs te nción de l e nfe r mo. La image n de Nie tzs che vie ne de te r minada más por factores pe r i­ féricos de su obra que por el núcle o de su filos ofía. Induda ble me nte , las «c o nquis ta s ps icológicas de Nie tzs che » son gr andios as : él nos abr ió los ojos par a ver las r e alidade s de doble fo ndo , el s e ntido o c ulto de las for mas expre s ivas de l alma, los innume r able s fe nóme nos de la ambiva le nc ia ; su arte del anális is ps icológico posee una altur a s u­ pr e ma. In d is c utib le m e nte . Nie tzs che estaba do ta do de un o lfa to in ­ cr e íble par a captar los aconte cimie ntos his tór icos ; podía leer ios s ignos de lo que ha de ve nir y pr ofe tizar el fu tur o . Nie tzs che es, sin d ud a , u n ar tis ta que posee una s e ns ibilidad de lica dís ima, un inge nio fa bulo s o , una ar die nte fantas ía, una imag inac ión vis ionar ia. In d is ­ c ut ib le m e nte es Nie tzs che un poe ta. «So y el más e ncubie r to de todos los e ncubie r tos », dijo de sí m is m o e n una ocas ión. Tal vez nos re s ulte tan d ifíc il captar al filós o fo pre cis ame nte por que éste es el Nie tzs che auté ntico. El ocult a m ie n to de su esencia se c o nvir tió en Nie tzs che en una pas ión; le gus tan de una fo r ma in quie ta nte el antifa z, la mas carada, la b u fo ­ ne r ía. E n cuantas «fig ur a s » se r e ve la, en esas miomas se oculta: tal ve z n in g ú n filós o fo haya e ncubie r to su filos ofar bajo tanta s ofis te r ía. Par e ce co mo si su ser c a mbia nte , ve r s átil, no pe die ra lle gar en abs o­ luto a u n a e x pre s ión clar a y d e fin id a , como si r e pre s e ntara muchos pe rs onaje s . T ale s figuras c omo e l «e s pír it u libr e », de la época en que e s cr ibió H u m a n o , d e m as iad o h u m a n o , el pr íncipe Vo ge lfr e i. Za r a tus tr a y su a ut o id e ntific a c ión últ im a con Dionis os .

I. La «me ta fís ic a de a r t is ta »

13

Ah o r a bie n: ¿qué s ignifica este gus to por la más car a? ¿Es s ólo una tre ta de e s cr itor , un e ngaño de l p úb lic o , el mé to do im p un e de de fe nde r una pos ición y no que dar , s in e mbar go, ata do a e lla? Es te rasgo de Nie tzs che ¿br o ta , en el fo ndo , de un de s ar r aigo, de un flotar s obre el abis mo, que quie r e e ngañars e a sí mis mo y a los de más , pr e s e ntándolo como un s ue lo fir me ? Una e x plicación ps ico­ lógica no po d r á dis ipar jamás este e nigma de la e xis te ncia de Nie tzs che . E n una image n e x tr a or dinar ia me nte s im bólic a, Nie tzs che habla de l «la b e r in t o »; e l ser h u m a n o es par a él un la be r into cuya s alida nadie ha e nco ntr a do todavía y de ntr o de l cual han s ucumbido todos los héroe s . Nie tzs che mis mo es el hombr e labe r íntic o por exce­ lencia. N o pode mos ar r e batar le el mis te r io de su e xis te ncia, pue s se ha pue s to a s alvo me diante muchas vue ltas y re vue ltas , me diante muchas máscaras y figur as . Pe ro ¿nos im po r ta e sto a nos otr os ? La inte r pr e tac ión de Nie tzs che se re s ie nte en ge ne ral de que se e mple a la biogr afía como clave . Ah o r a bie n: la vida de Nie tzs che está más oculta a ún que su obr a. Pe r o lo e x tr a or dinar io de su de s tino, su pas ión y, por otr o la do, su pr e te ns ión me s iánica, el in a u d it o p at h o s con que se pr e s e nta, con que as us ta, de s concie rta, e s candaliza y atrae: todo e s to in c it a co ns tante me nte a d ir ig ir la mir a d a al ho mbr e e n lugar de ocupar s e tan s ólo de la obr a. Nie tzs che nos atrae en dir e c­ ción a él mis mo . T odos sus libr os e s tán e scritos e n e s tilo de confe ­ s iones ; no pe r mane ce , co mo auto r , e n s e gundo pla no . P o r el con­ tr ar io, de u n m o d o casi ins o po r table h a b la de sí mis mo , de sus e xpe ­ rie ncias e s pir ituale s , de su e nfe r me dad, de sus gus tos . Im p lic a una ar rogancia únic a el mole s tar así al le ctor con la pe rs ona de l a ut o r y afir mar a la vez que , e n el fo n d o , todos los libr o s no s on más que monólogos de Nie tzs che cons igo mis mo. Nie tzs che utiliza e l de scaro de esta impe r tine ncia fr e nte al le ctor como un re curs o ar tís tico, como una golos ina lite r ar ia; se as e gura s e guidore s pr e cis ame nte r e pe lie ndo. Es te p at h o s ar is tocr átic...


Similar Free PDFs