Historia da Tipografia PDF

Title Historia da Tipografia
Course Tipografia
Institution Instituto Politécnico do Cávado e do Ave
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Summary

Resumo remetente a uma parte essencial da disciplina sobre a história do desenho tipográfico e a utilização da tipografia numa vertente expressiva.

Neste documento existe o seguinte conteúdo:
1. História da tipografia:
- A escrita;
- A tipografia ao longo da história, ...


Description

história da tipografia Da escrita aos tipos digitais

O CARÁCTER DA LETRA As letras têm caráter, espírito e personalidade Robert Bringhurst, 2005

O CARÁCTER DA LETRA A terceira condição [para a beleza de um caractere] é a escolha das melhores formas, em concordância com o bom gosto, o espírito da nação e o espírito do século. A moda reina na escrita como em todas as coisas, impondo-lhe regras, razoáveis ou não. Giambattista Bodoni, Manuale Tipografico, 1818.

A EVOLUÇÃO A tipografia evoluiu ao longo dos últimos 600 anos, acompanhando a evolução dos processos de impressão. No entanto, os caracteres impressos evoluíram ao longo de um período muito mais extenso, tal como a própria linguagem evoluiu desde os hieroglifos egípcios às letras do Latim que nós usamos hoje em dia.

A HISTÓRIA A tipografia é o meio pelo qual uma idéia é escrita e transformada em forma visual. Muitos tipos de fontes em uso hoje em dia são baseadas em desenhos criados noutras épocas históricas, e os próprios caracteres têm uma linhagem que remonta a milhares de anos até à primeira marca feita pelo homem primitivo, quando os caracteres foram criados para representar objetos ou conceitos.

Sinais de pegadas Pinturas pré-históricas (Lascaux)

CUNEIFORME

Mesopotâmia, 3150 aC Os Sumérios criaram, por volta de 3000 a.C., a primeiro linguagem escrita baseada essencialmente em sinais abstratos. Eram impressões de sinais, chamados cuneiforme, eram feitas pressionando um estilete em forma de cunha em argila úmida. Isto marcou o surgimento de um abstrato sistema de escrita a partir de um conjunto de símbolos pictográficos. Os símbolos eram em grande parte descritivos.

ALFABETO FONÉTICO 1500 aC

Um sistema alfabético baseado na fonética, no qual o som da fala é representado por um esquema de marcas abstratas. Desenvolvido pelos fenícios em 1500 aC. A influência dos fenícios como uma cultura mercantilista permitiu que fosse introduzido, no Mediterrâneo, este sistema de escrita completo e não-representacional, formando as bases para os alfabetos grego, etrusco e romano. O alfabeto fenício era baseado no princípio de que um sinal representa um som da voz/fala. Na imagem à esquerda, para cada signo é mostrado o seu respectivo valor sonoro, nome e significado. A leitura é feita da direita para a esquerda.

ALFABETO GREGO 400 aC

ALFABETO ROMANO 114 aC

Inscrição na coluna de Trajano. Estes caracteres são considerados os melhores exemplos sobreviventes do início das capitais romanos.

OS ESCRIBAS E A CALIGRAFIA Escrita humanista, influenciada pela escola Renascentista, era baseada na escrita Carolíngia. Serviu de inspiração para os tipos desenhados por Nicolas Jensen, um dos primeiros tipógrafos e discíplo de Gutenberg. Cursiva humanística, era um estilo de escrita popular e serviu de modelo para os tipos de letras em itálico.

AS ORIGENS DOS CARACTERES MÓVEIS 868 dC Já se imprimia por caracteres móveis na China, mas o método levava a uma grande falta de precisão. Usavam madeira ou argila para criar os seus caracteres ideográficos. A cópia mais antiga de um livro impresso data de 868 dC, na China. O primeiro sistema de impressão por caracteres móveis era de porcelana e foi criado na China por Bi Sheng, por volta de 1040. Em metal, o primeiro sistema foi inventado na Coréia por volta de 1230. Mas nenhum destes sistemas foi amplamente utilizado, nem se expandiu, sendo uma das razões o enorme conjunto de caracteres chinês.

GUTENBERG Séc XV

Só no séc. XV, é que foi inventada a imprensa tipográfica no Ocidente e que levou à expansão do livro. Na Holanda, Gutenberg, ourives de profissão, criou tipos móveis, cuidadosamente desenhados e fundidos em metal. Através de uma máquina inovadora (prensa de esmagar azeitonas e uvas que já era usada para impressão em têxteis) conseguiu produzir aproximadamente 180 cópias de um livro (a Bíblia de 42 linhas), um número pequeno comparado com o que se produz actualmente, mas na altura era visto como um grande avanço.

O PRIMEIRO LIVRO IMPRESSO 1455

A HISTÓRIA RENASCENTISTA A materialização das letras em metal limitou drasticamente os caprichos da estética da letra manuscrita, mas também anulou as variações (e os erros) dos copistas. Em vez de manu-scritos e de cali-grafia, passamos a ter uma tipo-grafia. A partir deste ponto, serão os mestres tipógrafos que orientam a evolução das letras. Com o aparecimento da fundição de tipos, passamos a falar de letras fundidas, de founts, de fontes.

BLACKLETTER - 1º TIPO 1150-1500

As letras na bíblia de 42 linhas de Gutenberg foram desenhadas para reproduzir a caligrafia da Textura Blackletter utilizada nos manuscritos e iluminuras alemãs da época. Blackletter, também conhecido como tipo gótico, era um tipo de escrita usado em toda a Europa Ocidental, entre, aproximadamente, 1150 e 1500. Continuou a ser usado no idioma alemão até o século XX.

ROMAN SUBIACO - 2º TIPO 1465

Apesar do sigilo que Gutenberg exigiu aos seus colaboradores e aprendizes, a sua invenção revolucionária chegou ao Norte da Itália em apenas 18 anos. Konrad Sweynheim e Arnold Pannartz são os introdutores da imprensa de tipos móveis em Itália. Vemos um tipo romano com influência dos tipos góticos alemães.

ROMAN JENSON - 3º TIPO 1470

Nicolas Jenson gravador francês, impressor e desenhador de tipos, discíplo de Gutenberg. Construiu o primeiro tipo de letra baseado em princípios tipográficos e não nos manuscritos.

ROMAN GRIFFO - 4º TIPO 1490

Aldus Manutius + Francesco Griffo Itália Manutius era editor e Griffo gravador de punções. Estudo do trabalho de Jenson e respectivo melhoramento Equilíbrio dos contrastes Estudo da relação entre letras e legibilidade. A romana de Griffo inspirou várias fontes modernas, como a Bembo.

ESTUDOS 1509

Lucas Paccioli - Itália Frei, humanista, matemático. Primeiro estudo teórico sobre desenho tipográfico (Divine proportione) Estudo geométrico do tipo.

GARAMOND 1530

Claude Garamond - França Desenho tipográfico realizado a partir do trabalho de Griffo. Proporções humanistas Uso tipográfico até à revolução francesa

1600 - 1770 BARROCO - Época do mecenato - Na tipografia é uma época de transição para o classicismo - Os tipos perdem as características da caligrafia - Tipos mais elegantes e contrastados - Desenvolvimento da tipografia em França, Holanda, e Inglaterra - 1692/1702 primeiro tipo de transição (roman du roi) Philipe Grandjean

1600 - 1770 BARROCO - Época do mecenato - Na tipografia é uma época de transição para o classicismo - Os tipos perdem as características da caligrafia - Tipos mais elegantes e contrastados - Desenvolvimento da tipografia em França, Holanda, e Inglaterra - 1692/1702 primeiro tipo de transição (roman du roi) Philipe Grandjean - Caslon, 1724 (William Caslon I )

1600 - 1770 BARROCO - Época do mecenato - Na tipografia é uma época de transição para o classicismo - Os tipos perdem as características da caligrafia - Tipos mais elegantes e contrastados - Desenvolvimento da tipografia em França, Holanda, e Inglaterra - 1692/1702 primeiro tipo de transição (roman du roi) Philipe Grandjean - Caslon, 1724 (William Caslon I ) - Baskervile (Inglaterra)

1770 - 1860 NEOCLASSICISMO - Materiais e tecnologias mais refinadas - Cultura Neoclássica, com um sentido mais racional e sóbrio. - Standartização da tipografia - 1785 sistema métrico de Fournier é tipo como a base do sistema de pontos de medição das fontes por François Didot - Maior contraste - 1788 Didot

1770 - 1860 NEOCLASSICISMO - Materiais e tecnologias mais refinadas - Cultura Neoclássica, com um sentido mais racional e sóbrio. - Standartização da tipografia - 1785 sistema métrico de Fournier é tipo como a base do sistema de pontos de medição das fontes por François Didot - Maior contraste - 1788 Didot - 1810 “Manuale Tipografico” Giambattista Bodoni - 1810 Primeiro tipo sem serifa – William Caslon IV - 1811 Bodoni

1770 - 1860 NEOCLASSICISMO - Materiais e tecnologias mais refinadas - Cultura Neoclássica, com um sentido mais racional e sóbrio. - Standartização da tipografia - 1785 sistema métrico de Fournier é tipo como a base do sistema de pontos de medição das fontes por François Didot - Maior contraste - 1788 Didot - 1810 “Manuale Tipografico” Giambattista Bodoni - 1810 Primeiro tipo sem serifa – William Caslon IV - 1811 Bodoni - 1825 Primeiro tipo com serifa egipcia – William Caslon IV

1860 - 1880 ECLETISMO - Recursos estilísticos - Recursos a elementos arquitectónicos (criados previamente em chumbo)

1860 - 1880 ECLETISMO - Recursos estilísticos - Recursos a elementos arquitectónicos (criados previamente em chumbo) - Processo meramente decorativo sem referencia às temáticas - Recurso a iniciais muito decoradas

1860 - 1880 ECLETISMO - Recursos estilísticos - Recursos a elementos arquitectónicos (criados previamente em chumbo) - Processo meramente decorativo sem referencia às temáticas - Recurso a iniciais muito decoradas - Período muito lucrativo para industria fundidora pelas demandas de elementos decorativos. - Fraca produção de novos tipos

1880 - 1900 - ARTS & CRAFTS - Essencialmente em Inglaterra põe-se em causa o uso decorativo por si só - Continuam os tipos decorativos mas voltam as preocupações de legibilidade e Harmonia - 1891 William Morris – Golden Type

1880 - 1900 - ARTS & CRAFTS - Essencialmente em Inglaterra põe-se em causa o uso decorativo por si só - Continuam os tipos decorativos mas voltam as preocupações de legibilidade e Harmonia - 1891 William Morris – Golden Type

1900 - 1910 - ARTE NOVA - Influencia dos valores da arquitectura - 1900 Otto Eckman Eckmannsschrift - O cartaz é o suporte de maior difusão

1910 - 1925 - OBJECTIVIDADE INFORMATIVA - Modelos de produção industrial - Internacionalização dos mercados - Behrens

1910 - 1925 - OBJECTIVIDADE INFORMATIVA - Modelos de produção industrial - Internacionalização dos mercados - Behrens - 1916 Edward Johnston cria a Johnston’s Railway Sans (sans serif Humanista)

1910 – 1925 VANGUARDAS ARTÍSTICAS - Influencia das vanguardas artísticas na comunicação e no uso tipográfico (não no DESENHO tipográfico) - Futurismo

1910 – 1925 VANGUARDAS ARTÍSTICAS - Influencia das vanguardas artísticas na comunicação e no uso tipográfico (não no DESENHO tipográfico) - Futurismo - Dadaísmo

1910 – 1925 VANGUARDAS ARTÍSTICAS - Influencia das vanguardas artísticas na comunicação e no uso tipográfico (não no DESENHO tipográfico) - Futurismo - Dadaísmo - Construtivismo

1910 – 1925 VANGUARDAS ARTÍSTICAS - Influencia das vanguardas artísticas na comunicação e no uso tipográfico (não no DESENHO tipográfico) - Futurismo - Dadaísmo - Construtivismo - Expressionismo

1910 – 1925 VANGUARDAS ARTÍSTICAS - Influencia das vanguardas artísticas na comunicação e no uso tipográfico (não no DESENHO tipográfico) - Futurismo - Dadaísmo - Construtivismo - Expressionismo - Art deco

1925 - 1935 DIE NEUE TYPOGRAPHIE - Jan Tschichold – neue typographie 1928 - Transit (1931), Saskia (1931), Zeus (1931), Sabon (1967).

1925 - 1935 DIE NEUE TYPOGRAPHIE - Jan Tschichold – neue typographie 1928 - Transit (1931), Saskia (1931), Zeus (1931), Sabon (1967). - Bauhaus - Precisão formal - Pouco contraste - Uso dos tipos não serifados - Desaparecimento do ornamento

1925 - 1935 DIE NEUE TYPOGRAPHIE - Jan Tschichold – neue typographie 1928 - Transit (1931), Saskia (1931), Zeus (1931), Sabon (1967). - Bauhaus - Precisão formal - Pouco contraste - Uso dos tipos não serifados - Desaparecimento do ornamento - 1927 Paul Renner desenha a Futura

1925 - 1935 DIE NEUE TYPOGRAPHIE - Jan Tschichold – neue typographie 1928 - Transit (1931), Saskia (1931), Zeus (1931), Sabon (1967). - Bauhaus - Precisão formal - Pouco contraste - Uso dos tipos não serifados - Desaparecimento do ornamento - 1927 Paul Renner desenha a Futura - 1928 Eric Gill desenha a Gill Sans

1925 - 1935 DIE NEUE TYPOGRAPHIE - Jan Tschichold – neue typographie 1928 - Transit (1931), Saskia (1931), Zeus (1931), Sabon (1967). - Bauhaus - Precisão formal - Pouco contraste - Uso dos tipos não serifados - Desaparecimento do ornamento - 1927 Paul Renner desenha a Futura - 1928 Eric Gill desenha a Gill Sans - 1929 Jakob Erbar desenha a Erbar

1935 - 1940 - TIPOGRAFIA TRADICIONAL - Correntes conservadoras - Ataque às novas artes (arquitetura, pintura, tipografia) - Inglaterra (país mais moderado) vê surgir novas fontes da comunhão entre clássico e avant-gardes.

1935 - 1940 - TIPOGRAFIA TRADICIONAL - Correntes conservadoras - Ataque às novas artes (arquitetura, pintura, tipografia) - Inglaterra (país mais moderado) vê surgir novas fontes da comunhão entre clássico e avant-gardes. - 1932 - Stanley Morrison desenha a Times.

1935 - 1940 - TIPOGRAFIA TRADICIONAL - Correntes conservadoras - Ataque às novas artes (arquitetura, pintura, tipografia) - Inglaterra (país mais moderado) vê surgir novas fontes da comunhão entre clássico e avant-gardes. - 1932 - Stanley Morrison desenha a Times New Roman; - Jan Tschichold abandona o radicalismo modernista e passa a defender os cânones clássicos.

1940 - 1955 - ESTILO INTERNACIONAL - Escola Suiça - Resposta direta à comunicação publicitária - Recorre ao formalismo construtivista e usa essencialmente a nova tipografia dos anos 20

1940 - 1955 - ESTILO INTERNACIONAL - Escola Suiça - Resposta direta à comunicação publicitária - Recorre ao formalismo construtivista e usa essencialmente a nova tipografia dos anos 20 - Mantêm-se fiel aos ideais da Bauhaus e do movimento De Stijl - Forte ligação à fotografia

1940 - 1955 - ESTILO INTERNACIONAL - Escola Suiça - Resposta direta à comunicação publicitária - Recorre ao formalismo construtivista e usa essencialmente a nova tipografia dos anos 20 - Mantêm-se fiel aos ideais da Bauhaus e do movimento De Stijl - Forte ligação à fotografia - 1952 Escola de ULM

1955 - 1965 – MODERNISMO - Estilo funcional - Fusão entre a nova tipografia dos anos 20 e o funcionalismo do estilo Internacional - Uso essencialmente de tipos não serifados (Helvetica; Univers; Folio; Franklin Gothic)

1955 - 1965 – MODERNISMO - Estilo funcional - Fusão entre a nova tipografia dos anos 20 e o funcionalismo do estilo Internacional - Uso essencialmente de tipos não serifados (Helvetica; Univers; Folio; Franklin Gothic) - 1957 Helvetica (Max Miedinger)

1955 - 1965 – MODERNISMO - Estilo funcional - Fusão entre a nova tipografia dos anos 20 e o funcionalismo do estilo Internacional - Uso essencialmente de tipos não serifados (Helvetica; Univers; Folio; Franklin Gothic) - 1957 Helvetica (Max Miedinger) - 1958 Trabalho de Adrian Frutiger (Univers)

1965 - TIPOGRAFIA EXPERIMENTAL - Fluxus - Pop - Psicadélico - Punk

1965 - TIPOGRAFIA EXPERIMENTAL - Fluxus - Pop - Psicadélico - Punk

1980 – NEW WAVE - Estados Unidos e Alemanha - Recurso a elementos tipográficos do anos 20 - Inspiração na arquitetura pós-modernista e no Menphis-design italiano

1980 – NEW WAVE - Estados Unidos e Alemanha - Recurso a elementos tipográficos do anos 20 - Inspiração na arquitetura pós-modernista e no Menphis-design italiano

1980 - 2000 - PÓS MODERNISMO - Aparecimento do primeiro computador (1984 Macintosh) - A tipografia como elemento gráfico - A legibilidade é deixada para segundo plano - Os princípios modernistas são postos em causa e quebrados - Design de autor - David Carson - Neville Brody

1980 - 2000- PÓS MODERNISMO - Aparecimento do primeiro computador (1984 Macintosh) - A tipografia como elemento gráfico - A legibilidade é deixada para segundo plano - Os princípios modernistas são postos em causa e quebrados - Design de autor - David Carson - Neville Brody

1980 - 2000 - PÓS MODERNISMO - Aparecimento do primeiro computador (1984 Macintosh) - A tipografia como elemento gráfico - A legibilidade é deixada para segundo plano - Os princípios modernistas são postos em causa e quebrados - Design de autor - David Carson - Neville Brody

2000......... CONTEMPORANEIDADE - Recurso à linguagem digital - Um olhar para o passado - Actualização da linguagem ao mercado global - World Wide Web (internet) - Globalizção da linguagem gráfica

MAIS... The Fundamentals of Typography Chapter 1 - A brief history...


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