Distúrbios DO Crescimento E DA Diferenciação Celular PDF

Title Distúrbios DO Crescimento E DA Diferenciação Celular
Course Patologia Médica I
Institution Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
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Distúrbios DO Crescimento E DA Diferenciação Celular...


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DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO E DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR Crescimento celular – processo do qual uma célula diplóide gera duas células diplóides geneticamente idênticas, com possíveis pequenas alterações e mutações; se dá por um processo chamado de ciclo celular, onde a mitose é apenas uma das fases do ciclo (S – fase de síntese, onde a célula duplóide duplica seu núcleo, virando tetraplóide; G1- GAP 1; G2 – GAP 2; M – mitose); fundamental para a embriogenese, organogenese e manutenção da homeostase no individuo adulto, o que torna distúrbios do crescimento celular muito relevantes. De acordo com sua capacidade replicativa, as células podem ser classificada em lábeis (uma célula que está constantemente ciclando, sempre passando pelo ciclo de reprodução celular – uma célula epidérmica, célula tronco da medula óssea), estáveis (estão em G0, estão fora do ciclo, mas se estimuladas entram no ciclo e passam a reproduzir o ciclo de replicação celular – hepatócito, endotélio, fibroblastos) e perenes (estão em G0, fora do ciclo porém não podem ser estimulados e entrar no ciclo para se reproduzir – neurônios e miocardiócitos). Diferenciação celular – especialização morfológica e funcional das células; ocorre muito a partir de células tronco, que se modificam e se especializam para determinada função; o processo contrário não ocorre no organismo vivo, ou seja, ela não perde sua especialização. Essencial para o funcionamento do organismo celular, permitindo seu funcionamento harmônico. Caso a ‘’desdiferenciação’’ fosse possível, isso seria uma revolução no tratamento a partir de células tronco. Distúrbios da diferenciação celular são extremamente relevantes, por implicar na impossibilidade da célula realizar sua função. Alterações no volume celular 1. Hipotrofia (atrofia) Conceito – diminuição do volume celular, com diminuição dos constituintes (citoplasma, organelas em quantidade e qualidade) e funções celulares Etiopatogenia 



Mecanismos de ação – o volume celular depende de duas variáveis: anabolismo (síntese) e catabolismo (degradação)  a organela presente hoje na célula, não necessariamente será a organela presente no futuro; logo, ocorrem processos de catabolismo e anabolismo constantemente nas células, garantindo a renovação de seus constituintes celulares  a diminuição do anabolismo, com a manutenção dos níveis de catabolismo, causa a diminuição do volume celular (hipotrofia); alterações no catabolismo podem ocorrer, porém são mais raras. Causas – desuso (acontece muito na ortopedia, quando membros fraturados, após longo tempo de imobilização, sofrem hipotrofia na musculatura esquelética estriada, devido à pouca demanda de uso e consequente diminuição no anabolismo, deixando o membro geralmente mais fino do que o contralateral não machucado); baixo estímulo hormonal (por exemplo, problemas na hipófise que diminuem a produção de ACTH, que estimula o córtex da supra-renal; essa diminuição do estimulo hormonal pode causar a hipotrofia da glândula devido à pouca demanda de uso e consequente diminuição do anabolismo; outro exemplo é a tireóide não estimulada, mais uma vez devido a não secreção de hormônio estimulador

pela hipófise, nesse caso o TCH), diminuição do fluxo sanguíneo (uma diminuição abrupta causa degeneração e necrose, porém uma diminuição lenta do fluxo causa a hipotrofia), perda do estímulo nervoso (isso vale muito para músculos estriados esqueléticos, onde a fibra nervosa que estimula a contração no músculo perde sua ação, diminuindo o anabolismo – ocorre muito em paraplegias), inanição; hipotrofia fisiológica (hipotrofia lenta, gradual, harmônica, sem perdas abruptas na funcionalidade – acontece na selenidade); as causas citadas são hipotrofias patológicas. Anatomia patológica – macroscópica (basicamente existe uma diminuição do volume e peso do órgão); microscópica (diminuição do volume celular). Fisiopatologia – diminuição da função do órgão, de acordo com a intensidade da hipotrofia; as repercussões para o organismo dependem muito do órgão acometido. 2. Hipertrofia Conceito – aumento do volume celular Etiopatogenia  

Mecanismo de ação – aumento do anabolismo celular, aumentando o processo de síntese e a quantidade de constituintes celulares, aumentando o volume celular. Causas – hipertrofia fisiológica (quando é um evento esperado; como acontece no útero durante a gravidez – no músculo liso uterino durante a gravidez, onde ele apresenta hiperplasia e hipertrofia, por estímulo hormonal) e patológica (músculo estriado esquelético após exercício físico de alta intensidade – é chamado patológico por não ser esperado, por ter acontecido devido ao aumento da demanda; não necessariamente é ruim, mas por não ser esperado é classificado como patológico; o mesmo acontece no músculo estriado cardíaco de um atleta de alto desempenho, onde o processo não é esperado, ocorre por aumento da demanda, e não necessariamente é ruim, no atleta existe uma hipertrofia harmônica; a hipertrofia no músculo estriado cardíaco pode ser ruim quando não ocorre de maneira harmônica, como na hipertrofia do ventrículo esquerdo, causado por estenose de válvula aórtica, ou seja, abertura inadequada da válvula aórtica, o que faz com que o VE tenha que fazer mais força para bombear o sangue, aumentando a demanda, o anabolismo celular e volume do VE, ou causado pela HAS, devido ao aumento da RVP, aumentando a dificuldade do VE de bombear o sangue).

Anatomia patológica – macroscópica (aumento do volume e peso do órgão); microscópica (aumento do volume celular) Fisiopatologia – uma hipertrofia fisiológica pode melhorar a função do órgão, como no exemplo do útero, onde ele consegue acomodar a gravidez, realizar contrações durante o trabalho do parto; a patológica também pode melhorar a função do órgão, como no caso do músculo hipertrofiado ou do coração hipertrofiado em atletas. Alterações no número de células 3. Hipoplasia (aplasia)

Conceito – diminuição do número de células de um tecido. Etiopatogenia – o número de células do tecido depende da relação entre duas variáveis: proliferação celular/morte celular (existem dois tipos de morte celular – apoptose e necrose; dentre elas, apenas a apoptose pode ser fisiológica, logo, a necrose não entra no controle fisiológico do número de células, apenas a apoptose); logo, a hipoplasia ocorre na diminuição da proliferação celular, com aumento da apoptose e/ou surgimento de uma necrose seguida de reparo por cicatrização – no reparo por regeneração o número de células pode se manter. A hipoplasia pode ser fisiológica ou patológica (a hipoplasia fisiológica é aquela esperada, como a involução do timo, como a hipoplasia que ocorre na selenidade, que é harmônica, gradual, não muito marcante, sem causar perda abrupta de funcionalidade; patológica – hipoplasia de testículo por perda do estímulo hormonal, compressão ou torção com consequente diminuição do fluxo sanguíneo; qualquer situação onde existe necrose seguido por reparo por cicatrização é um exemplo de hipoplasia patológica, onde a perda de função depende muito da área e extensão da lesão); causas: diminuição do fluxo sanguíneo, diminuição da estimulação hormonal Anatomia patológica – macroscopia (diminuição do volume e peso do órgão); microscopia (diminuição do número de células) Fisiopatologia – modificação da função do órgão, variando muito com a quantidade de células perdidas 4. Hiperplasia Conceito – aumento do número de células em um tecido (não confundir com neoplasia, onde também ocorre um aumento do número de células, porém de maneira descontrolada) Etiopatologia – depende da relação entre proliferação celular e morte celular (nesse caso, apenas a apoptose), onde ocorre aumento da proliferação celular e/ou diminuição da ocorrência da apoptose. Hiperplasia fisiológica e patológica (a fisiológica pode ser hormonal ou compensadora; fisiológico é aquilo que é esperado; hiperplasia fisiológica hormonal  músculo liso uterino na gravidez, glândulas mamárias na lactação – os ácinos da glândula mamária na lactação, por estimulo hormonal, vão se multiplicar, vão ter sua taxa de proliferação aumentada; após o fim do estímulo hormonal, as células morrem por apoptose, sem nenhum prejuízo para o organismo; a hiperplasia fisiológica compensadora ocorre, por exemplo, em um rim remanescente após nefrectomia – remoção de um dos rins, o rim remanescente sofre uma hiperplasia fisiológica compensadora, bastante eficiente, onde existe pouco prejuízo na função fisiológica renal; outro exemplo é o fígado após hepatectomia parcial – grande parte do fígado pode ser removida, havendo processo de hiperplasia fisiológica compensadora para manter a função do órgão; patológica, pode ser hormonal ou inflamatória (hiperplasia de próstata é um exemplo de hiperplasia patológica hormonal, muitas vezes devido a alterações hormonais que ocorrem geralmente após os 50 anos; as células que proliferam são as células epiteliais da glândulas prostáticas; ginecomastia é outro exemplo de hiperplasia hormonal; hiperplasia inflamatória é quando um processo inflamatória induz a hiperplasia – durante um processo inflamatório, vários mediadores químicos são liberados, e muitos deles induzem a proliferação celular; vários são os exemplos, podendo acontecer isso em qualquer órgão; muito freqüente na mucosa oral, como, por exemplo, em uso de dentadura, onde ela

comprime alguma região e provoca um processo inflamatório, causando a hiperplasia por indução dos mediadores químicos da inflamação Anatomia patológica – macroscópica (aumento de peso e volume); microscópica (aumento do número de células) Fisiopatologia – a fisiológica aumenta a função do órgão, porém a patológica pode ter comprometimento, geralmente causado por compressão de outras estruturas anatômicas pelo órgão que sofreu a hiperplasia. Alterações no crescimento e diferenciação celular 1. Metaplasia – uma alteração na diferenciação celular Conceito – transformação de um tipo de tecido adulto em outro tecido da mesma linhagem; metaplasia acontece apenas em tecidos adultos, não acontecendo em tecido embrionário. Etiopatogenia – um agente agressor, geralmente um trauma físico, químico ou biológico e, quando esse trauma incide sobre um tecido, induz alterações na expressão gênica, mudando a configuração tecidual, com o objetivo de tornar o tecido mais resistente; um exemplo é a mucosa jugal, que geralmente é um epitélio estratificado pavimento não queratinizado, que devido a repetidas agressões por mordidas (trauma mecânico), passou a ser queratinizado, exatamente para tornar o tecido mais resistente; esse processo é reversível, uma vez que a retirada do trauma tira essa diferenciação celular. Outro exemplo é a mucosa respiratória (epitélio pseudoestratificado prismático ciliado com células produtoras de muco) em uma pessoa fumante, onde existe uma agressão química do tabaco sobre a mucosa, transformando o epitélio respiratório em um epitélio estratificado pavimentoso, sendo mais resistente do que o respiratório, porém interferindo na função de expulsar impurezas do ar pelos movimentos ciliados do epitélio. Outro exemplo é a pele, onde a derme possui um tecido conjuntivo fibroso sofrendo traumas mecânicos, transformando esse tecido conjuntivo fibroso em um tecido ósseo (um tipo especial de tecido conjuntivo – metaplasia óssea), que acontece em regiões de trauma Exemplos – um tecido epitelial se tranformar em outro tecido epitelial, ou um mesenquimal em outro mesenquimal...


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