Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta PDF

Title Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta
Author Fabrícya Lima
Course Psiquiatria
Institution Universidade Federal da Paraíba
Pages 8
File Size 99.6 KB
File Type PDF
Total Downloads 8
Total Views 126

Summary

Download Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta PDF


Description

Fabrícya Hariel Pereira de Lima Medicina UFPB

AULA: TRANSTORNOS DISRUPTIVOS DO CONTROLE DE IMPULSOS E DA CONDUTA DATA: 23/08/2018 PROFESSOR: RIVANDO Quando a gente fala de transtornos disruptivos ou transtornos do controle do impulso, temos que pensar que para realizar um ato voluntário seguimos uma ordem: 1. Intenção ou propósito: quando se pensa. 2. Deliberação: raciocínio a respeito de algo que se pensou e das implicações de cada alternativa. 3. Decisão: marca o começo da ação. 4. Execução: conjunto de atos que são postos em prática para atingir um objetivo. Quando falamos em ato impulso, o paciente pode ir da fase de intenção direto para a execução, e depois é que o paciente pensa no que faz, mas não um controle sobre isso. É um curto circuito do ato voluntário. A impulsividade é algo dinâmico, com a incapacidade do paciente de inibir impulsos, como também por ter falhas do seu freio inibitório. Os transtornos em questão são os seguintes: 1. Transtorno de Oposição Desafiante. 2. Transtorno de Conduta. 3. Transtorno Explosivo Intermitente. 4. Cleptomania. 5. Piromania. Eles têm algumas características em comum: 1. Prática repetitiva de um comportamento problemático: provoca um prejuízo, tanto individual quanto social. 2. Urgência antes de executar o comportamento. 3. Sensação de prazer associada a essa ação.

Fabrícya Hariel Pereira de Lima Medicina UFPB

O TOD muitas vezes é confundido com uma criança birrenta, pois ter uma criança birrenta geralmente é normal, mas quando isso foge da normalidade, temos um problema. Tudo para essa criança é um problema, comer, brincar, ver televisão, tudo a criança se queixa, fica teimosa, se recusa a fazer tudo. Elas têm o humor raivoso, atitude de desobediência e de oposição, além de poder ter uma índole negativa, são essas três características principais que essas crianças podem ter, é um grupo de sintomas. Muitas vezes parece como se a criança gostasse de aborrecer os adultos. São crianças que tem muito problema com autoridade, quando não se faz o que ela quer, ela fica agitada, geralmente desproporcionais a idade. Os passeios geralmente acabam constrangendo os outros. Pode passar horas sendo uma boa criança, mas se der algo errado a criança fica emburrada durante horas, xigando as pessoas e fazendo birra. O TOD é um padrão global de desafio e comportamento hostil, em que a criança geralmente discute com os adultos e com os professores, com pessoas que lidam na rotina. Comportam-se de maneira adversa ao que é dito e feito. São sempre crianças com esse comportamento que são do contra. O padrão frequente é de: 1. Humor raivoso e irritado: com frequência perde a calma, é raivoso é ressentido e é sensível ou facilmente incomodado. 2. Comportamento questionador ou desafiante: geralmente com figuras de autoridade, eles têm dificuldade de obedecer e lidar, jogando sempre a culpa na outra pessoa. Além disso se recusa a obedecer às regras, frequentemente incomoda deliberadamente outras pessoas. 3. Índole negativa: malvado ou vingativo ao menos 2 vezes nos últimos 6 meses. Alguma pessoa pode ter alguns desses sintomas sem ter o TOD. Para ter o diagnóstico ele precisa ter ao menos 4 sintomas, durante 6 meses, e a frequência e persistência dos sintomas deve exceder os níveis considerados normais de uma criança para sua idade. Normal acometer crianças entre 4 e 12 anos (4 a 8 anos mais comum). Olhar os critérios diagnósticos do DSM-5. Em crianças abaixo de 5 anos de idade, o comportamento deve ocorrer na maioria dos dias durante um período de 6 meses. A pior evolução é quando essas crianças têm em

Fabrícya Hariel Pereira de Lima Medicina UFPB

associação o Transtorno de Conduta (infringe determinadas regras sociais) e se tiver TDHA, o risco, os danos e consequências são muito maiores. A perturbação deve sempre causar sofrimento a criança ou a família. Os comportamentos não ocorrem apenas durante surto psicótico ou outro transtorno. O TOG pode ser: 1. Leve: apenas em um ambiente. 2. Moderado: mais de um ambiente. 3. Grave: presente em 3 ou mais ambientes. Em famílias onde se tem práticas negativas e desajustes sociais, bem como negligencia parental, o diagnóstico é apoiado, por haver um descuido no controle e criação dessa criança. Mais comum no sexo masculino antes da adolescência, quanto menor a idade mais frequente é nos meninos. Costuma ser notado a partir dos 4 anos de idade, mas pode acontecer antes dos 3 anos. Raramente ocorre após a adolescência. Pode preceder o Transtorno de Conduta, isso é desastroso. Crianças com o TOD costumam se tornam adultos com comportamento antissocial, alteração de controle dos impulsos, abuso de substancias e ansiedade. Existem alguns fatores de risco: 1. Temperamentais. 2. Ambientais: negligencias, práticas agressivas. 3. Fisiológicos: reatividade do cortisol basal reduzida e anormalidades do córtex préfrontal e da amígdala. São pessoas que geralmente vivenciam conflitos dos pais, professores, supervisores, pares e parceiros românticos, isso com frequência promove problemas dos mais variados, nas questões futuras sociais e educacionais. O TOD não é TDHA, nem Transtorno de Conduta, nem Transtorno de Ansiedade, mas eles podem conviver, pode haver comorbidades. O tratamento em relação ao TOD não tem nenhum medicamento específico que haja de uma forma conhecida especificamente em relação ao TOD, as medicações são off label, mas o tratamento é feito com:

Fabrícya Hariel Pereira de Lima Medicina UFPB

1. Psicoterapia: orientação aos pais e pares são de extrema importância, tem que ter um tratamento individualizado com a criança, mas também um tratamento de orientação parental, TCC é ideal, mas pode ser feita qualquer psicoterapia. 2. Medicamentos. O Transtorno de Conduta é um transtorno onde as pessoas violam os conceitos sociais. São pessoas que costumam roubar com arma, estuprar, aos 13 anos vai sair de casa na noite e vai desaparecer, insensível, sem empatia, sem culpa, sem remorso, são pessoas onde o curso deles dá origem ao Transtorno de Personalidade Antissocial (antigos psicopatas). Quanto mais cedo ele apresentar essas características, pior é o prognóstico, como crianças com 3 anos estão com a faca para matar o pai. São crianças onde o desempenho do cuidado é deixado de lado, eles não têm o cuidado de cuidar dos outros, assim como o desempenho de cuidar de si mesmo, tudo isso é negligenciado. São pessoas que não formam vínculo, não formam amizade, não tem empatia, nem afeto, a ligação é só pelo interesse dele. A característica essencial do TC é um padrão repetitivo e persistente no qual são violados direitos básicos de outras pessoas ou normas e regras sociais relevantes e apropriadas para a idade. São indivíduos geralmente até os 17 anos de idade, para idade de surgimento. A partir dos 13 anos de idade costumam começar a apresentar os sintomas, existem que norteiam o diagnóstico, onde 3 deles são de suma importância, são grupos principais de comportamento: 1. Conduta agressiva que causa ou ameaça causar danos físicos a outras pessoas ou animais. 2. Conduta agressiva que causa ou ameaça causar perdas ou danos a propriedade: incêndios, por exemplo, para ter um ganho com aquilo, destruir a propriedade. 3. Falsidade ou furto. 4. Violações graves de regras. 5. Apresentar 3 ou mais comportamentos devem estar presentes nos últimos 12 meses com pelo menos um comportamento presente nos últimos 6 meses.

Fabrícya Hariel Pereira de Lima Medicina UFPB

Olhar os critérios diagnósticos do DSM-5. De acordo com o DSM-5 temos 15 critérios, onde ao menos 3 deles devem estar presentes nos últimos meses. Faz diagnóstico diferencial com a piromania, pois na piromania a destruição de propriedade não tem a intenção de causar danos, são pessoas com fascínio pelo fogo e pelas coisas do fogo, mas eles não provocam incêndio para destruir a propriedade do outro, deliberadamente, eles têm o prazer de ver o fogo, provocar, apagar ou avisar sobre, geralmente são bombeiros. Lembrar que se o indivíduo estiver com 18 anos de idade ou mais, os critérios para transtorno de personalidade antissocial não são preenchidos. Mas é muito difícil uma criança com esse comportamento não evoluir para o TPAS. Existem subtipos que devem der determinados: 1. Típico com infância: antes dos 10 anos de idade. 2. Típico com adolescência: depois dos 10 anos de idade. Se deve especificar se ele tem emoções pró-sociais limitadas (refletem o comportamento da pessoa ao longo do período, não apenas ocorrências ocasionais), ausência de remorso ou culpa (ele não se sente mal ou culpado de faz alguma coisa errada, excluindo o remorso presente em situações nas quais ele foi pego, ele finge remorso), se ele é insensível e tem falta de empatia, ignora o sentimento de outros, se é frio e desinteressado, se ele é despreocupado com o desempenho, se eles têm afeto superficial ou deficiente (não expressa sentimentos nem demonstra emoções para o outro, manipulam, intimidam). Ele pode ser dos seguintes tipos: 1. Leve: danos relativamente pequenos aos outros, como mentir, faltar aulas. 2. Moderado: número de problemas de conduta ou feito sobre os outros estão entre aqueles especificados como leves ou graves, como furtar sem confrontar a vítima, vandalismo. 3. Grave: muitos problemas de conduta, além daqueles necessários para fazer o diagnóstico, estão presentes, ou problemas de conduta causam danos consideráveis aos outros, como sexo forçado, crueldade física, uso de armas, arrombamentos.

Fabrícya Hariel Pereira de Lima Medicina UFPB

Mais frequente no sexo masculino, acometendo 2 a 10% da população, raro início depois dos 16 anos de idade. A remissão na vida adulta ocorre na maioria das pessoas, vai diminuindo com a idade a proporção dos atos, não deixa de ter, mais diminui. Se tiver início precoce é predição de pior prognóstico, o risco para comportamento criminal é maior. Se os sintomas aparecem na vida adulta, essas pessoas tem o diagnóstico de TPAS. Em relação a fatores de risco temos: 1. Rejeição. 2. Negligencia familiar. 3. Desamparo. 4. Temperamento infantil de difícil controle. 5. Inteligência abaixo da média. 6. Disciplina agressiva. 7. Criminalidade parental. 8. Irmãos com TC. 9. Pais com TDAH. Acomete regiões frontotemporais límbicas, córtex pré-frontal e amígdala. Os comportamentos podem provocar suspensão ou expulsão de escolas, DST, problemas legais, lesões por acidentes ou brigas, gestação não planejada, se defrontam muito com o sistema criminal. Uma das comorbidades mais importantes é o TDAH. Em relação ao tratamento, não temos drogas específicas, mas se usa: 1. Lítio. 2. Divalproato: atuam na impulsividade. 3. Antipsicóticos Atípicos: atuam na impulsividade. 4. Psicoterapia: grupo de orientação e treinamento de habilidades parentais, elogios e recompensa para comportamento sociável, regras e comandos claros.

Fabrícya Hariel Pereira de Lima Medicina UFPB

O Transtorno Explosivo Intermitente é um transtorno de controle do impulso. Aqui se tem um comportamento explosivo que pode começar a partir dos 6 anos de idade, sem uma clara premeditação para isso, se agride o outro verbalmente ou fisicamente em um período de 3 meses, mas sem premeditar. Duração máxima de 30 minutos em relação ao descontrole. No TEI se tem explosões súbitas de raiva e agressão, cuja exuberância a e intensidade é desproporcional ao seu desencadeante. As explosões de agressividade impulsivas têm início rápido e geralmente sem nenhum período prodrômico. Olhar os critérios diagnósticos no DSM-5. É mais prevalente em pessoas entre 35 e 40 anos de idade, do gênero masculino. Em relação aos fatores de risco, temos: 1. Trauma físico ou emocional nas primeiras décadas de vida. 2. Parentes de primeiro grau com TEI. Pesquisas demonstram que há presença de anormalidades na serotonina, em termos globais no cérebro, mas especialmente no sistema límbico. É comum que sua fase inicial seja na infância ou adolescência, e raramente surge depois dos 40 anos de idade. O tratamento é feito com: 1. Buspirona. 2. ISRS. 3. Psicoterapia. Ele não vai cobrar o tratamento medicamentoso na prova, pelo fato de o tratamento ser off label. Em relação a Cleptomania, temos que muitos pacientes usam a cleptomania para esconder um roubo. Na Cleptomania uma característica importante é o furto de objetos que não têm valor monetário, isso diferencia do furto comum. É um distúrbio raro, de 0,3 a 0,7% da população. É mais comum nas mulheres. Geralmente os pacientes colecionam os objetos furtados ou doam, elas não costumam usar. Há um fracasso na resistência do impulso de furtar objetos, recorrente. Ele vivencia uma tensão enorme antes do ato, ele tem um desejo, impulso, quando ele

Fabrícya Hariel Pereira de Lima Medicina UFPB

realiza o ato tem uma culpa muito grande e tristeza. Costumam furtar objetos pequenos ou sem valor monetário. Olhar os critérios diagnósticos no DSM-5. É diferente de crianças que roubam laranjas, pessoas com transtornos maníacos, pacientes com demência, que esquecem, furtos com delírio ou alucinação, é diferente desses casos. Há um grande remorso por ter feito aquilo depois do ato. Mais comum em mulheres. Frequentemente associada a outras perturbações psicológicas. Tendem a aparecer em períodos de estresse significativo, como perdas afetivas, separações. Doenças cerebrais e retardo mental têm sido associados com a cleptomania. Homens e mulheres podem apresentar, em qualquer idade. Os pais de adolescentes podem considerar como um comportamento de fase, mas isso não é verdadeiro. O melhor tratamento para esses pacientes é a psicoterapia, há também interesse no uso do Naltrexona. Faz diagnóstico diferencial com furtos comuns, TPAS, episódios maníacos, simulações. O início é comum na adolescência, mas pode iniciar na infância ou vida adulta. Podem ser episódios esporádicos ou episódios recorrentes, ou crônicos com alguma flutuação. O mais comum são os pacientes crônicos. Pode se relacionar com a Oniomania (desejo de comprar muito). A Piromania é um fascínio que a pessoa tem pelo fogo, pelos artefatos do fogo, eles gostam do fogo, podem promover um incêndio, sem delírio, sem alucinação, sem ideologia política. Eles gostam de avisar aos outros que há fogo naquele local. Geralmente o fascínio vem desde a juventude, mas é muito rara. Eles podem fazer uma preparação antes de iniciar o incêndio, podendo permanecer indiferentes em relação as consequências desse incêndio. Olhar os critérios diagnósticos pelo DSM-5. Não se tem um motivo por trás dos quadros incendiários. Não há uma idade típica de início, ocorre mais no sexo masculino, em pessoas pobres e de menor aprendizado. Não há tratamento específico, deve se realizar psicoterapia....


Similar Free PDFs