Mudanca de sexo em peixes PDF

Title Mudanca de sexo em peixes
Author Cristhian David
Course Fisiologia Geral
Institution Universidade Metodista de São Paulo
Pages 3
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Summary

O hermafroditismo funcional é uma das estratégias utilizadas por umas 27 famílias ao longo das sete ordens de teleósteos...


Description

MUDANÇA DE SEXO EM PEIXES

O hermafroditismo nos peixes tem sido relatado desse os anos 60’s e a maior quantidade de estudos descrevem comumente famílias hermafroditas como a Sparidae, Labridae, Serranidae, Scaridae, Pomacanthidae e Gobiidae (Ghiselin, 1969; Higgins, 2015). Desde um ponto de vista funcional onde ocorre o evento reprodutivo com sucesso, existem umas 27 famílias que utilizam essa estratégia ao longo das sete ordens de teleósteos (Higgins et al., 2015). A diferença dos peixes dioicos (aqueles que têm ovários ou testículos durante toda sua vida), os peixes hermafroditas podem ser classificados em dois grandes grupos: simultâneos (peixes que apresentam as duas gônadas chegando a ser funcionais) ou sequenciais (peixes protandricos e protogínicos). No caso de hermafroditismo protogínico (o mais comum), os animais se desenvolvem como fêmeas, com seus ovários funcionais e gradualmente substituídos por tecido gonadal masculino, um exemplo desse tipo de peixe é a Garoupa (Epinephelus malabaricus). As espécies protandricas transformam os testículos em ovários funcionais, um exemplo é o peixe palhaço (Amphiprion ocellaris) (Mazzoni et al, 2018).

Durante o desenvolvimento gonadal dos teleósteos, existe uma remodelação constante do tecido intersticial,

Sabe-se que os mecanismos pelos quais os peixes realizam a mudança sexual estão regulados principalmente por condições sociais, após a retirada do peixe dominante (macho ou fêmea) no grupo social. O indivíduo que estabelece o novo domínio sobre o grupo muda de sexo resultando em um incremento exponencial do sucesso reprodutivo (3) (4).

A troca de sexo envolve mudanças biológicas coordenadas de vários eixos fisiológicos. A primeira transição observável é a alteração do comportamento sexual característico do macho ou fêmea, acontecendo nos primeiros minutos quando o ambiente é permissivo. Durante essa fase os indivíduos adotam condutas agonísticas, de corte, e também padrões

reprodutivos típicos do sexo no qual estão se diferenciando (3). Uma das transformações mais críticas ocorre dentro do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas, resultando no crescimento e regressão da gônada anterior (5). Os hormônios esteroides sexuais também participam em uma ampla variedade de respostas que vão desde alterações sutis nas gônadas até variações de coloração e tamanho (3) (6). De forma geral os fatores que desencadeiam a mudança de sexo diferem entre espécies. No caso dos peixes protandricos, a modificação sexual é dependente do tamanho, enquanto que em peixes protogínicos é induzida por estímulos sociais (7). No caso do peixe palhaço (espécie protandrica, monogâmica), o macho não muda de sexo quando atinge um certo tamanho, e sim quando a fêmea dominante desaparece, resultando assim em uma modificação causada por estímulos sociais (8) (9). O peixe palhaço habita em aguas tropicais e tem sido de importância econômica devido a sua comercialização como peixe ornamental. Essa espécie vive em simbiose com certas anêmonas marinhas que proveem as condições necessárias para a formação do ninho e para defesa dos predadores (10). O A. ocellaris vive em grupos hierárquicos sociais liderados por uma fêmea (de maior tamanho), junto com outros machos e vários juvenis imaturos (11). Devido à complexa reprodução dessa espécie e ao desafio de criação em cativeiro, surge a necessidade de pesquisa sobre a biologia reprodutiva para facilitar o atendimento das demandas locais e globais. REFERÊNCIAS 1. Ross, R. The evolution of sex-change mechanisms in fishes. Environ. Biol. Fishes 29, 81–93 (1990). 2. Sadovy de Micheson, Y. & Liu, M. Functional hermaphroditism in teleosts. Fish 9, 1–43 (2008). 3. Godwin, J. Social determination of sex in reef fishes. Semin. Cell Dev. Biol 20, 264–270 (2009). 4. Ghiselin, M. The evolution of hermaphroditism among animals. Q. Rev. Biol. 44, 189– 208 (1969)

5. Guiguen, Y., Fostier, A., Piferrer, F., and Chang, C. Ovarian aromatase and estrogens: A pivotal role for gonadal sex differentiation and sex change in fish. Gen. Comp. Endocrinol. 165, 352–366 (2010). 6. Bass, A., and Grober, M. Social and neural modulation of sexual plasticity in teleost fish. Brain Behav. Evol. 57, 293–300 (2001). 7. Casas, L., Saborido, F., Ryu, T., Michell, C., Ravasi, T., and Irigoien, X. Sex change in clownfish: molecular insights from transcriptome analysis. Scientific reports. 6:35461 (2016) 8. Moyer, J., and Nakazono, A. Protandeous hermaphroditism in six species of the anemonefish genus Amphiprion in Japan. Japhanese J. Ichthyol. 25, 101–106 (1978). 9. Fricke, H. Social control of sex: field experiments with the anemonefish Amphiprion bicinctus. Z. Tierpsychol. 61, 71–77 (1983). 10. Holbrook, S., and Schmitt, R. Growth, reproduction and survival of a tropical sea anemone (Actiniaria): benefits of hosting anemonefish. Coral Reefs 24, 67–73 (2005). 11. Fricke, H., and Fricke, S. Monogamy and sex change by aggressive dominance in coral reef fish. Nature 266, 830–832 (1977)....


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