Testosterona- Fisiologia, Estetica e Saude por Dudu Haluch PDF

Title Testosterona- Fisiologia, Estetica e Saude por Dudu Haluch
Author Tuca Novais
Course Estudos Práticos I - Atletismo
Institution Universidade do Porto
Pages 132
File Size 2.3 MB
File Type PDF
Total Downloads 69
Total Views 152

Summary

Download Testosterona- Fisiologia, Estetica e Saude por Dudu Haluch PDF


Description

“Esse produto é voltado para profissionais da área médica. O exercício da medicina é restrito a profissionais devidamente habilitados pelo conselho de classe correspondente a sua especialidade. Se você não possui esse registro, não siga as orientações recomendadas neste produto. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos tratamentos e medicamentos tomados por você ou pelas pessoas que recebem seus cuidados e atenção.”

TESTOSTERONA (FISIOLOGIA, ESTÉTICA E SAÚDE)

DUDU HALUCH

Curitiba 2020

“Dudu Haluch”: Carlos Eduardo Ferreira Haluch

Copyright © 2020 por Carlos Eduardo Ferreira Haluch - “Dudu Haluch” Todos os direitos reservados. Capa Dudu Haluch, Thaís Essu Editor Dudu Haluch, Gustavo Stocker, Thaís Essu Ilustrações Dudu Haluch, Carolina Simião e Thaís Essu Site: www.duduhaluch.com.br E-commerce: www.livrosduduhaluch.com.br facebook.com/eduardo.haluch.5 instagram.com/duduhaluch

APRESENTAÇÃO A inspiração para escrever este ebook surgiu de forma inesperada no início de maio/2020 quando estava pensando em montar um curso online sobre algum tema relacionado a hormônios. Depois de algum tempo pensando qual tema abordaria veio a ideia de montar um curso online sobre testosterona, já que tenho uma longa experiência fazendo uso desse hormônio e também um bom conhecimento sobre estudos que utilizam testosterona em dosagens suprafisiológicas. Como gosto muito de escrever, naturalmente veio a ideia de escrever um ebook sobre o assunto, principalmente porque poderia aproveitar parte do material que já tinha escrito no meu livro Hormônios no Fisiculturismo (2017) e em diversos textos que tinha escrito ao longo dos últimos anos. Embora esse ebook aborde alguns conteúdos do meu primeiro livro (Hormônios no Fisiculturismo), a abordagem aqui é mais específica, focando nos efeitos da testosterona, o esteroide anabolizante mais utilizado para fins estéticos desde o início dos anos 50. Fisiculturistas têm utilizado testosterona desde a década de 50 e o uso desse hormônio para fins estéticos (hipertrofia muscular, emagrecimento) tem aumentado muito nos últimos anos entre homens e mulheres. Nesse ebook faço uma abordagem detalhada sobre os efeitos do uso da testosterona em doses suprafisiológicas, seus efeitos na composição corporal e os potenciais efeitos na saúde com o uso. A originalidade desse material é justamente abordar o uso de testosterona para fins estéticos.

Abraços,

Dudu Haluch

SUMÁRIO 1) ASPECTOS HISTÓRICOS

9

1.1) O INÍCIO DO FISICULTURISMO E A DESCOBERTA DA TESTOSTERONA ..

9

1.2) TESTOSTERONA COMO BASE NOS CICLOS DE ESTEROIDES ..................

12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 2) FISIOLOGIA DA TESTOSTERONA

14 15

2.1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................

15

2.2) EFEITOS FISIOLÓGICOS DA TESTOSTERONA.............................................

15

2.3) CONVERSÃO DA TESTOSTERONA EM DHT .................................................

18

2.4) CONVERSÃO DA TESTOSTERONA EM ESTROGÊNIO (ESTRADIOL) .........

20

2.4.1) ESTRADIOL SUPRIMIDO .....................................................................

22

2.4.2) ESTRADIOL ELEVADO .........................................................................

24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................

25

3) TESTOSTERONA E HIPERTROFIA MUSCULAR 3.1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................

26 26

3.2) HIPERTROFIA MUSCULAR: TIPOS DE FIBRAS E HIPERTROFIA .................

26

3.3) HIPERTROFIA MUSCULAR: SINALIZAÇÃO PARA O CRESCIMENTO...........

28

3.4) O POTENCIAL ANABÓLICO DA TESTOSTERONA .........................................

30

3.5) TESTOSTERONA E HIPERTROFIA: RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA...............

32

3.6) TESTOSTERONA E HIPERTROFIA: MECANISMOS DE AÇÃO ......................

34

3.7) TESTOSTERONA, GENÉTICA E FISIOLOGIA.................................................

35

3.8) RECOMENDAÇÃO DE PROTEÍNA PARA HORMONIZADOS .........................

37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 4) TESTOSTERONA E EMAGRECIMENTO

39 40

4.1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................

40

4.2) TESTOSTERONA E OBESIDADE ....................................................................

40

4.3) TESTOSTERONA E GORDURA CORPORAL: MECANISMOS DE AÇÃO .......

42

4.4) TESTOSTERONA E EMAGRECIMENTO .........................................................

45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................

46

5) EFEITOS COLATERAIS DA TESTOSTERONA E EXAMES LABORATORIAIS

48

5.1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................

48

5.2) EFEITOS COLATERAIS ANDROGÊNICOS .....................................................

50

5.2.1) ACNE E TESTOSTERONA ...................................................................

50

5.2.2) ALOPÉCIA ANDROGENÉTICA .............................................................

51

5.2.3) PRÓSTATA E TESTOSTERONA ..........................................................

52

5.3) EFEITOS COLATERAIS POR AROMATIZAÇÃO .............................................

52

5.3.1) GINECOMASTIA ...................................................................................

53

5.4) SISTEMA CARDIOVASCULAR ........................................................................

54

5.5) TESTOSTERONA E PERFIL LIPÍDICO ............................................................

56

5.6) TESTOSTERONA E HEMATÓCRITO...............................................................

57

5.7) EFEITOS PSICOLÓGICOS...............................................................................

58

5.8) TESTOSTERONA, LIBIDO E COMPORTAMENTO ..........................................

59

5.9) OUTROS EFEITOS COLATERAIS ...................................................................

60

5.10) EXAMES LABORATORIAIS............................................................................

61

5.10.1) HEMOGRAMA .....................................................................................

61

5.10.2) PERFIL LIPÍDICO ................................................................................

62

5.10.3) ENZIMAS HEPÁTICAS ........................................................................

64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................

66

6) FORMULAÇÕES DE TESTOSTERONA 6.1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................

68 68

6.2) ESTEROIDES INJETÁVEIS E SEUS ÉSTERES ..............................................

68

6.3) TESTOSTERONA AQUOSA (SUSPENSÃO) ...................................................

70

6.4) ÉSTERES DE TESTOSTERONA......................................................................

70

6.5) UNDECANOATO DE TESTOSTERONA (NEBIDO) ..........................................

73

6.6) TESTOSTERONA EM GEL (ANDROGEL) .......................................................

74

6.7) UNDECANOATO DE TESTOSTERONA ORAL (ANDROXON) ........................

75

6.8) METILTESTOSTERONA ..................................................................................

75

6.9) TESTOSTERONA SUBCUTÂNEA ....................................................................

76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................

77

7) TPC E PÓS-CICLO DE ESTEROIDES 7.1) INTRODUÇÃO .................................................................................................. 7.2) EIXO HIPOTÁLAMO-PITUITÁRIA/HIPÓFISE-TESTICULAR (HPT)..................

79 79 80

7.3) TERAPIA PÓS-CICLO (TPC) ............................................................................

82

7.4) TIMING PARA INÍCIO DA TPC E EXAMES LABORATORIAIS .........................

86

7.5) ALIMENTOS E TESTOSTERONA ....................................................................

90

7.6) TESTO BOOSTER - A ILUSÃO ........................................................................

91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................

93

8) TRT E BLAST & CRUISE

95

8.1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................

95

8.2) HIPOGONADISMO ...........................................................................................

96

8.3) TRATAMENTO DO HIPOGONADISMO (TRT) .................................................

98

8.4) BLAST & CRUISE ............................................................................................. 100 8.5) USO CRÔNICO DE TESTOSTERONA E ESTEROIDES .................................. 103 8.5.1) EFEITOS CARDIOVASCULARES DE DOSES SUPRAFISIOLÓGICAS 103 8.5.2) TESTOSTERONA E INFERTILIDADE ................................................... 106 8.6) O MITO DA SATURAÇÃO DE RECEPTORES (DOWNREGULATION) ............ 108 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 110 9) MULHERES E TESTOSTERONA

112

9.1) INTRODUÇÃO .................................................................................................. 112 9.2) ESTROGÊNIO E TESTOSTERONA NAS MULHERES .................................... 113 9.3) TESTOSTERONA, ESTEROIDES E HIPERTROFIA ........................................ 114 9.4) ESTEROIDES ANABOLIZANTES E VIRILIZAÇÃO .......................................... 117 9.5) DROGAS PARA COMBATER VIRILIZAÇÃO: ANTIANDRÓGENOS ................ 120 9.6) PÓS-CICLO E SÍNDROME DE INSUFICIÊNCIA ANDROGÊNICA FEMININA (SIA) ........................................................................................................................ 122 9.7) TRATAMENTO COM ANDRÓGENOS PARA MULHERES............................... 123 9.8) TPC FEMININA ................................................................................................. 125 9.9) ANTICONCEPCIONAL, HIPERTROFIA E TESTOSTERONA........................... 126 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 130

Testosterona: Fisiologia, Estética e Saúde

Dudu Haluch

1

ASPECTOS HISTÓRICOS

1.1) O INÍCIO DO FISICULTURISMO E A DESCOBERTA DA TESTOSTERONA Foi em meados do século XIX que o cientista alemão Arnold Adolf Berthold, realizando experiência com galos, descobriu que os testículos influenciam o comportamento masculino através da secreção na corrente sanguínea de uma substância desconhecida. Décadas mais tarde o fisiologista francês Charles Édouard Brown-Séquard anunciou na Sociedade de Biologia em Paris que ele tinha idealizado uma terapia de rejuvenescimento para o corpo e a mente. Ele alegou que a injeção do extrato líquido, extraído dos testículos de cachorro e porquinho da índia, poderia aumentar a força física e capacidade intelectual em seres humanos. Apesar dos efeitos desse extrato serem apenas placebo, a pesquisa de Brown-Séquard inspirou vários cientistas para fazer pesquisa com extratos testiculares. Em 1889 o atleta de beisebol Pud Galvin foi o primeiro atleta a testar o uso do extrato de Brown-Séquard com a finalidade de aumentar seu desempenho no beisebol. Pode-se dizer que ele foi o primeiro atleta a fazer uso de esteroides androgênicos, mesmo que o efeito tenha sido nulo, comparável ao que obtemos com o uso de testosterona sintética. Apesar disso tudo, a estrutura da testosterona não seria elucidada até a década de 1930 e os extratos de testículos de animais estavam longe de fornecer os benefícios dos esteroides anabolizantes que conhecemos hoje, devido a grande quantidade de testículos necessária para extrair uma quantidade de testosterona da ordem de poucos mg. O fisiculturismo começou a dar os primeiros passos no início do século XX, graças a grande influência do talentoso Eugen Sandow (1867-1925). Sandow se destacou na Europa como um forte levantador de peso, mas se destacou ainda mais pela ótima 9

Testosterona: Fisiologia, Estética e Saúde

Dudu Haluch

qualidade estética do seu físico. Em 1901 ele idealizou a primeira competição oficial de fisiculturismo, que levou cerca de três anos para ser planejada e contou com a participação de 156 atletas, além de contar com o ilustre Arthur Conan Doyle (famoso criador de Sherlock Holmes) como um dos jurados. Além de Eugen Sandow, muitos outros famosos levantadores de peso foram responsáveis pelo desenvolvimento do fisiculturismo na era pré-esteroides (1900-1950). Importante lembrar que nesse tempo as competições de fisiculturismo eram diferentes, pois não era valorizado apenas o aspecto estético, mas também a performance do atleta em outras modalidades esportivas. Mais detalhes sobre a história do fisiculturismo podem ser encontrados na Enciclopédia de Fisiculturismo e Musculação do Arnold Schwarzenegger. Foi só nos anos 40 que as competições de fisiculturismo começaram a mudar, com a criação do concurso Mister América pela AAU (Amateur Athletic Union), que no decorrer dos anos passou a dar mais ênfase à aparência física. Com isso os levantadores de peso passaram a gozar de uma maior vantagem nas competições contra atletas oriundos de outras modalidades, como nadadores, ginastas, pugilistas. Um dos primeiros vencedores do Mister América foi John Grimek (1910-1998), que foi um levantador de peso por excelência, inclusive competindo nas olímpiadas de Berlim em 1936. Entre suas façanhas, Grimek nunca foi derrotado no fisiculturismo e derrotou Steve Reeves no primeiro concurso do Mister Universo NABBA em 1948. Outro fato importante sobre Grimek é que ele foi um dos primeiros fisiculturistas a usar testosterona nos EUA, sob a supervisão do famoso médico John Ziegler. Antes de abordar como Ziegler iniciou os testes com esteroides androgênicos nos fisiculturistas da costa oeste dos Estados Unidos, vamos voltar aos anos 30, onde a testosterona foi sintetizada pela primeira vez. Na década de 1930 aconteceu a grande revolução dos esteroides anabolizantes e dos hormônios sexuais como um todo, onde os químicos que trabalhavam para grandes empresas farmacêuticas como Schering, Organon, Ciba, foram responsáveis pela síntese de uma série de hormônios esteroides, entre os quais o mais importante foi a testosterona, em 1935. A síntese da testosterona e de outros esteroides rendeu o prêmio Nobel de química a Adolf Budenandt (Schering) e Lavoslav Ruzicka (Ciba) em 1939. Nos anos seguintes várias outras formulações de testosterona foram sintetizadas, como a metiltestosterona (oral) e o propionato de testosterona. Entre 1936 e 1938 testes

10

Testosterona: Fisiologia, Estética e Saúde

Dudu Haluch

em humanos e animais demonstraram os efeitos anabolizantes da testosterona na massa muscular. As alegações de que os soldados alemães teriam usado testosterona na Segunda Guerra Mundial são carentes de evidências. O professor de Estudos Germânicos John Hoberman acredita que o uso de esteroides por soldados nazistas é um mito. A popularidade da testosterona aumentou com a publicação, em 1945, do livro “O Hormônio Masculino” do escritor Paul de Kruif. Nesse livro Kruif exalta o potencial da testosterona para causar rejuvenescimento e aumentar produtividade, argumentando que também poderia ser utilizada por atletas como um potente recurso ergogênico. Não demorou muito para que os fisiculturistas da costa oeste dos EUA vissem grande potencial no uso de esteroides androgênicos para ganho de massa muscular. No entanto, tudo indica que não foram os americanos os primeiros atletas a fazer uso da testosterona e sim os levantadores de peso soviéticos (russos), provavelmente entre os anos de 1952 a 1954. Foi em 1954, no campeonato mundial de levantamento de peso na cidade de Viena, que o Dr. John Ziegler (1920-1983), médico da equipe americana, entrou em contato com o médico da equipe soviética, que lhe disse que os atletas soviéticos estavam fazendo uso de testosterona. Ao voltar para os Estados Unidos Ziegler convenceu os levantadores de peso John Grimek, Jim Park (Mister Universo em 1954) e Yaz Kuzahara, associados ao York Barbell Club de Bob Hoffman, a testar o uso de testosterona. Os resultados foram decepcionantes, provavelmente pela forma equivocada do uso, já que na época era pouco conhecido a melhor forma de se usar testosterona e controlar seus efeitos colaterais. Mas Ziegler não desistiu e em 1955 ele foi trabalhar na Ciba, grande indústria farmacêutica e pioneira na síntese de esteroides, inclusive da testosterona. Trabalhando na Ciba, Ziegler teve acesso a diversos esteroides androgênicos derivados da testosterona para fazer testes em atletas. Porém, foi só em 1958 que a Ciba Pharmaceuticals introduziu o Dianabol no mercado e revolucionou o uso de esteroides no fisiculturismo. Ziegler não foi responsável pelo desenvolvimento do Dianabol, como dizem muitos sites e fóruns de musculação, mas foi ele que apresentou o Dianabol para os levantadores de peso do York Barbell Club e para a equipe americana de levantamento de peso.

11

Testosterona: Fisiologia, Estética e Saúde

Dudu Haluch

No entanto, o primeiro esteroide oral sintético liberado pela FDA (Food and Drug Administration – órgão governamental responsável pelo controle de medicamentos, alimentos e suplementos nos EUA) - para comércio nos EUA foi o Nilevar (Noretandrolona), produzido pela Searle em 1956. Bill Pearl foi um dos primeiros fisiculturistas a experimentar o Nilevar em 1958, sob a orientação de Artur Jones, o criador do High Intensity Training (HIT) e das máquinas Nautilus. Pearl relatou um ganho de peso de 11 kg com um ciclo de 12 semanas usando 30 mg por dia de Nilevar. Bill Pearl também admitiu que fez uso de esteroides androgênicos na sua preparação para o Mister Universo NABBA de 1961, onde foi campeão. Nessa época Pearl, assim como Larry Scott (vencedor do Mr. Olympia em 1965 e 1966), relatam que o uso de esteroides anabolizantes já era uma prática comum entre os principais fisiculturistas.

1.2) TESTOSTERONA ESTEROIDES

COMO

BASE

NOS

CICLOS

DE

Os fisiculturistas dos anos 60, 70 e 80 pareciam evitar o uso de testosterona, provavelmente pela dificuldad...


Similar Free PDFs