Síntese - Clínica Ampliada, Equipe DE Referência E Projeto Terapêutico Singular PDF

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SÍNTESE - CLÍNICA AMPLIADA, EQUIPE DE REFERÊNCIA E PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR Contextualizando, a Clínica Ampliada vem com o princípio da totalidade do indivíduo, tratando-o de forma integral. Durante o acolhimento, a escuta qualificada é uma importante ferramenta que proporciona um primeiro contato e potencializa a criação de vínculo e de afetos, entre profissionais e usuários. Assim, segundo Franco e Merhy, acolhimento é definido: o acolhimento ao usuário, através da escuta qualificada, o compromisso de resolver seu problema de saúde, a criatividade posta a serviço do outro e, ainda, a capacidade de estabelecer vínculo , formam a argamassa da micropolítica do processo de trabalho em saúde (FRANCO; MERHY, 2006, p. 121).

Para tanto, deve-se levar em consideração que o ser humano é constituído por uma interação de aspectos, internos (afetos, desejos, interesses) e externos, como o contexto econômico, social e cultural, ou seja, além de sua condição orgânica e as questões que permeiam seu processo saúde/doença, o indivíduo deve ser tratado em seu estado biopsicossocial, não somente sobre a causa do adoecimento e focado apenas na cura, levando em consideração os seus Determinantes Sociais e Condicionantes de Saúde. Juntamente com a proposta da Clínica Ampliada, tem-se a política Nacional de Humanização (PNH) e de Gestão no SUS (Sistema Único de Saúde), a qual tem por objetivo produzir saúde, pautado na autonomia dos sujeitos e pensa-se os modos de gerir os processos de trabalho em saúde, tanto na atenção quanto na gestão. Assim a Clínica Ampliada, bem como o HumanizaSUS, lança mão de ferramentas e dispositivos para consolidar redes, vínculos e a corresponsabilização entre usuários, trabalhadores e gestores, tudo com o objetivo de desmistificar as práticas adotadas até então, da clínica sendo o médico prescrevendo medicamentos ou apenas solicitando exames para comprovar determinada doença. A Clínica Ampliada traz um olhar mais

humanizado, pautado na

transversalidade do cuidado, tendo foco na autonomia dos sujeitos, e que eles sejam protagonistas da sua própria saúde, inclusive na elaboração do seu projeto terapêutico, sendo

a

educação

em saúde, vista

como

uma ferramenta

potencializadora do cuidado, bem como o trabalho interdisciplinar e multidisciplinar.

Com isso, a Clínica Ampliada está pautada na singularidade, na responsabilidade, nos princípios de intersetorialidade bem como o respeito aos conhecimentos de cada profissional, e a ética. O trabalho intersetorial potencializa a criação de redes, o vínculo com outras instituições de cuidado em saúde, e consequentemente potencializam o cuidado. Pode-se interligar todos os tópicos aqui abordados com as vivências na clínica, no contato direto com os paciente. Assim, destaca-se que o acolhimento é uma ferramenta imprescindível para a coleta de informações importantes, esta alcançada por meio da escuta qualificada, e por consequência tem-se a criação do vínculo. Nos casos que há a necessidade de encaminhamento para um serviço especializado, ou de realização de um trabalho conjunto com algum serviço, é pensado juntamente com o usuário o seu projeto terapêutico, de modo que ele seja autônomo no seu processo de saúde/doença. Este caminhar na rede, pensado de modo intersetorial, pensando e levando em consideração os fatores determinantes e condicionantes de saúde do usuário.

Referências: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da

Política Nacional de Humanização. Clínica ampliada, equipe de referência e projeto terapêutico singular / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2007. FRANCO, T.B.; MERHY, E.E. Programa de Saúde da Família (PSF): contradições de um programa destinado à mudança do modelo tecnoassistencial. In: MERHY, E.E. et al. O trabalho em saúde: olhando e experienciando o SUS no cotidiano. 3ª ed. São Paulo: Hucitec, 2006....