Para 2º teste - apontamentos Harbp PDF

Title Para 2º teste - apontamentos Harbp
Author Ana Rita Sousa Guerreiro
Course História da Arte do Renascimento e do Barroco em Portugal
Institution Universidade Nova de Lisboa
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Summary

apontamentos para o segundo teste da disciplina HARBP...


Description

Arquitetura renascentista: “No panorama artístico português da Idade Moderna, e em particular do século XVI, a arquitetura constitui, sem sombra de dúvida, o domínio de mais vasto alcance social e cultural, em estreita articulação com as restantes áreas da cultura: da tecnológica à política, da científica à literária.” (Rafael Moreira em “História da Arte Portuguesa; vol. 2”, de Paulo Pereira, 1999, p. 303). Portugal em contrapartida com a vizinha Espanha, desenvolveu a arquitetura em torno da pedra pura e maciça. A arquitetura ganha poder e prestígio, modificando-se consoante as novas descobertas e necessidades do reino, desenvolvendo uma arte criativa, proporcionando espaços adequados e novos. A mudança da arquitetura incentivou à valorização e mudança do papel do arquiteto! “Mas seria o humanismo, ao proclamar a conceção do arquiteto como intelectual, dotado do poder quase divino de criar a beleza em formas transcendentais de origem antropomórfica, que viria divulgar a metodologia matemática de composição e novas técnicas de representar e construir o espaço.” (pp. 305: “História da Arte Portuguesa, Paulo P.)

Renascimento D. Miguel da Silva, filho dos Condes de Portalegre. Este era o Embaixador de Portugal em Roma, sendo-o durante 10 anos no decorrer do reinado de D. Manuel I. este foi sem dúvida uma figura notável em Roma, tendo um papel marcante e fundamental junto do Papa. Porém, D. Manuel I rege a vinda de D. Miguel para Portugal, tornando-o Bispo de Viseu e Abade do Mosteiro de Santo Tirso, em 1525. Este regressa a Portugal, mas trás consigo um mestre arquiteto e empreiteiro italiano, Francesco da Cremona. A vida de D. Miguel da Silva em Roma permitia proximidade aos grandes círculos, nomeadamente as famílias Medici e Farnese, entre outras. No seu período como embaixador em Roma, Silva este relacionado com alguns projetos da presença portuguesa em Roma. D Manuel pretendia adquirir em Roma um palácio para habitação permanente para os embaixadores portugueses, teria sido projetado por Bramante, mas nunca foi concluído. D. Manuel falece em 1521, sucedendo-lhe D. João III, o filho mais velho do falecido rei. Este teve um papel fundamental no desenvolvimento urbanístico e arquitetónico do reino... O renascimento da época de D. João III, nas décadas de 1530/40/50, teve um caráter multipolar, no sentido da criação de vários polos que se definiram em simultâneo e por vezes independentemente uns dos outros. Desses polos deve-se contar com a cidade de Lisboa, devido ao seu estatuto de capital e a sua relação com a corte; Coimbra, um foco importante pela reforma da universidade e de Santa Cruz, uma cidade idealizada à luz dos conceitos da cultura humanista; Tomar foi um foco significativo no desenvolvimento da arquitetura renascentista; a cidade de Viseu, por impulso do bispo D. Miguel da Silva; a cidade de Évora por efeito da presença frequente da corte, foi um importante foco de pintura e arquitetura renascentistas. A arte «ao romano»: a partir do século XV, através dos novos descobrimentos e contactos geográficos e sociais, “em que se elaborou e cartografou uma nova imagem do espaço mundial; foi também - e em simultâneo - o da visão «em perspetiva» do tempo histórico, em que os secos anais e a cronística medieval cederam lugar a mais complexas construções historiográficas de ambição universal, nas quais as velhas tradições da oralidade e do mito procuraram harmonizar-se de forma coerente com as grandes narrativas semilendárias da Antiguidade: (…)” (Paulo, pp. 307). -

Reinado de D. João III, 1521-1557, junho;

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Reinado de D. Sebastião, 1557-1578; Regência de D. Catarina (1557-1562) e de D. Henrique (1562-68).

Figura marcante a nível artístico (arquitetura): Diogo de Torralva (1500-66). 4ª Fase: Renascentista. Esta fase é ocasionada pela reforma que se desenvolve aqui por parte de D.João III tendo como executor um monge dos Jerónimos chamado Frei António de Lisboa. Essa reforma faz-se em 1529. Uma parte da população na ordem de Cristo é obrigada a fazer vida conventual. De acordo com a regra de S.Bento. Essa modificação implica a existência de instalações adequada à finalidade prevista. A ordem de S. Jerónimo tem de acolher uma quantidade significativa. Nesse acrescentamento existe um investimento bastante assinalado. Dirige recursos e interesse pessoal do próprio rei. Há um acompanhamento na definição das próprias estruturas que está bem documentado e conhecido. Arquitetura Chã e o Classicismo nos tempos sebástico e filipino. A problemática da arquitetura chã e a época sebástica (Sebastião) As soluções arquitetónicas religiosas: igrejas-salão, desenvolvimento de novas dioceses, igrejas pertencentes à Companhia de Jesus, muito influente na época! Observamos o desenvolvimento de uma nova arquitetura, ou melhor, uma nova arte nua “e avessa a experiências vanguardistas, em clara reação contra as modas estrangeiras: um estilo que se pretende inserido numa tradição nacional em vez de em rutura com ela – nisso refletindo uma preocupação constante da política de D. João III -, embora não hesitasse em se apropriar quanto queria de soluções clássicas.” (Abreu, Mila Simões de; Arruda, Luísa, 1949- ; Pereira, Paulo, 1957História da arte portuguesa. Lisboa: Temas e Debates, 1995-1999; vol. 2, p. 359). Encontramos, principalmente, no conjunto de edificações alentejanas que nos demonstram a implementação desta nacionalização. “Esse discurso de sintético nacionalismo foi batizado por Kubler com a feliz expressão de «estilo chão» (…), que arrancaria das sés do meado do século e antecipa de uma geração o espanhol estilo desornamentado do Mosteiro do Escorial.” (Abreu, Mila Simões de; Arruda, Luísa, 1949- ; Pereira, Paulo, 1957- História da arte portuguesa. Lisboa: Temas e Debates, 1995-1999; vol. 2, pp. 359-360.) Arquitetura chã características que nos fazem interpreta-la: -

Programa de contrarreforma; Despojada, fria, límpida, funcional; Influencia da arquitetura militar: geometria, pragmatismo. Valores classicistas de base tratadística. Espacialidade: novos tipos e recriações de tipos anteriores. Experiências eruditas; Valores construtivos vernaculares (vernáculo).

Gosto pelo que é depurado, liso, simples! - gosto filipino. Em Portugal, após o reinado de D. Manuel I, gerou-se uma série de mudanças necessárias em diferentes níveis, económico, social, cultural, alterando o gosto renascentista/manuelino, que deste modo favoreceram o desenvolvimento de uma nova arquitetura. “Mesmo o novo estilo era muito arcaizante, consistindo num sistema estrutural de armação de abóbadas simples, assentes em nervuras.” (Kubler, 1999). Nesta época, desenvolvem-se com maior facilidade e estabilidade as edificações sem ser necessário o uso excessivo de contrafortes.

A designada arquitetura chã ou estilo chão foi um termo desenvolvido por George Kubler, que enfatiza os valores de simplicidade compositiva, austeridade decorativa e depuramento das formas. Segundo Kubler o estilo pode definir-se como uma “arquitetura vernácula, mais relacionada com as tradições de um dialeto vivo do que com os grandes autores da Antiguidade Clássica.”. Observa-se na arquitetura chã influências por parte da arquitetura militar, muito presente na época, em território nacional e, principalmente, europeu. Um dos melhores arquitetos desta época e que contribuiu para a difusão desta corrente chã foi Miguel de Arruda (falar sobre ele). É uma arquitetura de influência clássica, usando proporções áureas, métrica, proporção, geometria clássica e o retângulo de ouro; as volumetrias são paralelepípedos retângulos, extremamente compactos e ortogonais. A linha reta é usada para definir quase tudo e a decoração é evitada sempre que possível, tornando os edifícios atarracados, de aspeto fortificado, baixos e depurados. Trata-se de uma atitude arquitetónica tipicamente portuguesa, nascida da tentativa de preservação da identidade nacional, num período de crise política, económica e social. Kubler chama à arquitetura chã de arquitetura plain, porque plain é a tradução de “chão”. O chão deve-se ao despojamento decorativo. Geralmente as edificações pertencentes ao estilo chão caracterizam-se pelo aspeto basilical, definida por duas torres sineiras/campanários, geralmente de nave única, mas na maioria dos casos observamos nas laterais, onde estaria presente as naves laterais, observamos a interceção de pequenas capelas intercomunicantes entre si, observa-se uma capela-mor profunda, normalmente o interior não se encontra muito decorado, enaltecendo este conceito de arquitetura depurada e prática, porém depende dos locais e dos recursos económicos em torno da empreitada. Visto que, alguns locais, no seu interior, apresentam uma decoração variada através da utilização de elementos decorativos/ornamentais como a talha dourada, proveniente das descobertas nas terras coloniais brasileiras, as pinturas retabulares, o azulejo, entre outros elementos... deste modo, apesar do exterior demonstrar uma edificação austera, simples, fria, o seu interior é caracterizado por cenários ornamentais de aparato. -

Importância metodológica muito grande na medida em que os pressupostos metodológicos de Kubler são distintos da generalidade que tinha tratado este tema. Este tema integra-se numa corrente neo-formalista ao nível da histórica da arte, atendendo às estruturas formais da arquitetura, combina essa abordagem formalista com toda a conjuntura envolvente que sustenta e integra as sequências formais e estilística da arquitetura em estudo. Nesta visão neo-formalista, Kubler prescinde da conceptualização tradicional consagrando a generalidade da historiografia em que temos a sequência de Renascimento, Maneirismo, Barroco, Rococó.

Situação atual 1. Ideias de Kubler embora valorizadas foram alteradas por novos contributos. Teoria que permanecem em parte validas, mas que têm sido modificadas em alguns aspetos. 2. Ao contributo de Kubler vieram juntar-se linhas de pesquisa entre as quais consistiu na consideração da arquitetura militar em todo este contexto. Kubler não trata especialmente a arquitetura militar. Os principais contributos foi a valorização da arquitetura militar e o entendimento que esse domínio implicou na definição dessa arquitetura chã. Neste há que assinalar o contributo do professor Rafael Moreira. Representando momento pós-Kubler. Com ele passamos a entender que a arquitetura militar funcionou como facto estrutural em vários aspetos desta arquitetura.

Igrejas salão: As igrejas salão portuguesas desenvolvem-se através das características de simplicidade exterior, dos atributos de clareza funcional proporcionando um carácter nobre às superfícies exteriores, demonstrando-nos a forte influência espanhola da década de 1580, quando se encontrava sobre o domínio dos Habsburgos. “Historicamente, contudo, estas proporções clarificadas e a pureza das superfícies nas paredes representam uma reação à exuberância manuelina iniciada em 1550, uma geração inteira anterior à unificação com Espanha em 1580, devendo-se a fórmula a fontes espanholas e europeias em geral e o seu refinamento aos tratados italianos, bem como aos condicionalismos portugueses” - (Kubler, 1999). Observamos as igrejas-salão, com uma estrutura generalizada, simples, de aspeto medieval, desenvolvida sobre pilastras e coberturas em abóbada, possuindo janelas rasgadas nas paredes da edificação de modo a proporcionar uma grande iluminação interior... “A série de igrejas-salões inicia-se na Europa com a Catedral de Poitiers, cerca de 1180, e com igrejas como a de Santa Isabel, em Marburg, na Alemanha, cerca de 1250.” (Kubler, 1999). Em Portugal obtemos alguns exemplos de igrejas-salão desenvolvidas entre 1550 e 1570; 3 catedrais (Leiria, Portalegre e Mirando do Douro), cinco igrejas paroquiais (Estremoz, Monsaraz, Évora, Oliveira e Veiros) e duas Misericórdias (Beja e Santarém). “os arquitetos portugueses realizaram surpreendentes transformações na igreja-salão, diferenciando-a dos antecedentes espanhóis e norte-europeus e dos exemplos americanos coevos. Uma das soluções estruturais utilizada em Portugal e na Europa Setentrional nos fins da Idade Média foi a de construir planos quase laminares numa continuidade de cimos curvados de parede a parede, toda a largura, com grupos de nervuras semelhantes a copas de palmeiras, sobre colunas espaçadas e como que libertas da cobertura em pedra.” (Kubler, 1999). Por exemplo, o Mosteiro dos Jerónimos é um excelente exemplo desta transformação e diferença entre estilos, enquanto o portal da fachada de estilo manuelino apresenta uma conceção exuberante, decorada e complexa, enquanto a capela-mor do Mosteiro é “quase militar no brutal despojamento da configuração do seu exterior.” (Nuno Senos, 2012). Exemplo: Catedral de Mirando do Douro: iniciada em 1550, trata-se de uma igreja-salão, desenvolvida em 3 naves erguidas à mesma altura, cobertas por abóbadas de ogiva suportadas por pilares esbeltos que proporcionam uma visibilidade do espaço interior como se fosse um só, unificando as três naves, formando uma só. Outra característica marcante nesta catedral é o despojamento decorativo, enaltecido pela utilização de pilares, quase sem qualquer tipo de ornamento nos capitéis ou nas bases. “Como notou Rafael Moreira, esta é uma arquitetura que vive da pedra (apenas usada nos elementos estruturais: colunas, pilares, fenestração, portas, ogivas) em contraste com as grandes superfícies caiadas.” (Nuno Senos, 2012).

Miguel de Arruda (1500-1563): Miguel foi uma figura importantíssima para o desenvolvimento da arquitetura militar portuguesa, mas também religiosa. Desenvolveu as suas primeiras construções em território marroquino, centrando-se no estilo militar. Porém, afirma o seu gosto renascentista no desenvolvimento de igrejas como a Ig. Da Graça em Évora, mas também desempenha um papel revelador no desenvolvimento da afirmação do estilo chão . Pensasse que seja filho de Francisco de Arruda e sobrinho de Diogo. Trabalhou para o rei D. João III, junto de outros grandes artistas da época, como Nicolau Chanterene e Benedetto da Ravenna. Diogo de Torralva (1500-1566); este foi um influente arquiteto em território português no século XVI, encontrando-se no limbo entre a transição do período renascentista para o maneirista. Este influenciou-se, sobretudo, por Serlio, desenvolveu inúmeras obras em Lisboa, como poe exemplo o claustro e o cadeiral do coro do Mosteiro de Belém, renovou o Mosteiro da Madre de Deus, contudo apesar das diferentes obras/empreitadas onde participou, seria o Claustro do convento de Cristo em Tomar que marcaria a sua carreira em território nacional. Claustro de D. João III: empreitada desenvolvida após a morte de João de Castilho, em 1552. Este foi desenhado e produzido por João, porém, após a sua morte, Diogo Torralva toma conta da ocorrência. Este dá origem a um claustro situado no interior de uma das edificações mais emblemáticas do período renascentista em Portugal, o Convento de Cristo de Tomar, é uma das empreitadas mais notáveis da arquitetura da época. Este faz parte de um conjunto notável de quatro claustros pertencentes ao Convento de Cristo. O claustro de D. João III, flanqueia a fachada sul da nave manuelina, sendo caracterizado pela planta quadrangular, com os cantos cortados (chanfros retos no 1º piso e convexos no 2º piso), tendo dois pisos abobadados, ligados através de belíssimas escadas em caracol nos cantos nordeste e sudoeste. As quatro alas encontram-se cobertas com galerias de abóbadas de nervuras e caixotões que se rasgam para a exterior, alternadamente, por arcos de volta perfeita e por vãos retangulares encimados por janelas e óculos inseridos entre as colunas de ordens diferentes, jónica e dórica que circundam o claustro, sustentando os entablamentos. É importante referir que, este claustro é reconhecido como uma das melhores representações da arquitetura maneirista e uma obra-prima de Torralva. Para além de Diogo, também contribuiu para o desenvolvimento deste claustro Filipe Terzi. Açougue-misericórdia de Beja, início 1548:

Supostamente seria um mercado, mas tornou-se, porém, numa capela. observamos um edifício de planta longitudinal, composta por um corpo quadrangular da galilé, onde se implementam os corpos retangulares pertencentes á capela-mor e outros compartimentos. No exterior observamos um conjunto de volumes articulados de coberturas diferenciadas. A fachada principal, virada a Sul, é bastante caraterística, apresentando um pórtico clássico, rasgada por 3 arcos separados por pilastras e cunhais, esta encontra-se dividida em 3 panos. O interior é caracterizado pela delicadeza compositiva, composto por 3 naves, sendo as 2 primeiras, desenvolvidas por colunas de ordem coríntia, um teto de abóbada de cruzaria de ogivas, assentes sobre colunas de fuste cilíndrico com capitéis coríntios e em meias colunas adossadas, enquanto a 3º se desenvolve por tramos retangulares com cobertura em abóbada de nervura, assente em mísulas e pilastras. A capela-mor insere-se na edificação com um portal de vão retangular moldurado com um frontão triangular, esta é coberta por uma abóbada de berço... Igreja da Misericórdia de Santarém: definida como sendo uma igreja-salão, desenvolvida no final do período renascentista português, apesar disso demonstra-nos traços do estilo barroco e maneirista. Produzida por Miguel de Arruda, perto de 1559, perlongando-se ate aos inícios do séc. XVII. Esta caracteriza-se por uma planta longitudinal dividida por 3 naves e 4 tramos, estruturados em diferentes volumes escalonados com coberturas diversas em telhado. A fachada principal encontrase virada a Sul, definida em 3 panos demarcados por pilastras, acima encontra-se rematada por um frontão mistilíneo vazado através de um nicho, onde podemos observar a imagem da Virgem inserida numa espécie de meia cúpula, e ainda, acima da Virgem, observamos uma cruz esculpida. No piso térreo encontra-se o portal principal, ladeado por um frontão de volutas, onde ao centro, se insere um animal híbrido que suporta o balcão, saliente da porta-janela do piso superior, caracterizado por um frontão mistilíneo e brincos nas ombreiras. Ainda no piso térreo, nas laterais do portal axial, observamos o formato de um espalho, definido e decorado por palmetas e lacrimais. As fachadas laterais, de dois pisos, são estruturadas em 4 panos, divididos por 4 pilastras, nestes rasgam-se uma série de janelas de formato retangular e por portais. O interior: é definido por 4 tramos com a mesma altura, sendo a central mais larga, cobertos por abóbadas de nervuras assente em colunas toscanas e mísulas adossadas hás sancas que percorrem as paredes laterais, nos fachos das abóbadas observamos cartelas que demonstram inscrições de datas: 1602 e 1714. As colunas apresentam uma riqueza na ornamentação através da decoração com brutescos em ouro, mas para além destes, nas janelas e nas nervuras observamos brutescos policromados. Junto de uma das colunas da nave central, observamos um púlpito singular, com um guarda-voz e uma pintura invulgar produzida em tromp-l'oeil. No último tramo da nave, o pavimento é mais elevado, proporcionando uma zona própria para acolher o presbitério, acedido através da escadaria presente na nave central. Na zona superior de cada nave, concentra-se um altar definido pelo respetivo retábulo em madeira. Jerónimo de Ruão: este é filho do grande escultor e arquiteto João de Ruão. Jerónimo ficou, especialmente, conhecido pelo título que adquiriu através do cargo de mestre-de-obras do Mosteiro dos Jerónimos, sendo, mais tarde, o responsável pela sua conclusão. Através dele, o Mosteiro evoluiu consequentemente numa época de poucos recursos... este foi o autor de inúmeras obras construídas, maioritariamente, em Lisboa. Igreja de Santa Maria de Belém - em 1565, dá-se o início das obras para a capela-mor, desenvolvidas por Jerónimo de Ruão. Este complexo religioso caracteriza-se por uma série de estilos presentes, manuelino, maneirista, revivalista, modernista... a Capela-mor pertence ao estilo Maneirista, coberta por uma abóbada de berço definida por caixotões em mármore, nas laterais observamos, inseridas sobre um arco de volta perfeita, as arcas tumulares correspondentes a D.

Manuel I, D. Maria de Aragão e Castela, D. ...


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