WHAT IS Strategic Management Really Tiago SÁ PDF

Title WHAT IS Strategic Management Really Tiago SÁ
Author Paulo Alcarva
Course Gestão Empresarial
Institution Universidade do Porto
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Gestão estratégica...


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REVISÃO CRÍTICA DE ARTIGO WHAT IS STRATEGIC MANAGEMENT, REALLY? 1. Resumo da pergunta/ problema de investigação Constantemente afirma-se que a área da gestão estratégica (GE) encontra-se dividida e que não existe um núcleo comum, núcleo esse que se define como a sua identidade. No entanto, esta afirmação, contrasta com a importância que a área tem vindo a assumir. Neste contexto, este artigo procurou identificar se existe ou não consenso na definição de gestão estratégica, bem como procura esclarecer/identificar como a mesma pode ser definida. Para atingir este objetivo, foram elaborados dois estudos empíricos distintos, mas complementares entre si. No Estudo I, foi pedido a um conjunto de investigadores de gestão estratégica que avaliassem 447 resumos de artigos que apareciam nas principais revistas de gestão, sobre se os artigos estavam enquadrados na área de gestão estratégica. Depois, através da análise automatizada de texto, foi identificado o léxico distintivo de GE, que por sua vez permitiu derivar a definição consensual implícita GE. No Estudo II, foram avaliadas as definições de GE de investigadores cujo trabalho recente assentava em GE e áreas adjacentes, não só com o propósito de validar a definição obtida no Estudo I, mas mais importante , para derivar as definições explícitas nesta área. Foram inquiridos 57 investigadores que tinham publicado tanto em revistas de GE (SMJ, o principal journal de GE) como em principais revistas de áreas adjacentes: economia, sociologia e marketing. ESTUDO I – Definição implícita de GE É através da linguagem que os membros de uma área se expressam, partilham as suas ideias, se definem, se identificam. PASSOS DA INVESTIGAÇÃO Passo 1: Por e-mail foram convidados a participar 585 autores de artigos (269 participaram) Passo 2: Foram selecionados 447 artigos (na área da gestão), os quais foram objeto de classificação por parte dos participantes – sobre se os resumos representavam ou não artigos de gestão estratégica Passo 3: Foram filtrados os 385 artigos com melhor classificação de GE e divididos em 2 grupos: 200 artigos classificados como GE e 185 como não GE Passo 4: Através do software CATA (Computer-Aided Text Analysis), foi possível identificar o vocabulário específico de GE (54 palavras mais frequentes) Passo 5: Foram criadas 6 categorias conceptuais com base nas 54 palavras Passo 6: Teste à validade dos 6 elementos – comparando os resumos com variáveis conceptuais – teste realizado através de uma regressão logística (LOGIT) Definição (proposta) implícita “as principais iniciativas pretendidas e emergentes” “tomadas pelos gestores em nome dos proprietários” “envolvendo a utilização de recursos” “para aumentar a performance” “das empresas” “no seu ambiente externo”

Palavras Estratégia, Aquisição, Diversificação, aprendizagem, inovação CEO, Top, diretores, conselho de administração Capacidade, conhecimento Crescimento, desempenho, vantagem Firma, empresa, SBU Mercado, concorrência, indústria

Tabela 1 – As 6 categorias conceptuais

Este processo em várias etapas conduziu à definição de gestão estratégica, retirada a partir do léxico distintivo da área: "O campo da gestão estratégica lida com (a) as principais iniciativas pretendidas e emergentes (b) tomadas pelos gestores em nome dos proprietários, (c) envolvendo a utilização de recursos (d) para aumentar a performance (e) das empresas (f) no seu ambiente externo”. A tabela 2 mostra a atribuição das palavras distintivas a estes seis elementos – Estes seis elementos compõem a definição implícita do campo da gestão estratégica (NAG, HAMBRICK, & CHEN, 2007) Doutoramento Ciências Empresariais Tiago Miguel Rodrigues de Sá Aluno nº 42437

ESTUDO II – Definição explicita de GE Principal questão do Estudo II: “Qual é a sua definição do campo da gestão estratégica?". Passo 1: Foram obtidas 57 definições explicitas de gestão estratégica, de investigadores de 4 áreas distintas (Economia, Sociologia, Marketing e Gestão) Com base na análise das definições dos inquiridos, foi necessário acrescentar um sétimo elemento conceptual - "organização interna". Para os outros seis elementos, foram atribuídas as palavras identificadas no Estudo I Conclusões: Apesar de algumas diferenças na importância dos elementos conceptuais entre grupos, é de salientar a convergência de resultados na análise final intergrupal 2. a)

Limitações do artigo Por mais importantes que todas estas análises anteriores tenham sido, omitiram qualquer foco numa questão fundamental: o que é a gestão estratégica? O desinteresse em abordar esta questão pode ser justificada por dois motivos intrínsecos á GE. Em primeiro lugar, a identidade da área, pela sua própria natureza, é ambígua e altamente contestável (interliga-se com várias ciências, já bem desenvolvidas, como a economia, marketing e sociologia . Por outro lado, vários investigadores definem GE com base em distintos ângulos de importância (como demonstrado na tabela 1)

AUTOR Fredrickson (1990); Jemison (1981); Schendel e Cool (1988) Learned et al., (1965) Bowman et al., (2002); Rumelt etal., (1994); Schendel e Hofer (1979)

FOCO Gestores/CEO/Proprietários Organização Geral/ Empresa Desempenho organizacional/Sucesso/Vantagem competitiva Bracker (1980) Ambiente externo e interno Jemison (1981) Recursos internos Van Cauwenbergh e Cool (1982) Formulação e Implementação de estratégias Tabela 2 - Diferentes fatores de importância na análise da Gestão Estratégica b) O Estudo ao selecionar artigos no âmbito da gestão, omitiu qualquer consideração de como a gestão estratégica difere ou se relaciona com outros domínios, como a economia, o marketing, ou a sociologia. c)

O facto de os artigos serem retirados apenas de revistas americanas, restringe o léxico que pode ser encontrado noutras parte do mundo

d) O âmbito de análise foi ainda restrito às revistas com maior classificação científica, como a ASQ, AMJ, AMR, e posteriormente SMJ. 3. Pontos fortes Embora, como veremos de seguida, as definições não sejam totalmente incompatíveis entre si, elas são extremamente diversas, o que transmite ambiguidade naquilo que é o campo da gestão estratégica. Mas esta diversidade poderá ser resolvida se os investigadores em GE tiverem um consenso implícito (e talvez até explícito) sobre o seu significado. A seleção inicial de artigos que tanto podem ser mais facilmente selecionados como GE como outros mais ambíguos, permitiu que os especialistas analisassem de uma forma mais pormenorizada os resumos Por outro lado, a escolha de artigos de GE (mais consensuais) ajudou a minimizar a fadiga dos especialistas na análise de artigos, dado que se fossem selecionados de uma forma aleatória poderiam não estar enquadrados na área de GE

Doutoramento Ciências Empresariais Tiago Miguel Rodrigues de Sá Aluno nº 42437

Contributos Esta investigação contribuiu para uma compreensão do que constitui a identidade partilhada na área da gestão estratégica. Tanto o Estudo I como o Estudo II demonstraram um elevado nível de concordância nas definições implícita e explícita da área de GE, onde se conclui que existe uma ligação forte, o que talvez ajude a explicar o sucesso que a área tem tido. Por outro lado, o sucesso também poderá derivar da diversidade conceptual, permitindo assim a exploração de um vasto leque de questões teóricas e práticas Relações com outros artigos Vários autores refletiram a multidisciplaridade entre a estratégia e outras áreas: Rumelt e Schendel (1991) e Porter (1991) reforçam a ligação da GE à ciência económica. Porter (1991) destaca a importância da ligação entre a Estratégia e a Economia na explicação da Teoria Dinâmica da Estratégia, “As a starting point for building a dynamic theory of strategy, we must step back from specific hypotheses or models and look broadly at the literature in both strategy and economics. Rumelt e Schendel (1991) apresentam argumentos que explicam a intima ligação da GE ao pensamento económico. No mesmo ano Meyer (1991) expõe visões distintas do que é GE, reforçando a ideia de que a estratégia é defendida por diversos autores como uma área onde impera o pluralismo (onde comunicam especialistas de várias áreas) e por outro lado existem investigadores que defendem a GE como uma área distinta (onde se desenvolvem teorias e métodos específicos). Investigação futura 1. Analisar qual o impacto no consenso sobre o que é gestão estratégica, tendo por base revistas europeias e comparando com os resultados que foram obtidos neste estudo 2.

Não filtrar a amostra de artigos a serem objeto de análise por parte dos especialistas, investigando qual o real consenso sobre o que é gestão estratégica no quadro científico (total) da gestão e não limitando a análise nas revistas referência da área (criar aleatoriedade para validar a consistência dos resultados)

3.

Repetir a avaliação da área de gestão estratégica no futuro, explorando essencialmente como os investigadores podem ter alterado as suas definições ao longo do tempo – definição implícita

4.

Analisar a definição consensual e a capacidade de influência dos investigadores individuais dentro dessa área. Validar como obras altamente conceituadas podem influenciar a definição e a linguagem de uma área científica.

Conclusão Os Estudos demonstraram que existe um consenso implícito sobre a linguagem comum da área de gestão estratégica, enunciando que os membros da comunidade parecem estar ligados por uma linguagem comum que ajuda a área a coincidir e a manter a sua identidade. Apesar das variadas abordagens teóricas e metodológicas, e apesar da ausência de qualquer definição acordada, os investigadores têm uma visão comum do mundo da Gestão Estratégica. “O sucesso da gestão estratégica parece derivar da existência de um núcleo comum, como entidades dinâmicas e maleáveis, mas ao mesmo tempo mantidas juntas por um núcleo comum, subjacente, mas permeável” (NAG, HAMBRICK, & CHEN, 2007)

Doutoramento Ciências Empresariais Tiago Miguel Rodrigues de Sá Aluno nº 42437...


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