Title | Síndromes Medulares |
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Author | Louise de Moraes Michels |
Course | Clínica Médica II |
Institution | Universidade do Vale do Taquari |
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Tudo sobre sindromes medulares compilados em um resumo bem bom...
SÍNDROMES MEDULARES Mielopatia Transversa Secção transversal da medula espinal que causa abolição imediata de todas as formas de sensibilidade e da motricidade voluntária abaixo da lesão. Na fase inicial, também chamada de fase de choque medular, os reflexos profundos e superficiais também estão abolidos. Somente após algumas semanas aparecerão o Sinal de Babínski e os reflexos profundos tornarão-se hiperativos. Nessa fase ocorre também retenção urinária e fecal secundárias à arreflexia do detrusor e a paralisia do peristaltismo intestinal. Como as raízes de C5 a T1 intervam os nervos superiores, a secção transversal acima de C5 causa abolição dos movimentos dos 4 membros. Secções acima de C4 causam paralisia dos movimentos respiratórios. Relembrando: o mamilo é intervado por T4; a cicatriz umbilical por T10; o lingamento inguinal marca a transição entre T12 - L1; a parte anterior da coxa é inervada por L1 a L3; as faces anterior e lateral da perna por L2 e L5; a parte posterior da coxa por S1 e S2; e a região perianal por S4 e S5. Etiologias: traumas, compressões agudas por tumores malignos, infecções e inflamações etc.
Síndrome de Brown-Séquard (hemissecção) É a hemissecção da medula que causa uma síndrome em que se associam: síndrome piramidal; perda da sensibilidade profunda no lado da lesão devido ao comprometimento dos trátos piramidais e grácil, e perda de sensibilidade térmica e dolorosa do lado oposto ao da lesão devido ao comprometimento do trato espinotalâmico. A sensibilidade táctil discriminativa que depende dos tratos grácil e cuneiforme está comprometida no lado da lesão. No nível do segmento medular em que houve a hemissecção medular há cmorrem alterações da sensibilidade e da motricidade ipsolaterais a lesão.
Dores
ou
parestesias
também
podem
ocorrer
no
dermátomo
correspondente. O comprometimento de motoneurônios e de fibras motoras pode causar paresia e abolição dos reflexos profundos nos músculos inervados pelo segmento afetado. Na fase inicial os sinais e sintomas predominam ipsolateralmente a lesão dores, parestesia e hipoestesia, e distúrbios motores.
Etiologias: ferimentos por arma branca e compressões por tumores. Síndrome da cordonal posterior Essa síndrome compreende um conjunto de manifestações decorrentes de lesão do cordão ou funículo posterior da medula e das raízes que o constituem, que são condutoras da sensibilidade proprioceptiva. Caracterizada pela perda de sensibilidade proprioceptiva consciente. O comprometimento cinético-postural condiciona o aparecimento de ataxia que piora com oclusão palpebral (sinal de Romberg positivo) e estereoanestesia (incapacidade de reconhecer objetos pelo tato). A sensibilidade vibratória e a discrimitação tátil também são afetadas abaixo da lesão. Os sinais e sintomas que constituem a síndrome radiculocordonal posterior são: disbasia do tipo ataxo-talonante, aumento da base de sustentação, para a manutenção do equilíbrio, quando na posição vertical, prova de Romberg positiva; ataxia nas provas habituais, tipo erro de direção; hipotonia bem evidente; abolição dos reflexos profundos; abolição de todas as modalidades sensitivas que transitam pelas fibras calibrosas (vibratória, cinético-postural e tátil epicrí tica). As causas mais importantes da síndrome radiculocordonal posterior são a sífilis nervosa (tabes), a doença de Friedreich (ataxia espinocerebelar), a degeneração combinada (mielose funicular) e a esclerose múltipla. A síndrome cordonal posterior é frequente na esclerose múltipa. A Tabes Dorsalis, forma de neurossífilis, é apontada como uma das principais causas de síndrome cordonal posterior. Além dos sinais de
lesão dos tratos há abolição dos reflexos profundos e aparecimentos de dores espontâneas devido a lesões reticulares.
Tumores extramedulares e alterações ósteo articulares da coluna vertebral podem comprimir a medula por seu aspecto dorsal, acarretando na síndrome.
Síndrome da coluna posterolateral (degeneração combinada de medula) Lesão combinada dos tratos piramidais e dos funículos posteriores. O quadro clínico e caracteriza-se por síndrome piramidal e síndrome cordonal posterior.
A etiologia mais importante é a carência de vitamina B12, responsável pela degeneração sub-aguda da medula.
Outros estados carenciais, esclerose múltipla e a mielopatia causada pelo HIV podem causar quadro clínico semelhante.
SÍNDROME DEMENCIAL Demência: síndrome adquirida de declínio de memória e outras funções cognitivas, a partir de um nível prévio mais elevado, importante o suficiente para interferir nas atividades da vida diária (capacidade funcional) e na independência. O comprometimento da memória, o esquecimento, é uma queixa muito comum, especialmente na idade mais avançada. Déficits entre os seguintes domínios: memória recente, atenção, orientação, linguagem, função visuoespacial, função executiva, cognição social. Um teste de fácil execução e muito utilizado é o miniexame do estado mental (MEEM), que é constituído de questões simples sobre orientação temporal (dia da semana, do mês), espacial (local onde está), teste de cálculos, gravar e recordar 3 palavras, ler e executar o que manda uma frase escrita, escrever uma frase etc. Esse teste já foi validado, corrigindo-se os itens conforme o grau de escolaridade.
O grupo mais importante é o das doenças degenerativas como a doença de Alzheimer, responsável por cerca de 60% dos casos,
as demências
do tipo frontotemporal (doença de Pick é o protótipo), a doença dos corpos de Lewy e a raríssima gliose subcortical difusa. Outro grupo, com características especiais, é o que associa deterioração mental a distúrbios motores, como: doença de Parkinson, coreia de Huntington, paralisia supranuclear progressiva, doença do motoneurônio, esclerose múltipla. Em outro grupo, não menos importante, estão as doenças infecciosas, tais como a encefalopatia demencial aidética e a doença de Creutzfeldt-Jakob. Os distúrbios metabólicos causam quadros demenciais em geral reversíveis, como o hipopituitarismo, o hipotireoidismo, a síndrome de Cushing e as hipercalcemias. O alcoolismo e os tipos iatrogênicos também podem ser igualmente reversíveis. Os tumores cerebrais, sobretudo os do lobo frontal, os hematomas subdurais crônicos e a hidrocefalia de pressão norma também podem causar demência.
NEUROPATIA PERIFÉRICA Prevalência: 2 a 8% da população As dores neuropáticas são as produzidas por lesões ou disfunções nas vias nervosas. O mecanismo causal é neurológico. A oriem pode situar-se em qualquer ponto do trajeto da via sensitiva doloroda, ou seja, na fibra nervosa periférica (componente do nervo periférico) na raiz posterior, na medula espinal, nos fascículos que transportam a dor (espinotalâmicos), no tronco cerebral, no tálamo ou córtex cerebral. Algumas síndromes dolorosas neuropáticas são mais conhecidas como nevralgia ou neuralgia. A dor neuropática costuma ser espontânea, associar-se a outros sintomas neurológicos e acompanhar-se de parestesias, alodinia, hiperestesia e hiperalgesia.
O caráter da dor neuropática varia entre contínua, em pontadas, em fisgadas, em choque, de tipo queimor ou ardência. Sintomas autônomos podem também estar presentes (alterações vasomotoras, edema, alterações da pele e fâneros). A localização da dor é importante porque pode definir a topografia da lesão causal, como distribuição de um ramo ou de um tronco nervoso, de raiz, de múltiplos nervos (polineuropatia), de plexo ou raízes. Caso a lesão seja na medula, haverá um nível sensitivo determinado; se for no trato espinotalâmico, será em um dimídio. É fundamental a realização de procedimentos acurados para seu diagnóstico, incluindo história clínica e exame físico detalhados; um exame neurológico minucioso é obrigatório. Exames complementares podem ser necessários, porém o diagnóstico é essencialmente clínico. Sinais e Sintomas Motores: paresia, fadiga, atrofia, hipo ou arreflexia, fasciculações, caimbras Sensitivos: dor, queimação, hipoestesia, alodínea Autonômicos: hipotensão postural, bradi ou taquicardia, alterações da sudorese, boca e olhos secos, constipação, diarréia, impotência sexual, urgeincontinência urinária, disfunção pupilar, alterações da cor e trofismo da pele. Etiologias Neuropatias hereditárias: doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT); HNPP (Neuropatia hereditária com susceptibilidade à pressão); amiloidose familiar; porfiria; doença de Fabry; doença de Refsum e doenças mitocondriais. Neuropatias
adquiridas:
metabólicas;
etílico-carenciais;
tóxicas;
inflamatórias/autoimunes; infecciosas; vasculites; paraneoplásicas e compressivas. Esse resumo foi feito com base nos livros: Semiologia Médica - Porto 7ed e A Neurologia que todo o médico deve saber - Nitrini e Bacheschi Luize Stadler Bezerra - 4º semestre...