Histologia I Tecido Ósseo PDF

Title Histologia I Tecido Ósseo
Author Pedro Heitor
Course Histologia I
Institution Pontificia Universidade Católica do Paraná
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TECIDO ÓSSEO INTRODUÇÃO Componente principal do esqueleto, serve de suporte para tecidos moles e protege órgãos, como os contidos na caixa craniana, torácica e canal raquidiano. Protege a medula óssea, proporciona apoio aos músculos esqueléticos e contribui para um sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular. Além disso os ossos funcionam como deposito de cálcio, fosfato e outros íons, armazenando e liberando-os de forma controlada. Ainda são capazes de absorver toxinas e metais pesados, minimizando os efeitos nos demais tecidos.  

É um tipo especializado de conjuntivo formando por células e material extracelular calcificado (matriz óssea). Células:  Osteócitos: situam-se em lacunas no interior da matriz.  Osteoblastos: sintetizam a parte orgânica da matriz e localizam-se na periferia.  Osteoclastos: células gigantes, móveis e multinucleadas que reabsorvem o tecido ósseo, participando dos processos de remodelação óssea.



Como não é possível a ocorrência de difusão através da matriz calcificada do osso, a nutrição dos osteócitos depende de canalículos que existem na matriz. Estes possibilitam as trocas de moléculas e íons entre os capilares e os osteócitos. Os ossos são revestidos por membrana externa (periósteo) e membrana interna (endósteo). São membranas conjuntivas que contêm células osteogênicas. São necessárias técnicas histológicas especiais para o estudo desse tecido. Uma delas consiste na obtenção de fatias finas de tecido preparadas por desgaste; não preserva a célula, mas é possível o estudo minucioso da matriz. A outra baseia-se na descalcificação, a remoção da parte mineral da matriz óssea é feita a partir de uma solução ácida diluída ou de uma substancia que contenha quelante; possibilita apenas o estudo das células.

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CÉLULAS E MATRIZ o

OSTEÓCITOS: células encontradas no interior da matriz, ocupando lacunas das quais partem canalículos. Dentro destes existem prolongamentos de osteócitos que estabelecem contatos por meio de junções comunicantes entre um osteócitos e outro. São células achatadas, com pequena quantidade de retículo granuloso, golgi e núcleo com cromatina condensada. Apesar dessas características indicarem pequena atividade sintética, os osteócitos são essenciais para a manutenção da matriz óssea.

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OSTEOBLÁSTOS: células que sintetizam a parte orgânica (colágeno I, proteoglicanos e glicoproteínas) da matriz óssea. Sintetizam também osteonectina (facilita a deposição de cálcio) e osteocalcina (estimula a atividade dos osteoblastos, sendo que parte é transportada pelo sangue atuando em osteoblastos em locais distantes). Eles ainda são capazes de concentrar fosfato de cálcio atuando na mineralização da matriz. Se dispõem em superfícies ósseas lado a lado, e quando em intensa atividade são cuboides com citoplasma muito basófilo. Já em estado pouco ativo, tornam-se achatados e a basofilia diminui. Uma vez que é aprisionado pela matriz óssea passa a se chamar osteócitos. A matriz óssea recém-formada adjacente aos osteoblastos ativos chama-se osteoide.

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OSTEOCLASTOS: são células móveis, gigantes multinucleadas e extensamente ramificadas (irregulares, com forma e espessura variáveis). Em locais de reabsorção do tecido essas ramificações encontram-se em porções dilatadas dos osteoclastos e colocadas em depressões (lacunas de Howship). Seu citoplasma é granuloso, fracamente basófilo nos osteoclastos jovens e fortemente acidófilo nos maduros. São originados de precursores mononucleados da medula óssea que, ao entrar em contato com o tecido ósseo, unem-se para formar os osteoclastos multinucleados.

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MATRIZ ÓSSEA:

A parte inorgânica corresponde a 50% e os íons mais encontrados são fosfato e cálcio. Existe a formação de cristais de cálcio e fosforo com a estrutura semelhante a hidroxiapatita, sendo que na superfície dos cristais tem uma camada de água e íons que facilita a troca de íons entre o cristal e o líquido intersticial, assim surge a denominação capa de hidratação. A parte inorgânica é formada predominantemente de fibras colágenas constituídas por colágeno I e pequena quantidade de proteoglicanos e glicoproteínas. Sendo assim a matriz descalcificada cora-se pelos corantes seletivos do colágeno. A associação das fibras com a hidroxiapatita é responsável pela rigidez e resistência do osso. Após a remoção de cálcio, os ossos ainda mantêm seu formato, porém tornam-se flexíveis como os tendões em função das fibras. 

Funções do periósteo e do endósteo: ambos são tecidos conjuntivos que revestem o osso por fora e por dentro, lembrando que no periósteo existem as fibras de sharpey, as quais são fibras colágenas que penetram o osso e prendem firmemente o periósteo a ele. Na porção mais profunda do periósteo existem células osteoprogenitoras (semelhantes a fibroblastos) que se multiplicam por mitose e se diferenciam em osteoblastos, assim desempenham papel importante no crescimento de ossos e recuperação de fraturas. Já o endósteo é constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas que revestem a cavidade do osso esponjoso, o canal medular, os canais de havers e os de volkmann. EM SÍNTESE, AS PRINCIPAIS FUNÇÕES SÃO: NUTRIÇÃO DO TECIDO ÓSSEO E FORNECIMENTO DE NOVOS OSTEOBLASTOS PARA CRESCIMENTO E RECUPERAÇÃO DO OSSO. TIPOS DE TECIDO ÓSSEO

De acordo com a CLASSIFICAÇÃO MACROSCÓPIA o osso é formando por osso compacto (sem cavidades visíveis) e osso esponjoso (muitas cavidades intercomunicantes). Em ossos longos, nas epífises existe ossos esponjoso com uma pequena camada superficial compacta, já nas diáfises é quase totalmente osso compacto existindo uma pequena parte profunda de osso esponjoso delimitando o canal medular. Os ossos curtos têm um centro esponjoso e a periferia compacta. Nos ossos chatos existem duas camadas de osso compacto, denominadas tábuas interna e externa, separadas por osso esponjoso denominado díploe. A cavidade do osso esponjoso e o canal medular na diáfise dos ossos longos são ocupados pela medula óssea, nesta é onde ocorre a produção de células sanguíneas. Com o passar da idade a medula óssea vai sendo invadida por tecido adiposo, assim ocorre a diminuição da atividade hematógena e consequente transformação em medula óssea amarela. HISTOLOGICAMENTE, existem dois tipos de tecido ósseo: primário ou imaturo e o secundário ou lamelar. Ambos contêm as mesmas células e a mesma constituição da matriz. O tecido primário aparece primeiro, no desenvolvimento embrionário e na reparação de fraturas, possui fibras colágenas sem orientação definida. Assim, é gradualmente substituído pelo tecido ósseo secundário, onde as fibras colágenas adquirem uma disposição em lamelas, de forma bem organizada. 

Tecido Ósseo Primário: primeiro tecido ósseo que aparece, sendo substituído gradativamente pelo secundário. É pouco frequente no adulto, persistindo próximo às suturas do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção dos tendões. Apresenta fibras colágenas desorganizadas, menor quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos do que o tecido ósseo secundário.



Tecido Ósseo Secundário: encontrado nos adultos, sendo que a principal característica é conter fibras colágenas organizadas em lamelas de 3 a 7 micrometros de espessura, que ficam paralelas umas às outras ou se dispõem em camadas concêntricas formando os Sistemas de Havers. As lacunas onde estão os osteócitos ficam situadas entre as lamelas ósseas, porém algumas estão dentro delas; separando grupos de lamelas existe acúmulo de uma substância cimentante (matriz mineralizada com pouquíssimo colágeno).

Cada sistema de Havers é um cilindro longo paralelo à diáfise formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas. No centro existe um canal revestido de endósteo denominado Canal de Havers, por onde passam vasos e nervos. Os canais de havers comunicam-se entre si pelos canais transversais denominados canais de Volkmann, sendo que estes não apresentam lamelas concêntricas e atravessam as lamelas ósseas.

HISTOGÊNESE A formação do tecido ósseo pode se dar por dois processos: ossificação intramembranosa (ocorre no interior de uma membrana conjuntiva) e ossificação endocondral (se inicia sobre um molde de cartilagem hialina, gradualmente destruída e substituída por tecido ósseo formado a partir de células do conjuntivo adjacente). Lembrando que durante o crescimento dos ossos pode ser observado áreas de tecido primário, áreas de reabsorção e áreas de tecido secundário; formação e remoção de tecido ósseo persiste durante todo o crescimento. OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA: ocorre no interior de membranas de tecido conjuntivo e é o processo formador dos ossos frontal, parietal e de partes do temporal, occipital e maxilares. Processo pelo qual o molde mesenquimal do esqueleto é substituído por tecido ósseo sem passar pelo estágio da cartilagem. O local onde começa a ossificação denomina-se centro de ossificação primária, inicia-se com a diferenciação de células mesenquimatosas que se transformam em grupos de osteoblastos, os quais sintetizam o osteoide (matriz não mineralizada) que logo se mineraliza englobando alguns osteoblastos que se transformam em osteócitos. Assim, surge um centro de ossificação com vários desses grupos aparecendo simultaneamente, onde ocorre confluência de traves ósseas conferindo ao osso um aspecto esponjoso. Entre as traves há penetração de vasos e células mesenquimatosas indiferenciadas (darão origem a medula óssea). Os inúmeros centros de ossificação crescem e substituem a membrana conjuntiva preexistente. Quando se apalpa o crânio dos recém-nascidos nota-se áreas moles (fontanela), significa que a membrana conjuntiva ainda não foi substituída por tecido ósseo. Lembrando que a parte membranosa que não sofre ossificação passa a constituir o endósteo e o periósteo. ETAPAS [KIERZENBAUM]: 1. O mesênquima embrionário se transforma em tecido conjuntivo altamente vascularizado. As células mesenquimais (semelhantes a fibroblastos), embebidas em uma matriz gelatinosa contendo fibras colágeno, passam a se agregar. 2. Essas células mesenquimais adquirem a forma cilíndrica típica dos osteoblastos e começam a secretar matriz óssea. Assim, numerosos centro de ossificação se desenvolvem e se fundem, formando uma rede de trabéculas anastomosadas, lembrando um osso esponjoso. 3. Como as fibras colágenas estão desorganizadas na trabécula recém-formada, o tecido ósseo intramembranoso recém-formado é descrito como tecido ósseo imaturo. 4. O fosfato de cálcio é depositado na matriz óssea, a qual é formada por aposição. 5. A mineralização leva a dois eventos: aprisionamento dos osteoblastos como osteócitos (à medida que as trabéculas se tornam mais espessas) e fechamento dos canais medulares que assumem a função de hematopoese (conversão das células mesenquimais em células produtoras de sangue). 6. Os osteócitos permanecem conectados entre si por meio de processos citoplasmáticos no interior os canalículos, e novos osteoblastos são gerados a partir de células osteoprogenitoras adjacentes aos vasos sanguíneos. 7. No tecido ósseo lamelar as fibras colágenas recém-sintetizadas são alinhadas em feixes regulares; as lamelas estão organizadas em anéis concêntricos ao redor de um vaso sanguíneo central, formando o Sistema de Havers;

o tecido ósseo permanece esponjoso no centro e é cercado por uma camada interna e outra externa de tecido ósseo compacto. 8. A condensação das camadas do tecido conjuntivo externa e interna vão formar o periósteo e o endósteo, quem contém células fusiformes com potencial celular osteoprogenitor.

OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL: tem início sobre uma peça de cartilagem hialina, sendo que esse tipo de ossificação é responsável pela formação de ossos curtos e longos. Consiste em dois processos:  Primeiro, a cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz cartilaginosa a finos tabiques, sua mineralização e morte dos condrócitos por apoptose.  Segundo, as cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e células osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente. Essas células se diferenciam em osteoblastos, que depositarão matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem calcificada. Assim, aparece tecido ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso, sem que ocorra a transformação da cartilagem em osso. Lembrando que os tabiques servem apenas de ponto de apoio à ossificação. Um centro de ossificação primário é formado, este é derivado de condrócitos que proliferaram e depositaram matriz extracelular contendo colágeno tipo II. Em seguida, os condrócitos da região central da cartilagem sofrem maturação e passam a secretam matriz extracelular contendo colágeno tipo X. Assim, os condrócitos ficam hipertróficos e secretam fatores angiogênicos que irão induzir a formação de vasos sanguíneos a partir do pericôndrio. Células osteoprogenitoras e hematopoiéticas chegam junto com esses vasos. Lembrando que os condrócitos hipertróficos sofrem apoptose à medida que ocorre calcificação da matriz no centro do molde cartilaginoso. Ao mesmo tempo, células internas do pericôndrio formam um colar periosteal ao longo da diáfise. Este colar formado abaixo do periósteo por meio de ossificação intramembranosa é constituído por tecido ósseo imaturo. Sequência de eventos: 1. Vasos sanguíneos invadem o espaço que era ocupado pelos condrócitos hipertróficos, se ramificam e se projetam em direção as epífises 2. Células osteoprogenitoras e tronco hematopoiéticas alcançam o centro da cartilagem ossificada através do tecido conjuntivo periovascular que envolve os vasos sanguíneos invasores. Posteriormente as células osteoprogenitoras se diferenciam os osteoblastos, estes se agregam na superfície da cartilagem calcificada e começam a depositar matriz óssea (osteoide). 3. Forma-se o centro de ossificação primário que é definido pelo colar periosteal (ossificação intramembranosa) e pelo centro de ossificação no interior do molde da cartilagem, na diáfise. Os centros de ossificação secundários se desenvolvem posteriormente nas epífises. Após o nascimento, os centros de ossificação secundários se desenvolvem nas epífises. Semelhante como ocorre nas diáfises, o espaço ocupado pelos condrócitos hipertróficos é invadido por vasos sanguíneos e células osteoprogenitoras provenientes do pericôndrio. A maior parte da cartilagem hialina é substituída por tecido ósseo esponjoso, exceto a cartilagem auricular e a placa epifisária de crescimento (ou disco epifisário), lembrando que esta é responsável pelo crescimento em comprimento do osso. O processo contínuo de erosão da cartilagem e deposição do tecido ósseo pode ser distinguido em quatro zonas: 1. Zona de reserva: a cartilagem hialina primitiva responsável pelo crescimento em comprimento do osso à medida que a erosão e a deposição ósseas avançam para o interior dessa zona. 2. Zona proliferativa: os condrócitos em proliferação se alinham em colunas verticais paralelas. 3. Zona hipertrófica: apoptose dos condrócitos e calcificação da matriz territorial.

4. Zona de invasão vascular: os vasos sanguíneos penetram no septo transverso calcificado e carreiam células osteoprogenitoras com eles....


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