Resenha dos I e II capitúlos do livro: \"O império marítimo português: 1415-1825\" de autoria de Charles Ralph Boxer. PDF

Title Resenha dos I e II capitúlos do livro: \"O império marítimo português: 1415-1825\" de autoria de Charles Ralph Boxer.
Author Luiz Lins
Course História Moderna II
Institution Universidade Federal Rural de Pernambuco
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Resenha dos I e II capitúlos do livro: "O império marítimo português: 1415-1825" de autoria de Charles Ralph Boxer. O autor introduz o primeiro capítulo dando ênfase para o que, segundo ele, deve ter sido o inicio das viagens portuguesas pelo Atlântico. Para Boxer, essas grandes descobertas der...


Description

Parte I – As vicissitudes do império 1. O OURO DA GUINÉ E O PRESTE JOÃO (1415-1499) O autor introduz o primeiro capítulo dando ênfase para o que, segundo ele, deve ter sido o inicio das viagens portuguesas pelo Atlântico. Para Boxer, essas grandes descobertas deram inicio por voltas do ano 1419 e o fim dessa etapa inicial tenha tido seu término com o retorno de Vasco da Gama a Lisboa, em 1499. Em seguida promove o conhecimento de viagens antecessoras, realizadas por outros povos ou nações que antecederam as viagens portuguesas e espanholas, mas que não tiverem impactos na estrutura da história mundial. Cita como exemplo moedas cartagineses do século IV nos Açores, moedas romanas de datas posteriores na Venezuela; como também as viagens dos Vikings até a América do Norte durante a Baixa Idade Média. Também há registros de viagens de embarcações (galeras) italianas e catalãs nos séculos XIII e XIV, porém essas viagens não tiveram continuidade — dessa forma esses fatos não foram causadores de mudanças históricas, a medida que não proporcionaram o fim do isolamento dos continentes que vieram serem explorados após os ibéricos. No mundo medieval exploradores haviam viajado pelas terras da Euro-Ásia, quase todos italianos. Essas viagens iniciavam-se no Mar negro e alcançavam distâncias até o mar da China — os relatos descritos por esses viajantes não eram bem aceitos por seus compatriotas, talvez por tantas vezes serem demasiadamente fantasiosas não traziam lucidez. Mapas catalães e maiorquinos (Maiorca, ilha espanhola do Mediterrâneo) do século XIV, descreviam com rigor as rotas utilizadas pelos mercadores no norte da África e da passagem pelo Saara em direção a Guiné. Esses mapas eram elaborados segundo informações dos judeus, já tinham certa liberdade de viajar por esses territórios. A verdade é que segundo Boxer, só após os portugueses terem contornado a costa ocidental africana, “[...] dobrado o cabo da Boa Esperança, atravessando o oceano Índico e de terem se fixado nas ilhas das especiarias indonésia e na costa do mar da China Meridional” — posteriormente os espanhóis terem chegado na Patagônia, Pacífico e Filipinas foi que houve uma ligação marítima entre os quatros cantos do mundo.

Segundo o autor existem vários questionamentos que ainda causam inquietações aos historiadores. Fatos como o não entendimento do levou os ibéricos a serem tão em sucedidos em suas campanhas, o que os tornou pioneiros nessas explorações marítimas. Não se tem um entendimento sobre a partida dessas navegações; teriam partido da coroa, na imagem de D. Henrique V (O navegador) ou a classe média mercantil, que após a revolta de 1385-1388 obteve grade influência naquele mundo em que grande parte da nobreza havia sido morta ou destituída do cargo. O que se sabe é que, a “Era dos descobrimentos’, foi fruto da união entre fatores religiosos, econômicos, estratégico e políticos. Segundo o autor, nem sempre nas mesmas proporções. Aliados aos fatos anteriores, também pode ser adicionado o caráter de união que o reino português vivenciou durante todo o século XVI, exceto algumas poucas guerras civis — já os espanhóis não gozaram da mesma sorte, o que impediu uma competição eficaz com os portugueses. Em 1415, os portugueses tomaram Ceuta. Muitos podem ter sido os motivos que levaram os lusitanos a tentarem essa conquista, mas os historiadores apontam para motivos econômicos estratégicos; no fim, os portugueses foram levados a crer, segundo Boxer, que talvez pudessem estabelecer contato com as terras do alto Níger e do rio Senegal pela costa, assim, desviar o comércio do ouro das caravanas de camelos do Sudão ocidental e dos intermediários mulçumanos da Berberia. O espírito cruzadista português era direcionado apenas aos mulçumanos do Marrocos, e a busca do ouro da Guiné foi reforçada pela procura do Preste João — um potentado mítico, imaginado pelos europeus como soberano de um poderoso reino nas “Índias”. O uso do termo “Índias”, “das Índias” ou até mesmo “Índia”, geralmente eram utilizados para quaisquer regiões a leste e a sudeste do Mediterrâneo. Relatos de viajantes e a circulação de uma carta forjada atribuída a Preste João, unidas a uma forte esperança dos europeus ocidentais, levava a crer que esse monarca fosse um rei cristão. Segundo ou autor, acreditava-se que seu reino estava situado nos domínios islâmicos — desde o Mar Negro até o Marrocos. Os portugueses viam em Prestes João, um aliado na luta contra os mouros.

Fica evidente, que para Boxer, as motivações que impulsionaram as descobertas portuguesas, ficaram registradas nas bulas papais; promulgadas durante a vida de Dom Henrique e de seus sucessores imediatos. Para o autor, dentre os documentos, três recebem mais importância: na primeira (1452), o papa autoriza o rei de Portugal a atacar, conquistar e submeter sarracenos, pagãos e outros infiéis inimigos de Cristo. A segunda, exalta o princípio do soldado de Cristo que Dom Henrique possuía, e como ele estava autorizado “a submeter e converter os pagãos (mesmo os que não estivessem manchados pela influência muçulmana) que pudessem ser encontrados nas regiões entre Marrocos e as Índias” (BOXER,1969). Dessa forma a coroa portuguesa se tornou proprietária de um imenso império marítimo — chegando na Guiné e descobrem o rio Senegal, no primeiro momento pensaram que fosse o Nilo, com o comércio e a luta, muitos negros foram capturados e escravizados. Levados para Portugal, onde uma grande parcela foi batizada e tomou a fé católica para si. Isto trouxe para Portugal o monopólio decretado pelo papa Nicolau V — legitimando o controle de quaisquer terras, descobertas, ou as que ainda viessem a ser, ao sul dos cabos Bojador e Não até as Índias a coroa portuguesa. A terceira bula, () (1456), concedia a Ordem de Cristo, jurisdição espiritual sobre todas as mesmas regiões da bula anterior. Nesse momento o grão-mestre da ordem havia recebido diversos poderes eclesiásticos, inclusive de exercer poderes de bispo. Para o autor, análise dessas três cartas serviu para constatar o comportamento da “Era dos descobrimentos”, como também as diretrizes utilizadas por outros europeus em momentos seguintes a este. O acumulo de bulas papais concederam aos europeus de forma geral libertação religiosa para uma dominação de todos os povos não cristãos. Em 1442, os portugueses obtinham ouro em pó da parte ocidental da África. Em seguida o desenrolar do comércio de escravos passa a contribuir para o financiamento dos custos das viagens marítimas portuguesas ao longo da costa ocidental da África. Os escravos eram obtidos a partir de ataques, primeiro no litoral saariano e posteriormente no interior da região do Senegal — após anos de contato com a Senegâmbia e a alta Guiné, os portugueses, compreenderam que poderiam

obter escravos de forma mais pacífica; por meio de trocas com comerciantes e chefes locais. Por anos os portugueses limitaram os ataques ou a comercialização de escravos aos seus barcos que navegavam pela costa, rumo ao sul. Essa prática nunca deixou de existir naquela época, mas essas práticas escravistas foram facilitadas por meio das feitorias (instalações construídas em territórios da costa africana, para facilitar a comercialização). Segundo o texto, a primeira feitoria data de 1445, foi estabelecida em Arguim, em uma tentativa de controlar o comércio transaariano no Sudão ocidental — tornando-se “o protótipo da cadeia de feitorias fortificadas que os portugueses construíram ao longo da costa africana e asiática, até as Molucas “(BOXER,1969). Com a obtenção do ouro, escravos e marfim, as expedições passam a apresentar lucros significativos para a coroa portuguesa, o que motiva comerciantes e membros da corte, os quais recebiam uma licença emitida por Dom Henrique ou pela Coroa, para que pudessem explorar as novas rotas comerciais. O autor cita, que, talvez a maior realização de Dom Henrique, tenha sido transpor o cabo do Bojador (1434), algo que era de total impedimento para a expansão ao longo da costa ocidental africana, rumo ao sul. Em paralelo houveram outros importantes avanços; descoberta da Madeira (1419); Açores (1439); descoberta e colonização de Cabo Verde (1456-1460) — essas ilhas desabitadas foram causadoras do da iniciação da prática colonizadora ultramarina. Essa experiência possibilitou aos portugueses adquirir conhecimentos do sistema de ventos do Atlântico norte e posteriormente da porção sul, como também, o desenvolvimento de um novo tipo de navio (caravela de velas latinas), que navegava melhor do que qualquer outro tipo de embarcação europeia. Ao final do século XV, os navegadores portugueses eram possuidores de um elevado nível de conhecimento marítimo. Boxer esclarece, que os portugueses mantinham um forte interesse em desviar o transporte do ouro da África ocidental de do Sudão por meio da costa, algo que tradicionalmente era feito por terra, através de rotas pelo Saara até a parte norte do continente. Esse grande interesse, resultou no domínio português, que passou a

transportar a maior parte desse metal em suas caravelas; segundo o autor, por um período de cem anos (1450-1500). Segundo Boxer, não são claras as condições em que o comércio na costa ocidental africana se desenrolou após a morte de Dom Henrique (1460). No ano de 1492, o direito de comercializar na África ocidental foi cedido a um rico mercador de Lisboa, Fernão Gomes; que descobriu 3200 quilômetros de costa africana para a coroa. O monopólio do comércio ultramarino, voltou a ser da cora por meio de Dom João II, mas alguns comerciantes privados recebiam autorização para importar produtos menos valiosos; papagaios; algodão; ráfia etc. Contudo, era preciso obter uma licença, consentida através de pagamento. Em um segundo momento, a cora cedeu o direito de importar produtos mais preciosos a certos indivíduos favorecidos, como marfim e escravos, mas sempre preservou o monopólio do ouro. Segundo o autor, os produtos (mercadorias) que os portugueses utilizavam como moeda de troca para adquirir escravos e ouro africanos, eram em sua maioria de origem estrangeiras. O ouro trazido da África possibilitou a cunhagem de grandes quantidades de moedas, o que ocasionou o aparecimento de Portugal no âmbito monetário europeu. No período entre 1450 e 1500, cerca de 150.000 escravos foram capturados. Os chefes e dirigentes africanos faziam parte do grupo dos grandes beneficiários desse comércio com os portugueses — degradados e comerciantes portugueses, avançavam ao interior do território, fixando-se nas aldeias; absorviam os costumes, dessa forma tornavam-se intermediários das negociações de escravos. Eram chamados de: tangos-maos ou lançados. As relações que os portugueses mantinham com os povos, variava de território e de tribo para tribo, mas poucos eram os conflitos armados, uma vez que a participação dos chefes e a intermediação dos lançados era efetiva. Os portugueses também praticavam demonstrações de força e poder, exemplo disso são os fortes da Mina (1482) e de Axim (1503), construídos com objetivo de defender o comércio do ouro de espanhóis e outros europeus, como também intimidar tribos negras da costa. Apesar de não possuir força suficiente para evitar as construções fortificadas portuguesas, os povos africanos detinham o poder de evitar que os portugueses penetrassem no interior no território em busco do ouro,

dessa forma eram obrigados a ficar nos fortes aguardando a vinda de mercadores africanos. Através de recursos provenientes do crescente comércio de ouro e de escravos negociados com a Guiné Dom João II obteve os recursos necessários para prosseguir na busca de Preste João. Essa busca ocasionou o envio de diversas expedições por terra e mar, uma delas foi a vigem comandada por Bartolomeu Dias, partindo de Lisboa em 1487, foi o primeiro a contornas o Cabo da Boa Esperança (1488) — abrindo o caminho para as Índias. Segundo Boxer, foi só na década de 1480, que os portugueses passaram a ter interesse em controlar o comércio de especiarias asiáticas na fonte. Em 1485, por meio do “discurso de obediência”, enviado ao papa por Dom João II, fato anterior a viagem de Bartolomeu Dias; mostrava a certeza do rei português em relação a proximidade da abertura do caminho para as Índias, do contato com Preste João e com outros reis e povos cristãos. Segundo o texto, os historiadores, especulam os motivos que levaram a demora (9 anos) entre a viagem de Bartolomeu Dias e o retorno português as índias através de Vasco da Gama. Acredita-se que a morte do sucessor de Dom João II, e a posterior doença do rei tenham aberto espaço para seus conselheiros exporem suas posições contrárias as expedições, que, segundo eles, os recursos econômicos e demográficos eram limitados. Segundo o autor, embora não seja sabido os reis motivos originais que impulsionaram

as

primeiras

viagens

de

descoberta

portuguesa, existe

o

conhecimento de que até a morte de Dom Henrique (1460), elas buscavam primordialmente Preste João e o ouro da Guiné e que durante o reinado de Dom João II, as expedições foram reforçadas pela busca de especiarias asiáticas. Com a viagem de Vasco da Gama pelo Cabo da Boa Esperança, o monopólio venezianomuçulmano de especiarias e mercadorias de luxo asiáticas foi substituído pelo monopólio português. Em julho de 1499, Dom Manuel envia cartas a Fernando e Isabel (reis de Aragão e Castela) informando suas descobertas. “Em 28 de agosto de 1499, o rei Dom Manuel, cobra do papa o seu direito de suserania e domínio consentido pelas bulas papais — em 28 de agosto do mesmo ano “o rei Dom Manuel intitulava-se, inter alia” (BOXER,1969) — “Senhor da Guiné e da conquista, navegação e comércio da Etiópia, Pérsia e Ídia”.

2. A navegação e as especiarias nos mares asiáticos (1500-1600) Boxer define o período de 1498 até 1945, como uma era de poder e controle marítimo dos mares asiáticos exercido apenas pelos europeus, pelo menos até o surgimento da América e do Japão como grandes “potências navais no final do século XIX” (BOXER,1969). Dentre esses 400 anos, quase todo o século XVI, houve a predominância dos portugueses no oceano Índico. Segundo o autor, para todas as descobertas entre o Cabo da Boa Esperança e o golfo Pérsico os portugueses utilizavam a expressão “Estado da Índia”. Nas páginas, 55, 56, 57, 58 e 59 o autor apresenta a estrutura étnica, cultural e até mesmo econômica e política da Ásia do início do século XVI. Nessas “novas” terras estavam os dois grandes entrepostos asiáticos para recolhimento e distribuição de mercadorias de luxo; numa extremidade do Índico, estava Ormuz e na outra Malaca. Segundo o autor o comércio marítimo do Índico foi obtido de forma bastante pacifica. Primeiro pelos árabes, tempos depois em grande parte por muçulmanos de origem indiana. Os envolvidos não viajavam com suas famílias, dessa forma os homens arrumavam mulheres nos portos que ficavam, os filhos eram educados no islã, guando maiores passavam a difundir a religião aos compatriotas de suas mães. Nesse contexto nasciam colônias muçulmanas bastante florescentes — mercadores mais ricos passaram a construir mesquitas e a enviar professores de religião (mulás), que atraiam outros muçulmanos. Dessa forma, esse povo difundia suas crenças e seu comércio desde a costa sualí da África oriental até as ilhas de especiarias da Indonésia, assim se dava o monopólio muçulmano do comércio no oceano Índico. Assim, os portugueses perceberam que a forma de destruir esse domínio era através da força. Segundo o autor, foi posto em prática uma atitude de crueldade e rapidez para alcançarem o objetivo desejado, começa a era de domínio português. A ilha de Goa foi conquistada em (1510) por Afonso de Albuquerque, que passou a ser quartel general, o controle do golfo Pérsico foi alcançado com a captura de Ormuz em 1515. Somando a conquista de Malaca, quatro a os antes, Portugal obteve o maior centro de distribuição de especiarias indonésias. Para o autor, embora o domínio dos portugueses em Moçambique, Ormuz, Diu, Goa e Malaca permitisse

regular de forma considerável o comércio dessa região durante boa parte do século XVI, esse monopólio marítimo do Índico não totalmente eficaz. Boxer denota alguns dos fatores que causaram a ascensão espetacular do império oriental português e sua longa duração, apesar da deficiência demográfica e econômica. A superioridade dos navios relativamente bem armados sobre os mercantes muçulmanos; a determinação de vencer portuguesa ao entrar na Ásia excedia a vontade de resistir dos asiáticos. Boxer esclarece que as primeiras tentativas dos portugueses de domínio de Goa, Malaca e Ormuz falharam, mas a persistência de Afonso de Albuquerque trouxe êxito aos portugueses. O que também contribuiu para vitória portuguesa foi o enfraquecimento de alguns países asiáticos, que estavam devastados por conflitos internos e abalados por divergências externas, dessa forma era inviável uma união entre essas nações. Esse império marítimo português do século XVI, era bastante disperso, fato que aumentou o problema deficitário de homens disponíveis. Segundo o autor, as regiões que mais fornecias contingentes de aventureiros e emigrantes para o ultramar, do século XVI o XVIII, eram as províncias do norte; Minho e do Ouro, Lisboa e as ilhas da Madeira e Açores. Unido ao imenso problema da falta permanente de homens, Portugal também sofria com a deficiência de navios. Apesar de ser algo impressionante para uma nação tão pequena, os 300 navios portugueses não eram suficientes para sustentar seu vasto império marítimo, Portugal também tinha problemas em produzir a madeira adequada para seus navios, então comprava de outros lugares, como Biscaia e na Europa setentrional. A Índia foi de grande importância para contornar essa deficiência de madeira, possui florestas de teca, que supriam os estaleiros de Goa com madeira durável. Ligadas a Índia, a Malásia e a China forneciam uma quantidade ilimitada de madeira para a construção de barcos costeiros pequenos. Para suprir a necessidade de homens, a partir de Afonso de Albuquerque passou se utilizar cada vez mais marinheiros asiáticos, muitas vezes o capitão ou o chefe era o único homem branco a bordo. Esse poderio comercial sofreu ataques, mas nada que pudesse abalar sua estrutura, segundo o autor, é fato que os portugueses dominaram o comércio marítimo do oceano Índico durante a maior parte do século XVI. Mesmo as

pilhagens infligidas pelos corsários malabares e outros não eram suficientemente fortes. Para Boxer, o único momento que forças muçulmanas da Índia e da Indonésia e uniram em um ataque combinado à Goa, Chaul, Malaca e Ternate, foram derrotados, exceto Ternate. No fim de século XVI, as exportações de especiarias pelos portugueses haviam diminuído de forma significante, atrapalhada pelas rotas terrestres levantinas e por barcos guzerates. Com a chegada dos holandeses e dos ingleses ao Oriente na virada do século XVII, a posição dos portugueses foi prejudicada ainda mais. Segundo Boxer, o desgaste da posição portuguesa nas ilhas das especiarias após a perda da Ternate, em 1575, foi compensado pelo monopólio do comércio com o Japão e a China — Macau e Nagasaki deixam a condição de aldeias de pescadores e se tornam desenvolvidos portos no fim do século XVI, graças a um comércio mutuamente lucrativo. O autor informa que na última década do século XVI, o monopólio português de comércio ultramarino japonês e o jesuítico da missão no Japão, foram ameaçados pelo surgimento de comerciantes e frades missionários espanhóis. Contudo, as preocupações portuguesas diante das atividades dos espanhóis, o comércio entre Macau e Nagasaki não tiveram seus lucros diminuídos....


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