Problemas éticos e políticos do impacto da sociedade da informação no quotidiano PDF

Title Problemas éticos e políticos do impacto da sociedade da informação no quotidiano
Course Direito Penitenciário
Institution Universidade do Minho
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Problemas éticos e políticos do impacto da sociedade da informação no quotidiano.Atualmente vivemos numa sociedade de informação, onde estamos dependentes dos meios de comunicação e é praticamente impossível deixar de os utilizar, o que nos leva a pensar que a tecnologia é algo bastante poderoso em ...


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Problemas éticos e políticos do impacto da sociedade da informação no quotidiano.

Atualmente vivemos numa sociedade de informação, onde estamos dependentes dos meios de comunicação e é praticamente impossível deixar de os utilizar, o que nos leva a pensar que a tecnologia é algo bastante poderoso em relação às nossas vidas. Mas o que será uma sociedade de informação? Qual é o seu impacto sobre nós? As sociedades não são um elemento firme e, por isso, têm sido alvo de diversas mudanças, principalmente ao nível das novas tecnologias, o que levou alguns autores a defender a existência de um novo modelo de Sociedade baseada, essencialmente, na Informação. Ou seja, é uma sociedade em que as principais atividades estão integradas pelas novas tecnologias da informação e comunicação. Assim, é possível afirmar que estes meios de comunicação exercem um certo poder sobre os seres humanos, que agora se tornaram dependestes destas, como, por exemplo, as publicações enganosas que os meios de comunicação transmitem e que muitas vezes acabam por influenciar cada pessoa individualmente. Então, será que os meios de comunicação conseguem manipular os indivíduos? Este assunto é importante dado que foi através dos meios de comunicação, ou mídia, que nasceu a sociedade de informação, e é por isso que eles são tão importantes para nós. Ao longo da história, o homem tem criado os mais diversos meios para a comunicação e assim mudar os seus padrões de qualidade de vida. Se por um lado as criações tornam a qualidade de vida melhor como transportes e comunicações, no outro irá ter consequências como poluição, desemprego, manipulações e ainda a falta de livre arbítrio. Eu penso que os meios de comunicação acabam por manipular as pessoas e também condicionar as suas escolhas, tanto a nível político como social. Um exemplo muito atual desta situação foi a invasão do capitólio nos Estados Unidos. No dia 6 de janeiro deste ano, uma multidão violenta invadiu o Capitólio, tendo as autoridades iniciado dezenas de detenções, estando muitos dos invasores a emitir em direto nas suas redes sociais. Há teorias de que esta invasão tenha sido inspirada nos tweets de Donald Trump, onde a empresa do Twitter chegou a afirmar que “decidimos suspender permanentemente a conta devido a riscos de novas incitações à violência". Esta conta era diariamente utilizada pelo presidente para comunicar diversas situações políticas, onde elogiava aliados (como os seus apoiantes que invadiram o Congresso americano) e ainda espalhava desinformação e incentivava a violência. Para o Twitter, essas afirmações "têm o potencial de inspirar outros a replicar os atos violentos que ocorreram em 6 de janeiro de 2021, e há diversos indícios de que eles estão sendo lidos e interpretados como um

incentivo a fazer isso", tendo já sido suspeitada a existência de outros planos para futuros protestos armados. Na minha opinião, a informação que é produzida pelos mídia transmite opiniões de forma com que as pessoas as achem indiscutíveis, e por isso, consideram que estas são fiéis e que não há margem para duvidar do que dizem, mesmo sendo informações pouco conclusivas, acabando por vê-las como um exemplo a seguir. Assim, os meios de comunicação são capazes de manipular incondicionalmente uma audiência submissa, passiva e pouco crítica, como é possível reter pelo exemplo a cima. Um contraexemplo bastante utilizado é o facto de as mensagens transmitidas pelos mídia não serem recebidas automaticamente e da mesma maneira por todos os indivíduos. Na maioria das vezes, o discurso divulgado através da mídia perde o seu significado original uma vez que cada indivíduo apresenta o seu próprio processo de individuação, que condiciona a sua maneira de interpretar e agir sobre o mundo. Todos nós, ao entramos em contato com o mundo exterior, construímos representações sobre a realidade. Cada um de nós forma juízos de valor, que são únicos e característicos de cada pessoa, a respeito dos vários acontecimentos e fenômenos do real e, consequentemente, acreditamos que esses juízos correspondem à “verdade”. Por exemplo, dificilmente um sujeito de esquerda deixará de apresentar o mesmo posicionamento político após ler uma matéria na revista Veja (alvo de critica por parte do partido de esquerda), ou um direitista mudará as suas ideias ao entrar em contato com publicações como Caros Amigos (revista com uma visão crítica no campo da esquerda). Por outro lado, a quantidade de informações presentes em um telejornal, por exemplo, faz com que a retenção do seu conteúdo, por parte do telespectador, seja muito baixa. O estudo intitulado The Attention Factor in Recalling Network Television News revelou que mesmo um grupo composto por pessoas de bom nível educacional (às quais se pediu que prestassem atenção especial ao noticiário de uma noite específica na televisão) não foi capaz de recordar 25% das matérias assistidas apenas alguns minutos depois de encerrada a emissão, acabando por contar as suas “notícias”, o que nos leva a considerar que a maioria das informações transmitidas por um telejornal não fica retida na mente dos telespectadores nem por uns poucos minutos, fazendo com que certos juízos de valor nem sempre estejam corretamente formulados, ou seja, que tenham sido construídos por uma base falsa de informação. Para além disso, Noam Clomsky, um filósofo norte-americano do século XX, escreveu o livro “A Manipulação dos media – Os Efeitos Extraordinários da Propaganda”, mostrando como o Estado usa a mídia para manipular a sociedade a aceitar e apoiar as suas atitudes. O escritor diz que afinal não vivemos numa sociedade livre e democrática como todos

queremos acreditar, mas sim num “auto-imposto totalitarismo”, comandado por uma elite social. Ou seja, aos mídia cabe o papel do pastor que guia o “rebanho tonto” pelo caminho do engano e pela “sua não assumida, mas óbvia parcialidade”. Com esta afirmação, é possível reter que pelo meio das notícias e informações que recebemos todos os dias, seja através da internet, da televisão, dos jornais, ou de revistas, estamos sendo conduzidos a pensamentos e ações que devem, na maior parte dos nossos dias, condizer com aquilo que se espera de nós. Tanto os mídia nos manipulam, como nós nos deixamos ser manipulados pela nossa falta de espírito crítico e imparcialidade. Para concluir, a existência humana é marcada pelo exercício constante da persuasão, ou seja, tentamos constantemente influenciar alguém a ter determinado comportamento ou pensamento. Na maioria dos casos, procuramos algo que nos seja conveniente. Isso se aplica a cada indivíduo e, também, á sociedade como um todo. Assim, tal como nós, os meios de comunicação chegam a influenciar-nos de forma a que estes consigam obter lucro e de uma certa forma fazer-nos acreditar naquilo que eles querem que acreditemos....


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