Resumo: Sobre o início do tratamento - Freud PDF

Title Resumo: Sobre o início do tratamento - Freud
Author Letícia Santos
Course Teoria e Técnicas Psicoterápicas Psicodinâmicas
Institution Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Resumo do texto: Sobre o início do tratamento - Freud...


Description

Sobre o início do tratamento (1913) Análise análoga ao xadrez: aprendizagem através da observação e da prática. Não há predições possíveis, já que as possibilidades são infinitas. Diversidade de constelações psíquicas, plasticidade de processos mentais e riqueza de fatores determinantes impedem mecanização da técnica. Recomendações – procedimento que, em média, é eficaz Entrevistas iniciais: Avaliação. Aceitar o paciente, a princípio, apenas provisoriamente: para conhecer o caso e decidir se é apropriado para a psicanálise – Já é tratamento. A interrupção do tratamento nesse tempo é menos frustrante. Pode haver confusão entre uma neurose com sintomas histéricos ou obsessivos (apropriado ao tratamento) e estádio preliminar de demência precoce (esquizofrenia) – necessidade de diagnóstico diferencial. Esse tempo provisório não impede de um diagnóstico errado, mas é apenas uma precaução a mais. Paciente e médico conhecidos – consequências desvantajosas: transferência já estabelecida, que o médico deve revelar ao invés de observar o seu desenvolvimento desde o início. Encontrar substituto. Confiança ou não do paciente não têm importância. Desconfiança é um sintoma como os outros e não interferirá se conscientemente executar o que requer a regra do tratamento. Frequência: 6x por semana. Tempo e dinheiro: Marcar hora específica: ocorrência de indisposições e acidentes impedindo o comparecimento, mas ainda é a melhor maneira. Sob regime menos restrito aumenta o número de faltas. Para casos leves ou de tratamento já avançado, três dias por semana. Interrupções, mesmo que breves, têm efeito obscurecedor sobre o trabalho. Há pacientes que precisam de mais de uma hora por sessão, pois demoram para começarem a se abrir e tornarem-se comunicativos. A pergunta relativa à duração do tratamento é quase irrespondível. A psicanálise é sempre questão de longos períodos de tempo. É importante comunicar ao paciente sobre as dificuldades e sacrifícios que o tratamento analítico envolve. Relação entre tempo, trabalho e sucesso: O tempo depende da força da resistência do paciente. E o sucesso depende da combinação entre a força da resistência e do manejo do analista. Permite-se ao paciente, interromper o tratamento quando quiser. Deixa-se claro que a interrupção após um pequeno trabalho, não será bem sucedido e pode ser insatisfatório.

O analista não consegue determinar quais resultados produzirá. Ele coloca em movimento um processo – de solucionamento das repressões existentes. O analista pode supervisionar este processo, auxiliá-lo, afastar obstáculos em seu caminho, e pode invalidar grande parte dele. Mas, em geral, uma vez começado, segue sua própria rota e não permite que quer a direção que toma quer a ordem em que colhe seus pontos lhe sejam prescritas. A análise coloca em movimento um processo complicado, determinado por eventos no passado remoto. A neurose tem o caráter de um organismo. Suas manifestações são independentes umas das outras. Psicoterapia Breve x Análise: Análise lida com repressão de conteúdos dolorosos que devem ser levados à consciência. Sem tempo limite e trabalha com o que o paciente leva à sessão. Resistência – manutenção da repressão. Psicoterapia Breve não trabalha com associação livre O tema é limitado e há foco específico. Honorários levam significados dados pelos pacientes. Em relação ao valor, fatores sexuais acham-se envolvidos. Pode indicar que as questões de dinheiro são tratadas da mesma maneira que questões sexuais – com incoerência, puder de hipocrisia. O analista deve tratar de assuntos de dinheiro com a mesma franqueza natural com que deseja educa-los nas questões relativas à vida sexual. Solicitar pagamentos em intervalos regulares e curtos – mensalmente, por exemplo. O valor do tratamento não se realça aos olhos do paciente, se forem pedidos honorários baixos. Pela mesma razão, não se deve fornecer tratamento gratuito e não fazer exceções a colegas. O tratamento gratuito aumenta algumas resistências do neurótico. Todo o relacionamento é afastado do mundo real e o paciente é privado de um forte motivo para esforçar-se para por fim ao tratamento. Ocasionalmente, depara-se com pessoas merecedoras que se acham desamparadas sem culpa de sua parte, nas quais o tratamento não remunerado não se defronta com nenhum dos obstáculos mencionados e conduz a excelentes resultados. Paciente sentado no divã, com analista atrás: remanescente do método hipnótico. Impede que as expressões faciais sirvam de material para interpretação ou influência ao que o paciente conta e impede que a transferência se misture imperceptivelmente às associações do paciente. Muitos pacientes não gostam dessa disposição. Permissão para outra posição é geralmente recusada, mas não pode-se impedir que digam coisas antes ou depois de estarem nessa posição. Deste modo dividem a sessão em uma parte oficial, se comportando de forma inibida, e em outra informal e amistosa em que falam realmente de modo livre e dizem tudo que eles mesmos não encaram como fazendo parte do tratamento. Necessário toar nota do que é dito e apresentar na primeira oportunidade, derrubando essa divisão, formada a partir do material de uma resistência transferencial. O material com que se inicia o tratamento é, em geral, indiferente. Em todos os casos, deve-se deixar que o paciente fale, estando livre para escolher por onde começar. O importante é entender a demanda, interpretar e comunicar (favorecer que o ICS se torne CS). Dizer o que vier à mente, apesar das críticas e objeções. Os pacientes que datam seu adoecimento de um momento específico, geralmente se concentram na causa precipitante. Outros, que reconhecem a vinculação entre sua neurose e a infância, geralmente começam pelo relato de sua história de vida.

Preparação para terapia: não é recomendado, pois é empregada apenas para impedir que pensamentos desagradáveis venham à superfície. O material mais importante escapará à comunicação. Pacientes que iniciam o tratamento sem conseguir pensar em nada para dizer: sua solicitação que lhe sigamos sobre o que falar não deve ser atendida. É o adiantamento de uma resistência. É mau sinal a confissão de que pensou em guardar algo para si enquanto ouvia a regra fundamental da psicanálise; não é tão sério se o que tem a nos dizer é sobre a desconfiança da análise. Sigilo: A decisão de um paciente em favor do segredo já revela uma característica de sua história secreta. Encaminhamento no caso de necessidade de tratamento médico. Adiar tratamento orgânico até que o psíquico se complete. Os primeiros sintomas ou ações fortuitas do paciente, tal como sua primeira resistência, podem possuir interesse especial e revelar um complexo que dirige sua neurose. Qual é o momento para revelar-lhe o significado oculto das ideias que lhe ocorrem, e para inicia-los nos postulados, e procedimentos técnicos da análise? Somente após uma transferência eficaz ter se estabelecido no paciente, um rapport apropriado, vínculo (apenas com tempo) e contrato. É necessário levar em conta o tempo do paciente para o insight. Criar espaço para poder dizer/interpretar. Transferência será naturalmente estabelecida através de uma compreensão simpática, não moralista.

É condenado qualquer conduta que leve a dar ao paciente uma tradução de seus sintomas assim que adivinhada pelo analista. Isso desacreditará o tratamento aos olhos do paciente e nele despertará forte oposição – o palpite sendo verdadeiro ou não; quanto mais verdadeiro, maior resistência. Não há efeito terapêutico, mas desencorajamento do paciente quanto a análise. O importante não está no saber, mas nas resistências presentes que, no passado, ocasionaram o ICS. Nenhuma mudança é possível até que o processo consciente de pensamento tenha penetrado até esse lugar e lá superado as resistências da repressão. A comunicação do material reprimido à consciência do paciente não produz o resultado de acabar com os sintomas, mas tem outras consequências: desperta resistências, mas depois, quando estas foram superadas, estabelece um processo de pensamento no decorrer do qual a influência esperada da recordação inconsciente acaba por se realizar. A força motivadora primária na terapia é o sofrimento do paciente e o desejo de ser curado que deste se origina. A intensidade desta força motivadora é diminuída por diversos fatores – que não são descobertos até que a análise se acha em andamento. Cada melhora efetua uma diminuição. Sozinha, esta força motivadora não é suficiente para livrar-se da doença: não se sabe os caminhos para chegar a esse fim e não possui a energia necessária para se opor às

resistências. O tratamento analítico ajuda nesses dois quesitos: fornece a quantidade de energia necessária para superar as resistência, pela mobilização as energias que estão prontas para a transferência; e, dando ao paciente informações no momento correto, mostrando os caminhos para onde deve dirigir essas energias. Com frequência, a transferência é capaz de remover os sintomas da doença por si mesma, mas só por pouco tempo, enquanto ela mesma perdura. Neste caso o tratamento é por sugestão, e não psicanálise – em que a intensidade da transferência é utilizada para superação das resistências. É estimulado o interesse e a compreensão intelectual do paciente. Mas isso pouco entra em consideração comparado às outras forças, pois está sempre em perigo de perder seu valor, em resultado da perturbação de juízo que se origina das resistências. Assim, as novas fontes de força pelas quais o paciente é grato ao analista reduzem-se à transferência e a instrução (comunicação). O paciente só faz uso da instrução na medida em que é induzido a fazê-la pela transferência; é por esta razão que nossa primeira comunicação deve ser retida até que uma forte transferência se tenha estabelecido. Em cada caso, temos que esperar até que a perturbação da transferência pelo aparecimento sucessivo de resistências transferenciais tenha sido removida. Técnica: interpretação transferencial: emoção surge na relação com o analista Interpretação: tornar o ICS em CS....


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