Title | Resenha - Conversas 1948 |
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Course | Design Gráfico |
Institution | Universidade do Anhembi Morumbi |
Pages | 2 |
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Resenha - Conversas 1948...
Matheus Natan Martins Dutra – 18/0038907 Fundamentos da Linguagem Aplicados ao Design O livro Conversas 1948 foi elaborado a partir de textos de Maurice Merleau-Ponty e transmitidos em um programa francês em 1948. Essas conversas foram dividas em sete partes, sendo a segunda e terceira parte abordadas nessa resenha. Cada uma das partes abordam uma visão específica do mundo. Na primeira, é conversado sobre o mundo percebido e o mundo da ciência. No segundo, sobre espaço. Em seguida, sobre as coisas sensíveis. No quarto, sobre a animalidade. Em quinto, o homem visto de fora. Depois, sobre a Arte e o mundo percebido. Por fim, sobre o mundo Clássico e Moderno. O autor começa o segundo capítulo fazendo uma reflexão sobre o espaço. Ele explica a sua definição para a ciência clássica, que nele, as
coisas
conservam
sua
identidade,
sendo
mantidas
suas
propriedades geométricas. Neste capítulo, ele caracteriza as obras de Cézanne, que disse que enquanto se pinta, se desenha, enquanto na pintura clássica era marcada principalmente pela perspectiva e representação quase real do que se via. É justamente essa representação com aspecto tranquilo e sem aspereza que é criticado por Maurice. Ele diz que o mundo real não se apresenta dessa forma. Os humanos são submetidos a um certo ponto de vista, que depende da sua percepção visual. Não se pode, por exemplo sobrepor quadros diferentes numa mesma “visão”. Muitos pintores da
época se
negavam
a utilizar perspectiva
geométrica para se aproximar da visão “real”. Uma frase que chama muita a atenção nesse capítulo é “O homem não é um espírito e um corpo, mas um espírito com um corpo”, fazendo conexão com a próxima parte. O terceiro capítulo fala sobre as coisas sensíveis. Uma coisa é um sistema de qualidades distintas, mas que unidas provocam
sensações diferentes. O que une todos os sentidos nessa experiência é um mistério. Uma analogia que ele faz é com o mel. Ele tem consistência e é possível agarrar com as mãos, mas após pouco tempo ele escorre entre os dedos, mas no fim das contas é o mel que o agarrou nas mãos. As
coisas
têm
qualidades
diferentes
que
quando
são
reafirmadas, garante sua unidade. Elas não são objetos neutros, cada uma provoca uma certa conduta em cada ser humano. As conversas de Maurice nos dois capítulos esclarecem bastante definições sobre espaço e os sentidos humanos. São coisas que estão inerentes à nossa existência, mas nem sempre paramos para perceber que tudo está tão bem organizado. Uma coisa nos transmite diversas sensações diferentes com sua cor, sua forma, seu sabor, seu cheiro, seu som. Nunca pensamos em tudo isso em conjunto como o causador das sensações, seja de prazer, amor, alegria, ódio... Para quem está num nível inicial de estudo de linguagem visual, o livro é fortemente recomendado. Ele abarca muitas definições úteis para estudo e referências espetaculares. Maurice Merleau-Ponty escritor e filósofo, líder do pensamento fenomenológico na França, nasceu em 1908, em Rochefort. Graduouse em filosofia e foi nomeado professor de filosofia da Universidade de Lyon e lecionou em Paris. Em 1952 ganhou a cadeira de filosofia no Collège de France....