Parvovirose canina PDF

Title Parvovirose canina
Author Maiara Ferraz
Course Clínica Médica de Pequenos Animais
Institution Universidade Federal de Santa Maria
Pages 4
File Size 103.6 KB
File Type PDF
Total Downloads 51
Total Views 136

Summary

Resumo expandido realizado na disciplina de doenças infectocontagiosas sobre a parvovirose canina....


Description

PARVOVIROSE CANINA – REVISÃO DE LITERATURA Palavra-chave: Parvovírus. Sinais Clinícos. Diagnóstico. Patogenia. Introdução De acordo com Flores (2007), a parvovirose canina (CPV) é considerada uma das principais causas de diarreia de origem infecciosa em cães com idade inferior a seis meses. É causada por um vírus extremamente pequeno, o gênero Parvovirus, pertencente à família Parvoviridae. Esse vírus apresenta grande estabilidade no ambiente, podendo manter-se ativo durante meses. A maioria dos detergentes e desinfetantes falham ao tentar inativar as cepas desse vírus, com exceção do hipoclorito de sódio. Conforme Pavan (2009), Angelo e Cicoti (2009), o vírus depende de células em divisão, pois utiliza a maquinaria celular para a síntese de DNA e replicação do genoma viral. Essa característica do vírus é responsável pelas duas formas de manifestação da doença, forma entérica e a forma miocárdica. A forma miocárdica é geralmente diagnosticada no postmortem, pois a maioria dos animais morre subitamente sem mostrar sinais clínicos. Flores (2007) relata que o CPV é altamente contagioso, e a infecção geralmente ocorre por exposição oronasal, fezes, fômites ou ambientes contaminados. Essa doença pode atingir tanto filhotes quanto adultos, todavia caninos jovens possuem maior incidência, devido à falta de imunização. As raças que possuem maior predisposição são: SRD, Doberman, Rottweiler, Labrador, Pastor alemão e Pitbull. Os sinais clínicos mais comuns da parvovirose é febre, leucopenia, anorexia, depressão, vômitos, pirexia, rápida desidratação, diarreia sanguinolenta, líquida e fétida e rápido emagrecimento. A morte de animais severamente afetados é uma consequência da destruição extensa do epitélio intestinal, com consequente desidratação, além da possibilidade de choque endotóxico (ANGELO; CICOTI, 2009). De acordo com Rodostits et al (2000), diagnóstico é sugestivo no histórico clínico, sendo a confirmação, feita por teste ELISA por ser rápido e eficiente de custo acessível. Somente a detecção do vírus nas fezes a demonstração de anticorpos IgM no soro confirmam positivamente a infecção aguda.

Diante disso, esse trabalho tem como objetivo destacar aspectos como patogenia, sinais clínicos, diagnóstico, controle e profilaxia dessa doença que é uma das principais causa de morte em caninos jovens. Metodologia O trabalho consiste em uma revisão de literatura sobre a parvovirose canina, com ênfase em métodos de diagnóstico, principais sinais clínicos associados à patogenia da doença, controle e profilaxia. Para a realização deste trabalho foi efetuada uma busca de artigos publicados em língua portuguesa na base de dados do Google Acadêmico. Resultados e discussões Segundo Rodostits et al (2000) e Flores (2007), a parvovirose canina é transmitida pela eliminação fecal (do terceiro ou quarto dia após a infecção, podendo ser excretado em grandes quantidades por até 20 dias) e a porta de entrada é a via oral. O período de incubação varia entre de 2 a 14 dias, mas, na maioria dos casos, é de 4 a 7 dias. Após a exposição, o vírus se localiza e infecta os tecidos linfóides próximos ao local de entrada e é disseminado através da corrente sanguínea para vários órgãos, resultando em uma infecção sistêmica. De acordo com Angelo, Cicoti (2009), Thadei (2004) e Flores (2007), durante a disseminação, o vírus se localiza preferencialmente em tecidos com rápida divisão celular, como medula óssea, órgãos linfopoiéticos e criptas do jejuno e íleo. Essa característica viral faz com que a doença também apresente-se como uma miocardite, da terceira a oitava semana de infecção, sendo responsável pela morte súbita em filhotes aparentemente sadios, devido à inflamação do músculo cardíaco causada pelo CPV-1. Conforme esses autores, à medida que o cão envelhece, o crescimento do epitélio intestinal se intensifica, determinando o estabelecimento da infecção no intestino. Durante a infecção intestinal, o parvovirus replica nas células epiteliais das criptas da mucosa intestinal. Essas células estão em constante mitose e são responsáveis pela reposição do epitélio absortivo das vilosidades. De acordo com Flores (2007), a consequência da infecção pelo CPV é o achatamento das vilosidades, o colapso e a necrose epitelial, com exposição da lâmina própria da mucosa. A diarreia, resultante de má absorção intestinal, costuma ser hemorrágica pela exposição e consequente sangramento de capilares subjacentes ao revestimento epitelial da mucosa. A

perda do epitélio intestinal permite a penetração de bactérias na circulação sanguínea, que é facilitada pela leucopenia. Esse autor relata que o hemograma dos animais infectados demonstra leucopenia, neutropenia e linfopenia, devido à replicação do vírus nas células linfoides e na medula óssea. A anemia ocorre pela perda sanguínea intestinal. Além disso, pode ser observado hipoproteinemia, pela perda de proteínas plasmáticas pelo intestino, elevação dos níveis de uréia e creatinina por azotemia pré-renal e redução dos níveis de potássio. Em função do curto período de incubação do vírus, testes sorológicos não são relevantes para o diagnóstico da parvovirose canina. Além disso, os anticorpos podem persistir por meses e a resposta sorológica a infecção não pode ser diferenciada dos anticorpos induzidos pela vacinação (SCHMITZ, et al. 2009). Em decorrência disso, o teste mais viável é o ELISA para PVC-2 nas fezes por ser rápido, eficiente e custo acessível, de acordo com Rodostits et al (2000). Os testes comerciais que detectam o antígeno na amostra fecal possuem especificidade relativamente alta e baixa sensibilidade. A falha do SNAP parvo antigen test (baseado no teste de ELISA) pode estar relacionada à diminuição da liberação de vírus nas fezes, já que o vírus é detectado nas fezes apenas 10 á 12 dias após a infecção (PAVAN, 2009). Em geral, quando um resultado positivo é obtido no teste rápido, o diagnóstico de enterite pelo vírus da parvovirose canina, comumente está correto. Entretanto, um resultado negativo no teste rápido não descarta a possibilidade de parvovirose como diagnóstico diferencial em cães com diarreia hemorrágica. Nesses casos, deveriam ser utilizados exames de amostras fecais para pesquisa de CPV por imunomicroscopia (IEM), onde os anticorpos são adicionados à amostra de fezes, para a formação de complexos que favorecem a visualização e PCR (SCHMITZ et al., 2009). De acordo com Angelo e Cicoti (2009), o tratamento recomendado para gastroenterite pelo parvovírus é de suporte. O principal objetivo do tratamento é restabelecer e manter o equilíbrio eletrolítico e minimizar a perda de líquidos nas primeiras 24 a 48 horas ou até cessarem os vômitos. Deve-se suspender completamente a alimentação e ingestão de líquidos por via oral. Recomenda-se a aplicação de fluidoterapia, antieméticos, antibióticos e, em alguns casos, também é necessária a transfusão sanguínea. Segundo esses autores, durante o quadro clínico da doença, o animal infectado deve ser mantido isolado dos outros cães da casa, devendo-se evitar também a contaminação ambiental. Já quanto aos diagnósticos diferencias, destaque-se a salmonelose, coronavirose e cinomose.

Em relação à vacina contra a parvovirose deve ser aplicada nas fêmeas quando em gestação, mesmo que tenham sido anteriormente imunizadas, pois terão sua imunidade aumentada durante a gestação, conferindo imunidade passiva através da placenta e do leite, prevenindo a doença nos filhotes até atingirem idade de serem vacinados. A desinfecção do ambiente é problemática, já que esse vírus é altamente resistente, podendo sobreviver por mais de seis meses em condições normais de temperatura e umidade no meio ambiente. Conclusão A parvovirose canina é uma das principais causas de diarréia de origem infecciosa em cães jovens. A incidência da doença é alta não só pela resistência do vírus ao ambiente, mas também é atribuída a falta de imunização natural da população canina. Por isso, é imprescindível que seja feito o diagnóstico e tratamento o quanto antes, visto que o animal pode vir a óbito, principalmente pela desidratação severa.

Referências ANGELO, Gabriel; CICOTI, Cesar Augusto Ramos. Parvovirose canina – revisão de literatura. Revista científica eletrônica de medicina veterinária. n°12, 2009. FLORES, E. F. Virologia Veterinária. Santa Maria: Editora UFSM, 2007. PAVAN, Tatiana Rohde. Parvovirose canina – revisão de literatura. Universidade federal do rio grande do sul faculdade de veterinária, 2009. RODOSTITS, O. M et al. Exame clínico e diagnóstico em veterinária. Editora Koogan. Rio de Janeiro – RJ, 2000. SCHMITZ, S. et al. Comparação de três testes comerciais rápidos de detecção de antígeno do parvovírus canino com microscopia eletrônica e reação em cadeia da polimerase. J Vet Diagn Invest, v. 21, p. 344-345, 2009. THADEI, Carmello Liberato. Parvovirose. Revista Cães & Gatos, n° 86, 2000....


Similar Free PDFs