Relatório crítico - Consumindo Lady Gaga: Os Little Monsters e a construção de identidade de gêneros e O fandom como objeto e os objetos do fandom PDF

Title Relatório crítico - Consumindo Lady Gaga: Os Little Monsters e a construção de identidade de gêneros e O fandom como objeto e os objetos do fandom
Author Matheus Rodrigues
Course Mídia E Práticas De Consumo
Institution Universidade Federal de Santa Maria
Pages 3
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Relatório crítico - Consumindo Lady Gaga: Os Little Monsters e a construção de identidade de gêneros e O fandom como objeto e os objetos do fandom...


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS

Relatório crítico ¹

Isadora Barduil Pedroso ² Matheus Santos Rodrigues ³

Texto 1: CORRÊA, Luiza Betat. In: Consumindo Lady Gaga: Os Little Monsters e a construção de identidade de gêneros. Santa Maria, 2019. p. 105-148. Texto 2: HILLS, Matt. O fandom como objeto e os objetos do fandom. Por Clarice Greco. Matrizes, São Paulo- Brasil, V. 9 - No 1 jan./jun. 2015, p. 147-163. Vídeo:

CNN

BRASIL.

 CNN

Tonight:

Fãs

ou

Fanáticos,

2020.

Disponível

em:

. Acesso em: 05 jan. 2021. No quarto capítulo de sua dissertação de mestrado, apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Luiza Betat aborda o tópico fãs. Nele, a autora corrobora Jenkins (2006; 2015), que diz que o conceito de fãs mudou com o tempo, inicialmente usado para descrever uma pessoa que era devota a alguma religião, pertencente a um templo. Depois disso, passou a ter um sentido pejorativo, quando um fã beira a insanidade e falsidade devido ao alto nível de euforia ao adorar um ídolo(a) e, por fim, o termo fã foi designado a qualquer pessoa que fosse fiel ao entretenimento comercial, sem perder os aspectos negativos apontados anteriormente.

¹ Relatório crítico realizado para a disciplina Mídia e Práticas de Consumo, ministrada pela Profª. Drª. Milena Freire. ² Acadêmica do 6º semestre de Relações Públicas - UFSM. E-mail: [email protected]. ³ Acadêmico do 6º semestre de Relações Públicas - UFSM. E-mail: [email protected].

Já um espectador, segundo Matt Hills (2015), é como uma audiência: ambos não reivindicam uma identidade cultural. Um espectador ou toda uma audiência pode sim consumir produtos de certo artista e se interessar por aquilo, mas o engajamento emocional não tem a mesma intensidade do que o de um fã. São audiências que não constroem sua identidade cultural por meio deste consumo de mídia. Mas quando um espectador torna-se um fã? Hills (2015) esclarece que isso ocorre quando um fã se conecta a um objeto cultural, de modo inesperado. Seria algo como se apaixonar, já que isso não se planeja, acontece. A partir da ideia de que o estudo dos fãs não é algo unificado, como é explicado na dissertação de Luiza Betat, é empregado uma expressão de ondas que se passa através da história, para identificar a forma como os fãs são vistos e como se formou a estrutura do que é ser um fã na sociedade atual. Com isso vemos a denominação de quatro ondas, sendo a quarta a de principal relevância para o tema proposto por nós neste texto, onde a “idolatria” por seu ídolo deixa de ser considerado uma patologia e se torna algo visto como uma fonte de criatividade e capaz de elaborar sentidos em torno do produto que consome, levando em consideração também os estudos de consumo da indústria fonográfica e a importância desse meio para a criação de ídolos, fãs e de fandoms. A quarta onda ainda destaca a importância e a relevância de um grupo de pessoas unidas pelo mesmo interesse, no caso dos fãs os fandoms, onde é criado um sentimento de lealdade e pertencimento gerando assim uma cooperação pelos membros do grupo, ocasionando em uma comunidade. Hoje com o avanço de estudos, a indústria reconhece os fãs como público prioritário, tendo até as produções dos fãs associadas de modo oficial ao produto. Com isso é interessante ver que as ações dos fãs podem apoiar um produto de uma forma muito mais eficaz do que a própria publitização do artista. Hoje, os fãs, como consumidores leais e fiéis, são valorizados e considerados como alvos [...]. Fandoms agora são elogiados e quase colocados em um pedestal‖ (SIUDA, 2010). Além disso podem ser considerados membros de uma comunidade de sentido, que, segundo Janotti Junior (2003, p.4), pode ser entendida como a integração de indivíduos que partilham interesses comuns, vivenciam determinados valores, gostos e afetos, privilegiam determinadas práticas de consumo, enfim, manifestam-se obedecendo a determinadas produções de sentido em espaços desterritorializados, através de processos midiáticos que se utilizam de referências globais da cultura atual. [...] Os territórios das Comunidades de Sentido seriam, antes de tudo, territórios simbólicos que possibilitam a manifestação de sentidos, presentes na produção discursiva das culturas midiáticas. Dessa forma, se não se partilha o território físico, continua-se a partilhar imagens, vestuários, posicionamentos corporais, valorações presentes nos objetos culturais que fundam esses territórios simbólicos, possibilitando, aos membros

das

comunidades,

reconhecerem-se

dentro

desse

território,

independente das fronteiras geográficas tradicionais. (JANOTTI, 2003)

Em entrevista realizada com fãs de diferentes fandoms temos as seguintes informações sobre o tema. 2

O que te faz participar de um fandom? Qual sentimento ele lhe proporciona? Principalmente quando eu era adolescente, acho que um sentimento de pertencimento. Participar do fandom, interagir com outros fãs e ficar antenada nas novidades do grupo eram coisas que faziam parte da minha rotina e me deixavam feliz, seja por pertencer a algo ou por saber que (algumas) das coisas conquistadas pelas artistas que eu gostava tinha dedo meu (votações, por exemplo). (ENTREVISTADA 1, 2021). Senti uma identificação pessoal com o fandom, diferente das amizades que eu tinha no colégio. (ENTREVISTADA 2, 2021). O consumo é importante para ser chamado de fã? Acho que não, nem todo mundo tem dinheiro pra comprar tudo o que sai de novo, querendo ou não, é uma indústria. O importante é participar e apoiar os artistas. (ENTREVISTADA 1, 2021). Em entrevista no programa CCN Tonight, da CNN Brasil, a cantora Wanessa trouxe um ótimo ponto para o debate: a influência que artistas têm na vida de seus fãs. Na dissertação de mestrado de Luiza Betat, vemos que fãs evocam atributos, desempenhos e gestos de seus ídolos. Os artistas, ao realizarem alguma ação, acabam influenciando (diretamente ou não) outras ações, vindas de seu público, como exemplificado no vídeo da entrevista da CNN, onde fandoms se unem em prol de alguma causa social e/ou ambiental, influenciados por seus ídolos. Mas, do mesmo jeito que boas ações podem ser replicadas por fãs, más ações também. Um exemplo de má influência é Charles Manson, que aterrorizou os Estados Unidos em 1969, onde influenciou pessoas a cometerem 7 assassinatos em 2 dias. Podemos concluir que existe uma necessidade do conhecimento mais afundo sobre os fãs, que esses trazem certa relevância para os estudos, como os diferentes tipos de construções de comunidades, a influência das celebridades na formação de personalidades e das vivências da vida de seus seguidores, e também para o consumo da indústria mercantil, que move uma quantia significativa de capital nos dias de hoje.

¹ Relatório crítico realizado para a disciplina Mídia e Práticas de Consumo, ministrada pela Profª. Drª. Milena Freire. ² Acadêmica do 6º semestre de Relações Públicas - UFSM. E-mail: [email protected]. ³ Acadêmico do 6º semestre de Relações Públicas - UFSM. E-mail: [email protected]....


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