Resenha - OS Descaminhos DO MEIO Ambiente - Porto Gonçalves P. 75 à 102 PDF

Title Resenha - OS Descaminhos DO MEIO Ambiente - Porto Gonçalves P. 75 à 102
Author THALITA EMANUELE TEIXEIRA SANTIAGO
Course Planejamento Urbano
Institution Universidade Católica do Salvador
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75 a 102...


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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR MESTRADO EM TERRITÓRIO, AMBIENTE E SOCIEDADE THALITA EMANUELE TEIXEIRA SANTIAGO RESENHA - OS DESCAMINHOS DO MEIO AMBIENTE - PORTO GONÇALVES P. 75 à 102 1.

O HOMEM NA NATUREZA E A NATUREZA DO HOMEM

Se os indígenas são homens, como os homens estão destruindo a natureza? Qual seria na verdade o homem que destrói a natureza?

Com o decorrer dos séculos e a formação das grandes civilizações e, consequentemente, de diversas culturas completamente distintas, foi-se criando a ideia de uma forma de organização social que poderia ser entendida como superior. A questão é, qual dessas civilizações estaria correta? Como existe dentro da raça humana várias concepções sociais é comum que algumas tenham a sensação de supremacia sobre outras. O curioso é que as ditas supremas civilizações são justamente as que mais contribuem para a degradação natural.

A verdade é que, a ideia de cultura é justamente aquilo que pode diferenciar uma sociedade de outra, portanto, todas estão corretas e ao mesmo tempo, nenhuma. Cada civilização teria sua própria forma de lidar com a natureza e dominá-la de forma efetiva para sua necessidade. Não existe uma sociedade inferior. 2.

DIFICULDADES DA BIOLOGIA E DA GEOGRAFIA

Essas duas disciplinas são muito semelhantes e tiveram mudanças significativas para a compreensão da natureza e do território modificado através da intervenção causada pela espécie humana: ● A geografia do século XIX - era tida como distinta tanto das ciências humanas quanto das ciências naturais, o que é errôneo, porque, na verdade, a geografia precisa

caminhar por essas duas áreas para se fortalecer.

Neste momento da história, essas ciências tratavam o homem como apenas uma espécie biológica. No entanto, quando foi possível se libertar desse conceito, conseguiram explicar com precisão o que viria a ser uma “população” da maneira que conhecemos atualmente. 3.

COMO A NATUREZA FEZ O HOMEM?

● Primeiramente, é necessário compreender que a natureza e a cultura não são distintas, visto que a cultura se dá justamente quando o homem passa a ter domínio sobre a natureza; ●

Depois, é necessário quebrar a ideia de que o homem é um “animal social” e isso o diferencia dos outros, visto que na própria natureza existem animais que necessitam de organização social para sobreviver.

● Este é o caso das savanas, das colméias, algumas espécies de baleias, dentre outras tantas. 4.

A NATUREZA SE FAZENDO HOMEM

Desde os primórdios do mundo, a evolução foi trazendo uma seleção de seres vivos (de acordo com a tese sustentada por Charles Darwin), em que as espécies foram se adaptando de acordo com o ambiente.

Essa é justamente a ideia de que não somente o homem controla a natureza, como a natureza controla o homem e qualquer outro animal. Quando uma determinada espécie já não é mais capaz de sobreviver no mundo, ela é extinta. Claro que não acontece de um dia para o outro, mas em centenas ou milhares de anos, como foi o caso dos dinossauros.

Poderá um dia acontecer o mesmo com a espécie humana? 5.

A CAÇA CIVILIZADORA

O ato de caçar teve início há milhões de anos, e com ela, uma organização social.

Logicamente, como é possível ser visto em diversas espécies, os machos saem para caçar, enquanto as fêmeas cuidam dos filhotes e protegem o território. Mas nem todas as espécies. No caso dos leões, isso funciona de forma contrária. As fêmeas caçam, alimentam os machos, os filhotes e só ao final podem se alimentar.

Essa divisão de tarefas serve para exemplificar também a organização social humana?

Em partes, pois assim como no mundo animal, cada civilização ou etnia divide as tarefas de forma diferente, inclusive entre homens e mulheres. Acontece que, essa subdivisão de tarefas entra em pautas questionáveis como a criação de uma sociedade machista, por exemplo, onde a organização desfavorece as fêmeas. 6.

O PATRIMÔNIO CULTURAL COMO CONDIÇÃO NATURAL DO HOMEM

Edgar Morin distingue a reprodução da cultura em cada indivíduo da auto-reprodução da cultura. Isso significa que, de acordo com a formação dos jovens em uma sociedade, ela vai se modificando. A geração atual é diferente da geração anterior em costumes, intelectualmente, socialmente, etc. Essa mudança contribui inclusive para a formação de novas sociedades.

Por exemplo, no Brasil existiram diversas tribos indígenas, algumas foram dizimadas, mas aquelas que restaram são diferentes uma da outra, porque estavam em constante evolução. Assim acontece com o comportamento humano em geral. Essa complexidade cultural, social, biológica adquirida, contribuiu para o desenvolvimento cerebral do homo sapiens, tornandose mais desenvolvido e capaz do que o dos seres humanos que aqui viveram anteriormente.

7.

SOCIEDADE NATURAL. NATURAL?

Partindo da ideia de que “o homem é um ser que por natureza produz cultura”, é necessário entender o que é de fato cultura. Do ponto de vista da agricultura, é apenas o ato ou efeito de cultivar a terra. Então, retorna-se para a ideia de que o ser humano tornou-se civilizado a partir do momento em que se instalou perto de rios, o que o permitiu começar a plantar e produzir seu próprio alimento.

Já de acordo com a biologia, é quando existe o cultivo de células que se tornam propensas à sobrevivência. Quando isso não acontece, o ser vivo morre. Quando isso acontece em uma sociedade inteira, ela é extinta. Assim foi durante todo o processo evolutivo. Segundo a sociologia, é cultura tudo aquilo que designa os saberes e costumes de um povo, aquilo que o caracteriza.

Esses são alguns dos vários significados da palavra. Então, chega-se a ideia que uma sociedade considera irracional tudo aquilo que é incomum à ela. Mas então, se a cultura é justamente aquilo que diferencia as civilizações, como poderia ser irracional?

Por exemplo, os indianos acreditam que comer carne bovina é um ato pecaminoso, pois enxergam as vacas como um ser sagrado. Durante muito tempo, foram julgados como irracionais por isso. Na sociedade atual, principalmente em um momento pandêmico, muitas pessoas estão considerando o veganismo por acreditarem que seria mais saudável e menos arriscado, além de contribuir para a preservação ambiental, visto que o agronegócio pode ser prejudicial às matas e aos próprios animais.

Devido a isso, hoje aqueles que conseguem viver sem carne, podem ser vistos com bons olhos e até mesmo como mais evoluídos que a própria espécie por muitos, enquanto, outrora, os indianos eram irracionais. Assim, fica nítido que “Toda e qualquer cultura é um sem sentido que faz sentido para as pessoas que nela vivem”.

8.

SOCIEDADE MODERNA E NATUREZA

A cultura não é imutável. Então, quem de fato determina os limites da natureza humana? Até o século XIX, o homem e a natureza eram pensados como separados, o que culminou por exemplo em divisões clássicas que perduram até hoje, como as ciências humanas e as ciências naturais, e até mesmo as ciências biológicas.

Com a ascensão do universo mecanicista trazido com a revolução industrial, foi necessário compreender com mais intensidade o funcionamento do corpo humano e do comportamento

dele de acordo com o ambiente. O homem vivendo no campo, longe de qualquer resquício industrial é o mesmo homem operário que vive na cidade? Eles se comportam da mesma forma? Possuem a mesma saúde? Evoluem e envelhecem da mesma forma?

Um exemplo claro de que não é que o homem operário residente da cidade passou a ser controlado significativamente pelo seu relógio. E o corpo consequentemente se adapta aos horários delimitados para realizar as ações cotidianas. A ideia de sincronia impactou diversas áreas, como química, biologia e geologia, pois, a sociedade atual está ligada a esse comportamento. E chegou-se a um ponto em que é impossível acreditar que as coisas possam ser realizadas de outra forma....


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