Módulo 3 - Breves apontamentos da disciplina de História da Cultura e da Arte do 10º ano PDF

Title Módulo 3 - Breves apontamentos da disciplina de História da Cultura e da Arte do 10º ano
Course História da Cultura e das Artes
Institution Ensino Secundário (Portugal)
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Warning: TT: undefined function: 32História da Cultura e das ArtesOs mosteiros – as ‘cidades de Deus’ – ofereciam aos homens de então o exemplo de um mundo autossuficiente e perfeitamente regulado em todos os seus aspectos: um centro de oração, de trabalho (nos campos e nas oficinas) e de cultura on...


Description

História da Cultura e das Artes Os mosteiros – as ‘cidades de Deus’ – ofereciam aos homens de então o exemplo de um mundo autossuficiente e perfeitamente regulado em todos os seus aspectos: um centro de oração, de trabalho (nos campos e nas oficinas) e de cultura onde imperava a ordem (lei) de Deus. A Ordem de Cister, ou cisterciense, foi fundada em 1098, perto de Dijon, por Roberto, abade beneditino de Molesme. (Reorganização Cristã na Europa) Nascida do rescaldo das invasões germânicas (séculos V e VI) e da desagregação das estruturas clássicas, principalmente romanas, a Idade Média foi um período conturbado da História da Europa, sobretudo no Ocidente. O choque entre o mundo romano, em decadência, e o bárbaro- germânico em ascensão, trouxe importantes alterações estruturais. Nessa europa, enfraquecida, violenta e dividida em reinos feudais, apenas o cristianismo emergente cresceu como força aglutinadora e ordenadora. Inicialmente perseguida e clandestia, a religião cristã teve, a partir do século IV, grande expansão tornando-se a religião oficial, e única, do Estado Romano, com o qual partilhava os objectivos de universalidade, pacifismo e centralização.

Consequências das invasões Bárbaras (choque entre o mundo romano e o mundo bárbaro-germânico): • • • • •

Degradação progressiva de uma economia de cariz agrário Declinio e redução dos centros urbanos Pulverização do poder político central em múltiplos poderes locais. Profunda depressão geográfica (devido à decadência económida e política) (devido às invasões, guerras e ao clima de medo). Causou a desorganização da administração pública (fazendo desaparecer as velhas instituições herdadas dos Romanos, o que contribuiu para o enfraquecimento do poder central do ex-império, pulverizando o poder político em múltiplos poderes locais, arbitrário e em constante agitação)

Devido às consequências acima descristas a idade média foi marcada por um período caracterizado por: • • • •

Precariedade de subsistência Crescente barbarismo de costumes Ruralização da vida económica e cultural Permanente Instabilidade e insegurança.

Isto provocou a formação de uma sociedade rural, rude, guerreira e cavaleirista tornando.se assim uma sociedade feudal.

A acção da igreja cristã durante a Alta Idade Média ultrapassou em muito as suas obrigações religiosas, pastorais e doutrinais e exerceu, ao mesmo tempo, um importante papel civilizacional. Por ação das igrejas e sobretudo dos mosteiros, a agricultura ganhou novo impulso (os grandes mosteiros e abadias foram importantes centros de difusores de novas práticas e técnicas agrícolas), as artes e as letras foram renovadas e os costumes suavizados. Foi este papel civilizacional da igreja que criiou a cristandade – comunidade de povos e de nações que professavam a mesma fé e que criaram vínculos sociais, políticos, jurídicos e culturais daí decorrentes. O renascimento do comércio acarretou consigo o desenvolvimento das cidades, onde mercadores e artesãos tinham assentado as suas sedes. No século XII, as cidades medievais- os burgos, -com as suas igrejas episcopais, as colegiadas e as universidades, eram já o simbolo de uma Europa a renascer. A fé dos primeiros tempos do cristianismo deu origem, no Ocidente, ao movimento religioso denominado monaquimo, que se expandiu a partir do Oriente e, em poucos séculos, se tornou uma realidade em toda a Europa. Foi neste ambiente de reabertura económica e de renovação cultural que surgiu o primeiro movimento artístico da Idade Média, o românico. A arte de escrever. Restrita a esta elite, foi aperfeiçoada em cada oficina, desenvolvendo-se caligrafias e alfabetos diferenciados que hoje identificam as abadias e regiões que lhes deram origem, dado o isolamento dos mosteiros bem como as dificuldades de comunicação da época. As características romano-helenísticas da arte do Baixo Império foram-se adulterando, sobretudo pela introdução de novas características estilísticas e estéticas provenientes dos gostos e tracições dos vários povos invasores (germanos, muçulmanos, normandos e eslavos), gerando grande diversidade regional. Contudo, esta diversidade foi principalmente de carácter técnico-artístico e teve a sua maior expressão nas artes decorativas. Dá se o nome de arte paleocristã às expressões artísticas dos primeiros cristãos, realizadas entre o ano 200 e o século VI da nossa Era, que corresponde ao período de expansão do Cristianismo. Na arquitectura utilizou algumas soluções estilísticas herdadas da arte romana clássica à mistura com formas e técnicas oriundas das províncias do Oriente. O principal esforço foi canalizado para a procura de uma tipologia construtiva adequada para funcionar como templo cristão. Este ao contrário do seu congénere clássico, pretendia ser, ao mesmo tempo, a casa de Deus e o recindo de culto, local de encontro e reunião dos fiéis, precisando, por isso, de amplas áreas

As soluções adotadas foram de dois tipos: • •

No Ocidente, predominou o modelo da basílica romana com três ou cinco naves separadas por colunatas e coberturas por tetos de armação de madeira; No Oriente, O Modelo mais usado foi o de planta centrada, de formato circular, octogonal ou em cruz grega. Estas igrejas eram sempre cobertas por cúpulas e semicúpulas.

No Ocidente começava a ser já visível a perda de conhecmentos técnico-construtivos que marcou a Alta Idade Média. Contudo, as plantas centradas não desapareceram por completo (até porque a influência do Exarcado bizantino de Ravena as manteve presentes), mas foram empregues apenas em construções menores como batistérios e mausoléus, que aparecem muitas vez associados a uma igreja, formando complecos arquitetónicos. Nestas construções, os exteriores eram revestidos a materiais pobres como o tijolo, sendo os interiores vivamente decorados por pintura a fresco, ou por mosaicos de um riquíssimo colorido. O Modelo de templo cistão que veio a impor-se a partir do séc V no Ocidente, foi o de planta basilical, de três naves (sendo a central mais larga, mais lata e mais bem iluminada do que as laterais), orientado no terreno no sentido leste- oeste, com a abside coberta por meia cúpula. Seguindo o ideal ascético da fuga mundi, os mosteiros medievais localizavam-se preferencialmente em zonas isoladas (montanhas ou vales e clareiras de florestas), mas outros havia no seio das cidades. Foram concebidos como pequenos mundos autónomos e autossuficientes, virados para o seu interior e fechados ao exterior por muralhas e portas, rigorosamente vigiadas e regulamentadas por cargos próprios (porteiro,hospedeiro, esmoleiro). As artes medievais (monumentos, objectos,imagens,etc) desempenhavam três funções principais: A maioria eram presentes oferecidos a Deus, para O louvar, dar-Lhe graças, para obter em contrapartida a sua indulgência e os seus favores. O essencial da tradição artística desenvolvia-se em torno do altar, do oratório, do túmulo. Na sua maior parte, estes monumentos, estes objectos e estas imagens serviam também de mediadores, favorecendo a comunicação com o outro mundo. Estavam ali para tornar o ritual das liturgias numa correspondência mais estreita com a perfeição do Além, para guiar a meditação dos devotos, para conduzir-lhes o espírito. A obra de arte era uma afirmação de poder, celebrava o poder de deus, dos seus servidores, dos chefes de guerra, do ricos.

Surgido por volta do século IV, mas com expressão europeia sobretudo a partir do século VI, o monaquismo inseriu-se na prática de isolamento de alguns fiéis que assim procuravam uma maior aproximação com Deus. Com o tempo, estes religiosos foram-se reunindo em sítios afastados de aldeias e cidades e impondo a si próprios determinadas regras de comportamento. Foi neste contexto que surgiram os mosteiros e as ordens religiosas, normalmente em locais recatados e de difícil acesso. Os fiéis que seguiam uma regra chamavam-se por isso clero regular, enquanto aqueles que pertenciam à Igreja, e que portanto vivam entre a população, designavam-se por clero secular. O românico é um estilo essencialmente clerical, este tipo de estilo vai dar origem às igrejas e ao mosteiro (quatro corpos que de distribuem à volta do claustro). Haviam dois tipos de planta, o de planta centrada em cruz grega, hexagonal, octogonal ou circular (de influência oriental) e o de cruz latina/tipo basilical com três, cinco ou sete naves, o seu sistema de cobertura usava na cobertura abóbodas de pedra, substituindo assim os tetos de madeira. O arco estruturante destas abóbodas é o arvo romano, de volta inteira ou perfeita que corresponde, a meia circunferência. As abóbodas usadas neste sistema de cobertura eram as abóbodas de berço e abóbodas de aresta. As abóbodas de berço resultam de uma sucessão de arcos de volta inteira e eram usadas na nave principal. As de aresta resultam do cruzamento ortogonal de duas abóbodas de berço, estas eram aplicadas na cobertura das naves laterais. O alçado interno da nave principal era constituido por uma arcada principal (separa as naves laterais da central), uma tribuna(era uma galeria semiabobadada, aberta para a nave principal que era destinada às mulheres que assistiam sozinhas aos ofícios religiosos), um trifório(é um corredor estreito que dá para a nave central e é formado por dois ou três arcos por tramo, este é apenas uma arcada cega com valor decorativo) e o clistório(é a parte superior da parede da nave principal, onde se abrem janelas ou frestas de iluminação). A iluminação do edifício era feito através das janelas do clerestório, das frestas exteriores (janelas altas e estreitas abertas na espessura das paredes) e dos óculos abertos na passagem do transepto para a cabeceira. A decoração exterior do edifício exteriormente é maciça, fechada, pesada e horizontal. No românico, as pedras eram aparelhadas com rigor justapostas sem argamassa. Assim, ocupavam com precisão o espaço que lhes era devido e mantinham-se em equilibrio na posição dos elementos que compõem o edifício: paredes, pilares, portais e janelas. No exterior o edifício está limitado às cornijas, às rosáceas e sobretudo aos portais. Abaixo das cornijas a decoração faz-se por arcos cegos e cachorradas (mísulas de sustentação da cornija trabalhadas com figuras zoomórficas e antropomórficas), ao mesmo nível, situam-se os algeroses ou gárgulas, peças destinadas a escoar a água das chuvas. O portal é o local mais abundante decorado, este é formado ombreiras ornamentadas com colunelos e capiteis, por uma arquitrave decorada com relevo esculpido, um timpano e as arquivoltas.

A arquitectura românica A arquitectura militar e civil saída da sociedade feudal continuou a tradição da Alta Idade Média com as suas sólidas fortificações e habitações precárias. Apenas a arquitectura religiosa evoluiu como a razão de ser e o suporte de quase toda a expressão plástica, pensada e executada no sentido de valorizar os templos onde Cristo era o centro de devoção e os Apóstolos e Santos patronos. A arquitectura, com expressões estéticas muito diferentes conforme as origens e influências culturais das populações, desenvolveu-se com expressões de sobriedade e peso quase asfixiante no norte e nordeste europeu por influência Viking, Visigótica e Normanda, e com o uso de uma policromia de materiais, prenúncio da leveza arquitectónica do Gótico, no centro e Sul da Europa, por influência árabe e bizantina....


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