Resumo ISF - freq1 PDF

Title Resumo ISF - freq1
Author Daniela Silveira
Course Intervenção Sistémica e Familiar
Institution Universidade da Beira Interior
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Summary

Módulo A. Paradigma Sistémico:Fundamentos teóricos e conceitosfundamentais corte com os modelos individualistas (psicodinâmico) O que é a teoria sistémica?Conjunto de princípios unificadores que explicam a organização e funcionamento dos sistemas.Sistema: elementos ou unidades em interação constante...


Description

Módulo A. Paradigma Sistémico:

VS Causalidade Linear: A provoca B.

Fundamentos teóricos e conceitos

Abertura e Hierarquização: todos os sistemas sociais e humanos (vivos) são abertos e hierarquizados (organizados em hierarquias) // Sistema Aberto: realiza trocas com o exterior.

fundamentais - corte com os modelos individualistas (psicodinâmico)

2. Cibernética | Estuda o mecanismo de

O que é a teoria sistémica? Conjunto de princípios unificadores que explicam a organização e funcionamento dos sistemas. Sistema: elementos ou unidades em interação constante e recíproca, ordenados segundo determinadas regras e formando um todo organizado.

1. Teoria Geral dos Sistemas, L. Von Bertalanffy Pensa os problemas em contexto e não de forma isolada (todo o comportamento humano está em contexto); Compreende as interações entre elementos do sistema como cruciais;

os

e Analisa os padrões de interações – são eles constantes ou estão em mudança? Princípios Organização: Cada elemento do sistema tem uma relação com os outros que implica organização; os sistemas organizam-se em torno das relações dos elementos. Totalidade e não-aditividade: Os elementos que compõem o sistema, uma vez combinados, constituem um todo diferente das partes = o todo é mais do que a soma das partes;

controlo dos sistemas Feedback (retroação): mecanismos de ligação/comunicação entre os elementos do sistema:  Negativo – autocorreção de forma a manter a estabilidade e a homeostase; 

Positivo – desorganização de forma a promover mudança e manter a morfogénese. 1ª cibernética

Tem como objetivo compreender como os sistemas se mantêm estáveis / equilibrados (ex.: termóstato); Prática terapêutica | focada em manter a estabilidade dos sistemas; na existência de um problema, o objetivo do terapeuta seria ajudar a família a realizar pequenas mudanças para se autorregularem / corrigirem, a fim de retornarem à sua estabilidade -» sistemas autorregulados A família era considerada uma realidade objetivável, passível de ser alterada por um agente externo. → sistema observado separado observador (terapeuta)

do

2ª cibernética (anos 70)

O princípio da Circularidade traduz o conceito de Causalidade Circular:

Foco no estudo dos processos de mudança e evolução; nos sistemas vivos predomina a morfogénese.

pode existir uma direção de A para B, mas esta está dependente da retroação de B para a A; os elementos influenciam-se mutuamente.

Visão dos sistemas como auto-organizados: capazes de se reorganizar face à mudança, sem influência do exterior; pode existir ajuda



externa (terapeuta), mas os sistemas não estão dependentes desta. A diferença entre sistemas autorregulados e auto-organizados está na capacidade de autonomia.



a comunicação tem 2 níveis: do conteúdo e da relação; nível do conteúdo -» traduz/depende da relação com o interlocutor da mensagem



a natureza de uma relação depende da pontuação das sequências comunicacionais entre os comunicantes = a forma como o outro diz/faz dita a minha reação;



os seres humanos utilizam 2 modos de comunicar: digital (o que é expresso) e analógico (simbologia);



as trocas comunicacionais ou são simétricas ou são complementares, consoante se baseiam na igualdade ou na diferença (one up / one down:

Autopoiése: capacidade de gerar os próprios elementos. Caos e desordem (entropia) deixam de ser vistos como algo necessariamente mau para o funcionamento dos sistemas, pois estes conseguem, a partir da desordem, utilizá-la e transformá-la para, sem se destruírem, criar uma nova ordem. A neguentropia surge a partir da entropia, constituindo a nova ordem que resulta da reorganização da desordem. Nos sistemas vivos, a tendência para uma rápida desordem (entropia) está, pois, inseparavelmente ligada à sua reorganização (neguentropia). Prática terapêutica | o desequilíbrio é necessário para a complexificação dos sistemas; a partir do problema, operar mudança, sem tentar que as famílias retornem ao seu funcionamento anterior. Estruturas dissipativas: novas estruturas que surgem da reestruturação e mudança do sistema – adolescência é uma fase dissipativa. → não há separação entre sistema observado e observador, mas são todos observantes Papel do terapeuta: acompanhar a família (constituem-se como perito) no processo de transformação.

3. Teoria ecossistémica da comunicação A comunicação possibilita a compreensão / explicação do comportamento, constituindo um elemento fundamental. Axiomas da comunicação humana 

é impossível não comunicar (mesmo o silêncio transmite uma mensagem);

Uma comunicação saudável implica flexibilidade na complementaridade. Os problemas surgem quando este processo se rigidifica e um dos elementos da comunicação está sistematicamente one-up e o outro onedown -» complementaridade rígida Por outro lado, quando a simetria se torna disfuncional ocorre competição, ou seja, a incapacidade para tolerar a desigualdade -» escalada simétrica

Família como Sistema Sistema / Hierarquização Sistémica (sistema entre sistemas) / Estrutura familiar (como a família se organiza e as relações estabelecidas, num determinado momento) Subsistemas  individual: cada um dos elementos, com funções e papéis dentro da família, diferenciados relativamente aos outros elementos;  conjugal: o casal, contemplando, igualmente, os 2 subsistemas individuais respetivos;

 parental: casal com um ou mais filhos (pode ou não ser um subsistema conjugal – pais divorciados) -» função executiva, tendo a seu cargo a proteção e educação das gerações mais novas;

Qualquer crise provoca um momento de tensão, o que não quer dizer que seja um momento desagradável; as crises são momentos de ocasião ou de risco: ocasião de evolução e risco de patologia.

 fraternal: relação entre irmãos (primeira relação horizontal) -» função relativa à aprendizagem da gestão das relações entre iguais.

 Mudanças de 1ª ordem: pequenos ajustes com o objetivo de manter o equilíbrio (mudanças para a não mudança);

Limites: Importantes para definir em que sistemas cada indivíduo se insere.

 Mudanças de 2ª ordem: mudança qualitativa, profunda, que exige transformação -» associada a períodos de crises.

Claros (- - - - -) | Definem claramente o papel de cada um na família. Difusos (……) | Permeáveis, não delimitam claramente as funções de cada elemento dentro da família. Rígidos (_____) | Intransponíveis, sistemas isolados, sem trocas comunicacionais. A comunicação entre os membros do sistema vai permitir gerir a complexidade de relações no seu interior. Cada família tem uma autonomia própria e possui capacidade de se auto-organizar (capacidade auto-organizativa); evolui ao longo do tempo, o que implica progresso e adaptações sucessivas –» processo Mudança Pode ser estrutural (organização da família), interacional e funcional – todas estas mudanças ocorrem ao longo do tempo. Ciclo vital da família: desde a formação do casal, posteriores etapas com ou sem filhos – família nuclear –, até à morte de ambos os «progenitores» (o divórcio não implica o fim da família). Quando os eventuais filhos constituem a sua própria família, há a formação de uma nova família nuclear e a anterior denomina-se família de origem (progenitores). Crises normativas (expectáveis) circunstanciais (ex.: morte de um filho)

Vs

A mudança como objetivo terapêutico – propósito de evoluir para outro estado e outra forma de funcionamento; o papel do terapeuta é ajudar a mudar, ser ativador da mudança, contudo, esta tem de partir das pessoas/família (agentes da mudança).

Do Pensamento Sistémico… Mudança de paradigma -» da abordagem individualista à sistémica Contexto Enquadramento ecológico para o desenvolvimento humano (Brofenbrenner)

i.

Individual

Causalidade

ii.

Microssistema

→ Do intrapsíquico ao interpessoal

iii.

Mesossistema microssistemas)

iv.

Exossistema (para lá da experiência imediata do indivíduo, mas que influencia o seu desenvolvimento)

v.

Macrossistema

(relação

entre

Reciprocidade entre esferas intraindividual (ex.: desenvolvimento individual, processos cognitivos, personalidade, idade, recursos pessoais, psicopatologia, crenças ou convicções pessoais, …) interpessoal (aspetos de relação, ex.: etapa do ciclo vital da família, relações entre o casal, relações pais-filhos, relações entre irmãos, recursos familiares, …) e macrossistémica / ambiental (ex.: ESSE, trabalho, diferenças culturais, políticas, cuidados de saúde, religião, …) -» estas relações alteram-se e evoluem ao longo do tempo Múltiplas perspetivas… «um ou outro?» --» «ambos» - como se relacionam? - que contexto de partida? - em que diferem? - em que se complementam? (…) Pensar e agir sistemicamente implica sempre contextualizar os acontecimentos; ver o problema no contexto da pessoa, das suas relações e interações com os outros e com o ambiente. Importante evitar o pensamento linear (mais fácil e automático).

→ Do porquê ao como – mais do que encontrar a causa dos problemas (dificuldade e improdutividade em encontrar uma causa única), queremos perceber como ocorre o problema e em que contexto.

… à Intervenção Crítica pós-moderna e emergência do Construcionismo Social -» ênfase na multiplicidade e diversidade de realidades; Posição colaborativa (democrática): família e terapeuta estão em colaboração, numa postura igualitária; o terapeuta deve explorar o discurso e as histórias problemáticas contadas pelas pessoas e, também com base no seu discurso, orientar a família no caminho da mudança. → O terapeuta tem permissão para não ser o especialista; → Há uma maior aceitação da postura eclética (inclusão e combinação de técnicas provenientes de diversas abordagens teóricas); → Aumenta a probabilidade de atender às questões da diversidade; → Clientes e terapeutas são encorajados a acreditar que a sua situação pode mudar – se instruirmos as pessoas a encarar os problemas não como uma verdade absoluta, mas como uma construção da situação, será mais fácil para que encontrem uma visão / construção alternativa à inicialmente apresentada. Terapias baseadas no Construcionismo Social – Características 

Relação cliente - terapeuta igualitária



Relação cliente - terapeuta questionamento mútuo

de



O cliente, não o terapeuta, é o especialista sobre a sua vida



São exploradas premissas sobre os problemas atuais



O foco da atenção são as cognições, não os comportamentos



As crenças moldam a ação e a cultura (contexto sociocultural) molda as crenças



A linguagem é o veículo utilizado para chegar a novas construções



O objetivo é ajudar os clientes a explorar novos significados nas suas vidas

O Ciclo Evolutivo Familiar «a system moving through time…» Desenvolvimento Familiar Mudança da família enquanto grupo, bem como as mudanças nos seus membros individuais -» funcional -» interacional -» estrutural

Importância da avaliação dos problemas e dificuldades, mas também das forças e recursos no contexto desenvolvimental da família. Mudanças no ciclo de vida das famílias:  Alterações demográficas (associadas ao envelhecimento da população, por ex., inclusão dos avós no agregado familiar)  Alterações sociais e económicas (decorrentes da alteração do papel feminino, do desemprego, das questões da emigração, …)  Alterações na formação e natureza das relações (aumento no número de divórcios, diminuição das taxas de fertilidade, coabitação e relações em união de facto, casamento homossexual, …)  Alterações na criação dos filhos (parentalidade atrasada o que, em muitos casos, compromete a fertilidade; taxas de natalidade mais baixas; nascimento de filhos sem que os pais estejam casados, …) Flexibilidade…

Ciclo Vital da Família Sequência previsível de transformações (não ocorrem invariavelmente em todas as famílias da mesma forma), organizada em estádios ou etapas; e caracterizada por tarefas de desenvolvimento e mudanças funcionais / estruturais. Intervenção --» visão dos problemas, enquadrada na etapa em que a família se encontra. A ideia de ciclo vital é vista como um guia orientador de cada etapa do desenvolvimento familiar (contudo, esta visão deve ser flexível e não rígida). Os pontos de transição entre estádios (ex.: entrada dos filhos na escola; na adolescência; ou a saída de casa) estão associados a períodos de maior stress.



Tipicidade família nuclear intacta;



Variantes e diversidade de possibilidades que caracterizam o ciclo vital de uma família;



Vicissitudes inerentes à evolução demográfica, controlo de natalidade, aumento da esperança média de vida, etc;



Hipotética linearidade das etapas (sucessão ordenada de etapas);



Autonomia família nuclear /extensa.

Compreensão das dificuldades atravessadas por uma família, segundo uma leitura em 2 eixos: Eixo Horizontal: acompanha o tempo – fase de desenvolvimento da família,

eventos históricos, económicos ou políticos e acontecimentos imprevisíveis;

2002. crise circunstancial

Eixo Vertical: questões histórias, «legados» / Stressores verticais: história familiar, padrões de relacionamento anteriores, …

2003. família com filhos na escola e crise circunstancial

Crise Crises normativas: relacionadas com a transição de etapas de desenvolvimento -» são esperáveis e previsíveis; Crises circunstanciais: relacionadas com aspetos inesperados e imprevisíveis. Etapas

1. Formação do casal 2. Família com filhos pequenos (desde o nascimento até entrada na escola)

3. Famílias com filhos na escola 4. Famílias com adolescentes 5. Família com filhos adultos (pode ou não ser o nicho vazio / «empty-nest») – há autores que diferenciam os filhos adultos que vivem em casa dos filhos adultos já fora de casa Cada uma destas etapas é marcada por desafios normativos, comuns a muitas famílias; as fases de transição são marcadas por grande tensão. Podem ainda ocorrer crises ou desafios circunstanciais.

1997. família com filhos pequenos (crise normativa) – até à entrada do Rodrigo na primária

normativa

/

2007. divórcio – crise circunstancial – associado a uma mudança de residência do pai -» dá origem a uma família monoparental 2010. família com filhos na adolescência e nova crise circunstancial; entrada dos avós como fonte de suporte importante 2011. morte do avô, pai da mãe – crise circunstancial 2012. formação de um novo casal -» família reconstituída / família do Pedro e da Mafalda 2013. família do Pedro e da Mafalda com filhos 2015. família nuclear com filho adulto e crise circunstancial relativa à 2ª filha No momento do pedido de consulta, não podemos encarar o problema «da Patrícia» como circunscrito apenas à sua própria família, visto que o seu pai formou nova família, que apesar de independente, tem repercussões na família onde a Patrícia se insere -» visão sistémica Conjunto das crises não normativas: diagnóstico da Patrícia e cirurgia; divórcio; mudança do Pedro de cidade; diagnóstico de cancro à Luísa e tratamentos; atropelamento e morte do pai da Luísa; e 2º casamento do Pedro.

Exercício – Família Antunes 1993. formação do casal (quando se assume o compromisso de se ser casal e não quando iniciam namoro ou apenas no dia do casamento)

não

Formação do casal Tarefas desenvolvimentais: 

Compromisso com um novo sistema; formação do sistema conjugal



Passagem da individualidade à conjugalidade (o «nós» --» criação de um modelo relacional)



Definição de limites (fecho do sistema conjugal para o exterior; estabelecimento de limites com a família de origem, os amigos e o trabalho – ex. lua-de-mel) Se o casal tiver dificuldades nesta tarefa desenvolvimental (fecho do sistema) considera-se um stressor vertical (stressor que influencia uma fase, supostamente, normativa).



Aceitação dos parentes por afinidade (união de duas famílias de origem)



(…)

Hierarquia entre a família e a escola – a escola, os seus horários e regras, regulam as rotinas familiares. 

Novo contexto relacional para a criança



Comunicação família – escola Criança a go-between: comunicação família – escola ocorre, muitas vezes, através da criança; tanto pais como professores transmitem mensagens à criança relativas ao outro sistema.

 Fecho do sistema

Família com filhos pequenos 

Aceitar a entrada de um novo membro no sistema



Ajustamento do casal para dar espaço à entrada dos filhos



Definição de papéis parentais



Realinhamento das relações com as famílias de origem (ex.: papel dos avós) – momento de abertura do casal



Realinhamento das relações com a comunidade



Família com filhos adolescentes 

Aumento da flexibilidade dos limites familiares



Mudança na relação pais-filhos para permitir ao adolescente mover-se dentro e fora do sistema (aproximação dos pais na hierarquia de poder)



Abertura ao exterior (grupo de pares)



Negociar o autonomia



Recentrar na vida conjugal e profissional do par conjugal (na família da Luísa e do Pedro este momento não se aplica devido ao divórcio)



Apoio à geração idosa

(…) Abertura progressiva do sistema Família com filhos na escola

A entrada no pré-escolar / infantário é diferente da entrada na escola, na medida em que o infantário é um ensino mais flexível e opcional. 

Relação com um novo sistema (escolar) Poder executivo passa a ser desempenhado, não só pelos pais, mas também por professores;

Movimento recíproco de separação pais – filho (o momento de aprendizagem da leitura representa para a criança um primeiro momento de autonomização dos pais)

controlo,

poder

e

Família com filhos adultos 

Facilitar a saída dos filhos de casa, com vista à construção autónoma das suas próprias vidas



= empty nest ou launching children (rampa de lançamento)



Reorganização das relações com a(s) família(s) anterior(es)



Desenvolvimento de relacionamentos adulto-adulto entre pais e filhos (maior simetria entre filhos e pais)



Novos papéis (ex.: padrasto ou madrasta)





Aceitar novas «entradas» (genros, noras, netos, idosos)

Coexistência de diferentes fases no ciclo (ex.: formação do subsistema conjugal na presença do filial)



Geração sandwich: pais que, por um lado, cuidam dos filhos e, simultaneamente, voltam a cuidar dos próprios pais



Idealização da nova relação, memória



Fantasma da repetição experiência de separação



(…)





Renegociar a relação de casal, agora centrado na meia-idade (não se aplica à família Antunes) Aprender a lidar com o envelhecimento, primeiramente face às gerações mais idosas e, ...


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