Sigmund Freud - As fases psicossexuais e suas características e consequências na infância e PDF

Title Sigmund Freud - As fases psicossexuais e suas características e consequências na infância e
Author Camila Araújo
Course Psicologia da Infância e Adolescência
Institution Universidade São Judas Tadeu
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As fases psicossexuais e suas características e consequências na infância e adolescência....


Description

1. SIGMUND FREUD (1856-1939)

Segundo a Federação Brasileira de Psicanálise (FEBRAPSI), Sigmund Freud nasceu na Moravia no dia 6 de maio de 1856 e faleceu no dia 23 de setembro de 1939. Viveu seus últimos dias exilado em Londres devido ao nazismo. Começou a desenvolver uma extensa obra em Viena, criando os conceitos principais e um novo modelo teórico conhecido como Psicanálise. Freud, deixando Viena em 1938, quando os nazistas a invadiram, e como judeu, sentia-se descentrado em uma terra que não era a sua. Freud iniciou seus estudos tentando solucionar questões clínicas dos sintomas histéricos. O primeiro problema que encontrou foi à ação da transferência, bem representada em seu famoso estudo, o caso de Dora. Nasce o modelo da Psicanálise, em que a cura pela palavra está relacionada com a dimensão de tornar consciente o inconsciente. O inconsciente é uma parte do indivíduo que não é de fácil acesso, onde ficariam todas as memórias reprimidas pelo nosso consciente, mas que podem ser trazidas ao consciente de modo velado, como, por exemplo, nos sonhos, nos atos falhos, nos chistes, nos sintomas e nas transferências. Os principais conceitos que dão início a Psicanálise são a noção de inconsciente; a teoria sexual e o princípio do prazer e de desprazer; a teoria das pulsões e a noção de aparelho psíquico. Em 1900, Freud publica um dos seus famosos livros e importantíssimos, “A interpretação dos sonhos”, onde comprova a existência do inconsciente.

2. AS FASES PSICOSSEXUAIS

Freud (1905/1996) apresentou as fases psicossexuais, mostrando que o desenvolvimento humano é realizado através de estágios. Ele organizou cinco estágios denominados de fase oral, anal, fálica, latência e genital. A primeira fase da sexualidade é a fase oral. Tem início no nascimento e vai até 1 ano de idade. Ela se dá pela amamentação do bebê, que é a sua primeira necessidade. Além da importância da boca para se alimentar, é através dela que a criança vai obter prazer pelo estímulo oral, desenvolvendo confiança e conforto através dessa estimulação. Freud apresenta cinco modos de funcionamento que podem moldar traços da personalidade adulta. A primeira é a de incorporar o alimento, fazendo uma relação como saber e o poder, a segunda é o toque no seio, não separando dele, mostrando a persistência e perseverança. O terceiro é morder, que se relaciona com a destruição, como, por exemplo, o sarcasmo, o quarto é cuspir que se transforma em rejeição. O quinto e último é fechar a boca, assim impedindo o alimento de entrar e se relacionando com a rejeição. O conflito dessa fase se dá pelo processo de desmame, e que não se deve deixar a criança ser dependente de seus cuidadores. Segundo Freud, se ocorrer uma fixação nessa fase, o indivíduo pode se tornar dependente ou agressivo A segunda fase, a fase anal, acontece dos 18 meses aos 3 anos de vida da criança. É nesta fase que os alimentos digeridos ficam acumulados no intestino, para serem expelidos depois. Junto com a expulsão das fezes, acontece a eliminação do desconforto promovendo uma sensação de alívio. Também é neste período que a criança, pela primeira vez, aprende a controlar um impulso que vem dela mesma, ou seja, desenvolve o controle dos esfíncteres. O jeito como a criança é educada e o modo como a mãe encara as situações de expulsão das fezes podem gerar efeitos

na formação dos valores da criança. Sendo assim, o sucesso dessa fase dependente da forma como os pais encararam estas situações. Segundo Freud (1905/1996), as experiências positivas e negativas dentro deste estágio servem para criar uma base da personalidade do indivíduo. Com isso, pais que elogiam e dão recompensas após o uso adequado do banheiro incentivaram na personalidade de forma positiva, podendo assim, a criança crescer mais criativa e confiante. Já se os pais utilizarem uma forma mais “mansa” nessa situação, a criança pode desenvolver o que Freud chama de “personalidade anal-expulsiva”, q  ue seria uma personalidade confusa ou destrutiva. Porém, se neste período os pais forem rigorosos, a criança desenvolverá uma “personalidade anal-retentiva”, c aracterizada por um indivíduo rigoroso, obsessivo e rígido. Diante disso, o principal conflito desta fase é o controle do esfíncter e é nela que a criança poderá desenvolver o pilar da sua personalidade. A fase fálica, terceira fase do desenvolvimento psicossexual, acontece dos 3 aos 6 anos de idade. Nela, a libido tem seu foco nos órgãos genitais e é quando as crianças começam a descobrir as diferenças anatômicas entre masculino e feminino. Anuncia a chegada da fase edípica do desenvolvimento, lembrando que nessa fase o superego ainda não tem bases sólidas e seu ego é sensível à pressão do id; sendo assim, o menino tem fantasias incestuosas com a mãe. No entanto, há um obstáculo entre a mãe e ele: o pai. Isso forma o triângulo edipiano e uma relação de ódio com o pai. Segundo Freud (1925/1996), a superação dessa fase edipiana se dá pelo amor ao pai na forma de identificação, que visa ocultar o ódio sentido anteriormente. No caso de meninas, elas se ressentem ao perceberem não ter algo que os meninos têm; o pênis, e assim começam a desenvolver um sentimento de inferioridade e ódio pela mãe; sentimento que acaba no momento em que a menina se identifica com a mãe. A superação da fase de Édipo coloca um fim à fase fálica.

A fase de latência, é a quarta fase do desenvolvimento psicossexual da criança e se dá dos seis anos até a puberdade. Durante este período os interesses sexuais são interrompidos. Neste tempo o indivíduo fortalece o seu ego desenvolvendo o superego, ele se volta para outras atividades, como a escola, amizade e jogos. É a partir daí, que o indivíduo consegue identificar-se com o outros que não seja seus pais, como por exemplo, outras crianças, professores e etc. Segundo Freud (1923/1996), nesta fase e na próxima (fase genital) ocorrerá o primeiro passo para a organização de uma identidade sexual e pessoal, pois a criança passa a criar grupos separados com aqueles que se identificam, que no primeiro momento, são grupos do mesmo sexo. Há também o desenvolvimento de algumas atitudes controladas pelo ego, como a vergonha e a moralidade, que são determinantes no encaminhamento dos desejos sexuais na puberdade. Sendo assim, a última fase do desenvolvimento psicossexual é a fase genital. Esta fase se dá na puberdade, onde o indivíduo está em desenvolvimento psicossexual, sendo essa a etapa do amadurecimento do corpo físico, o que traz mudanças hormonais. O adolescente começa a ter impulsos sexuais de forma intensificada, por isso é necessário que haja um autocontrole sobre esses impulsos, que não podem estar em excesso, como também não podem estar ausentes, pois isso poderia indicar alguma patologia. O natural é que essa fase traga novos prazeres e descobertas com a exploração de novos elementos. Nesse estágio nasce uma forte atração pelo sexo oposto. É importante que seja trabalhado com o adolescente a sexualidade com um (a) parceiro (a). É o momento onde o indivíduo começa a se tornar mais independente, cria novos grupos sociais, também começa a diferenciar sentimentos em relação às suas relações com os outros, principalmente os pais, entendendo e equilibrando os papéis de cada qual em sua vida.

FASE

IDADE

ZONA ERÓGENA

CONFLITO

Oral

0 - 1 ano

Boca

Desmame

Anal

18 meses - 3 anos

Ânus

Controle do esfíncter

Fálica

3 - 6 anos

Órgãos genitais

Complexo de Édipo

Latência

6 - puberdade

Centra-se no mundo físico e social

Lidar com o social

Genital

Na puberdade

Órgãos genitais

Preocupação com o bem estar sexual da pessoa amada

3. OUTROS CONCEITOS Id, ego e superego são conceitos para explicar o funcionamento da mente humana, considerando aspectos conscientes e inconscientes. O Id é regido pelo "princípio do prazer". Ligado a libido, está relacionado a ação de impulsos e é considerado inato. Age apenas a partir de estímulos instintivos, o que atribui a característica amoral. O ego é a parte consciente da mente e é responsável por funções como percepção, memória, sentimentos e pensamentos, além de regular os impulsos do Id. O superego é componente inibidor da mente, contrário ao Id. É considerado como sendo hiper moral e sempre age de acordo com valores e regras de conduta. Segundo Freud a libido é a parte do Id e força motriz de todo o comportamento. A maneira como a libido é expressa depende do estágio de desenvolvimento.

4. REFERÊNCIAS CHERRY, Kendra. As 5 fases do desenvolvimento psicossexual segundo Freud. _____, 2016. Disponível em: . Acesso em: 13 de março de 2019. CORRÊA, Crístia Rosineiri Gonçalves Lopes. PINHEIRO, Glaúcia da Silva. Período de latência e tempo para compreender nas aprendizagens. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 18, n. 1, p. 61-69, jan./mar. 2013. Disponível em: . Acesso em: 12 de março de 2019. FARIAS, Thaiz Maira da Silva. NANTES, Elaine da Silva. AGUIAR, Sirlei Maria de. Fases psicossexuais freudianas. Universidade Estadual de Maringá, 2015. Disponível em: . Acesso em: 14 de março de 2019. _________. Fases da sexualidade na teoria de Freud. Campinas, 2017. Disponível em: < https://www.psicanaliseclinica.com/fases-da-sexualidade/>. Acesso em: 14 de março de 2019. GOMES, Gilberto. A teoria freudiana da consciência. Universidade Federal Fluminense, 2003. Disponível em: . Acesso em: 13 de março de 2019. MARCAL, Eliana Subtil. Desenvolvimento Psicossexual. São Paulo. Disponível em: . Acesso em: 23 de março de 2019. SKOWRONSKY, Silvia Brandão. Sigmund Freud. Federação Brasileira de Psicanálise. Disponível em: < https://www.febrapsi.org/publicacoes/biografias/>. Acesso em: 23 de março de 2019....


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