Resumo do livro “O Ateneu” PDF

Title Resumo do livro “O Ateneu”
Course Introdução Aos Estudos Literários
Institution Universidade Federal de Rondônia
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Analise literária: “O Ateneu” Raul Pompeia...


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Analise literária: “O Ateneu” Raul Pompeia

O ateneu de Raul Pompéia foi publicado no ano de 1888, uma data muito importante para a história do Brasil por vários motivos, sendo eles o fim da escravidão e república, e a economia que foi modificando e passando por uma efervescência. E por essa razão essa obra está contextualizada por essa data, está contextualizado o que chamamos de realismo brasileiro, mas justamente por esse espírito de época tão agitado tão inquieto, passando por uma por uma transição importante, é nós podemos podemos dizer que o ateneu de Raul Pompéia é apenas uma obra realista porque ela também apresenta elementos da estética naturalista, outra

corrente

literária

importante

que

dialogou,

que

emprestou

muitas

características e se aproximou muito do realismo, mas além disso há apontamentos estético para elementos que viriam só no século XX, como uma certa dose de impressionismo um certo olhar subjetivo dentro da obra. A partir do ponto de vista de alguns personagens, mas ao pensar à estética realista na literatura brasileira um dos pontos mais importantes que nós temos, foi um movimento de denúncia de crítica de evidenciar mesmo, expor as mazelas misérias sociais de como a condição humana é hipócrita como a certa dose de pessimismo, como se não esperasse nada de muito bom da humanidade, e de certo modo esses traços aparecem nessa obra de Raul Pompéia. Entretanto não é só isso que se destaca nessa obra, não só esse caráter, essas características evidentes do fim do século na transição do século XIX para XX, mas há também um ponto muito importante que alguns críticos observam e pontuam o que é uma quase espécie de parcialmente caráter autobiográfico que essa obra tem, como sobre a parcialmente tivesse um pé na autobiografia, porque no final das contas na sua infância o Raul Pompeia também estudou num colégio interno muito tradicional do Rio de Janeiro. Uma das primeiras coisas importantes a se observar no enredo na estrutura de o ateneu é que nós temos um Narrador personagem, um narrador personagem protagonista é o Sérgio, só que o Sérgio já é um homem adulto que recupera as suas memórias de infância de quando ele tinha

11 anos de idade e foi matriculado no colégio ateneu, e ele vai narrar suas memórias de infância do que ele viveu ali dessa pré-adolescência, do que ele viveu ali naquele lugar, era um colégio extremamente rígido, é por isso que a leitura do trecho inicial do livro fala que o pai dirigi ao seu filho Sérgio, coragem para a luta revela a rigidez desse colégio, mas não uma simples rigidez colegial não uma simples rigidez pedagógicas, mas o colégio ateneu é um microcosmo ele é uma alegoria do mundo, uma alegoria da sociedade. Oque o Sérgio vai vivenciar ali é em menor medida equivalente simbolicamente ao que uma pessoa vive no mundo, essa selva que o mundo é que a sociedade são. O Sérgio que é o nosso narrador personagem protagonista é uma criança que passa por uma mudança muito abrupta muito forte e violenta na vida porque num primeiro momento é uma criança mimada super protegida pela mãe, ele até fala no início que ele tinha cabelos longos e cacheados parecendo cabelo de anjo, lindo aqueles cachos que a mãe protegia, e ele vai estudar nessa escola cuja rigidez e disciplina são dilacerantes e ele precisa encarar agora esse mundo que é uma selva, como se fosse realmente um local onde ele seria atacado e ameaçado por leões. O tempo todo a primeira coisa inclusive que ele registra é que ele tem que cortar os cabelos, e assim talvez guardar pelo menos uma mecha para a mãe. Além do Sérgio nós temos algumas outras personagens importantes como o Dr Aristarco que é o grande dono e o diretor do ateneu, é o diretor desse colégio e austero, rígido e sisudo fechado, muito sério até na aparência fica muito evidente, os cabelos todos brancos o bigode o corte do cabelo e as roupas que ele veste revelam muito bem, ou seja, caracterizam muito bem a sua personalidade que é ao mesmo tempo muito rígido, muito rigoroso mas também muito vaidoso, muito preocupado consigo mesmo tem a sua imagem na mais alta conta, defende o papel do mestre como lugar de pai cujo respeito tem que exacerbar todos os limites já estabelecidos em outras relações. Além do Aristarco nós temos outras duas personagens que merecem registro, que são a dona D. Ema a esposa de Aristarco e Ângela uma funcionária da escola, duas mulheres muito bonitas pela descrição que o Sérgio faz e por serem duas mulheres belas num cenário onde só há meninos, onde só há homens, elas mexem muito com o imaginário das crianças, desses meninos principalmente no que diz respeito à erotização e sexualização e a figura delas, tudo que diz respeito a essas

sexualização a essa erotização está muito ligado mais à estética naturalista do que a estética realista, de fato porque o naturalismo entendia o ser humano como animal instintiva a ser estudado. E dentre esses os vários temas importantes que essa obra explora e possibilita, e de forma tão inesgotável aparece justamente um dos temas mais polêmicos, imagina nos dias de hoje não tem uma polêmica como essa imagino. Como seria então no século XIX que é o tema da homossexualidade, porque dentro da escola quando o Sérgio entra, ele percebe que existe uma relação entre os meninos de protegido e de protetor, aliás o seu primeiro colega com quem ele trava o primeiro contato que é o Rabello esclarece isso para ele, diz para ele para ele nunca aceitar se tornar um protegido, porque a partir do momento que ele se tornasse protegido, ele teria que praticar ações femininas para conseguir pagar o preço ao protetor, ou seja essa proteção recebida não era gratuita, não era de graça o preço a ser pago era um alto preço. Além de microcosmo do mundo da sociedade é do modo como o ateneu é pintado, ele lembra também muito uma prisão, parece muito um cárcere em que as relações são estabelecidas de forma muito hierárquica que é muito violenta, mas no meio de tudo isso surge alguns colegas que são muito notáveis, que são importantes para o desdobramento da narrativa, um deles que eu mencionei já foi o Rabello que é o primeiro a orientar como funciona a estrutura do ateneu, para o Sérgio mas o outro personagem importante e o Franco com quem inclusive o Sérgio num determinado momento da narrativa se une, mas é um personagem considerado pária ele é o pária do ateneu como parte da sociedade, é o bode expiatório sobre ele recai todas as desgraças que acontecem dentro do ateneu, ele tem uma personalidade muito difícil, um temperamento muito forte, briga com todos os colegas, mas ele é aquele que recebe os castigos mais dolorosos, mais pesados os castigos físicos mais humilhantes e dolorosos, outro colega importante e o Sanches é um rapaz muito mais velho do que o que o Sérgio e ele é dentro da obra o que que chamamos de o primeiro protetor, protetor entre aspas, mesmo porque o Sérgio com ele acaba tendo essa relação quase que feminina o Sanches no determinado momento faz uma investida física com o Sérgio e o Sérgio se incomoda acaba se afastando o que gera ciúmes no Sanches Outro personagem importante que não é bem um amigo, não é bem um colega, mas está ali no ateneu é o Barbalho. O Barbalho é aquele é a recepção mais

hostil e violenta que é feita ao Sérgio, que afronta o Sérgio diretamente ele seria o valentão na história do Sérgio. Na história deste nosso protagonista ele faz com o nosso protagonista o que hoje nós chamamos de bullying, outro colega que merece registro é o Bento Alves que é o segundo protetor do Sérgio, e a relação afetiva sentimental com ele é mais terna é mais calorosa mais cheia de afeição do que com o Sanches, só eles acabam rompendo também, mas é ele quem a princípio provoca o maior ciúme em Sanches. E nós temos também um outro colega que é digno de registo que é o Ebert, ele tem origem inglesa mas ele estuda no ateneu, e ele é o último terceiro protetor do nosso querido narrador protagonista e a relação que há entre os dois e mas é mais próximo de um romance idealizado, de um romance com carga sentimental, com carga romântica de fato, outras coisas no enredo outros elementos nesse enredo merecem destaque, merece atenção dentre vários, mas precisamos selecionar alguns para que não fique uma simples leitura da obra, mas mais um comentário a obra é há um momento em que o Sérgio tenta se aproximar da religião, ele tenta ser mais fervoroso religiosamente, mas ele acaba abandonando isso, acaba não atendendo as necessidades dele. O que corresponde muito bem também é uma visão realista a essa estética realista que olha para essas possibilidades de redenção com muito pessimismo, com muito ceticismo, porque no final das contas a religião não redime o Sérgio e de mais ninguém nem o Franco a quem é imposto o castigo de ficar ajoelhado o tempo todo com muita devoção, fazendo suas preces suas orações e está cada vez mais cheio de ódio de rancor e com desejo de vingança dentro de si. Outro elemento que vale a pena mencionar no enredo, é o episódio da goiabada a goiabada era um doce muito muito caro importante para os meninos, um momento muito feliz para eles a pressiona apreciar esse doce mas sorrateiramente silenciosamente, as goiabadas passam a vir agora com sabor de banana então na verdade não é mais goiabada, mais sim Bananada, os doces são feitos de banana e isso gera um mal-estar para um estado de comoção entre esses meninos, entre esses alunos, que eles realmente se voltam contra as autoridades do colégio, se voltam contra o diretor Aristarco e esse episódio revela duas coisas muito importantes, primeiro ao espírito coletivo e revolucionários desses meninos, porque eles conseguem se juntar e conseguem provocar uma grande mobilização, eles percebem isso e por outro lado esse episódio revela a ganância, revela ambição o desejo apenas comercial de Aristarco, porque na verdade ele substitui o doce de

goiaba por doce de banana, porque o doce de banana é mais barato fica mais em conta, ele tem menos gastos com o colégio E depois de fazer toda essa recuperação pela memória é um caráter bem memorialista, esse romance tem esse esse traço memorialista. O nosso Narrador já homem feito muito mais cético muito mais pertencente ao seu espírito de época, encerra essa recuperação de uma saudade de uma maneira até relativamente amarga, se o livro começa de forma amarga assustadora diante do que vem adiante ele também termina de uma maneira que não nos dá muito alento, que não dá muito, muito acalanto não dá muito acolhimento ao leitor. O título Ateneu faz referência a esse colégio, temos que compreender que o colégio não é o protagonista da obra, quem é o protagonista e o Sergio. Mas o Ateneu e uma figura importante, como um ator como uma força atuante dentro da obra, assim como acontece com outras obras do realismo naturalismo, no caso de o Cortiço de Aluísio de Azevedo e a Falência de Julia Lopez de Almeida, que são obras que giram entorno de espaços e acontecimentos importantes. As personagens acabam não tendo autonomia e se sobressaindo em relação a isso, mas estão submetidos a estes tempos e espaço, mas por outro lado e uma obra que tem elementos dos naturalismos, mas que também tem elementos do impressionismo, principalmente por enfatizar muito a subjetividade desse narrador personagem. O Sergio em boa parte da obra, vai deixar muito claro que ele está explicitando o ponto de vista dele, o modo grotesco e singelo que ele enxerga as personagens e as situações, tanto e que o Ateneu tem como subtítulo “Crônica da Saudade”, crônica e um gênero que traz uma certa narrativa da história contada de uma maneira mais livre, mas que tem o pé no passado, e ao recuperar esse passado nós temos então um caráter memorialista, pois ele precisa mobilizar a sua memória, para relembrar dos fatos das memorias de sua infância dos seus 11 anos no colégio Ateneu. Essa obra traz duras críticas a sociedade, nós temos críticas as instituições monárquicas, a também uma crítica a visão mercadológica da educação. Outro fato importante que a obra traz e trazer o cenário da iniciação afetiva, da iniciação amorosa. Em virtude dos fatos mencionados nós concluímos que essa obra e um rito de passagem, ou seja, da adolescia para a vida adulta....


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