Redes DE Aviamento DA Borracha E A Organização Espacial DE Fortaleza DO Abunãamazônia PDF

Title Redes DE Aviamento DA Borracha E A Organização Espacial DE Fortaleza DO Abunãamazônia
Course Historiografia
Institution Universidade Federal de Rondônia
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REDES DE AVIAMENTO DA BORRACHA E A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DE FORTALEZA DO ABUNÃ/AMAZÔNIA. Resumo do capítulo III Aluno: Victor Longman O Vale do Rio Abunã foi trânsito de migrantes e das mais variadas e longínquas regiões do planeta, tais como: espanhóis, portugueses e judeus, dentre outros. Na década de 1920, estes indivíduos ocupavam diferentes atividades e funções na região. Exerciam ofícios na Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), prestavam serviços nas empresas instaladas na localidade, no comércio ou se aventuravam na exploração gomífera. Muitos seringalistas se instalaram no povoado de Fortaleza do Abunã por considerá-lo um espaço estratégico para o desenvolvimento de suas atividades. A localidade possuía as condições e características geográficas satisfatórias para a instalação da sede da casa aviadora. Tratava-se de uma rede de aviamento que tinha o rio Abunã e seus tributários como via fundamental de operação. A solidez e a sobrevivência da Casa Aviadora dependiam do bom desempenho de toda engrenagem funcional e, a falha de um elemento poderia comprometer todo empreendimento. Havia assim, uma grande preocupação, por parte do seringalista, de que todos os funcionários fossem compromissados com os objetivos da Casa e trabalhassem de forma articulada no tempo e no espaço. Em geral, a casa aviadora levava de tudo pra seringal. Levava arroz, feijão, açúcar, charque, farinha e material pra seringueiro. O poder econômico do seringalista dependia de sua capacidade de articulação política e econômica. A casa aviadora necessitava de uma estrutura administrativa, uma estrutura de transportes, da organização da mão de obra e toda uma logística disponível e capaz de dar suporte ao regular funcionamento do sistema de aviamento na região. Com o passar das décadas, a Vila de Fortaleza do Abunã esteve sob diferentes jurisdições políticas e administravas até seu espaço ser incorporado ao município de Porto Velho - Rondônia. Assim, até o ano de 1943, Fortaleza do Abunã esteve sob a jurisdição do Estado do Amazonas. A importância estratégica que a região Amazônica passou a ter a partir da eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, chamou a atenção do governo federal para garantir a posse do território e povoá-lo, a partir da implementação de uma política de integração nacional. Neste contexto, o governo de Getúlio Vargas criou, em setembro de 1943, através do Decreto-Lei nº 5.812, o Território Federal do Guaporé a partir do desmembramento de áreas antes pertencentes aos Estados de Mato Grosso e Amazonas. A partir de então, novas divisões políticas, administrativas e territoriais foram realizadas. No Vale do Rio Abunã, vários seringalistas brasileiros e estrangeiros fomentavam a rede de aviamento da borracha. Esses “patrões”, como eram conhecidos na época, adquiriam ou arrendavam seringais na fronteira do Brasil com a Bolívia. Os seringalistas possuíam bastante prestígio político junto à comunidade de Fortaleza do Abunã e às populações ribeirinhas. Desenvolviam suas atividades no Vale do Abunã, praticamente, sem a interferência governamental, a influência política dos seringalistas extrapolava os limites territoriais locais, pois, por meio do poder de persuasão garantiam uma votação expressiva aos seus candidatos nas eleições municipais ou federais. Muitas famílias brasileiras extraiam seringa em território boliviano, arrendavam colocações para trabalhar por conta própria e, neste caso, o seringueiro brasileiro era obrigado a pagar a renda anual (imposto) para o governo boliviano. Todo mês de junho os fiscais da aduana boliviana passavam nos seringais para cobrar a renda anual que correspondia a 60 kg (sessenta quilogramas) de borracha por estrada O povoado de Fortaleza do Abunã, por ser tradicionalmente um entreposto fluvial de circulação de homens e mercadorias, apresentava-se na época como local estratégico para o estabelecimento de atividades comerciais. Ao investir nesta localidade, os comerciantes acreditavam nas perspectivas de seu desenvolvimento e crescimento em função do dinamismo que a economia gomífera proporcionava naquela época. O sucesso adquirido nas atividades comerciais possibilitou para que muitos dos estrangeiros ascendessem na escala social, os quais iniciaram suas atividades como mascate, em pequenas canoas, passando ao arrendamento de vapores de maior porte e, posteriormente, ao arrendamento de seringais, atingindo grande sucesso, tornando-se prósperos comerciantes nas principais cidades da região. Muitos deles se envolviam na política local, filiando-se em partidos políticos, sendo, às vezes, eleitos para importantes cargos municipais....


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