Minimalismo - Resenha PDF

Title Minimalismo - Resenha
Author Beatriz Voigt
Course Comunicação Ambiental
Institution Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
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Summary

Resenha sobre o filme "Minimalismo" de Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus...


Description

Beatriz Voigt Comunicação e Meio Ambiente

O documentário “Minimalism: A  Documentary About the Important Things”,  dirigido por Matt D’Avella, é um convite para abraçar o minimalismo: um estilo de consumir, criar, viver. Trata-se de se libertar do consumo desenfreado e irresponsável de bens e serviços para focar no que realmente importa, que são as relações harmônicas da vida, ou seja, entre os humanos, os animais e o planeta. U  ma vida leve com menos quantidade e mais qualidade. A introdução mostra a icônica Times Square de Nova York, um dos lugares que mais respiram consumismo, com cenas de milhares de pessoas correndo, e quase se matando, para conseguir comprar coisas nas lojas. Isso ilustra um comportamento da sociedade americana, que influencia significativamente o resto do mundo todo, criticado pelos especialistas, professores, escritores, jornalistas, arquitetos, neurocientistas no filme. Há a reflexão de que o ser humano está em uma caçada eterna querendo obter sucesso mas se tornando miserável. Uma fome que nunca é saciada. A tecnologia e a mídia vão reproduzindo ideais específicos de aquisição, beleza, sofisticação, comportamento e pensamento e, desse modo, vão convencendo espectadores a manter um padrão vicioso e insustentável. Segundo o escritor Patrick Rhone, fazem acreditar que precisa-se de todas as coisas nas vitrines. Não é natural adotar o mostrado na tv como critério de vida, é uma questão social e cultural. Com raízes históricas profundas, o materialismo (maneira de viver extremamente devotada aos bens, valores e prazeres materiais) envolve trabalho exaustivo, imediatismo, superficialidade, alienação, desigualdade, escravidão. Forma-se, então, um ambiente caótico e doentio marcado por limitações, medo, a nsiedade, loucura, enxaqueca, insônia, depressão, pessimismo, baixa autoestima. Comprar compulsoriamente leva a essas condições físicas, emocionais e psicológicas desgastantes, além de destruir o planeta Terra. O consumo alienado e desenfreado contribui para o gasto de recursos naturais, energia e matéria prima na geração de produtos que logo serão descartados. Nesse sentido, um monte de lixo é acumuldo e cresce cada vez mais, poluindo e contaminando a biodiversidade. Assim, saber viver com o básico necessário apresenta-se como um dos melhores jeitos de ser consciente e feliz nessa sociedade urbana capitalista. Os protagonistas do documentário, Joshua  Millburn e Ryan Nicodemus, espalham essa ideia por meio de livros, entrevistas e palestras.

Antes, os dois amigos trabalhavam em uma empresa juntos e não se sentiam felizes, mesmo que estivessem bem sucedidos economicamente. Percebem que viver para pagar, viver para coisas, não é viver de verdade. Então, descobrem um bem-estar ao desapegar  dos objetos, ter mais controle e consciência no que compram e fazer o que realmente querem. Nos eventos, falam com as pessoas e, o mais interessante, abraçam-as. Eles se consideram “big time hugers”, seus abraços são “gratuitos e transferíveis”, representam uma conexão simples e ao mesmo tempo profunda. Essa é a mensagem: buscar se conectar mais com as pessoas e menos com as coisas. Outro ponto que se destaca é o fato de que, mesmo querendo ampliar a audiência, não se importam com a quantidade de pessoas assistindo. Contam que uma vez palestraram para apenas duas pessoas e isso foi bom, pois a atenção estava concentrada e não dispersa. Além deles, outros adeptos do minimalismo são mostrados no documentário. M  oradores de tiny houses e criadores de apartamentos que se reconfiguram pensam em menos espaço e mais proximidade; o residente de lugar nenhum (e ao mesmo tempo todos os lugares), o viajante Colin Wright, carrega apenas 51 coisas em sua mala para sobreviver; as pessoas que se desafiaram a usar apenas 33 coisas - incluindo roupas, sapatos, jóias - por 3 meses. Tudo isso envolve o desapego, o contato com a natureza, o nomadismo e a preocupação com a sustentabilidade. Pode-se perceber, portanto, que essa obra cinematográfica é muito importante para a atualidade porque faz o espectador refletir sobre a sociedade, rever seus hábitos de consumo e seus relacionamentos interpessoais, além de conhecer um novo caminho de vida focado mais na experiência do que na posse. Trata-se da ideia de amar as pessoas e usar (poucas) coisas e não o contrário....


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