Resenha \"A Imaginação Sociológica\", Wright Mills PDF

Title Resenha \"A Imaginação Sociológica\", Wright Mills
Author Thaís de Aguiar
Course Mudança Social
Institution Universidade Federal de Pernambuco
Pages 2
File Size 69.7 KB
File Type PDF
Total Downloads 48
Total Views 123

Summary

Resenha "A Imaginação Sociológica", Wright Mills. Disciplina: Mudança Social. Professora Josefa Salete....


Description

Resenha módulo II A Imaginação Sociológica De acordo com o sociólogo norte-americano Wright Mills, em sua obra "A Imaginação Sociológica", o conceito homônimo de "imaginação sociológica" é a capacidade teórica e analítica dos indivíduos, sobretudo aqueles que se dedicam ao estudo das Ciências Sociais, de refletirem sobre os próprios cidadãos e os espaços sociais, de uma maneira interconectada, macro e microestruturalmente. Ou seja, naturalmente os seres sociais tendem a analisar situações somente de acordo com o contexto em que elas estão inseridas em dado espaço e tempo. Assim, a imaginação sociológica prevê pensar desde a história da sociedade como um todo até biografia de cada um dos indivíduos pertencentes a esse grupo, ao mesmo tempo em que busca um comparativo entre esses dois contextos — história vs. biografias —, ou qual(is) a(s) relação(ões) entre ambos, se houver. Nesse sentido, Mills afirma "chegamos a saber que todo indivíduo vive, de uma geração até a seguinte, numa determinada sociedade; que vive uma biografia, e que vive dentro de uma seqüência histórica. E pelo fato de viver, contribui, por menos que seja, para o condicionamento dessa sociedade e para o curso de sua história, ao mesmo tempo em que é condicionado pela sociedade e pelo seu processo histórico" (MILLS, 1965, p. 12). Assim, é essencial à "imaginação sociológica" a concepção de que a história geral é feita pelos indivíduos, ao mesmo tempo em que esses são influenciados por ela — ao mesmo tempo em que são agentes da estrutura, os indivíduos sociais são persuadidos pela mesma. É a partir dessa complexa definição que Mills irá destrinchar a composição de seu conceito. Para ele, a "imaginação sociológica" é composta, basicamente, da biografia das pessoas, da história geral e da estrutura social (ou seja, a conexão entre diversos espaços e mundos; a relação dialética entre biografia e história dentro da sociedade). Dessa forma, quando um cientista social se depara com alguma situação, e busca entendê-la sociologicamente, é necessário que se faça três perguntas essenciais para analisar o contexto: qual a estrutura dessa sociedade, seus componentes essenciais e o que a distingue das demais; como essa sociedade se situa na história da humanidade, como afeta um dado momento histórico e como é afetada por ele; e qual o caráter predominante dos indivíduos, que a compõem, em dado período histórico. Essa série de questionamentos, para Mills, é essencial à capacidade de "passar de uma perspectiva para outra", de um contexto íntimo a um contexto universal, por exemplo — o que define o fundamento do "imaginar sociologicamente". Portanto, quando se observa que em uma determinada família há um alto índice de suicídios, essa é uma perspectiva que se 1

refere à biografia daquela família e daqueles indivíduos específicos. No entanto, quando se trata de uma série de famílias com um alto índice de suicídios, e que se enquadram em uma mesma classe social, essa conjuntura passa a ter relevância macrossocial, e, consequentemente, para entendê-la é necessário voltar aos casos biográficos, de cada família, para saber o que há em comum entre esses grupos sociais a fim de entender as motivações que desencadearam nesse processo. Conclui-se, então, que a "imaginação sociológica" é um mecanismo analítico essencial ao cientista social por promover o pensamento científico — amplo e composto de diversos encadeamentos. Wright Mills também busca, de certa forma, uma interdisciplinaridade entre os conhecimentos científicos: para ele entender uma estrutura social é tomar conhecimento das relações presentes, além de considerar as questões políticas, econômicas, históricas etc. Em outras palavras, a fuga para o senso comum, ao qual as ciências humanas, sobretudo as sociais, correm um risco constante, está na utilização de todos conhecimentos ao alcance, visto que no mundo real todas ações, sejam elas de pequeno ou longo alcance, estão interconectadas. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: MILLS, C. Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1965. p. 11-18. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS DISCIPLINA: MUDANÇA SOCIAL PROFESSORA: JOSEFA SALETE ALUNA: THAÍS DE AGUIAR LEAL DOMINGUES RECIFE, 28 DE NOVEMBRO DE 2016.

2...


Similar Free PDFs