Title | Glossário de Análise do Comportamento |
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Course | Psicologia |
Institution | Universidade Nove de Julho |
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Resumos da matéria de Análise do Comportamento na área da Psicologia ...
Glossário de Análise do Comportamento Conceito Comportamento respondente (=Reflexo)
Definição É uma relação entre um estímulo específico e uma resposta específica
Exemplo A luz acende (S) e a pupila contrai (R)
É representado pelo esquema: S→R Sempre é automático Pode ser inato ou aprendido Diferente do comportamento operante, não possui consequência Eliciar
Um estímulo antecedente elicia um respondente, ou seja, produz uma resposta automática (com 100% de certeza)
O choque elicia uma contração muscular
Evocar
Um estímulo antecedente evoca uma resposta operante, ou seja, aumenta a probabilidade de uma resposta ocorrer. A resposta evocada não é automática
A presença da avó evoca a resposta de pedir um doce
Reflexo incondicionado (UR)
É um comportamento inato (o organismo nasce tendo este reflexo) É selecionado durante a filogênese
Transpirar (R) quando está calor (S)
Reflexo condicionado (CS)
É um comportamento aprendido (o organismo precisa passar por um condicionamento respondente) É selecionado durante a ontogênese
Coração acelerar (R) quando toca uma música emocionante (S)
Intensidade de um estímulo
É a “força” de um estímulo. Sempre é a medida do estímulo.
Um som mais alto possui uma intensidade maior que um som mais baixo
Magnitude de uma
É a “força” de uma resposta.
Quando a pupila contrai menos, diz-se
resposta
Sempre é a medida da resposta.
que a magnitude da resposta é menor
Lei da intensidademagnitude
É uma das leis do reflexo, que afirma que, quanto maior a intensidade do estímulo, maior a magnitude da resposta
Quanto mais intensa a luz, maior a contração da pupila
Lei do limiar
É uma das leis do reflexo, que afirma, que, para todo o reflexo, existe uma intensidade mínima do estímulo necessária para que a resposta seja eliciada
Para que ocorra uma contração muscular, o choque precisa ter no mínimo entre 5 e 10W
Lei da latência
É uma das leis do reflexo, que afirma, que, quanto maior a intensidade do estímulo, mais rapidamente a resposta vai ocorrer
Quando mais intenso a luz, mais rapidamente a pupila irá contrair
Condicionamento pavloviano (= condicionamento respondente = condicionamento clássico)
Um estímulo neutro (NS), pareado a um estímulo incondcionado (US) se torna um estímulo condicionado (CS). Inicialmente foi estudado por Pavlov, que investigou o reflexo da salivação em cães. Watson, com o “experimento do pequeno Albert”, passou a estudar o efeito do condicionamento pavloviano nas respostas emocionais
Uma música, em um primeiro momento, não elicia nenhum reflexo (portanto, é um estímulo neutro). No processo de condicionamento, ela é pareada com um estímulo incondicionado que elicia uma resposta de felicidade (por exemplo, a proteção materna). Após o condicionamento, esta música se tornará um estímulo condicionado, que também eliciará a resposta de felicidade
Generalização respondente
Processo em que um reflexo, originalmente eliciado por um determinado estímulo, passa a ser eliciado também por outros estímulos
O reflexo de medo originalmente era eliciado por uma rua na qual o indivíduo foi assaltado. Caso ele apresente este reflexo em ruas nas quais o assalto não ocorreu, diz-se que ocorreu uma generalização respondente
Extinção respondente
Uma das formas de reduzir a frequência dos comportamentos respondentes apresentados diante de estímulos
Apresentar uma aranha (CS) para um indivíduo que tem medo de aranha, sem estímulos incondicionados (US) que eliciem o medo, até que a aranha pare de eliciar o medo (tornando-se
condicionados. Consiste em apresentar o estímulo condicionado (CS) sem a presença do estímulo incondicionado (US)
NS).
Contracondicioname nto
Uma das formas de reduzir a frequência dos comportamentos respondentes apresentados diante de estímulos condicionados. Consiste em condicionar uma resposta contrária àquela produzida pelo estímulo condicionado.
Apresentar uma música relaxante (que elicia respondentes de relaxamento, incompatíveis com os respondentes eliciados pela aranha) junto com a aranha, que inicialmente elicia respondentes de medo.
Dessensibilização sistemática
Uma das formas de reduzir a frequência dos comportamentos respondentes apresentados diante de estímulos condicionados. Consiste em utilizar a generalização respondente para suavizar os efeitos da extinção respondente (“quebra” a extinção em etapas)
Na primeira etapa, apresentar uma imagem de uma aranha (CS) para um indivíduo que tem medo de aranha, sem estímulos incondicionados (US) que eliciem o medo, até que a imagem pare de eliciar o medo (tornando-se NS). Na segunda etapa, apresentar o vídeo de uma aranha (CS) para um indivíduo que tem medo de aranha, sem estímulos incondicionados (US) que eliciem o medo, até que o vídeo pare de eliciar o medo (tornando-se NS). Na terceira etapa, apresentar uma aranha dentro de um vidro fechado (CS) para um indivíduo que tem medo de aranha, sem estímulos incondicionados (US) que eliciem o medo, até que a aranha dentro do vidro pare de eliciar o medo (tornando-se NS). Na quarta etapa, apresentara aranha fora do vidro (CS) para um indivíduo que tem medo de aranha, sem estímulos incondicionados (US) que eliciem o medo, até que a aranha fora do vidro pare de eliciar o medo (tornando-se NS).
Esquemas de reforçamento
Condições de acordo com as quais as respostas são reforçadas (Ver os tipos na figura
abaixo) Esquema de reforçamento contínuo (CRF)
O reforço é apresentado após uma resposta
Quando aperto o interruptor (R), a luz acende (S)
Esquema de reforçamento intermitente
Um reforço apresentado após mais de uma resposta ou após transcorrido um intervalo de tempo Existem dois tipos: os de razão e os de intervalo
Preciso estudar 3 vezes (R) para tirar uma nota boa (S) Ligando a televisão às 20h (R), e não antes disso, eu consigo assistir ao noticiário (S)
Esquema de razão
O critério para o reforçamento é a quantidade de respostas que o organismo deve emitir. Existem dois tipos: os de razão fixa e os de razão variável
Preciso estudar 3 vezes (R) para tirar uma nota boa (S)
Esquema de razão fixa (FR)
O número de respostas necessárias para a apresentação do reforço é sempre o mesmo
Preciso estudar 3 vezes (R) para tirar uma nota boa (S) Neste caso, temos um esquema FR:3
Esquema de razão variável (VR)
O número de respostas necessárias para a apresentação do reforço varia constantemente
Preciso estudar, em média, 4 vezes (R) para tirar uma nota boa (S). Em algumas situações, 2 vezes é suficiente; em outras, 3 vezes é suficiente; em outras, preciso estudar 6 vezes etc. Neste caso, temos um esquema VR:4
Esquema de intervalo
O critério para o reforçamento é a passagem de tempo entre um reforço e o outro. Existem dois tipos: os de intervalo fixo e os de intervalo variável
Preciso estudar 3 vezes (R) para tirar uma nota boa (S)
Esquema de intervalo fixo (FI)
O tempo que passa entre um reforço e outro é o sempre o mesmo
Ligando a televisão às 20h (R), e não antes disso, eu consigo assistir ao noticiário (S) Neste caso, temos um esquema FI:1 (preciso esperar um dia para apresentar uma resposta que será
reforçada) Esquema de intervalo variável (VI)
O tempo que passa entre um reforço e outro varia
Quando ligo o rádio, pode estar tocando uma música que eu gosto ou não. Às vezes, demora 20min para tocar uma música que eu gosto, às vezes demora 30min, às vezes demora 10min. Se eu ligar o rádio quando não estiver tocando uma música que eu gosto, eu não serei reforçada. Neste caso, temos um esquema VI:20 (preciso esperar, em média, 20min para apresentar uma resposta que será reforçada)
Esquemas de tempo
O reforço ocorre independentemente da resposta do organismo
Usar uma determinada roupa e o time para quem torce vencer
Relação de contingência
Relação de dependência/causalidade entre eventos
Apertar o interruptor (R) e a luz acender (S)
Relação de contiguidade
Relação temporal entre eventos (os eventos ocorrem ao mesmo tempo ou em um tempo próximo, mas sem que um influencie o outro)
Usar uma determinada roupa e o time para quem torce vencer
Comportamento supersticioso
Quando o organismo está diante de uma relação de continguidade e se comporta como se estivesse diante de uma relação de contingência
A pessoa que continua usando a mesma roupa ao assistir o jogo do seu tipo, pois acredita que isto levará à sua vitória
Comportamento verbal
Comportamento definido por 3 critérios - É um comportamento operante - Necessita de um ouvinte e de um falante - O reforçamento é fornecido pelo ouvinte → Há estímulo consequente, mas ele não é relevante para a classificação do
comportamento verbal → Pode envolver a voz (comportamento vocal) ou outros meios de comunicação (gestos, olhares etc.) Operante verbal sob controle formal
Comportamentos verbais que possuem correspondência ponto-aponto entre estímulo antecedente e resposta
Cópia, ecoico, ditado, textual
Cópia
Operante verbal de controle formal, no qual o estímulo antecedente e a resposta são escritos (há similaridade formal entre Sa e R)
Sa: “casa” escrito na lousa R: alunos escreverem “casa” no caderno
Ecoico
Operante verbal de controle formal, no qual o estímulo antecedente e a resposta são vocais (há similaridade formal entre Sa e R)
Sa: professora falar “a casa é grande” R: alunos falarem “a casa é grande”
Ditado
Operante verbal de controle formal, no qual o estímulo antecedente é vocal e a resposta é escrita (não há similaridade formal entre Sa e R)
Sa: professora falar “casa” R: alunos escreverem “casa” no caderno
Textual
Operante verbal de controle formal, no qual o estímulo antecedente é escrito e a resposta é vocal (não há similaridade formal entre Sa e R)
Sa: “casa” escrito na lousa R: alunos falarem “casa”
→ Não precisa haver compreensão do texto lido Operante verbal sob controle temático
Comportamentos verbais que não possuem correspondência ponto-aponto entre estímulo antecedente e resposta
Mando, intraverbal, tato, autoclítico
Mando
Comportamento verbal que
Sa: fome
está sob controle de uma estimulação aversiva ou de um estado de privação e cuja resposta especifica a consequência - São solicitações, súplicas, perguntas, leis, ordens etc.
R: falar “me dá comida” ou “por favor, me dá comida” ou “você pode me dar comida?” etc.
→ Não precisa ser uma ordem Tato
Comportamento verbal que está sob controle de objeto, evento, propriedade de objeto ou propriedade de evento - É a forma como nomeamos ou descrevemos o mundo, seja ele interno ou externo
Sa: fome R: falar “estou com fome”
Intraverbal
É um encadeamento de ideias, em que um estímulo antecedente produz “automaticamente” uma resposta
Sa: Alguém falar “La, le, li, lo” R: o organismo falar “lu”
Autoclitico
É um tato (resposta verbal) do nosso próprio comportamento verbal É uma parte de nosso comportamento verbal que modifica, dá ênfase ou significado à outra parte do comportamento verbal
Eventos públicos
Respostas observáveis por mais de uma pessoa (outras pessoas além daquela que os apresenta) São produzidos por eventos ambientais, assim como os eventos privados
Ações (chorar, andar)
Eventos privados
Respostas observáveis apenas por quem os apresenta.
Sentimentos, pensamentos, sensações
Sa: ventilador R: falar “isso é um ventilador”
Obs:
São produzidos por eventos ambientais, assim como os eventos públicos
Na Análise do comportamento, eventos ambientais produzem respostas (sejam elas ações, pensamentos, sentimentos etc.), as quais produzem alterações no ambiente (Sa - R → Sc) Ou seja, para a AC, eventos ambientais (que ocorreram no passado) produzem tanto eventos privados, quando eventos públicos. Sentimentos e pensamentos não causam/explicam as ações Na TCC, os pensamentos geram sentimentos, que geram comportamentos (ações) (pensamentos → sentimentos → ações)
Autoconhecimento
Possui origem social, pois é a comunidade verbal que nos ensina a descrever o que fazemos/sentimos e a relação disso com o nosso ambiente.
A comunidade verbal permite o desenvolvimento de nosso autoconhecimento da seguinte forma:
O autoconhecimento é necessário para o autocontrole, ou seja para modificarmos nossas respostas (privadas e públicas), incluindo nossa autoestima Correlatos públicos de eventos privados
São eventos públicos que, de alguma forma, estão associados com eventos privados. SEMPRE a comunidade verbal ensina as pessoas a nomearem os seus eventos privados a partir dos correlatos públicos, pois têm acesso apenas a estes. O problema é que não é sempre que estes eventos públicos de fato são
Em um dia frio, uma criança treme (correlato público). Seus pais acham que ela está com calor (evento privado inferido pelos pais) e falam “filho, você está com frio?” “Vem cá que eu te dou um abraço para você parar de sentir frio”. E com estas experiências, a criança aprende que está sentindo frio, mesmo que ela esteja sentindo medo (evento privado de fato presente), por exemplo.
acompanhados pelo evento privado que a comunidade verbal acredita estar presente. Esta falta de correspondência gera uma imprecisão no momento de relatarmos o que estamos sentindo Correspondência verbal
É a relação entre aquilo que fazemos e a descrição precisa acerca desse fazer (o que falamos) É quando há compatibilidade entre o que fazemos e o que falamos sobre este fazer Nem sempre há correspondência verbal, pois a comunidade verbal reforça o comportamento verbal, mesmo quando ele não corresponde à realidade
Tibi fez a lição de casa de matemática (o que ele fez) e, quando a mãe perguntou se ele fez, ele falou que sim (o que ele falou que fez) → Há correspondência verbal. Tibi quebrou o vaso favorito da mãe (o que ele fez) e, quando a mãe perguntou se foi ele, ele falou que não (o que ele falou que fez) → Não há correspondência verbal. *Neste caso em que não houve correspondência verbal, provavelmente Tibi será reforçado negativamente (não levará bronca), o que aumentará a probabilidade de ele mentir novamente (isso vale para mentiras, mas também para omissões, promessas não cumpridas etc.)
Correspondência fazer-dizer
O indivíduo faz algo e fala que fez o que de fato fez
Tibi fez a lição de casa de matemática (o que ele fez) e, quando a mãe perguntou se ele fez, ele falou que sim (o que ele falou que fez)
Correspondência dizer-fazer
O indivíduo fala que vai fazer algo e de fato faz
Tibi fala que vai fazer a lição de casa de matemática (o que ele falou que vai fazer) e de fato faz a lição (o que ele fez)
Correspondência dizer-fazer-dizer
O indivíduo fala que vai fazer algo, faz o que falou que faria e, por fim, fala que fez
Tibi fala que vai fazer a lição de casa de matemática (o que ele falou que vai fazer), faz a lição (o que ele fez) e depois fala que fez a lição (o que ele falou que fez
Comportamento modelado pelas contingências
É aquele comportamento que é modelado diretamente pelas consequências das
A criança que mantém o dedo longe da tomada porque já colocou o dedo na tomada (resposta) no passado e levou o choque (consequência direta).
respostas Comportamento governado por regras (ou comportamento governado verbalmente)
É aquele comportamento determinado indiretamente pelas suas consequências.A contingência não precisa ter sido vivenciada na história passada do próprio indivíduo.
A criança que mantém o dedo longe da tomada (resposta) porque a mãe falou que se colocar o dedo na tomada, levará choque (regra). Ela não precisa ter levado o choque antes em sua história de vida
Regra
É um estímulo discriminativo verbal que especifica uma determinada contingência
Quando a avó fala “se você mostrar a língua para a sua mãe, sua língua vai ficar para fora para sempre”, ela está especificando a seguinte contingência: Presença da mãe (Sa) - Mostrar a língua (R) → Ficar com a língua para fora (Sc)
Esquemas de reforçamento:...