Relatorio- RAD Mineração DE Bauxita PDF

Title Relatorio- RAD Mineração DE Bauxita
Course Mineração E Meio Ambiente
Institution Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
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Summary

RELATORIO PRATICO CONTENDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS E OBSERVAÇÕES, FAZENDO ANALOGIA A TEORIA APRENDIDA EM SALA DE AULA...


Description

EXTRAÇÃO DE BAUXITA – MINAS GERAIS

SUMÁRIO 1

INTRODUÇÃO...................................................................................................2

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MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................. 3

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RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 4

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CONSIDERAÇÃO FINAL...................................................................................6 REFERÊNCIAS...................................................................................................7

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1 INTRODUÇÃO É impossível imaginarmos nossa vida sem o uso dos recursos naturais não renováveis, são eles as principais fontes energéticas do mundo e matéria prima para incontáveis produtos, porém seu uso deve ser feito dentro dos limites e sempre buscando alternativas para racionalizar o uso. A mineração no Brasil iniciou-se desde à época colonial, quase dois séculos posteriores à chegada dos portugueses em território sulamericano, mais precisamente no século XVII. Porém a preocupação dos portugueses estava em buscar outros recursos como o pau-brasil, tabaco, açúcar e mão-de-obra escrava, pois houve uma certa demora em encontrar as jazidas no país. No século XVIII, ocorreu o primeiro grande boom mineral, ocasionado pela descoberta do ouro, dando início ao surgimento das bases para a constituição do setor mineral brasileiro e colocando o Brasil como o primeiro grande produtor mundial de ouro. (BRASIL, CETEM, 2001). Após certo tempo houve o primeiro declínio das jazidas de ouro, que posteriormente mais precisamente no século XX, o segundo ciclo mineral começou a delinear-se após o fim da Segunda Guerra Mundial, concretizando-se efetivamente no final da década de 1960. Assim, pode-se afirmar que grande parte do atual parque mineral foi construída recentemente e, em particular, durante as décadas de 1970 e 1980.(BRASIL, CETEM, 2001). O Brasil ocupa lugar de destaque por possuir grandes reservas e diversidade dos materiais, colocando-se seguramente entre os seis mais importantes países minerais do mundo(BRASIL, CETEM, 2001).

A bauxita é um desses minerais

encontrados em abundancias em regiões de mares de morros. O nome bauxita se refere à cidade de LesBaux, na França, onde o minério foi identificado pela primeira vez em 1821, pelo geólogo Pierre Berthier. É o minério que após beneficiamento se obtém o alumínio, o terceiro elemento em maior abundância na crosta terrestre, depois do oxigênio e silício. Para que a produção de alumínio seja economicamente viável, a bauxita deve apresentar no mínimo 30% de óxido de alumínio (Al2 O3 ) aproveitável. São necessários 5 a 7 toneladas de bauxita para produzir 2 toneladas de alumina (óxido de alumínio), que se convertem em 1 tonelada de alumínio. A bauxita apresenta coloração avermelhada e é encontrada sobretudo em regiões tropicais e subtropicais do planeta, por ação do intemperismo sobre aluminosilicatos. (Relatório Bauxita – ABAL, 2017)

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Na região da Zona da Mata em Minas Gerais, região de mar de morros, com altitudes de 650 a 800 metros, em uma localidade que se estende por 300 km de extensão e 35 km de largura, abrangendo desde o município de São João Nepomuceno até Manhuaçu, foi identificado grande potencial para extração da bauxita. Porém os processos para retirar o minério são bem mais complexos e merecem organização, planejamento e conformidade com a legislação. No município de Itamarati de Minas – MG, localizado dentro da área com potencial de extração de bauxita, possuía diversos moradores, em suas terras vivendo basicamente da agricultura familiar e da comercialização de produtos, como por exemplo a rapadura. A chegada da mineradora inicialmente assustou os moradores, pois são notórios os seus impactos ao ambiente. O processo de implantação e operação de uma mina torna-se ainda mais oneroso em áreas remotas, que apresentam baixos índices de desenvolvimento. A viabilização e competitividade desses projetos podem estar comprometidas se não houver um processo efetivo de diálogo, planejamento e entendimento de responsabilidades, já que o empreendedor não tem condições de substituir o poder público e precisa ser competitivo globalmente. (ABAL, 2017) Neste sentido, foi feito pela mineradora através de diálogo e principalmente a oferta de lucro, com remuneração acima da média, o primeiro contato com os moradores, que na oportunidade de obter melhor qualidade de vida, prontamente aceitaram o projeto de lavra. Antes da operação, diversos documentos e estudos foram realizados afim de atender a legislação pertinente, inclusive e não menos importante, o projeto de recuperação da área após o termino da extração. A bauxita retirada era levada para Miraí – MG, onde era processada e levada pra São Paulo para o beneficiamento e fábrica. O processo de lavra ocorreu entre 2 e 5 meses, e a fase mais importante, a recuperação da área, de 3 a 4 anos, onde foi realizada a revegetação, o reuso do topsoil, o plantio de culturas diversas de acordo com a propriedade de cada produtor, e a cobertura vegetal garantindo assim a recuperação do ambiente e ainda com monitoramento e acompanhamento constante prestado pela Universidade Federal de Viçosa.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS A região da pesquisa é a Zona da Mata de Minas Gerais, região de encostas, com altitudes de 650 a 800 metros, em uma localidade que se estende por 300 km de extensão e 35 km de largura, abrangendo desde o município de São João Nepomuceno até Manhuaçu. O município de Itamarati de Minas é o local específico em que ocorreu a extração da bauxita, isto é, a degradação ambiental. A primeira etapa foi o diálogo com a comunidade e os proprietários da região que cultivavam algumas culturas, mantinham gado de leite e produziam rapadura, tudo essencialmente baseado na agricultura familiar. Posteriormente a empresa teve que adquirir as licenças ambientais para funcionamento que exigem diversos estudos, como por exemplo EIA/RIMA, georreferenciamento, levantamento de espécies, entre outros. Após a liberação para a atividade de lavra, foi retirado o topsoil e acumulado na área ao entorno para posterior uso. Em seguida, foi feita a escarificação e a retirada da bauxita que foi levada para o município de Miraí, beneficiado e processado e por fim enviado a fábricas em São Paulo. Estudos foram feitos com o solo da região, na Universidade Federal de Viçosa, para identificar a capacidade de rebrota e resiliência do banco de sementes e das plântulas e assim, uma parte foi reflorestada, outras áreas, de proprietários, foi feito o plantio de culturas de interesse como café. O processo de lavra levou de 3 a 5 meses, porém a recuperação foi bem mais lenta, foram anos. A empresa fez a recuperação conforme solicitação do proprietário e todos se mostraram entusiasmados com os resultados. Com exceção do Prefeito que admitiu ter sido um erro aceitar a exploração das propriedades, que segundo ele, a economia da região foi alterada para pior, de produção de rapadura inicialmente, para falta de empregos e dinheiro, após a saída da empresa exploradora.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A recuperação de áreas degradadas tem por objetivo fornecer ao ambiente degradado, condições favoráveis a reestruturação da vida num ambiente que não tem condições físicas, químicas e/ou biológicas de se regenerar por si só. De acordo com Martins (2007) a recuperação pode ser entendida como um conjunto de ações necessárias para que a área volte a estar apta para algum uso produtivo em condições de equilíbrio ambiental. O processo de recuperação em uma das propriedades contou com o replantio de pastagem. Antes o proprietário tinha como pastagem o capim gordura. Com a restauração da área foi plantado a Brachiaria a qual possui como características a resistência às cigarrinhas-das-pastagens, alta produção de forragem, persistência, boa capacidade de rebrota e tolerância ao frio. O plantio da nova pastagem gerou aumento no valor do hectare da propriedade. Onde antes se tinha o valor de 3 mil reais por hectare com a recuperação passou a valer 18 mil reais. As práticas de recuperação do solo foram feitas com base em técnicas de manejo que visam melhorar a qualidade química, biológica e principalmente física do solo. Foi utilizado plantas de cobertura como leguminosas para evitar a perda de solo por erosão e melhorar a infiltração da água. As curvas de nível aumentaram a qualidade da produção e favoreceu o crescimento das culturas mesmo em uma área degradada. Outra forma de recuperação da área explorada foi o reflorestamento com espécies nativas da região como o Angico Vermelho e o Jatobá. E ainda, além de todo processo de recuperação foi feito uma experimentação com o topsoil retirado da área explorada a qual demonstrou que o solo mesmo passando por uma intensa perturbação apresentou bons resultados, mostrando alto poder de resiliência.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A bauxita, mineral extraído na região em que se refere o vídeo, normalmente é originária de solos pobres, onde os nutrientes são naturalmente lixiviados. Em relação a extração e ao uso de máquinas e equipamentos, o peso das máquinas, a desagregação, o revolvimento do solo e a pulverização do mesmo é preocupante do ponto de vista ambiental, pois desfaz sua estrutura física e também química. Para o beneficiamento do minério são usadas lagoas de deposição de material que não é de interesse comercial. Tornando assim outros ambientes modificados artificialmente com esse rejeito. Além disso, o recurso em questão não é renovável, indicando portanto, que deve ser explorado dentro dos limites. A mineração também prejudica de forma direta a vida social e econômica das pessoas. Pois quando as mineradoras se fazem presente vilarejos mudam suas vidas e rotinas se desfazendo de seus antigos trabalhos para esperar a exploração terminar, e até mesmo trabalhando em outros ramos para se adequar a situação encontrada. Quando as mineradoras vão embora a população fica fragilizada podendo entrar em decadência. Este fato se comprovou na aceitação dos moradores quando a mineradora chegou ao local e ofertou renda acima da média, porém, mudando os hábitos de produção, consumo e de trabalho da região. A recuperação dessas áreas pode demorar muitos e muitos anos. Nessa situação é indispensável um planejamento que inclua em seu desenvolvimento os pilares: ambiental, social e econômico. No caso do vídeo exibido, o processo de recuperação demora de 3 a 5 anos, porém foi possível perceber na fala do pesquisador da Universidade Federal de Viçosa, um rápido crescimento das espécies demonstrando que um projeto de recuperação bem feito e com monitoramento constante pode trazer bons resultados. O pilar ambiental consiste no manejo correto do solo, de forma a preservar sua camada fértil e a retomada da matéria orgânica. Assim todo solo pode se fazer recuperável. Processos como: amostragem de solo, correção do solo, adubação, vegetação, curva de nível, ajuste topográfico, e a implantação de novas tecnologias como materiais genéticos e banco de sementes são o caminho para tornar o ambiente novamente produtivo, fazendo com que a população possa novamente se estabelecer economicamente e socialmente. Neste sentido, o uso do topsoil é uma

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relevante alternativa para manter a camada fértil do solo, conservar o banco de sementes e as plântulas, assim permitindo a capacidade de resiliência da área. Atividades mineradoras, como visto no vídeo, trazem por si só grandes impactos ao ambiente, e devem ser considerados os aspectos ambientais, econômicos e sociais, posteriormente, as técnicas de recuperação da área devem ser bem planejadas afim de garantir o mínimo de condições de equilíbrio ao ambiente modificado, para isso, pesquisas, experimentos, pessoal qualificado e principalmente o monitoramento constante são pontos cruciais para garantir a autossustentabilidade do sistema após distúrbio.

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REFERÊNCIAS ABAL. Associação Brasileira de Alumínio. Bauxita no Brasil: Mineração Responsável e Competitividade. São Paulo/SP. 2017. BRASIL. Ministério de Ciência e Tecnologia. Centro de Tecnologia Mineral. Mineração e desenvolvimento sustentável: desafios para o Brasil. Editor Maria Laura Barreto. Rio de Janeiro: CETEM; MCT, 2001. 216 p., il. Globo Rural - Área de extração de bauxita em MG. https://www.youtube.com/watch? v=ia7L8itEBlw&t=352s. Globo Rural - Área de extração de bauxita em MG. https://www.youtube.com/watch? v=tvIdHh3dIp8. MARTINS, S.V. Recuperação de matas ciliares . Aprenda fácil editora. Viçosa, MG. 2ª edição, 2007. 255pp....


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