Estudo Organizações - Apontamentos para teste PDF

Title Estudo Organizações - Apontamentos para teste
Course Psicologia Das Organizações I
Institution Universidade da Beira Interior
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Clássica/Mecanicista-Humanista-Sistémica/Contingencial

Conceptualização da organização A psicologia do trabalho e das organizações estuda o ser humano na sua dimensão individual e social nas situações relacionadas com o trabalho, procurando resolver os problemas salientes do contexto. O homem é a causa e fim da organização e esta existe para fins sociais, materiais ou sinergia. Em suma uma organização é uma associação de indivíduos ou unidades sociais, dotadas de estrutura, tendo em vista o alcance de objetivos- divisão do trabalho, coordenação. As 3 atividades que caracterizam as organizações são a produção, conservação e inovação. Os meios das organizações poderão ser as pessoas, os equipamentos, materiais ou instalações.

Estrutura A estrutura é a forma como o trabalho é dividido e coordenado, criando uma disposição de conjunto que define os órgãos que compõem a organização e a forma como ela vai operar para atingir os objetivos. Caracteriza-se pela divisão do trabalho e pela hierarquia. Mintzberg define a estrutura como sendo o total da soma dos meios utilizados para dividir o trabalho em tarefas distintas e em seguida assegurar a necessária coordenação entre as mesmas. Existem 5 mecanismos para a coordenação do trabalho: Ajustamento mútuo, supervisão direta, estandardização dos processos de trabalho, dos resultados e das qualificações dos trabalhadores. A estrutura é determinada pela sua estratégia, dimensão e idade, tecnologia, meio. As características desta são complexidade (diferenciação vertical, horizontal e espacial), formalização (grau de estandardização das funções) e centralização (grau de centralização da tomada de decisão). 

Estrutura formal: Grau de diferenciação horizontal + grau de formalização e centralização



Estrutura informal: Comportamentos, relações e estratégias não previstas e rede de interações espontâneas + estrutura de poder e de influência não previsto mas real e poderosa

Os Antecedentes das Organizações e a Revolução Industrial Final século XIX: Poucas e pequenas organizações, predomínio do trabalho agrícola, pequenas oficinas com artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais autónomos Evolução: De micro para macro 

Antes de 1920: Organização do trabalho, estrutura formal, condições de trabalho para uma lógica produtiva ( Munsterberg, Taylor, Fayol, 1º guerra mundial)



Período entre guerras (1920-40): Clima social do trabalho (Escola das Relações Humanas- E. Mayo)



Após II guerra mundial (40-60): Fenómeno grupal, desenvolvimento humano (Perspetiva individual (Maslow, McGregor), Grupal (K. Lewin))



1960- Presente: Modelos sistémicos, perspetivas contingenciais, enfoque nas características do contexto contingencial (Perspetiva Sociotécnica, teorias de tomada de decisão, teoria do equilíbrio, abordagem contingencial)

Utilização das máquinas fez com que houvesse maior rapidez, quantidade, qualidade e redução do custo de produção – Maior economia A utilização da máquina para intensificar a economia faz com que se intensifique o caráter cooperativo e social do trabalho e que se criem ritmos rígidos, normas de comportamento estritas e maior interdependência mútua. As normas de controlo transformam-se em normas de repressão. A revolução industrial faz uma modificação na estrutura empresarial e económica da época, não influencia os princípios de administração das empresas. Empresas utilizam modelos organizativos eclesiásticos e militares. Consequências:



Maquinização das oficinas



Fusões de pequenas oficinas



Menores custos produtivos, preços competitivos, alargamento do mercado consumidor



Aumento dos mercados, exigência de muitas pessoas nas fábricas



Urbanização e migrações massivas sem planificação



Mecanização (divisão e simplificação das operações)



Ofícios tradicionais (tarefas semi-automatizadas e repetitivas)



Mais acidentes e doenças



Crescimento industrial improvisado e baseado no empirismo

Os erros de administração demasiado intuitiva, os baixos salários e promiscuidade nas fábricas, riscos de acidentes laborais e longos períodos de trabalho faz crescer a tomada de consciência da precariedade da vida e do trabalho e da intensa exploração por uma classe económica mais favorecida. Criam-se assim as primeiras tensões entre a classe operária e os proprietários da fábrica. Novo capitalismo: Produção em larga escala a partir de grandes concentrações de maquinaria e mão-de-obra criando situações problemáticas de organização do trabalho, de ambiente, de concorrência e padrão de vida. Socialismo e sindicalismo como agentes da nova civilização. No início do século XX começaram a utilizar-se métodos e processos de racionalização do trabalho baseados em estudos metódicos.

Abordagens Clássicas 

Taylor (EUA): Análise de tarefas /racionalização do trabalho



Fayol (Europa): Análise do funcionamento e estruturas das empresas



Weber (Europa): Racionalidade burocrática das organizações

Eles tinham objetivo comum de criar organizações com eficiência e eficácia que atingissem os objetivos.

Taylor Frederick: Fundador da administração científica, 50 patentes de inovações sobre máquinas, ferramentas e processos de trabalho. Em 1900 começou a revelar as teorias sobre Administração Científica. Este tinha como princípios a seleção cientifica do trabalhador, tempo padrão e plano de incentivo salarial Críticas de Taylor aos métodos da organização do Trabalho: Se o fator de produção trabalho aumentar implicará miséria e desemprego aos operários; operários com excessiva margem de manobra e liberdade de ação poderá ser caracterizado com indolência e preguiça sistemática; patrões e gestores com desconhecimento e alheamento dos métodos de gestão que orientam os processos de trabalho.

Taylor 1º Período de Taylor: Técnicas de racionalização do Trabalho do operário, através de Estudos dos Tempos e movimentos; análise de tarefas decompondo os movimentos, processos, aperfeiçoandoos e racionalizando-os gradativamente; detetou a necessidade de criar condições de pagar mais a quem produz; atribuição a cada trabalhador a tarefa mais adequada às suas condições físicas e aptidões. Taylor procurava eliminar todo o desperdício de esforço humano, maior insistência para que os operários se adaptem à tarefa, maior cuidado em treinar os operários, de acordo com as exigências da tarefa, maior especialização das atividades, normas de atuação laboral bem definidas. Ter baixos custos de produção, trabalhadores colocados em postos de trabalho em que os materiais e condições de trabalho foram cientificamente selecionados, formação e treino cientifico dos empregados para aperfeiçoar as suas aptidões, cultivo de uma atmosfera de cordialidade e cooperação entre administração e trabalhadores. A racionalização do trabalho segundo Taylor tinha 3 princípios: 

Atribuir a cada trabalhador a tarefa mais desafiante consoante as suas capacidades (seleção científica do trabalhador)



Solicitar a cada trabalhador nunca menos do que a produção determinada para o tempo padrão



Tarifas de remuneração por unidade produzida (incentivos salariais)

Simplificar o trabalho, com o maior rendimento, o menor esforço e a maior remuneração

2º Período de Taylor: Princípios universais da organização cientifica do trabalho: Principio do planeamento, principio da preparação, principio do controlo, princípio da separação entre a conceção e a execução. Gestão de forma que exista máxima prosperidade para empregadores e empregados, havendo conciliação de interesses. Procura da “The one best way”. Os princípios da gestão são os referidos atrás. Visão do homem: Homem “economicus”. Motivações e necessidades expressas unicamente em recompensas salariais. A remuneração é variável e indexada à produção. Realização como produtor e consumidor. Para assegurar os princípios: Supervisão funcional (pressupõe a existência de vários supervisores com a finalidade especifica de controlar os operários nas várias áreas de execução)- é melhor do que ter hierarquia centralista

Aspetos positivos da organização cientifica do trabalho: 

Aumento da produtividade e dos salários



Alicerces para a profissionalização da gestão



Estudo dos tempos e movimentos dos trabalhadores- estudo da fadiga e acidentes



Contributo para desenvolvimento de outras áreas



Contributos ao nível dos seguidores de Taylor (ex: Ford, Gantt)

Aspetos negativos:



Excesso de rigidez de especialização e mecanização do Homem



Foco no interior da organização



Super especialização do trabalhador



Visão reducionista do homem



Abordagem incompleta da organização



Limitação do campo de aplicação (organizações industriais)

Ford Precursor da administração moderna. Estabeleceu salário mínimo e tempo padrão. Utilizou um sistema de concentração vertical, produzindo desde a matéria-prima inicial ao produto final acabado. Criou eficiente cadeia de distribuição comercial. Ele utilizou a produção em série (método pelo qual grandes quantidades de um produto padronizado são fabricados) Simplicidade: Organização produtiva que emprega quantidades mínimas de um bem útil padronizado em mão-de-obra, material, desenho e ao mínimo custo possível Lógica da produção em massa: Produto é planeado, ordenado e contínuo; trabalho é entregue ao trabalhador; operações são analisadas e divididas Consequências da produção em massa: Aumento do controlo industrial, maior padrão de qualidade, desenvolvimento de máquinas de produção que aperfeiçoam processos, ser humano liberta-se da carga física, produção é acelerada através de trabalho ritmado, coordenado e económico 3 princípios de Ford: Intensificação (diminuição do tempo de produção), economicidade (reduzir ao máximo o volume de stock), produtividade (Aumentar capacidade de produção do homem no mesmo período-especialização e linha de montagem)

Burocracia e Max Weber Burocracia- Sistema administrativo baseado na organização em serviços e na divisão de tarefas, que privilegia as funções hierárquicas de maneira a dispor de uma grande quantidade de trabalho de uma forma rotineira. ~

Burocratas- Funcionário público que predominava, adepto da obediência cega a rotinas e formalismos administrativos Existia uma influência abusiva da administração, impedindo o prosseguimento de uma ação com procedimentos oficiais desnecessários. As organizações aqui eram vistas como espaços de estandardização, hierarquização e de especialização na execução de tarefas, com racionalidade comportamental, prescrita por regras, regulamentos e autoridade formal. A burocracia foi o 1º grande modelo teórico a apresentar uma perspetiva estrutural da organização e a explicar o seu funcionamento a um nível Macro de análise. Burocracia como tipo ideal de organização social. Weber estudou os processos que conduzem à legitimação e à aceitação social de determinadas relações de poder. Para ele a burocracia era a estrutura de poder e dominação adequada à sociedade industrial capitalista. Relações entre membros de uma sociedade baseavam-se em padrões de Dominação Social. A dominação característica de uma sociedade complexa não deveria ser baseada na coerção pela força, mas sim, numa relação legal em que os dominados reconhecem nos dominantes o direito de impor a sua vontade. Tipologias de autoridade segundo Weber: 

Dominação (Probabilidade de uma ordem ser objeto de obediência)



Autoridade, autêntica (Pressupõe um mínimo de obediência, um interesse externo e interno do subordinado em obedecer)



Poder (Pressupõe que qualquer pessoa, numa dada relação social possa impor a sua vontade sobre outra pessoa, mesmo contra a vontade desta)

Tipos de autoridade e dominação: 

Autoridade e dominação carismática (Força das virtualidades e personalidadesrotinização, institucionalização e legitimação do carisma) Depende do ambiente e da situação



Autoridade e dominação tradicional (Originada na crença da santidade do passado, ordem legítima que emana dos costumes tradicionais, existe aparelho administrativo especifico para cada autoridade)



Autoridade e Dominação Racional-Legal (Originada na crença da legalidade das leis, das regras e procedimentos) Assumido pela burocracia. Adequação ao exercício de uma autoridade legal e racional

Na sequência da revolução industrial os tipos de dominação carismática e tradicional forma sendo substituídos pela dominação racional-legal. Este é o processo de racionalização e burocratização da sociedade industrial e civil que perdura até aos nossos dias. Características básicas das administrações burocráticas: 

Funções definidas pela lei



Hierarquia da autoridade



Avaliação e seleção dos funcionários



Relações e conduta social do tipo formal e impessoal



Separação da propriedade e cargo



Remuneração regular e carreira profissional regular dos funcionários



Divisão, especialização do trabalho e especificação das responsabilidades

Aspetos positivos da burocracia: 

Autoridade de cada individuo delimitada, funções, direitos e deveres inerentes ao cargo ocupado



Rapidez, precisão, continuidade, uniformidade, formalidade fizeram burocracia um exemplo de eficiência



Burocracia permite a codificação e descodificação rotineira e padronizada das linguagens organizacionais



Sistema fundamentado pelo poder legal



Funções definidas pelas leis



Hierarquia de autoridade



Avaliação e seleção de funcionários



Relações e conduta social de tipo formal e impessoal (não há necessidade de relações de tipo informal)



Separação da propriedade e cargo (Funcionário burocrata não é proprietário dos meios de produção nem nada)



Remuneração e carreira (Garante estabilidade ao funcionário)



Divisão e especialização do trabalho. Especificação de responsabilidades (racionalidade comportamental dos funcionários)

Aspetos negativos da burocratização segundo Weber: 

Burocracia enquanto fim pode representar ameaça à liberdade e livre iniciativa

Análise dos efeitos do controlo burocrático: 

Menor quantidade de relações personalizadas



Maior interiorização das regras pelos membros da organização



Menor dúvida e procura de alternativas na tomada de decisão

Conclusão: Rigidez, regularidade e previsibilidade comportamental. Este aumenta o desenvolvimento da perceção da partilha de objetivos e fortalece o espirito corporativo, no entanto dificulta as relações com os clientes pois limita a capacidade de resposta e adaptação às necessidades destes

Consequências da delegação de autoridade enquanto técnica de controlo: 

Aumenta a experiência e competências especializadas dos membros para lidar com os problemas da sua área em particular



No entanto, pode conduzir à departamentalização da organização e conflitos interdepartamentais na medida em que se podem gerar interesses próprios, nem sempre adjacentes aos objetivos globais; incapacidade de considerar alternativas na tomada de decisão

Consequências do uso de regras impessoais como mecanismos de controlo: 

Regras têm efeito apaziguador das tensões dentro do grupo (aumenta poder legítimo do supervisor)



No entanto regras fornecem aos indivíduos informação sobre o que é o comportamento mínimo aceitável pela organização (redução do desempenho individual até limite aceitável)

Escola das Relações Humanas Esta surgiu da ineficácia da visão mecanicista. Necessidade de compreender fenómenos entre indivíduos e pequenos grupos no seio das organizações. Percebeu-se que o comportamento do indivíduo na organização é indissociável dos contactos e interações com outros elementos do grupo. Esta apresenta maior enfoque na componente humana, nas motivações sociais e estima. Influências nesta escola: 

Escola interacionista - Mayo,…



Estudos de Maslow, Herzberg,…



Estudos com grupos restritos – Kurt Lewin, Moreno

Dimensão social

Experiência de Hawthorne: Spleen industrial-Abastimento moral dos trabalhadores com concomitante perda de interesse pelo trabalho e fadiga...


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