Title | 2. Segunda Semana |
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Course | Embriologia Médica |
Institution | Universidade de Itaúna |
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SEGUNDA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO A implantação do blastocisto completa-se durante a segunda semana do desenvolvimento. Ao longo desse processo, ocorrem mudanças morfológicas no embrioblasto = ele produz um disco embrionário bilaminar composto de epiblasto e hipoblasto O disco embrionário origina as camadas germinativas que formam os tecidos e órgãos do embrião Estruturas extra-embrionárias que se formam na segunda semana: Cavidade amniótica Âmnio Saco vitelino Pedículo de conexão Saco coriônico
TÉRMINO DA IMPLANTAÇÃO E CONTINUAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO Fim da implantação do blastocisto no fim da 2ª semana entre 6 a 10 dias depois da ovulação À medida que o blastocisto se implanta, o trofoblasto aumenta o contato com o endométrio e se diferencia em: Citotrofoblasto: camada de células mononucleadas ativas mitoticamente e que forma novas células que migram para a massa crescente de sinciciotrofoblasto. Se fundem no sinciciotrofoblasto e perdem suas membranas celulares
Sinciciotrofoblasto: massa multinucleada que se expande rapidamente. Limites nucleares não são visíveis = não há membrana celular.
O sinciciotrofoblasto nesse momento é altamente invasivo e erosivo para entrar no endométrio Invade o TC do endométrio e o blastocisto se aprofunda no endométrio devagar. As células do sinciciotrofoblasto deslocam as células endometriais na parte central do sítio de implantação
As células endometriais sofrem apoptose = facilita a invasão Mecanismo molecular da implantação envolve a sincronização entre blastocisto invasor e endométrio receptor microvilosidades das células do endométrio, moléculas de adesão, citocinas, prostaglandinas, genes homeobox, fatores de crescimento e metaloproteinases de matriz fazem com que o endométrio fique receptivo. Células do TC em torno do sítio de implantação acumulam glicogênio e lipídios = assumem aspecto poliédrico Células deciduais degeneram na região de penetração do sinciciotrofoblasto O sinciciotrofoblasto engloba as células deciduais, que fornecem fonte de nutrição para o embrião e rompe vasos do endométrio e glândulas O sinciciotrofoblasto produz hCG – gonadotrofina coriônica humana – que entra no sangue materno presente nas lacunas (cavidades ocas) do sinciciotrofoblasto. O hCG mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário durante a gravidez = ele continua secretando progesterona e estrógeno para manter a gravidez, impedindo que o endométrio descame. (se não tem embrião, sinciciotrofoblasto, não há hCG, o corpo lúteo degenera, não há hormônios e o endométrio descama) É a base para os testes de gravidez = no fim da 2ª semana, o sinciciotrofoblasto produz quantidade de hCG suficiente para dar positivo em teste de gravidez, mas o pico ocorre no 2º mês de gravidez. O hCG é responsável pelos enjoos na gravidez porque ele exacerba a sensibilidade e prepara o corpo para ter muita progesterona É um hormônio sanguíneo e é detectado na urina FORMAÇÃO DA CAVIDADE AMNIÓTICA, DISCO EMBRIONÁRIO E SACO VITELINO Com a progressão da implantação do blastocisto, aparece um pequeno espaço no embrioblasto = o primórdio da cavidade amniótica. Os amnioblastos – células formadoras do âmnio – se separam do epiblasto e revestem o âmnio, que envolve a cavidade amniótica. Ao mesmo tempo, forma-se placa bilaminar de células achatadas: disco embrionário formado por duas camadas: Epiblasto: Camada mais espessa com células colunares altas relacionadas com a cavidade amniótica. É a porção superior considerando a região de implantação como referência Forma o assoalho da cavidade amniótica primitiva Está em continuidade periférica com o âmnio membrana que forma a cavidade amniótica em que está contido o líquido amniótico, o qual se destina a proteger o embrião contra choques e aderências.
Hipoblasto: Camada de células pequenas e cuboides adjacentes à cavidade exocelônica. Porção inferior Em baixo dele está a cavidade exocelômica Contínuo com a membrana exocelômica, delgada. Membrana exocelômica + hipoblasto = formam o saco vitelino primitivo Saco vitelino primitivo = cavidade aderida ao hipoblasto
O disco situa-se entre cavidade amniótica primitiva e saco vitelino primitivo A parte humana do embrião vem do hipoblasto e do epiblasto. O resto do blastocisto forma anexos embrionários Epiblasto e hipoblasto são camadas adjacentes.
Células do endoderma do saco vitelino formam, de dentro para fora, o mesoderma extraembrionário = camada de tecido conjuntivo. Entre o citotrofoblasto e o saco vitelíneo. circunda o âmnio e cavidade amniótica e o saco vitelino formará o saco coriônico Assim que se formam âmnio, saco vitelino e disco embrionário surgem as lacunas no sinciciotrofoblasto = cavidades isoladas que se tornam preenchidas por fluido de sangue materno vindo de capilares endometriais rompidos e restos celulares de glândulas uterinas erodidas = é o embriotrofo. Esse fluido passa por difusão ao disco embrionário e nutre o embrião. - Forma-se massa cheia de nutrientes = o embriotrofo: região do sinciciotrofoblasto; massa nutritiva constituída de sangue, secreções (fluidos de tecido uterino), hCG e detritos das células deciduais que nutre o embrião enquanto não se forma a placenta. É o início da circulação interplacentária. É uma placenta primitiva. As comunicações entre os capilares endometriais rompidos com as lacunas estabelece a circulação uteroplacentária primitiva Quando o sangue materno flui para as lacunas, o oxigênio e os nutrientes tornam-se disponíveis para o embrião Sangue oxigenado das artérias endometriais espiraladas passa para lacunas e o sangue pobre em O2 é removido delas pelas veias endometriais No 10º dia o concepto humano está completamente implantado no endométrio e o epitélio está quase recomposto - Por 2 dias há falha no epitélio endometrial o tampão fibrinoide (é um coágulo sanguíneo fibrinoso) preenche a falha no epitélio e no 12º dia o epitélio está refeito, pois ele recobre o tampão = cicatrização do epitélio do endométrio - Com a implantação do concepto, ocorre a reação decidual nas células do tecido conjuntivo endometrial: O endométrio grávido é chamado de decídua: as células ficam intumescidas com o acúmulo de glicogênio e lipídio e são conhecidas como células deciduais Função da reação decidual = faz da placenta um local imunoprivilegiado (protege o embrião contra imunidade materna excessiva). No embrião de 12 dias as lacunas do sinciciotrofoblasto se fundem para formar as redes lacunares (aspecto esponjoso ao sinciciotrofoblasto): sinciotrofoblasto lacunado (entremeado) por vasos e glândulas. Elas são os primórdios dos espaços intervilosos da placenta, principalmente as situadas em torno do pólo embrionário
Pólo embrionário = lado do blastocisto que contém o disco embrionário
o o polo de implantação é uma esfera. o É o lado no qual a blástula invadiu o endométrio o O polo oposto é o polo vegetativo. o O sinciciotrofoblasto aparece primeiro no polo de implantação - Os capilares endometriais em torno do embrião implantado se tornam congestos e dilatados, formando os sinusóides – vasos terminais de paredes grossas. São erodidos pelo sinciciotrofoblasto O sangue materno flui para o interior das redes lacunares. O trofoblasto absorve o fluido nutritivo das redes lacunares e este é então transferido para o embrião - O embrião de 12 dias implantado produz na superfície endometrial uma pequena elevação que se projeta para a luz uterina Enquanto ocorrem essas mudanças, o mesoderma extra-embrionário (produzido pelo saco vitelino) cresce, “esburaca” e surgem em seu interior espaços celômicos extra-embrionários fundem-se e formam o celoma extra-embrionário por apoptose. celoma extra-embrionário é a cavitação do mesoderma extra-embrionário envolve o âmnio e o saco vitelino, menos onde eles estão aderidos ao córion pelo pedúnculo/pedículo do embrião OBS: O Pendiculo do embrião é a região que não divide – cavidade coriônica (mesoderma somático extra embrionário, citotrofoblasto e sinciciotrofoblato). forma o saco vitelino definitivo sem vitelo, mas com papel de nutrição divide o mesoderma extra-embrionário em duas camadas
Mesoderma somático extra-embrionário: o Camada externa o Ligado ao citotrofoblasto o Cobre o âmnio
Mesoderma esplâncnico extra-embrionário: o Camada mais interna o Envolve o saco vitelino, o embrião e o âmnio até o pedículo o Ligado ao embrião
O saco vitelino diminui de tamanho e se forma um pequeno saco vitelino secundário Formado por células endodérmicas extra-embrionárias que migram do hipoblasto para o interior do saco vitelino primitivo. Grande parte do saco vitelino primitivo se destaca durante a sua formação = forma o resquício do saco vitelino primitivo O saco vitelino não contém vitelo (exerce funções = ex.: é o local de origem das células germinativas primordiais; papel na transferência seletiva de nutrientes para o embrião)
DESENVOLVIMENTO DO SACO CORIÔNICO Córion/membrana coriônica: camada tripla formada por mesoderma somático extra-embrionário e as duas camadas do trofoblasto: citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto (este último sofreu aumento após a implantação completa do blastocisto no endométrio, com crescimento começando no polo de implantação e continuando em torno de toda a blástula) O córion forma a parede do saco coriônico Saco coriônico/saco gestacional: contém o embrião com os sacos vitelino e amniótico e estão suspensos pelo pedículo o O ultrassom transvaginal mede o diâmetro desse saco = medida importante para avaliar o desenvolvimento embrionário inicial e a progressão da gravidez - O celoma extra-embrionário passa a ser chamado de cavidade coriônica
O fim da segunda semana embrionária = surgimento das vilosidades coriônicas primárias As células do citotrofoblasto proliferam e produzem extensões celulares que crescem para o interior do sinciotrofoblasto O crescimento é induzido pelo mesoderma somático extra-embrionário subadjacente As vilosidades coriônicas primárias são formadas pelas projeções celulares do citotrofoblasto As vilosidades são o primeiro estágio no desenvolvimento das vilosidades coriônicas da placenta Embrião no 14º dia – forma ainda de disco embrionário bilaminar - Epiblasto e hipoblasto se encontram em um dos dois lados e se aderem fortemente entre si = formam a placa precordal Notocorda entra até a placa pré cordal Formada por células colunares do hipoblasmo em uma área localizada do disco embrionário bilaminar que formam área circular espessada É um espessamento do hipoblasto, mas é uma adesão do hipoblasto E do epiblasto Indica o futuro local da boca = importante no sistema bucofaringeo Importante organizador da região da cabeça O epiblasto na 3 semana começa a secretar mesoderma, mas ele não entra na placa
A segunda semana culmina com com o término da implantação do embrião - o embrião faz saliência para a cavidade uterina LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO - Normalmente, a implantação ocorre no endométrio, na porção superior do corpo do útero, + frequente na parede posterior - Pode ser detectada por ultrassom e dosagens de hCG por radioimunoensaios no fim da segunda semana 1. IMPLANTAÇÃO EXTRA-UTERINA - Blastocistos podem se implantar fora do útero implantações resultam em gestações ectópicas - A maioria dessas gestações (95 a 98%) ocorre na tuba uterina: ampola, istmo = gravidez tubária Há sinais de gravidez, dor abdominal, sangramento anormal, irritação do peritônio pélvico (peritonite) Causadas por fatores que atrasam ou impedem o transporte do zigoto em clivagem para o útero por aderências na mucosa da tuba ou obstruções causadas por cicatriz resultante de inflamação pélvica abdominal (doença pélvica inflamatória) Leva a ruptura da tuba uterina e hemorragia da cavidade abdominal (lesa vasos não endometriais) seguida de morte do embrião = ameaça à vida da mãe - Quando se implanta no istmo da tuba = a tuba tende a romper-se cedo porque essa parte estreita da tuba é pouco expansível Sangremento extenso por causa das anastomoses entre vasos ovarianos e uterinos nessa área - Na porção intramural/uterina da tuba = pode evoluir até 8 semanas antes de ser expulso - Se implata na ampola ou nas fímbrias, podem ser expulsos para dentro da cavidade peritoneal – vai para mesentério. Comumente se implantam na bolsa retouterina. Em casos excepcionais, a gravidez abdominal pode chegar a termo e o feto ser removido através de incisão abdominal. A placenta adere a órgãos abdominais e causa sangramento intraperitoneal Aumenta risco de morte materna quando comparada à intra-uterina em 90% e 7 vezes mais que a tubária - Depende do nível socioeconômico da população RESUMO DA IMPLANTAÇÃO Inicia-se no fim da 1ª semana e é completada no fim da 2ª Eventos moleculares envolvem endométrio receptivo e fatores hormonais - Zona pelúcida se degenera no 5º dia Resulta do crescimento do blastocisto e degeneração por lise enzimática
Enzimas líticas liberadas pelo acrossoma do sptz - 6º dia: blastocisto adere no epitélio endometrial - 7º dia: Trofoblasto se diferencia em citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto - 8º dia: sinciciotrofoblasto erode tecidos endometriais e o blastocisto começa a penetrar no endométrio - 9º dia: surgem lacunas cheias de sangue no sinciciotrofoblasto - 10º dia: blastocisto penetra o endométrio; falha no epitélio é preenchida por tampão fibrinoso - 10 e 11º dias: Lacunas adjacentes se fundem e forma rede de lacunas no sinciciotrofoblasto - 11 e 12: vasos sanguíneos endometriais erodidos por sinciciotrofoblasto = permite que sangue materno entre nas redes lacunares e saia = estabelecimento da circulação uteroplacentária - 12 e 13: falha no epitélio desaparece -13 e 14: formação das vilosidades coriônicas primárias...