Filme Zuzu Angel PDF

Title Filme Zuzu Angel
Author Ana Mylena
Course História do Brasil IV
Institution Universidade Federal do Ceará
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Summary

O filme “Zuzu Angel”, produzido pelo diretor Sérgio Rezende, com roteiro de Marcos Bernstein teve data de lançamento no dia 04 de agosto de 2006. Classificado como drama a obra contou também com a participação da atriz Patrícia Pillar interpretando Zuzu Angel, estilista brasileira que fez grande suc...


Description

DISCENTE: Ana Mylena Costa de Almeida DOCENTE: Adelaide Maria Gonçalves Pereira DISCIPLINA: História do RESENHA DO FILME:

Brasil Zuzu

IV Angel

O filme “Zuzu Angel”, produzido pelo diretor Sérgio Rezende, com roteiro de Marcos Bernstein teve data de lançamento no dia 04 de agosto de 2006. Classificado como drama a obra contou também com a participação da atriz Patrícia Pillar interpretando Zuzu Angel, estilista brasileira que fez grande sucesso no exterior, Daniel de Oliveira como Stuart Angel Jones, filho de Zuzu Angel, ativista do Movimento Revolucionário 8 de Outubro - MR-8, e Leandra Leal como Sônia, esposa de Stuart Angel e também militante do MR-8. O diretor Sérgio Rezende é conhecido por seus trabalhos que retratam a história brasileira, também produziu filmes como “Lamarca” e “Guerra de Canudos”, “Zuzu Angel” é seu 11º filme. O longa-metragem retrata a vida de um estilista brasileira que conseguiu consolidar sua carreira no exterior. Ex-mulher de um norte americano, Zuzu Angel voltou para o Brasil com seus três filhos, com o passar do tempo começou a perceber no seu único filho homem um comportamento revolucionário, um desejo de mudança na sociedade que vivia o período da ditadura civil-militar no Brasil. Mesmo compreendendo o ponto de vista do filho, ela nunca apoiou seu espírito militante, pois acreditava que uma só pessoa não seria capaz de mudar o mundo. Stuart Angel Jones entrou para o Movimento Revolucionário Oito de Outubro, organização política de ideologia comunista que participou da luta armada contra a ditadura militar, e teve grandes feitos como, por exemplo, o sequestro do embaixador norteamericano no Brasil, Charles Burke Elbrick. O filho de Zuzu Angel foi apelidado pelos companheiros como “Paulo”, codinome que ajudaria na preservação da sua identidade. Stuart foi preso e após longas procuras de Zuzu pelo filho nos departamentos militares do Brasil, ela não o encontrou, pois todos eles negaram terem visto ou prendido “Paulo”. Sabendo da verdade Zuzu Angel não desistiu de sua busca e o desenrolar do filme se dá pela procura incansável de uma mãe desesperada por encontrar seu filho, e pelas formas que ela encontrou de protestar contra o regime que matou Stuart. Como era estilista, ela organizou uma coleção de roupas que denunciava os crimes que ocorriam frequentemente nas prisões militares. Zuleika Angel Jones lutou contra os militares para encontrar o filho, ao retratar uma história real o diretor apresentou em seu filme a revolta de uma mãe que perdeu a vida na busca pelo direito de poder enterrar Stuart Angel, pois mesmo com as respostas negativas das autoridades ela sabia que seu filho tinha sido torturado e

morto. Em seu livro “Jogos da Memória: O Movimento Feminino pela Anistia no Ceará”, a professora Drª. Ana Rita Fonteles Duarte fala sobre a importância da “mãe como símbolo”, e em como as mulheres no período ditatorial eram vistas na maioria das vezes como coadjuvantes das ações dos homens. Isso é perceptível no filme em questão, pois está evidente que Zuzu Angel só se opôs à ditadura militar e lutou pelo fim dela com a morte de seu filho. O fato de uma mãe estar “apontando o dedo e levantando a voz” para os militares por conta de seu filho é visto como um ato de coragem, e assim o é, um ato corajoso que transformou Zuzu Angel em um dos maiores nomes da luta contra a ditadura militar. Essa mãe que virou música de Chico Buarque, “Angélica”, e é nome de rua em Porto Alegre. A forma que Zuzu Angel encontrou para denunciar as barbáries da ditadura militar foi através de suas roupas, com estampas e modelos que iam contra o que o sistema pregava, Zuzu fez um desfile em forma de protesto. Ela buscava sempre apoio de autoridades do exterior, pois como o Stuart era de nacionalidade norteamericana, ela acreditava que a ajuda dos Estados Unidos poderia fazer com que ela encontrasse o corpo de seu filho, e foi isso que revoltou ainda mais os militares brasileiros. O filme teve grande importância para o cinema brasileiro, pois apresentou de forma clara como se dava a relação das famílias dos presos políticos com os governantes do período, retratando além de tudo isso os conflitos existentes entre a os militantes vistos como terroristas, e os golpistas, que acreditavam serem eles a resolução de todos os problemas do Brasil. Desmistifica a ideia de que só militantes diretos eram presos, torturados e mortos, e mostra que a polícia daquele período “eliminava” todas e quaisquer pessoas que fugissem a “ordem” imposta pelo sistema, a ideia de “ordem e progresso” funcionava como um lema e uma regra da Ditadura Militar, que deveria ser seguida a risca ou poderia causar vários problemas para o infrator A estilista foi morta no dia no dia 14 de agosto de 1976, no Rio de Janeiro, pela primeira vez o ex-delegado do Dops, Cláudio Guerra afirmou em 2014 no seu depoimento para à CNV (Comissão Nacional da Verdade) que Zuzu Angel foi assassinada pela Ditadura Militar, o que já era dito como verdade pelos intelectuais e jornalistas da época, que viram em uma fotografia o coronel Freddie Perdigão no local do acidente, e perceberam que as circunstâncias da morte aparentava um homicídio. Portanto o enredo cinematográfico relatou um acontecimento sobre o período de chumbo do Brasil, e como se deram as relações entre a população e os governantes, a reflexão acerca da obra e da história é importante, mas sempre levando em consideração que por mais revolucionária que fosse Zuzu Angel, ela possuía um lugar privilegiado na sociedade daquela época, como mulher de classe média, branca e com contatos no exterior, obviamente que isso não tira o mérito de suas ações, mas é uma problematização a ser feita. Teria ela conseguido tamanho reconhecimento em outra posição social? Referencias

Filme: Zuzu Angel. Direção: Sérgio Rezende, Produção: Joaquim Vaz de Carvalho; Warner Bros, 2006. Disponível em: Acesso em: 12 de setembro de 2017. Bibliografia DUARTE, Ana Rita Fonteles. Jogos da Memória: O Movimento Feminino pela Anistia do Ceará. Fortaleza: Coleção Inesp-ufc, 2012. 301 p....


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