Hessen, Johannes. Teoria do Conhecimento PDF

Title Hessen, Johannes. Teoria do Conhecimento
Course Filosofia
Institution Universidade Federal de Rondônia
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Summary

O texto resenhado, Teoria Geral do Conhecimento, é de autoria do filósofo e teólogo católico alemão Johannes Hessen (Lobberich, bairro de Nettetal, 14 de setembro de 1889 — Bad Honnef, 2 de setembro de 1971). Nesta obra ele aborda a teoria do conhecimento, explorando de forma didática esta disciplin...


Description

João Vítor de Oliveira Santos Texto resenhado: HESSEN, Johannes. Teoria do Conhecimento. Tradução António Correia. Coimbra (Portugal): Armênio Amado Editor Sucessor, 1980. Pp. 25-59 O texto resenhado, Teoria Geral do Conhecimento, é de autoria do filósofo e teólogo católico alemão Johannes Hessen (Lobberich, bairro de Nettetal, 14 de setembro de 1889 — Bad Honnef, 2 de setembro de 1971). Nesta obra ele aborda a teoria do conhecimento, explorando de forma didática esta disciplina filosófica visando tratar do que é essencial nessa teoria e em que consiste sua estrutura geral, apontando também as diferentes possibilidades do conhecimento. O texto se apresenta estruturado em duas partes, tendo assim divido a primeira (O fenómeno do conhecimento e os problemas nele contidos) e a segunda parte (A possibilidade do conhecimento) ambas em 5 seções para se obter melhor compreensão. Hessen inicia o texto (seção 1.1) conceituando que a teoria do conhecimento é, como o próprio nome diz, uma teoria, ou seja, uma interpretação ou explicação do conhecimento humano. Buscando empregar o método fenomenológico, encontra-se frente a frente no conhecimento a consciência e o objeto, e o dualismo na relação sujeito e objeto. Esta correlação sujeito-objeto, determina que o sujeito só é sujeito do conhecimento se ele produz conhecimento em relação ao objeto, e o objeto só é objeto quando entra na relação de pesquisa do sujeito, havendo assim, autonomia de um para o outro. Com isso ele afirma que o conhecimento – a percepção do sujeito sobre o objeto, no qual ele denomina ‘imagem’- altera somente o sujeito e nunca o objeto, pois este tem função de apreender o sujeito, sendo assim o conhecimento uma determinação do sujeito pelo objeto, porém este conhecimento não se refere naturalmente ao objeto, mas sim a imagem que o sujeito tem dele. Na segunda seção da primeira parte, o autor divide o caráter transcendente do objeto em reais e ideais. No real atribui-se a tudo o que nos é dado pela experiência externa ou interna, ou dela se infere. Os objetos ideais apresentam-se, pelo contrário, como irreais, como meramente pensados, dando como exemplos os objetos da matemática, os números e as figuras geométricas. A seguir (seção 1.3), o escritor, seguindo o contexto sujeito e objeto, passa a bordar o conceito de verdade, explicando-o como sendo uma concordância da imagem com o objeto, sendo que este pode designar como conceito transcendente da verdade, onde também é próprio da consciência ingénua e da consciência científica pelo fato de as duas aceitarem como verdade a concordância do conteúdo do pensamento com o objeto. Com isso, ele completa dizendo que há necessidade de ter a certeza de que um conhecimento realmente é verdadeiro, levantando assim a questão do critério de verdade. Na seção 1.4, Hessen disserta sobre as três esferas distintas que dão características ao conhecimento: o sujeito, a imagem e o objeto. Pelo sujeito, o fenómeno do conhecimento

toca na esfera psicológica pelo fato de ser ele quem busca tomar conhecimento sobre o objeto; pela imagem com a lógica, pois a percepção que o sujeito tem pelo objeto é uma percepção lógica; pelo objeto, com a ontológica, porque aparece perante a consciência cognoscente como algo que é - quer se trate de um ser ideal ou de um ser real. Concluindo a primeira parte do texto (seção 1.5), Johannes compreende que o método fenomenológico só é capaz de descrever uma descrição do fenômeno do conhecimento, sendo ela completamente distinta da teoria do conhecimento, podendo entendê-la - em vez de uma teoria - como um método, que tem por missão conduzir-nos a presença do problema do conhecimento. Complementando, ele diz que a questão da origem do conhecimento está em descobrir se é a razão ou é a experiência a fonte e a base do conhecimento humano. Com isso, atinge-se o verdadeiro problema central da teoria do conhecimento quando nos fixamos na relação do sujeito e do objeto. Na descrição fenomenológica esta relação se caracteriza como uma determinação do sujeito pelo objeto, com isso, a consciência cognoscente não se conduz receptivamente a presença do seu objeto, mas sim ativa e espontaneamente, sendo assim possível se perguntar qual das duas interpretações do conhecimento humano é a verdadeira. Mantendo a estrutura, na segunda parte do texto, diferente da primeira - na qual foi falado do conhecimento pensado exclusivamente numa apreensão racional do objeto - o escritor trata de falar das formas de conhecimento humano, abordando por seguinte o dogmatismo, o ceticismo, o subjetivismo e o relativismo, o pragmatismo e o criticismo. Descrevendo o dogmatismo (seção 2.1), Hessen diz que nele é evidente que o sujeito apreenda o objeto, no qual assenta-se na confiança da razão humana que ainda não está em dúvida, crendo que os objetos do conhecimento nos são dados absolutamente por obra da função intermediaria do conhecimento, crendo ser possível conhecer a verdade. Em relação a isso, têm-se o dogmatismo teórico, que se refere ao conhecimento teórico, e o dogmatismo ético e religioso - o conhecimento dos valores. Isso acaba por caracterizar o dogmatismo como uma concepção ingênua da realidade. A respeito do ceticismo (seção 2.2), ele diz que este, ao contrário do dogmatismo, nega a possibilidade do sujeito apreender o objeto, sendo o sujeito a atenção do ceticismo, colocando o critério de verdade neste, pois no ceticismo, o conhecimento no sentido de apreensão real do objeto é impossível. O ceticismo pode ser classificado como: absoluto ou radical, metafísico e ético e religioso, compreendendo por ceticismo ético e religioso a impossibilidade de um conhecimento moral e religioso. Ele faz ainda uma distinção do ceticismo metódico e sistemático, no qual o metódico designa um método que põe em dúvida tudo que é visto como verdadeiro e certo e o sistemático se preocupa mais com uma questão de princípio. Portanto o ceticismo acaba por cai numa contradição consigo próprio por afirmar que o conhecimento é impossível, sendo que o próprio exprime um conhecimento.

Por seguinte, na seção 2.3 o autor discorre sobre o subjetivismo e o relativismo, no qual afirma não haver qualquer verdade universalmente válida, não havendo também uma contradição. Ele limita assim, a validade da verdade do sujeito que conhece e julga, sendo o juízo valido apenas para o gênero humano. Johannes diz que o relativismo é uma ideia cultural na qual a percepção é moldada pelo momento histórico em que vivemos e está aparentado com o subjetivismo pois nele não há também qualquer verdade absoluta, sendo relativa toda verdade, tendo apenas uma validade limitada. Portanto, a verdade significa a concordância do juízo com a realidade objetiva. O objetivismo e o relativismo são no fundo ceticismo por também negar a verdade, porém de forma indireta, afirma Hessen. O escritor, abordando o pragmatismo (seção 2.4), o define como uma negação da possibilidade do conhecimento no qual o verdadeiro significa útil, valioso, fomentador da vida, onde o homem é um ser pratico, de vontade e de ação e a verdade consiste, portanto, no que se mostra útil e proveitoso para a vida humana e, em particular, para a vida social. Nesse contexto, Hessen cita Nietzsche que diz a verdade é apenas uma expressão para designar a utilidade, para designar aquela função do juízo que conserva a vida e serve a vontade do poder, sendo o homem, antes de tudo um ser ativo, cujo o intelecto foi lhe concebido para atuar. Hessen conclui que o pragmatismo falha em não ver a esfera logica, em desconhecer a autonomia do pensamento humano “o pensamento e o conhecimento estão certamente na mais estreita conexão com a vida, porque estão inseridos na totalidade da vida psíquica. O acerto e valor do pragmatismo radicam-se Justamente na contínua referência a esta conexão”. Por fim, Hansen finaliza o texto na seção 2.5 tratando do criticismo, que ele define como uma posição intermediaria entre o ceticismo e o dogmatismo, onde está convencido de que há uma verdade, mas que este o submete a análise, juntando a confiança no conhecimento humano com a desconfiança perante todo o conhecimento determinado, sendo seu comportamento reflexivo e crítico. Kant, fundador do criticismo, chegou a essa concepção depois de ter passado pelo dogmatismo e pelo ceticismo, que são, segundo ele, exclusivistas, sendo que o criticismo é o método de filosofar que consiste em investigar a fontes das próprias razões e objeções que as mesmas assentam, dando esperança de se chegar à certeza, reconhecendo tanto como um método quanto um sistema. Com isso o autor conclui dizendo que o criticismo é a única posição justa na possibilidade do conhecimento. Contudo, Johannes Hessen cumpre com a finalidade do tema, abordando de forma compreensível a problemática da teoria do conhecimento e as distintas possibilidades do conhecimento, ressaltando assim a importância desse texto para o meio acadêmico. Por fim, pode-se concluir que a teoria do conhecimento humano, encontra-se numa relação do objeto na percepção do conhecimento, na relação sujeito e objeto, contendo diferentes

possibilidades de conhecimento nessa relação, cada qual com seu ponto de vista teórico sobre o conhecimento. O texto resenhado, denominado “Teoria do conhecimento”, de autoria do professor Johannes Hessen, filósofo e teólogo católico alemão, aborda a importante temática da interpretação filosófica do conhecimento humano, expondo explicações e características do tema. O texto é dividido em duas partes, sendo a primeira dividida em quatro seções e a segunda parte distribuída em cinco seções. Na primeira parte do texto, com subtítulos “Investigação fenomenológica preliminar” e “O fenômeno do conhecimento e os problemas nele contidos”, Hessen faz um apanhado geral sobre como pode ser visto o conhecimento, podendo ser dividida esta parte em quatro seções. Na seção de número um, o autor examina a relação objeto/sujeito e o método fenomenológico, na perspectiva do conhecimento humano, abordando a reflexão da analise de objeto pelo sujeito, sendo estes respectivamente: analisado e analisador, expondo uma correlação irreversível. Na seção seguinte, há uma interpretação sobre conceito de verdade, abordando sua ligação com o conceito de uma relação. Nesta mesma seção, Hessen apresenta o critério da verdade, do qual enumera três elementos principais do conhecimento: o sujeito, a imagem e o objeto. Encerra-se a seção afirmando que nenhuma das áreas de psicologia, lógica ou ontologia poderiam resolver o problema do conhecimento e seus questionamentos sobre a veracidade dos fatos contidos nele. A seção de número três, foca na análise da concepção fenomenológica na teoria do conhecimento, do qual a fenomenologia apenas pode esclarecer-nos sobre a efetiva realidade da concepção natural, mas nunca decidir sobre a justeza e veracidade. Traz a problemática de que a fenomenologia nos conduz à presença de um problema, e não na resolução do mesmo, analisando de modo crítico o método que os fenomenologistas utilizam. Já na última seção da primeira parte, Hessen faz um apanhado dos assuntos antes discutidos, apresentando pensamentos contrários ao que fora mostrado, colocando uma incógnita sobre qual pensamento seria correto, afirmando que existem outros tipos de conhecimento além do conhecimento racional. Questiona também o critério de verdade, “Qual seria o critério para afirmar que determinado conhecimento é verdadeiro?”. Encerra a seção dando introdução à segunda parte do texto, apresentando os assuntos que serão discutidos a seguir. A segunda parte do texto, com o subtítulo “A possibilidade do conhecimento”, é dividida em cinco seções das quais analisa as idéias do dogmatismo, ceticismo, subjetivismo e relativismo, pragmatismo e finalmente o criticismo, respectivamente, em verificação do conhecimento e seus questionamentos. A seção de número um, traz como tema o dogmatismo, apresentando a dificuldade do pensamento dogmático, do qual os objetos de conhecimento nos são dados absolutamente e não meramente por obra da função intermediária do conhecimento. Passa-se por cima da própria percepção e da função do pensamento. Nas entrelinhas, Dogmatismo, como sua definição já diz, é a crítica da razão pura, é o proceder dogmático da razão pura, sem a crítica do seu próprio poder. Na seção dois, o tema central é o Ceticismo, do qual expõe o pensamento de que nesta doutrina, a atenção fixa-se no sujeito, na função do conhecimento, que ignora completamente o objeto. O ceticismo crê basicamente que o ser humano não pode atingir nenhuma verdade absoluta, resultando em uma eterna dúvida. Revela também a diferença entre os vários tipos de ceticismo e de como os mesmos auxiliaram no desenvolvimento do

conhecimento humano. Encerra a seção revelando as contribuições do ceticismo para a filosofia e suas teorias. Na seção seguinte, de numeração três, o assunto principal é o subjetivismo e o relativismo, do qual acredita-se que, há uma verdade, mas esta verdade tem uma validade limitada. O subjetivismo limita a validade da verdade ao sujeito que conhece e julgam de acordo com o sujeito cognoscente, enquanto o relativismo crê na dependência dos fatores externos ao invés do sujeito. No decorrer da seção, Hessen crítica o Subjetivismo e o Relativismo e o compara com o ceticismo e suas vertentes. A seção quatro, aborda o pragmatismo, do qual abandona o conceito de verdade no sentido da concordância entre o pensamento e o ser, segundo ele, verdadeiro significa útil, fomentador da vida. Hessen menciona o fato de que no pragmatismo, o homem não é um ser pensante, mas sim um ser prático, do qual seu conhecimento depende de sua vontade de ação. Cita também William James como o principal fundador desse pensamento crítico, analisando outros filósofos que também aderiam este pensamento. Basicamente, Hessen alega que o erro fundamental do pragmatismo consiste em não ver a esfera lógica, em desconhecer a autonomia do pensamento humano. Na seção cinco, ultima seção do texto, o autor encerra o assunto examinando o criticismo, que acredita que é possível o conhecimento e de que há uma verdade, o criticismo examina todas as afirmações da razão humana e não aceita nada despreocupadamente. Hessen expõe Kant como o fundador desta ideia, analisando seu pensamento sobre o mesmo e o que o levou a criar essa nova filosofia. O autor coloca este pensamento em choque com os anteriores, mostrando as divergências entre os mesmos. O texto é de grande valor filosófico e explicativo, abordando o conhecimento humano e suas peculiaridades, analisando a forma como o mesmo se constitui e as várias formas de vê-lo e pensá-lo. Hessen analisa cada temática de forma à facilitar o entendimento de um tema tão complexo, sendo este texto indispensável para um melhor conhecimento sobre o tema “teoria do conhecimento”....


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