Fichamento 3 - FEB 1 - Resumo Formação do Brasil contemporâneo PDF

Title Fichamento 3 - FEB 1 - Resumo Formação do Brasil contemporâneo
Course Formação Econômica do Brasil
Institution Universidade Estadual de Campinas
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Esse fichamento é um resumo da Introdução e do Capítulo 1, no livro de Caio Prado Jr. -Formação do Brasil Contemporâneo ...


Description

Fichamento 3: Prado, Caio Jr. Formação do Brasil Contemporâneo – Introdução e Capítulo 1: Sentido da colonização INTRODUÇÃO As mudanças que ocorreram no início do século XIX foram essenciais para compreender o Brasil contemporâneo. Pois foi um momento de ruptura com a metrópole e sua colonização, que durou por três séculos. Esses três séculos formaram uma sociedade, mas todo o sistema colonial e a obra da metrópole tinha se esgotado e chegado ao fim, com necessidades de transformações profundas. O dilema que se colocava era: parecer ou modificar o antigo sistema, Caio Prado coloca como ainda não terminado o processo de modificação da sociedade. Essa sociedade que fora moldada ainda na colônia. Com essa ruptura, todo o processo que modifica esse organismo, seja por motivos internos ou forças externas, se tornam indispensáveis para entender o Brasil que ainda continua em constante modificação social, com resquícios da antiga sociedade. E não apenas no que diz sobre tradições, mas na estrutura econômica e social – exemplo: do trabalho livre ainda não completamente desenvolvido e as marcas que anos de trabalho escravo deixaram na sociedade; produção para mercado externo, sem foco no mercado interno; subordinação da economia brasileira às centrais; exportadoras de bens primários (DIT) – tendo isso, não passando de uma economia colonial para uma economia nacional. Sobre o social, há uma disparidade entre os meios urbanos e rurais, não só sobre o material, mas também sobre direitos: “Um dos aspectos mais chocantes do Brasil, e que alarma qualquer observador de nossas coisas, é essa atonia econômica, e, portanto “vital”, em que mergulha a maior parte do território do país” (PRADO, p. 8) O autor termina a introdução falando sobre como o livro irá desenrolar a maneira que os três séculos de colonização impactaram a vida econômica e social do Brasil até os dias atuais.

CAPÍTULO 1 – SENTIDO DA COLONIZAÇÃO Caio Prado afirma que os descobrimentos que aconteceram naquele tempo era um capítulo do comércio europeu. Fazendo parte da empresa comercial européia no séc XV de forma que se conecta com o Oceano. Sendo assim, os portugueses traficavam na costa africana: ouro, marfim, escravos e buscaram especiarias na Índia. Dessa maneira, os espanhóis, ingleses, franceses e outros procurariam outro caminho no Oriente. A américa,a princípio, fora colocado como um obstáculo e não um local que gerasse a produtividade. Então, o resultado dos esforços seria encontrar uma passagem para os parâmetros estabelecidos.

O autor coloca que os espanhóis situados nas antilhas, desde o descobrimento Colombo, exploram a parte central da américa e descobriram o México e o Rio da Prata. Nesse mesmo momento, os ingleses se preocuparam com pesquisas no norte , porém com iniciativas também dos portugueses, franceses e pesquisas realizadas pelos italianos. Esses esforços serviriam para encontrar a “brecha” para o pacífico que hoje em dia sabemos que não existe. A idéia de povoamento na américa não era cogitada e sim, apenas o comércio. Então, desprezava-se o imenso território americano e Oriente que não faltava objeto para atividades mercantis. Quando o autor fala de povoamento, ele não quer dizer de colocar militares ou agentes para se estabilizarem em feitorias e praticarem o comércio com nativos e articular rotas marítimas, mas a ocupação de forma efetiva. Essa condição somente ocorreu por necessidade imposta de novas circunstâncias . Aliás, os países da europa não possuíam população para mandarem a américa por causa da peste precedente. A forma que a américa é colocada por Celso como um território com nativos indígenas que não fornecia nada rentável. Para fins mercantis, o povoamento deveria ter as bases da defesa armada, administração entre outros. O povoamento seria uma forma de manter as feitorias e organizar a produção dos gêneros que interessassem o seu comércio ( pág 18). Aqui Portugal foi o pioneiro, chegando primeiramente nas ilhas do atlântico. Precisava-se povoar e organizar a produção e fizeram com excelência,diferente dos espanhóis, ingleses e franceses que passaram muito tempo apenas na navegação. Contudo, como grandes navegadores, que ganharam prestígio e conseguiram realizações e empresas ultramarinas. Os problemas do novo sistema de colonização, envolvendo a ocupação de territórios quase desertos e primitivos, terão feição variada, dependendo em cada caso das circunstâncias particulares com que se apresentam, a primeira delas será a natureza dos próprios gêneros aproveitáveis que cada um daqueles territórios proporcionará ” (PRADO, p. 19); No início eles tinham um sistema parecido com o esquema de feitorias com o interesse único em produtos comercializáveis - Pau-brasil, peles de animais, peixes, entre outros-, dentro dessas zonas de novos territórios os espanhóis serão os mais privilegiados, dado que desde de o início se depararam com áreas ricas em metais preciosos - exemplificado pela prata e ouro encontrada em territórios hoje conhecidos como México e Peru-, porém os incentivos dos metais ocupam uma baixa porcentagem na contribuição da formação da américa, no momento em questão. Já no século XVIII temos um intensificação da colonização portuguesa na américa do sul, este movimento levou a exploração do centro do continente, e as expectativas criadas pelas descobertas prematuras do espanhóis foram frustradas, pois não encontraram nem perto do mesmo volume de metais que os castelhanos na américa espanhola. A ocupação da colônia da Nova inglaterra aconteceu em circunstâncias muito especiais, depois do século XVII, a situação interna da europa, principalmente da inglaterra é complicada com as suas tensões e lutas política- religiosas, esse cenário desviou a atenção de parte da população para a américa recorrendo ao território colonial para suprir as necessidades de paz e abrigo, longe do momento caótico inglês. Os povos que virão para a américa em sua grande maioria fogem das lutas políticas religiosas e tem como objetivo abrigar-se dos conflitos e reconstruir o seu lar que fora desfeito

ou estava ameaçado. Também devemos salientar que a concentração desse movimento de emigração da europa foi alocado majoritariamente nos territórios da zona temperada. Há um outro fator anterior que também fortalece o movimento de emigração, este fator é a transformação econômica da que acontece no decorrer do século XVI, esta consiste na transformação dos campos em pastagens para carneiros que abasteceriam a indústria têxtil crescente inglesa, esta transformação que modifica drasticamente a distribuição populacional. Foram nestas condições adversas que causou a ocupação intensiva de povoamento em larga escala da zona temperada da américa e a partir destas novas condições se deriva um novo tipo de colonização. segundo (PRADO, p. 21) “ O que os colonos desta categoria têm em vista é construir um novo mundo, uma sociedade que lhes ofereça garantias que no continente de origem já não lhes são mais dadas; seja por motivos religiosos ou econômicos. a sua subsistência se tornará lá impossível ou muito difícil, procuram então uma terra ao abrigo das agitações e transformações da Europa, de que são vítimas , para refazerem a sua existência ameaçada”. O autor afirma que para se estabelecer nas zonas tropicais e subtropicais, o colono tinha que encontrar diferentes estímulos do que nas zonas temperadas; a esse estímulo se deu pela diversidade de condições naturais, o que proporcionou aos colonos europeus a obtenção de gêneros agrícolas que não eram possíveis na Europa, como por exemplo, açúcar. Para esses colonos, a América servia apenas de um território que estava esperando a iniciativa e o esforço deles: “É isto que estimulará a ocupação dos trópicos americanos” (PRADO, p.28); porém o colono europeu viria a ser o dirigente da produção desses gêneros agrícolas com grande valor no mercado, e não o trabalhado. Além do estímulo dos produtos de gêneros de grande valor, os colonos se dirige aos trópicos com o estímulo de ser um dirigente dessa produção e possuir trabalhadores e terras. Para Caio Prado, esses estímulos é que resultaram em um “caráter que tomará a exploração agrária dos trópicos” (p. 29); a produção nos nessas zonas se realizará em grande escala em grandes unidades de terras produtoras, chamada de plantation – porém, o autor comenta que, antes de ser adotada a mão-de-obra escrava indígena ou negra africana, a grande maioria desses colonos se sujeitaram a essa condição e estavam em uma posição de dependência e baixo nível, tendo o trabalho em proveito de outros e apenas para a sua subsistência. Apenas após a implementação da mão-de-obra escrava é que então o colono europeu pode ser apenas um dirigente e grande proprietário rural; para os portugueses a escravidão de negros africanos foi um ganho duplo, pois além de ganhar com o aumento da produtividade nas produções agrícolas na colônia, os portugueses controlavam os territórios que forneciam essa mão-de-obra, então ganhavam no tráfico e comércio de escravos; por essa razão, Prado afirma que os portugueses desde o início de sua colonização adotaram a mão-de-obra escrava. Caio Prado afirma que as colônias das zonas tropicais tomam um rumo diferente das colônias nas zonas temperadas: “Enquanto a nestas se constituirão colônias propriamente de povoamento [...]” (p.30), essas colônias são formadas pelo escoamento do excesso demográfico vindo da Europa devido os conflitos político-religiosos e os conflitos econômicos, essa sociedade que se formou no novo mundo apresenta grande semelhança de modelo e origem europeus. Ao contrário, nas colônias de zonas tropicais a sociedade que surgirá será original: “[...] não será

uma simples feitoria comercial [...] Mas conservará, no entanto um acentuado caráter mercantil [...]” (p.31); esse caráter se constituirá em uma empresa que tem como dirigente um colono europeu, que utiliza do território fértil para a produção de gêneros de grande valor comercial, e utiliza da mão-de-obra escrava de raças consideradas inferiores, como a indígena e os negros africanos importados. Para o autor, os objetivos que são passados para o segundo plano nas colônias de zonas temperadas, são, nas zonas temperadas, mantidas, e marcarão os traços da colonização desse tipo; apesar da colonização ser mais completa que a antiga feitoria, para Prado “ [...] sempre com o mesmo caráter que ela, destinada a explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu” (p.31); esse é o sentido verdadeiro da colonização tropical para Caio Prado. O Brasil é um dos resultados desse sentido de colonização, e isso explicará os elementos econômicos, sociais, culturais, políticos e etc. do Brasil, e da formação e evolução da história brasileira; “Se vamos à essência da nossa formação, veremos que na realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde ouro e diamante; depois, algodão, e em seguida, café, para o comércio europeu” (p. 31 e 32); esse trecho explica o objetivo primordial dessa colonização, que foi o “objetivo exterior”, isto é, o objetivo de fazer o comércio voltado para fora e sem considerar o interesse que não fosse daquele comércio. O autor conclui o capítulo afirmando que o sentido da colonização é exclusivamente para o exterior e para atender aos seus interesses, e esses aspectos organizarão sociedade e a economia brasileira....


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