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Resenha critica do autor e obra : BORNHEIM, Gerd. Os filósofos pré-socráticos. ...

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RESENHA CRÍTICA: OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS/ PITÁGORAS BORNHEIM, Gerd. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1998, pag. 7 – 50. Gerd Albert Bornheim (Caxias do Sul RS 1929 - Rio de Janeiro RJ 2002). Filósofo, professor e ensaísta. Realiza importantes trabalhos sobre teatro e reflexão estética, que se tornam referência fundamental para a apreensão e compreensão de diversos aspectos da área teatral, entre eles, o sentido do trágico, a estética brechtiana e o teatro contemporâneo. Como escritor, destaca-se pela densidade e clareza de sua análise crítica e, como conferencista, atrai plateias numerosas por sua competência filosófica e capacidade de comunicação. A obra “os filósofos pré-socráticos” de Gerd A. Bornheim , faz um estudo introdutório ao surgimento da filosofia e ao pensamento pré-socrático, além de fazer algumas notas a cerca da vida e das ideias principais de cada um filosofo citado na obra , completando-os com a tradução que fez dos fragmento, alguns dos filósofos estudados e descritos no decorrer do livro são: Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Pitágoras, Alcmeão. De acordo com o autor, “a filosofia iniciou-se nas colônias da Grécia, nos séculos VI e V a.C. Assim, a filosofia grega desenvolve-se da periferia para o centro, a mesma surge procurando explicar os mitos e as crenças, porém, adotando uma postura racional e imparcial perante eles. 1 Sem dúvidas, os gregos sofreram grande influência de outros povos. Todo povo desenvolve certas ideias sobre a vida e o mundo, desdobra certas concepções sobre a alma, sobre a origem do mundo a partir do caos, sobre os ciclos cósmicos e a unidade do universo, etc.” 2Além de possuir data e local de nascimento e de possuir seu primeiro autor – Tales de Mileto, a filosofia também surge com um conteúdo preciso, denominado de cosmologia, onde cosmos tem sua significação como mundo ordenado/organizado; e logia que vem da palavra logos, que define-se como pensamento racional, discurso

1

BORNHEIM, Gerd. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1998, pag. 7.

2

Idem, pag. 8.

racional ou até mesmo conhecimento. Assim, a filosofia nasce como conhecimento racional da ordem do mundo ou da Natureza. É sabido que a religião, as tradições e os mitos explicavam todas essas coisas, mas suas explicações já não satisfaziam aos que interrogavam sobre as causas da mudança, da permanência, da repetição, da desaparição e do ressurgimento de todos os seres. Haviam perdido força explicativa, não convenciam nem satisfaziam a quem desejava conhecer a verdade sobre o mundo, essas dúvidas que fizeram com que os primeiros filósofos levantem tais questionamentos, que abordarei mais adiante. Burnet chama a atenção para o fato de que os primeiros filósofos usam até mesmo a palavra deus em um sentido não-religioso. Se o pensamento filosófico é em certa medida condicionado pela Religião, esta passa a sofrer o impacto da Filosofia. No entanto, nem todos aceitaram a tese chamada “orientalista”. E muitos, sobretudo no século XIX da nossa era, passaram a falar na filosofia como sendo o “milagre grego”. Com essa palavra “milagre”, queriam falar várias coisas, como: que a filosofia surgiu inesperada e espantosamente na Grécia, sem que nada anterior a preparasse, que a filosofia grega foi um acontecimento espontâneo, único e sem par, como é próprio de um milagre e que os gregos foram um povo excepcional, sem nenhum outro semelhante a eles, nem antes nem depois deles, e por isso somente eles poderiam ter sido capazes de criar a filosofia, como foram os únicos a criar as ciências de dar ás artes uma elevação que nenhum outro povo conseguiu, nem antes nem depois deles. De acordo com a tradição histórica, a fase inaugural da filosofia grega é conhecida como período pré-socrático, período marcado

pelo conjunto das reflexões filosóficas

desenvolvidas desde tales de mileto (623-546 a.C.) até o aparecimento de Sócrates (468399 A.C.). Os filósofos pré-socráticos buscavam nos elementos natureza as respostas sobre a origem do ser e do mundo. Focando principalmente nos aspectos da natureza, eram chamados de “filósofos da physis” ou até mesmo filósofos da natureza. “ Pensando na physis, o filosofo pré-socrático pensa o ser, e a partir da physis pode então aceder a uma compreensão da totalidade do real: do cosmos, dos deuses e das coisas particulares,

do homem e da verdade, do movimento e da mudança, do animado e do inanimado, do comportamento humano e da sabedoria, da política e da justiça” 3. Os filósofos pré-socráticos foram os primeiros sábios gregos a formular uma explicação racional para o mundo sem recorrer ao sobrenatural, cada um acreditava em um elemento. Alguns aspectos comuns entre eles podem ser apontados: em primeiro lugar, eram estudiosos da natureza (physis). Por buscarem entender a organização racional do universo, a partir de princípios e leis que o regem, dizemos que eram voltados para a cosmologia, ou seja, a busca por entender a razão que rege o universo. Em segundo lugar, tentavam encontrar uma relação de causalidade entre os fenômenos da natureza. Por fim, todos buscavam um princípio ou elemento primordial a partir do qual explicariam os fenômenos naturais. Dentre os primeiros filósofos está Pitágoras de Samos, o que se conhece da figura desse importante filósofo pertence mais ao mundo de lendas que a realidade. Pessoa de difícil acesso, fundou uma escola para iniciados, e defende uma doutrina mais religiosa que filosófica.4 No entanto, suas ideias revolucionárias para a época o levaram a ser perseguido. Nesse momento, mudou-se para Crotona (sul da Itália) região conhecida como Magna Grécia. Foi ali que fundou uma escola de caráter místico-filosófico que ficou conhecida como “Escola Pitagórica”.

Entretanto,

foi perseguido novamente, deixando Crotona e partindo para o Egito, onde ao observar as pirâmides, criou o Teorema de Pitágoras. Segundo Pitágoras, os números são a base da vida na terra. Mediante suas ideias surge. Na escola, ele ministrou aulas nas áreas ma temática (aritmética e geometria), astronomia, música, filosofia, política, religião e moral. Segundo o matemático grego, os números representavam a harmonia e a ordem, ou seja, eram considerados a essência de todas as coisas. Essa teoria de Pitágoras surgiu da observação entre a harmonia dos acordes musicais, logo acreditava que para o mundo ser organizado cada um tem sua função, em outtras palavras, as pessoas tocando ao mesmo tempo, seus , determinados instrumentos, o som ficaria mais agradável e teríamos um mundo organizado. Nesse sentido, eles desenvolveram uma concepção espiritual da existência humana, donde a alma é libertada 3Idem, 4

pag 14.

Idem, pag. 45.

do corpo após a morte, ou seja, eles acreditavam na reencarnação e no desenvolvimento das virtudes humanas enquanto a alma estava aprisionada ao corpo durante a vida. Como resultado, os homens poderiam reencarnar numa forma de existência mais elevada, conforme as virtudes conquistadas durante a trajetória terrena. Além do famoso "Teorema de Pitágoras", os pitagóricos descobriram os números figurados e os números perfeitos. Mesmo a ideia tradicional de que Pitágoras terá sido um matemático exímio, ainda que não tenha descoberto o famoso teorema que hoje tem o seu nome, é presumivelmente falsa; segundo o próprio Aristóteles, os pitagóricos desenvolveram um misticismo numerológico, mas nada que se parecesse com matemática propriamente dita; sobretudo, não foram os pitagóricos que descobriram a noção de demonstração matemática. Platão e Aristóteles aparentemente desconheceram a doutrina filosófica atribuída a Pitágoras, mas Aristóteles chega a mencionar os "pitagóricos". Podemos concluir, o que sabemos, por fontes confiáveis, é que os números possuíam importância crucial para sua filosofia, foi também o primeiro a usar o termo "filósofo", ou "amante da sabedoria", para referir-se a si mesmo. Sua escola foi a primeira a fazer a classificação aritmética dos números em pares, ímpares, primos e fatoráveis. Todas as ideias influenciaram Platão e, através dele, toda a história filosofia, motivo pelo qual, se supõe, mais é atribuído a ele do que se pode confirmar. O Teorema de Pitágoras teve um papel fundamental no desenvolvimento cientifico e tecnológico não só pela sua aplicação, mas, por ter despertado o espírito investigativo. Pitágoras, bem como a sociedade pitagórica, iniciou diversas investigações relacionadas aos números. Algumas com fundamentos outras não, mas todas incentivaram a pesquisa de outros cientistas e continua até os dias atuais mudando o mundo. Referência bibliográficas: BORNHEIM, Gerd. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1998, pag. 7 – 50. Filosofia, nascimento da filosofia, acesso em 25 de dezembro de 2017, disponível em : < https://www.coladaweb.com/filosofia/o-nascimento-da-filosofia>...