Neuroanatomia - Microscopia do Mesencéfalo PDF

Title Neuroanatomia - Microscopia do Mesencéfalo
Author Thomás Cavalcanti Pires de Azevedo
Course Anatomia
Institution Universidade Federal de Alagoas
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Resumo sobre a anatomia microscópica do Mesencéfalo...


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Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2

MED RESUMOS 2012 NETTO, Arlindo Ugulino.

NEUROANATOMIA ESTRUTURA DO MESENCÉFALO - MICROSCOPIA (Professor Stênio A. Sarmento) O mesencéfalo é constituído por uma porção dorsal, o tecto do mesencéfalo, e outra ventral muito maior, o pedúnculo cerebral, separados pelo aqueduto cerebral (aqueduto do mesencéfalo), canal que percorre o mesencéfalo longitudinalmente o mesencéfalo e que é circundado por uma espessa camada de substância cinzenta central ou periaquedutal. Em cada pedúnculo cerebral distingue-se, a partir da substância negra, uma parte ventral, a base do pedúnculo (formada de fibras longitudinais) e uma parte dorsal, o tegmento do mesencéfalo, cuja estrutura assemelha-se à parte correspondente na ponte.

TECTO DO MESENC•FALO O tecto do mesencéfalo, nos mamíferos, é constituído de quatro eminências, os colículos superiores (relacionados com os órgãos da visão por meio dos corpos geniculados laterais do diencéfalo) e os colículos inferiores (relacionados com a audição por meio dos corpos geniculados mediais). Além deles, existe a chamada área pré-tectal.  Colículo superior: é formado por uma série de camadas superpostas constituídas alternadamente por substância branca e cinzenta. Suas conexões são complexas, destacando-se, entre elas:  Fibras oriundas da retina, que atingem o corpo geniculado lateral por meio do tracto óptico e por fim, por meio do braço do colículo superior, chega impulsos ao colículo superior.  Fibras oriundas do córtex occipital, que chegam ao colículo por irradiação óptica e braço do colículo superior.  Fibras que formam o tracto tecto-espinhal e terminam fazendo sinapse com neurônios motores da medula cervical. OBS1: O colículo superior é importante para certos reflexos que regulam o movimento dos olhos no sentido vertical. Para esta função, existem fibras que ligam o colículo superior ao núcleo do nervo oculomotor, situado ventralmente no tegmento do mesencéfalo, bem ao nível do colículo. Tumores do corpo pineal podem comprimir os colículos e causar a perda da capacidade de mover os olhos no sentido vertical voluntária ou reflexamente. 

Colículo inferior: constituído por uma massa bem delimitada de substância cinzenta, o núcleo do colículo inferior (bilateralmente à substância cinzenta central). Este núcleo recebe fibras auditivas dos núcleos cocleares que sobem pelo lemnisco lateral e manda fibras ao corpo geniculado medial através do braço do colículo inferior. Algumas fibras cruzam de um colículo para outro, formando a comissura do colículo inferior. Este colículo é, portanto, um importante relé (interruptor de seleção) das vias auditivas.

OBS2: Não confundir lemnisco lateral (fibras que levam impulsos de núcleos cocleares da ponte ao colículo inferior) com lemnisco medial (formado a partir das fibras arqueadas internas que derivam dos núcleos grácil e cuneiforme, ainda no bulbo). Devemos perceber também que o braço do colículo superior é responsável por trazer informações do corpo geniculado lateral para o próprio colículo. Enquanto que o braço do colículo inferior leva, do colículo inferior ao corpo geniculado medial, impulsos relacionados com a via auditiva. 

Área pré-tectal: também chamada de núcleo pré-tectal, é uma área de limites pouco definidos, situada na extremidade rostral dos colículos superiores, no limite do mesencéfalo com o diencéfalo. Relaciona-se com o controle reflexo das pupilas por se comunicar com o núcleo acessório do oculomotor (Edinger-Westphal) dos dois lados, estabelecendo conexões entre eles e fibras oriundas da retina.

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Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2

BASE DO PED‚NCULO CEREBRAL A base do ped€nculo • formada por fibras descendentes dos tractos c‚rtico-espinhal, c‚rtico-nuclear e c‚rtico-pontino, que formam um conjunto compacto nessa regiƒo (diferentemente do que ocorre quando estes passam na base da ponte). Em vista do grande numero de fibras descendentes que percorrem a base dos ped€nculos cerebrais, les„es a… localizadas causam paralisias que se manifestam do lado oposto da lesƒo. SUBSTƒNCIA CINZENTA SUBSTÂNCIA CINZENTA HOMÓLOGA (NÚCLEOS DOS NERVOS CRANIANOS) No tegmento do mesenc•falo estƒo os n€cleos dos pares cranianos III (oculomotor), IV (troclear) e V (trig†meo). Desse ultimo, est‡ apenas o n€cleo do tracto mesencef‡lico, que continua da ponte e recebe informaˆ„es proprioceptivas que entram pelo nervo trig†meo (informaˆ„es estas que chegam, por exemplo, pelo nervo oft‡lmico, trazendo informaˆ„es proprioceptivas da conjuntiva do olho). 

Núcleo do Nervo Troclear: situa-se ao n…vel do colículo inferior, em posiˆƒo imediatamente ventral ‰ substŠncia cinzenta central e dorsal ao fasc…culo longitudinal medial. Suas fibras saem de sua face dorsal, contornam lateralmente a substŠncia cinzenta central, cruzam (posteriormente a ela) e emergem na porˆƒo caudal do col…culo inferior. Este nervo – o N. troclear (IV) – apresenta, pois, duas peculiaridades: suas fibras sƒo as €nicas que saem da face dorsal do enc•falo e trata-se do €nico nervo cujas fibras decussam antes de emergiram do sistema nervoso central. O nervo troclear inerva o m€sculo obl…quo superior do olho.



Núcleo do Nervo Oculomotor (Complexo óculo-motor): localiza-se ao n…vel do colículo superior e aparece nos cortes transversais em forma de V, estando intimamente relacionado com o fasc…culo longitudinal medial (com quem faz comunicaˆ„es com os outros nervos que controlam o bulbo ocular: IV e VI; e com o controle do movimento da cabeˆa: raiz espinhal do nervo acess‚rio). O complexo oculomotor pode ser funcionalmente dividido em uma parte som‡tica e outra visceral.  A parte som‡tica cont•m neurŒnios motores respons‡veis pela inervaˆƒo dos m€sculos reto superior, reto inferior, reto medial do olho e levantador da p‡lpebra. Na realidade, a parte som‡tica do complexo oculomotor • constitu…da de v‡rios subn€cleos, cada um dos quais destina fibras motoras para inervaˆƒo de um dos m€sculos acima relacionados. Essas fibras – depois de um certo trajeto curvo em direˆƒo ventral, no qual muitas atravessam o pr‚prio núcleo rubro – emergem na fossa interpeduncular (no sulco medial do ped€nculo cerebral), constituindo o nervo oculomotor.  A parte visceral do complexo oculomotor • chamado de núcleo de Edinger-Westphal. Este n€cleo cont•m neurŒnios pr•-ganglionares, cujas fibras fazem sinapses no gŠnglio ciliar e que estƒo relacionadas com a inervaˆƒo do m€sculo ciliar e m€sculo esf…ncter da pupila, pertencendo entƒo, ao sistema nervoso parassimp‡tico.

SUBSTÂNCIA CINZENTA PRÓPRIA DO MESENCÈFALO Nessa categoria, situam-se dois n€cleos importantes, ambos relacionados com a atividade motora simp‡tica: o núcleo rubro e a substância negra. 

Núcleo Rubro (núcleo vermelho): • assim denominado em virtude da tonalidade ligeiramente r‚sea que apresenta nas preparaˆ„es a fresco. Cada n€cleo rubro • abordado na sua extremidade caudal pelas fibras do ped€nculo cerebelar superior que o envolve. Essas fibras vƒo penetrando no n€cleo ‰ medida que sobrem, mas grande parte delas termina no t‡lamo. O n€cleo rubro participa do controle da motricidade som‡tica. Recebe fibras do cerebelo e das ‡reas motoras do c‚rtex cerebral e d‡ origem ao tracto rubro-espinhal, atrav•s do qual influencia neurŒnios motores na medula, respons‡veis pela inervaˆƒo da musculatura distal dos membros (realizando movimentos finos e delicados). O n€cleo rubro liga-se tamb•m ao complexo olivar inferior atrav•s das fibras rubro-olivares, que integram o circuito rubro-olivo-cerebelar.



Substância Negra: situada entre o tegmento e a base do ped€nculo cerebral, a substancia negra • um n€cleo compacto formado por neurŒnios que apresentam a peculiaridade de conter inclus„es de melanina (produto derivado da tirosina e fenilalanina). Isso faz com que esse n€cleo apresente nas preparaˆ„es a fresco uma coloraˆƒo escura. Uma caracter…stica importante da maioria dos neurŒnios da substancia negra • que eles utilizam como neurotransmissor a dopamina (tamb•m derivada da tirosina e fenilalanina), ou seja, sƒo neurŒnios dopamin•rgicos. A substŠncia negra faz conex„es com o corpo estriado, atrav•s das fibras nigro-estriatais e estriato-nigrais, sendo as primeiras dopamin•rgicas. Degeneraˆ„es dos neurŒnios dopamin•rgicos da substancia negra casam uma diminuiˆƒo de dopamina no corpo estriado, provocando as graves perturbaˆ„es motoras que caracterizam a chamada S„ndrome de Parkinson.

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Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2

SUBSTƒNCIA BRANCA Assim como na ponte, a maioria dos feixes de fibras descendentes do mesencéfalo não passa pelo tegmento, mas pela base do pedúnculo cerebral, onde já estudamos. Já as fibras ascendentes percorrem o tegmento e representam a continuação dos segmentos que sobem da ponte: os quatro lemniscos e o pedúnculo cerebelar superior. Este, ao nível do colículo inferior, cruza com o lado oposto na decussação do pedúnculo cerebelar superior e sobre envolvendo o núcleo rubro. Ao nível do colículo inferior, os quatro lemniscos aparecem agrupados em uma só faixa na parte lateral do tegmento, onde, em uma sequência médio-lateral, se dispõem os lemniscos medial, espinhal, trigeminal e lateral. Este último, pertencente às vias auditivas, termina no núcleo do colículo inferior, enquanto os demais sobem e aparecem ao nível do colículo superior em uma faixa disposta lateralmente ao núcleo rubro. Nesse nível, nota-se também o braço do colículo inferior, cujas fibras sobem para terminar no corpo geniculado medial. Em toda extensão do tegmento mesencefálico, nota-se, próximo ao plano mediano, o fascículo longitudinal medial, que constitui o feixe de associação do tronco encefálico. CORRELA…†ES CL‡NICAS Lesões da base do pedúnculo cerebral (Síndrome de Weber) Uma lesão da base do pedúnculo cerebral geralmente compromete o tracto córtico-espinhal e as fibras do nervo oculomotor. Da lesão do nervo oculomotor, resultam os seguintes sintomas do mesmo lado da lesão:  Impossibilidade de mover o bulbo ocular para cima, para baixo ou em direção medial por paralisia dos músculos retos superior, inferior e medial;  Diplopia: visualização de dois campos visuais distintos;  Desvio do bulbo ocular em direção lateral (estrabismo divergente), por ação do músculo reto lateral (inervado pelo N. abducente) não contrabalanceada pelo reto medial;  Ptose palpebral (queda da pálpebra), decorrente da paralisia do músculo levantador da pálpebra;  Dilatação da pupila (midríase) por ação do músculo dilatador da pupila (inervado pelo SN simpático), não agonizada pelo M. constrictor da pupila cuja inervação parassimpática foi lesada. Lesão do tegmento do mesencéfalo (Síndrome de Benedikt) Uma lesão no tegmento do mesencéfalo pode facilmente acometer o nervo oculomotor, o núcleo rubro e os lemniscos medial, espinhal e trigeminal, resultando nos sintomas descritos a seguir:  Lesão do oculomotor: estrabismo divergente;  Lesão dos lemniscos medial, espinhal e trigeminal: anestesia da metade oposta do corpo, inclusive da cabeça (por acometimento do lemnisco trigeminal);  Lesão do núcleo rubro: tremores e movimentos anormais do lado oposto à lesão.

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